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Incursões

Instância de Retemperação.

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Velhas Ideias carrapatosianas

JSC, 29.04.11

Enquanto almoçava, o Sr. Carrapatoso, agora travestido de “mais sociedade”, ia debitando umas larápias na SIC-N, em defesa da sociedade civil. O Estado assim, o Estado assado, o Estado enquanto prestador, o Estado enquanto garante. Dizia ele, com saber antigo, que o Estado deve ser o garante, mas não o prestador. Depois, lá acabou por admitir que o Estado até podia assegurar 50% do ensino e da saúde, o resto devia ser deixado à iniciativa privada. O Estado devia confiar na capacidade da sociedade civil em prestar os serviços de saúde e de ensino. O entrevistador bem podia ter questionado que o sector privado não tem por missão assegurar os serviços de educação e de saúde, que a missão do sector privado é obter lucros com o sector da educação e da saúde, (o que não tem mal nenhum, bem pelo contrário, desde que não seja o Estado a pagar) mas o entrevistador está do mesmo lado do entrevistado.

 

Enquanto Carrapatoso falava ainda consegui pensar o que é que impede a sociedade civil, o Sr. Carrapatoso e seus prosélitos, agrupados em “mais sociedade”, o que é que os impede de criar empresas de prestação de serviços de saúde, de abrir creches, infantários, estabelecimentos de ensino, etc. 

 

Estava eu nestas lucubrações quando o homem abriu o jogo todo. Afinal de contas o que ele quer é que o Estado pague aos privados para estes constituírem empresas na área da educação e da saúde ou tomarem conta dos equipamentos públicos existentes.

 

Afinal de contas o que Carrapatoso & correligionários querem é que o Estado alargue as famigeradas Parcerias Público Privadas a esses sectores de actividade, com as consequências que todos conhecemos e pagamos, excepto os senhores que conseguem obter perdões fiscais.

 

 

Na linha do Carrapatoso aparecem os senhores do auto-proclamado “fórum para a competitividade” – os nomes que eles inventam – a propor mais um conjunto de medidas antigas, que de tão antigas arrastaram a economia para a perda de competitividade. O que defendem estes:

«a liberalização dos despedimentos

acabar com os contratos a prazo

reduzir o tempo do subsídio de desemprego

acabar com a negociação colectiva

aumentar o IVA e acabar com a quase totalidade das taxas intermédia e reduzida, o que equivalente a obter-se 20% da desvalorização da moeda.»

 

O que é que estas medidas permitiriam:   

«isentar as empresas das contribuições para a Segurança Social durante um período de cinco anos».

 

É mesmo assim, sem meias peias, que os homens do fórum proclamam os seus objectivos de luta em prol da competitividade.Como se vê podem chamar-se “compromisso Portugal”, ou arrumarem-se em “mais sociedade” ou designarem-se por “Fórum para a competitividade”, a conversa é sempre a mesma, é quase como a música pimba, o que muda é a embalagem e o título da letra.

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