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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

Testemunhos Notáveis

JSC, 20.03.09

Segundo consta Ramalho Eanes e Mário Soares vão testemunhar a favor de Jardim Gonçalves. A lista de notáveis disponíveis para abonar a favor do ex-presidente do BCP deve ser imensa. Mas ter à cabeça dois ex-presidentes da República é de peso.

Não sei o que Eanes e Soares sabem da gestão praticada por Jardim Gonçalves à frente do BCP. É que deve ser isso que está em causa e não se o homem ia à missa e cumpria os deveres elementares de cidadão.

O que vale em Tribunal o testemunho destes notáveis a garantir que alguém é boa pessoa e que praticou o bem a uns tantos?

Uma coisa é certa, aos grandes senhores da finança nunca lhes falta o ombro amigo dos grandes senhores da política. Hoje alguém me dizia que azar tem o Oliveira e Costa, porque se o actual Presidente da República já usufruísse o estatuto de ex, provavelmente, também estaria na primeira linha para testemunhar a seu favor.

Mas porque é que as coisas têm que ser assim? Mas porque é que são sempre assim? Desígnios que nem Deus conhece.

 

Diário Político 106

mcr, 20.03.09

 

retrato a cores e em rima de um escriba chamado d'Oliveira

 

 

Canto negro

 

¡Yambambó, yambambé!

Repica el congo solongo,

repica el negro bien negro;

congo solongo del Songo

baila yambó sobre un pie.

 

Mamatomba,

serembe cuserembá.

El negro canta y se ajuma,

el negro se ajuma y canta,

el negro canta y se va.

 

Acuememe serembó,

yambó,

aé.

 

Tamba, tamba, tamba, tamba,

tamba del negro que tumba;

tumba del negro, caramba,

caramba, que el negro tumba:

¡yamba, yambó, yambambé!

 

Hoje, para variar e porque a política não está a dar nada que valha a pena, resolvi brindar as damas e cavalheiros que frequentam este salão  com um exótico cocktail: Ernst Ludwig Kirchner, pintor muito cá de casa, expressionista como se vê e Nicolás Guillén, poeta cubano de inegável qualidade e, aqui é que bate o ponto, um dos primeiros a tentar forçar a língua e a dar á poesia cubana dos anos trinta parte da sua herança negra.

O quadro de Kirchner é de 1909 e chama-se Baigneurs. O poema de Guillén foi publicado em "Songoro Cosongo" em 1931. Há por aí um livrinho sobre Kirchner que se recomenda. É uma co-edição Taschen Público e o seu autor chama-se Norbert Wolf, se a memória não me falha.

Na minha edição  (Ed. Losada, 1963, Buenos Aires) com o mesmo título agrupam-se ainda outros dois livros "West Indies Ldt" e "Motivos de Son". Tenho, todavia, a impressão que há reedições recentes.

Bom fim de semana

 

d'Oliveira


Os Mesmos Incêndios, As Mesmas Soluções

JSC, 20.03.09

 

Ainda não entrou a Primavera e o país já foi a assolado por incêndios de proporções assinaláveis. Gerês, Marão, Serra da Estrela são os de maior visibilidade, mas todos os dias ocorrem pequenos e médios incêndios que mobilizam populações, bombeiros e outros meios ou que pura e simplesmente ardem, ardem, até que se extinguirem naturalmente.

É impressionante o volume de recursos públicos anualmente dispendido com Bombeiros, aviões, avionetas, viaturas sofisticadas e outros equipamentos. É uma verdadeira indústria dos incêndios, integralmente alimentada por dinheiros públicos. Ao dinheiro público afecto a este fim, deve-se somar, ainda, os subsídios que o Estado dá aos proprietários das matas e montes, com o objectivo de procederem à limpeza das mesmas.

Com bombeiros tão super equipados, com recurso a equipamentos de ponta e com o Governo a pagar aos proprietários para que estes limpem as matas, o que é que falha? Falha, desde logo, a fiscalização. O governo paga mas ninguém vai verificar se as matas foram limpas. Falha a não atribuição de responsabilidades aos proprietários que não limpam os seus terrenos nem asseguram o que a lei define, como margem de segurança, no que toca à permanente limpeza na área da divisão dos mesmos. Falha, enfim, o modelo de gestão e controle público sobre o mau uso que os particulares e o próprio Estado dá aos bens (matas e florestas) que possuem.

Se uma parcela significativa dos recursos gastos (perdidos) pelo Governo a equipar Bombeiros, a alugar aviões e avionetas, a subsidiar proprietários das matas, se esse dinheiro fosse canalizado para as Câmaras e estas responsabilizadas por constituir equipas que fiscalizassem a limpeza das matas e que obrigassem os particulares a limpar as mesmas ou que os substituísse nessa limpeza, apresentando-lhe a respectiva factura, de certeza que o país ficava mais limpo, com menos incêndios ou de menores dimensões, obtendo-se ainda uma vantagem adicional, com a criação de empregos locais, que até poderiam captar gente (com capacidade para trabalhar mas sem grande vontade de trabalhar) que está a viver à pala do RSI. Ou seja, quase só vantagens, assim se mudasse o sentido da intervenção política, que deixaria de ter como objectivo oculto o desenvolvimento da indústria de combate aos incêndios, para assumir como missão a preservação da floresta e das matas e a criação de empregos locais com o desenvolvimento da floresta.

 

Ironias

J.M. Coutinho Ribeiro, 20.03.09
Prisão perpétua para Josef Fritzl, depois de ter confessado tudo: que aprisionou a filha durante 24 anos (em condições degradantes), que teve com ela uma reiterada relação incestuosa de que nasceram sete crianças e que matou uma delas. Célere a justiça austríaca e irónico o destino: o "monstro de Amstetten" foi condenado no dia do pai.