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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

Missanga a pataco 43

d'oliveira, 31.01.08

Deprimido eu?
Apenas mais gordo!


Consta que a curva da felicidade na vida humana tem o aspecto de um U. Começa-se por ser feliz, a vida vai moendo e remoendo e aí pelos cinquentas a infelicidade bate no fundo. Depois, dizem os que sabem, volta-se a subir e a felicidade reinstala-se. Até que a morte separe a carcaça arruinada da resplandecente felicidade.
A lusa e fera gente sofre do endémico atraso que caracteriza o torrâozinho de açúcar. Só atinge o ponto G da infelicidade aos 66 anos. Se calhar é por ser capicua.
Lamento imenso não poder, uma vez mais, cumprir o patriótico dever de estar dentro dessa norma. Tenho 66 feitos e perfeitos mas não me sinto infeliz. Indignado, com certeza. Irritado, sem dúvida. Perplexo, provavelmente. Mas não me sinto deprimido, desculpem lá.
Fiz um esforço, juro que fiz, que isto de andar sempre fora da forma, mesmo sendo canhoto (o que já é um defeito gordo...) é inadmissível. E anti-patriótico! Se a ASAE sabe, ainda me inspecciona. E me reprova: impróprio para consumo. E aplica-me uma coima dessas duras, que eles aplicam, que aquela gente não brinca em serviço. A minha safa é que os processos da ASAE são arquivados em mais de 85% dos casos, segundo se confirmou há dias na Assembleia da República. Talvez escape. Até lá deveria andar angustiado, mas nem isso. A menos que os quilos a mais, fruto de uma gula mortalmente pecaminosa, sejam já os sinais anunciadores do castigo por não me incluir no número de sexagenários abatidos e infelizes na passagem do sexto ano dessa década.
Deus escreve direito por linhas tortas e a minha linha de cintura é apenas um U que ainda não percebeu que está mal desenhado.


Um olhar sobre o regicídio

ex Kamikaze, 31.01.08


Convite para a apresentação (pelo Dr. António Pedro Vicente) do livro da minha boa amiga historiadora-investigadora Margarida Magalhães Ramalho.
Lisboa, Paços do Concelho dia 1 Fevereiro, às 18h00 (às 16h00 visita aos locais do regicídio – concentração junto à estátua do rei D. José, no Terreiro do Paço)

(clicar na imagem para aumentar)

missanga a pataco 42

d'oliveira, 30.01.08

Uma andorinha não risca o céu dos açores

Pois não. Os açores caçam as andorinhas. Ou talvez não. Se calhar não há andorinhas a riscar o tal céu, por muito que isso pese ao Alexandre O’ Neil esse poeta que encantou gerações de amigos meus e que ainda hoje fornece motes a grandes conversas entre nós.
Também não é de açores, modestas aves de rapina, que a história se faz, mas tão somente de aviões carregados de gente que escalam as ilhas na sua trágica derrota até Guantánamo.
Parece que esse triste turismo teve início ainda sob o governo do actual Alto Comissário da ONU para os Refugiados. Se isso é verdade, convenhamos que estamos perante uma situação demasiado irónica. Depois, o tráfico, continuou alegremente sob os consulados dos senhores Barroso (o que riscava as ruas de Lisboa aos gritos “Vietnam vencerá”) e do menino-guerreiro, essa prova viva de que a democracia, sendo boa, pode dar péssimos frutos. Finalmente o último pacote de viagens nocturnas e enevoadas ocorreu durante este governo excelso que já desmentiu tudo. Há todavia uns ingleses que insistem na veracidade das suas alegações. E há órgãos de informação (sempre essa seita maldita!...) nacionais e estrangeiros que dão acolhimento a essas notícias malévolas... Ah que saudades do dr. Salazar: no seu tempo, não ocorreria haver na imprensa portuguesa novidades tão dissolventes. Aliás nem era preciso negar. Não se nega uma notícia que o não foi. O diabo da democracia, maldita invenção estrangeira, prega-nos cada partida.
Já agora: houve ou não esses voos? Sabia-se o que eram ou não? Se sim, quem autorizou? Se não, que fundamento tinham?
No caso, oh quem dera, de não ter havido esses voos, de que é que se está à espera para pôr em tribunal os difamadores?

Estes dias que passam 92

d'oliveira, 30.01.08
Visto, lido e respigado

1. Em Moçambique, no antigo “território de Manica e Sofala” (era assim que ainda em 1934 -!!!- se chamava esta vastíssima zona governada pela “Companhia de Moçambique) foi interceptado um camião com quarenta crianças que, tudo indica, iriam ser traficadas na África do Sul. Que tráfico? Não mo indicam, mas tudo parece levar a crer que ou se destinavam à prostituição infantil ou, pior ainda, a serem meros fornecedores de órgãos.

2. Na União Indiana, a “maior democracia do mundo”, foi desmantelada uma rede que comprava rins a operários pobres (havê-los-á ricos? Na Índia?) para vender aos novos ricos da classe emergente indiana. Põe-se-me um problema: será que para fins meramente medicinais se pode transplantar o rim de um dalit (classe inferior), um intocável, para o mal tratado costado de um brâmane?

3. Parece que há quem atribua a remodelação governamental aos clamores da “rua”. Eu fico sempre um pouco de pé atrás com este género de desqualificações. A “rua” é o nome que se dá às multidões que não tendo grandes estudos nem grande estatuto político ou social, não encontra outro meio de mostrar a sua raiva, a sua indignação e, finalmente, a sua desgraçada situação de abandono, senão manifestando-se. Essa mesma multidão, no momento do voto, é solicitada abjectamente pelos mesmíssimos políticos que depois lhe chamam depreciativamente “rua”.
E é curioso que o termo é menos usado pela grande burguesia e pelos aristocratas do que pelos arrivistas que desesperadamente procuram um modo de se distinguir da pequena burguesia de onde vieram...
E, esquecia-me, pelos conversos, pelos que no caminho de Damasco, viram a luz cegadora do poder mesmo que esse mesmo poder só os utilize como “chiens de garde”.

4. Em Espanha, há uns anos, um automobilista atropelou mortalmente um jovem ciclista. Agora resolveu pedir uma indemnização de 20.000 euros pelos estragos na sua viatura. Como seria de esperar, isto despertou as iras dos cidadãos, da rua, para usar um termo em voga.
Hoje o julgamento durou dois minutos: o atropelador que pedia os vinte mil euros desistiu da causa. Segundo os seus advogados “foi crucificado pelos meios de comunicação social”. E isso fê-lo desistir. Que pena!

Moral da história: lá como cá, a culpa é sempre dos “media”.
E da rua!
E das vítimas!
E dos pobres!

* a gravura: "o caminho de Damasco", claro... O problema é que S. Paulo houve um e não se vê modo de voltar a repetir a proeza. Não que a história se não repita. Repete-se. Só que desta vez é em tom de chalaça...

** a expressão "chiens de garde" é pilhada a Nizan. Pena ser pouco lido, esse autor que já nos alvores da guerra descobria a trágica mentira do aparelho.

A gestão do tempo político

O meu olhar, 30.01.08
Logo a seguir à assinatura do Tratado de Lisboa, quando o país comunicacional se preparava para discutir se o mesmo deveria ser referendado ou não, o nosso Primeiro Ministro matou a questão com a apresentação da deslocalização do aeroporto da OTA para Alcochete. De imediato esquecemos o hipotético referendo para passarmos a levar com Alcochete, os estudos, as controvérsias.

Agora, estava tudo de dente afiado a ver o que ia sair da cerimónia da abertura do ano judicial. Com o tema corrupção a ocupar tempos imensos na comunicação social, com o PS a ser acusado de não dar seguimento aos diplomas que marinam na AR, o que é que faz o nosso Primeiro Ministro? Atira-nos com a remodelação ministerial. E pronto, lá se foi a cerimónia e a corrupção com ela. O nosso destino é seguirmos as novas personagens.

As próximas sondagens vão mostrar a eficiência na gestão do tempo político.

Diário Político 76

mcr, 29.01.08

A dança das cadeiras

Independentemente do facto de pensar que duas substituições sabem a pouco, muito pouco ( e a Educação? E a Justiça? E o cavalheiro do jamé? ) há que constatar que por diferentes razões se justificam estas duas primeiras vagas no governo.
Correia de Campos conseguiu transmitir uma ideia de arrogância que escondeu as suas qualificações técnicas indiscutíveis e o seu profundo conhecimento dos dossiers. Pior: mesmo quando tinha razão (e teve-a em tudo o que dizia respeito a racionalização dos serviços, em diminuição de riscos -as maternidades com escassos nascimentos e completamente inadequadas e impreparadas para ver nascer uma criança em risco; as urgências sem pessoal qualificado, sem médicos especialistas etc...) conseguiu fazer passar uma imagem insuportável de autoritarismo, teimosia e, finalmente, inépcia política. Também não se devem esquecer os incidentes disciplinares em que muito provavelmente teve uma mãozinha do aparelho do ps que não descansou enquanto não correu das ARS e dos diferentes departamentos de nomeação os militantes de outros partidos (provavelmente entrados pelo mesmo processo e com as mesmas referências: cartãozinho partidário e quotas em dia. Só que não se pode responder à bandalheira anterior com bandalheira igual e nisso os ministros curvam-se aos poderes fácticos locais quanto mais não seja para evitar chatices).
Com Isabel Pires de Lima não é possível sustentar a mesma análise: Não era uma especialista em gestão cultural, não tinha experiência de qualquer espécie nesse campo (vinha da Universidade e era reputada como especialista em Eça de Queiroz. A latere, mas importante apesar de tudo, tinha sido indicada para continuar a obra de Óscar Lopes e António José Saraiva autores da mais conhecida história da literatura portuguesa. Passara pelo Parlamento mas não se recorda nenhuma acção especial enquanto deputada.
O passado académico, uma certa virgindade política apenas toldada por uma passagem aliás discreta pelas hostes do PC, terão sido, todavia, pontos favoráveis no acolhimento inicial que a comunidade “cultural” lhe concedeu.
Foi porém sol de pouca dura: Pires de Lima estreou-se numa guerrilha com Rui Rio a propósito de um túnel que efectivamente entrava descaradamente pela frente de um museu. O IPPAAR, melhor dizendo a sua direcção regional tinha-se oposto e jogava nisso o seu prestígio e a sua razão. A meio do percurso, e não obstante a campanha miserável contra ela, Pires de Lima (ou alguém por ela) chegou a um acordo que dava a vitória por KO a Rui Rio. Os do IPPAAR, demitiram-se, Pires de Lima não. A partir daqui estava perdida. Por duas razões: perdera o momento de bater com a porta e perdera o respeito dos que tinham apostado nela. E foi perdendo todas as oportunidades de sair de um governo onde parecia apenas desempenhar o modesto mas desagradável papel de punching ball. Os jornais amanhã contarão tudo isso em pormenor se (e é um grande SE) acharem que vale a pena falar pela última vez de uma has been. Pires de Lima averba uma triste vitória neste seu consulado: a exposição daquele punhado de coisas ridículas vindas da Rússia. Estava escrito que não seria Kandinsky, Malevitch ou Petrov-Vodkin mas apenas umas peças decorativas boas para basbaques incultos. E caras...
Para a pequena história fica o apontamento destes ministros se terem demitido. Provavelmente nem foi bem assim. A única pessoa que se sabe claramente que se demitiu é o secretario de Estado Amaral Tomás. Esse anunciou-o bem cedo forçando Sócrates, escolhendo o seu tempo, o seu campo e, finalmente, a sua vitória. A Pires de Lima e Correia de Campos ninguém os ouviu durante esses dias em que tudo terá sido decidido.
Sic transit gloria mundi

Na gravura: O banho do cavalo vermelho de Kuzma Petrov-Vodkin, pintor que não teve a simpatia de Stalin e que por isso mesmo nunca foi alvo do interesse dos seus sucessores. Mesmo os de hoje, mesmo os que já não acreditam nos amanhãs que cantam, mesmo dos que lhe preferem uns móveis pomposos e uns retratos académicos...

É Sempre a Somar…

JSC, 29.01.08
O Diário Económico de ontem mostrava o caso de sucesso BPN. Em 10 anos multiplicou 173 vezes a riqueza do Banco. É caso para dizer que se Portugal não saiu do atoleiro não foi por culpa do BPN.

Pois bem, depois do caso BCP temos hoje o “Caso BPN”. Faz parte da dinâmica das coisas. Com um caso mata-se outro e assim sucessivamente.

O Diário Económico relembra, ainda, casos de sucesso. Por exemplo, na Caixa de Crédito Agrícola (destituição da equipa de gestão) paira um grande silêncio; Operação Furacão (a envolver o próprio BPN, BCP, BES e Finibanco) que se mostrou ser um furacão muito enfraquecido, pois rodopia desde 2005 mas sem provocar quaisquer estragos.

A conclusão virtuosa a retirar de todos estes processos é que o Governo, via Banco de Portugal, bem podia internalizar a grande experiência do nosso sistema financeiro no uso dos mecanismo de offshores, para colocar esse saber na produção e incremento da Riqueza Nacional.

Defender o Estado de Direito

ex Kamikaze, 29.01.08

Contos Proibidos

ex Kamikaze, 29.01.08
Nem de propósito, depois de ter escrito o comentário ao post anterior (Corrupção & Inquérito), descobri o que segue no blog </span>Manxa Solar:


(...) "curiosidade que se me levantou, graças ao Mário Crespo, foi a do: Contos Proibidos: Memórias de um PS desconhecido, de Rui Mateus – Dom Quixote 1996 - e que me passou completamente ao lado... até hoje. E, pelos vistos, ao lado de quase toda a gente... Desapareceu e nem aparece numa pesquisa no site da D. Quixote -????- curioso já que é a sua editora. Mas graças à net tudo é mais acessível, e em PDF! E eu vou embrenhar-me por este jardim de rosas... com sabor a piri-piri!

Instruções para o Download

Mais uns
polvozitos para apaziguar a fome... "

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