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Incursões

Instância de Retemperação.

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O Bom, o Mau e o Défice

Castro, 30.01.10

 

  Conhece este homem? Não? Mas devia! Este homem decide o seu futuro!

 

  Tenho que começar por alertar que não sou economista, bem pelo contrário. Não que seja mau com números, mas já percebi que números e economia são algo que já não anda de mãos dadas.

  O Orçamento de Estado é algo que me intriga profundamente, principalmente o défice, de que tanto se fala. Sinto-me muitas vezes com vontade de me colocar, como muitos da minha geração, numa posição de desinteresse e usar o discurso do "são todos iguais" e continuar com a minha vidinha. No entanto, felizmente ou infelizmente, ensinaram-me a ter interesse por política. Que amarguras isso me traz.

  Porque me apetece desinteressar por política? Porque penso que os políticos (pelo menos os mais "visíveis") fazem-nos passar por estúpidos. Querem fazer de nós ignorantes. Esta questão do défice é uma delas. O défice é-nos apresentado como um problema isolado e a ser resolvido por si só. Um grande saco onde todos os nossos problemas cabem e as responsabilidades se esgotam. Na minha humilde perspectiva, a questão do défice está a ser mal colocada, pois quanto maior o PIB, menor o défice. Logo, apresentarem-me o défice como o Problema faz-me sentir desanimado no que toca a um futuro melhor para o nosso país.

  Eu sei que pode ser um bocado simplista, mas as famílias portuguesas encontram-se na mesma situação do Estado, não entra dinheiro suficiente para cobrir as dívidas e as despesas em geral. Para mim, o que o estado está a transmitir é muito simples, pois, se dissermos às famílias para adoptar a mesma postura do governo e partidos em geral, seria algo ridículo. Não procurem obter mais receitas, não procurem melhores salários, não invistam na educação dos vossos filhos, não invistam na vossa formação, não procurem melhorar a vossa qualidade de vida, procurem cortar tudo o que foi referido anteriormente que assim vão resolver todos os vossos problemas. Mas o que transmite, na minha perspectiva, é ainda pior, vendam as poucas coisas que têm (em altura de crise!) que apesar de o venderem a metade do preço terão o vosso principal problema resolvido... o Défice! Basicamente e na minha simplista forma de olhar para este particular problema é isso que o estado está a fazer. Não investe para desenvolver o país, não investe para ser um país mais competitivo. Pelo contrário, vende o que tem a metade do preço de mercado e adia o desenvolvimento do país para o dia de S. Nunca à tarde. Esse dia obviamente nunca chegará pois entre os períodos da "tanga" e os períodos da crise nunca sobra tempo para investir e trabalhar para um país melhor.

  Perguntam-se vocês, quem é afinal o indivíduo que aparece na foto, e onde é que ele entra no meio disto tudo? Pois bem, no meio desta Oligarquia em que vivemos, ele é um dos que dita o nosso futuro, dizendo que temos que cortar nos salários e adiar investimentos públicos, porque esse dinheiro é preciso para estabilizar o sistema financeiro. Ele é presidente de uma das muitas agências (corporações!) de "rating" que ditam o nosso futuro. Ele é Stephen Joynt, CEO da Fitch ratings, muito conhecida por, apenas 24 horas depois de sair o orçamento, já estar a ameaçar aumentar o rating português. Curiosamente, na foto aparece a dar explicações ao senado norte-americano pelo recente colapso financeiro.

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