Mais 35 milhões de euros a voar
A megalomania do Eng.º Ludgero Marques vai sair cara aos contribuintes. No tempo das vacas gordas o negócio da AIP era o betão armado. Depois de encher os terrenos dados (?) pela Câmara de Matosinhos com pavilhões e mais pavilhões, foi construir o mega parque de exposições da Feira. Tudo com recurso a fundos comunitários.
Muitos anos depois, as coisas começaram a correr mal. Ludgero Marques partiu mas deixou atrás de si uma montanha de dívidas e estruturas, de tal modo sobredimensionadas, que dificilmente gerariam fundos para se autosustentarem.
Agora foi anunciado o fim. A Associação Empresarial de Portugal, (a sucedânea da antiga AIP) avançou com a entrega do Europarque aos bancos credores, devido à impossibilidade de resolver a situação do pagamento da dívida.
Até aqui tudo estaria certo e tudo se passaria entre negócios privados. O problema, como sempre acontece em Portugal, é que o Estado (representado por um ou mais ministros das finanças) concedeu um aval de 35 milhões de euros ao sindicato bancário que viabilizou a construção do Europarque.
Assim, a administração da AEP limpa as mãos e a dívida e o Estado lá terá de cumprir as suas obrigações de avalista, desembolsando o dinheiro para a banca.
Mais uns milhões que os contribuintes terão de pagar. É bem provável que o actual Ministro das Finanças já esteja a estudar algum adicional a um qualquer imposto para obter os 35 milhões que vai ter de desembolsar.