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Incursões

Instância de Retemperação.

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Responsabilidade social da empresa - O exemplo do BPI

Mocho Atento, 10.06.09

O Dr. Artur Santos Silva, presidente do Banco BPI, proferiu ontem, no Rotary Club do Porto, uma conferência sobre responsabilidade ética e empresarial. Recordou todo o processo de constituição da SPI e da sua  evolução até ao actual grupo BPI. Desde o início as instituições financeiras que estiveram na génese do projecto impuseram normas de comportamento que não eram habituais em Portugal. A SPI/BPI recrutou muitos jovens licenciados a quem formou e preparou para os desafios do futuro, pelo que o sucesso na emissão de obrigações, fundos de investimento e operações de privatizações resultou das competências desenvolvidas e fomentadas em contexto laboral. Foi elogiada a acção desenvolvida pelo Instituto de Formação Bancária

O banco BPI tem actualmente 50% dos seus funcionários com formação académica universitária. O Banco tem feito grande esforço de formação que todos os anos ocupa, durante, pelo menos, 30 horas, mais de 90% dos trabalhadores. Os funcionários beneficiam de sistemas próprios de crédito, segurança social e assistência na doença.

O sistema de governo do Banco é constituído por um Conselho de Administração alargado, tendo no seu interior uma Comissão de Auditoria e Avaliação e uma Comissão Executiva, esta constituída por profissionais independentes, que não representam accionistas, nem deles estão dependentes. Esta estrutura permite evitar muitas das confusões e operações suspeitas conhecidas de outras instituições bancárias.

O BPI não se tem visto envolvido em processos judiciais, como a Operação Furacão, porque tem um Código de Conduta exigente e que é assumido por todos os colaboradores do Banco, seus administradores e pelos accionistas que detêm o controlo do Banco (Banco Itaú, Allianz e La Caixa).

O BPI afecta anualmente 8 milhões de euros a projectos de mecenato social e cultural, muitos deles em parceria com a Fundação Gulbenkian e a FLAD, Em Angola, 5% dos lucros bancários do grupo BPI são afectos a projectos comunitários de promoção do desenvolvimento nas áreas da educação e da saúde. No Porto, são conhecidos os patrocínios do BPI à Fundação de Serralves, à Casa da Música e outras instituições culturais.

O BPI patrocinou recentes eventos dos clubes rotários do Porto que angariaram fundos para a Caritas e para a Campanha Mundial de Erradicação da Poliomielite

 

Colocada a questão de que os Bancos estão a cortar indiscriminadamente crédito a PME exportadoras, sendo indicado um exemplo concreto (que não envolve o BPI) em que uma empresa teve de afectar 20% das vendas do útlimo ano para pagar passivo bancário, decorrente da não renovação de linhas de crédito, a resposta obviamente foi simplesmente dizer que isso decorre da análise do risco de crédito. Só que a resposta não é assim tão simples. De facto, a crise actual resultou do excesso de ganância dos bancos e, quando se viram apertados, recorreram ao Estado e, agora que já voltou a funcionar o sistema bancário, tocaram a rebate e cortaram crédito a empresas viáveis, que apenas precisam de folga pelo prazo de um ano para retomar os níveis anteriores de produção e de capacidade de gerar riqueza. Se aos bancos tivese sido aplicado o mesmo critério que agora exigem às pequenas empresas, tinham desaparecido. Aliás, no contexto da discussão, foi referido o caso da COSEC. Se é verdade que a concessão de seguro de crédito tem de ser ponderada, também é verdade que não podem ser tão apertados os critérios que a tornam uma miragem para quem mais precisa: as empresas sérias que trabalham com muito esforço e querem honrar os seus compromissos. E assim se destroem actividades, empregos e vidas.

A política de crédito bancário é uma das causas da grave crise económica e social actual. E quando se tomam decisões de corte de crédito, sem medir as consequências sociais, não vale a pena lavar a consciência com apoios a projectos humanitários.

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