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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

Que competitividade?

José Carlos Pereira, 29.09.16

Pelo segundo ano consecutivo, Portugal desceu no índice mundial de competitividade elaborado pelo Fórum Económico Mundial (FEM). E desta vez foi uma queda de oito posições, do 36º para o 48º lugar, no ranking liderado pela Suíça. Entre os factores que mais concorreram para essa descida, destacam-se as taxas e impostos, a burocracia do Estado e a “instabilidade política”.

Depois de ocupar o 23º lugar em 2002, no final dos governos de António Guterres, a tendência foi de descida ao longo da última década, assistindo-se a uma significativa recuperação de quinze lugares em 2014, curiosamente o ano que coincidiu com o fim do Programa de Assistência Económica e Financeira e com a celebrada partida da troika. O arauto Daniel Bessa exclamava ontem na televisão que nem no tempo da troika se assistira a tamanha queda de competitividade em Portugal.

Pois bem, mas afinal o que justificará esta montanha russa do índice de competitividade português medido pelo FEM, que recupera quinze lugares em 2014 e perde oito lugares em 2016? Se os indicadores de saúde, educação, infra-estruturas e mercados financeiros não registaram grandes alterações de 2014 para 2016, se temos até um Governo manifestamente comprometido com a modernização administrativa e o combate à burocracia no Estado, podemos concluir que as grandes variações ocorreram na política fiscal e na solução de Governo em vigor. Ou seja, a competitividade de que os empresários auscultados gostam é aquela que é formatada pelas políticas austeritárias aplicadas pela troika, carregando nos impostos sobre o trabalho, aliviando a regulamentação laboral e seguindo os ditames orçamentais de Bruxelas e do Norte da Europa. Quando aparece um Governo que procura inverter essas políticas, lá se vai a competitividade. É um bom retrato das elites que temos.

Estes dias que passam 339

d'oliveira, 11.09.16

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 Mário Silva 

(1929-2016)

 

Eu acabava de chegar à faculdade, ignorante de tudo ou quase mas convencido como qualquer caloiro que se prezasse, o que nem sequer me tornava original. De pintura nada sabia ou tão pouco que dava no mesmo. Tinha, em abono da minha boa vontade, começado a comprar uns livrinhos da Hazan de que só resta um dedicado a Utrillo com o título "Montmartre". Vejo agora que  o adquiri em Setembro de 59, na Figueira e traz o nº de ordem da minha biblioteca "1A" (provavelmente isto quereria dizer 1Arte. Recordo vagamente que depois vinha outro da mesma série sobre Renoir. Gostaria de pensar que já nesses meus 17/18 anos andava às voltas com arte quase moderna mas, de facto, fui comprando os livrinhos que a pequena livraria tinha meio perdidos e a preço de ocasião nas estantes.

A primeira vez que se me deparou pintura ao vivo, nessa Coimbra que eu começava a a percorrer como jovem toleirão e vivaço, foi  uma exposição do Mário Silva que na altura (inicios dos sessenta) causou farto escândalo não só porque ninguém estava à espera daquilo (pintiras, catálogo e, se não me engano, o traje do artista durante a vernissage) mas também, porque, noutro ponto da baixa Mario Silva apresentava uma composição que consisti  num arame farpado do qual pendiam esfaceladas duas luvas grossas raiadas de vermelho.

O Mário era um velho cábula bem disposto, vagamente aluno de Ciências, filho de um notabilíssimo professor da Universidade afastado pelo Estado Novo. Isso, o seu inato talento para o desenho, e o seu claro desejo de escandalizar a pacífica e iletrada burguesia coimbrã deram-lhe imediatamente naquele mar de águas paradas um perfil de audácia cultural e política que ele, posteriormente, justificou com nobreza, coragem e bom humor.

De facto, em Maio de 62, ei-lo que se junta sereno e corajoso, ao grupo de estudantes que ocupam pela segunda vez a sede da Associação Académica que a polícia selara depois de uma outra e anterior ocupação. 

A PIDE entendeu transferir para Caxias quarenta e quatro desses ocupantes. Entre eles, Mário Silva e quem estas linhas vai debitando. Foi uma estreia absoluta para ambos e uma espantosa lição de vida e de camaradagem para quantos ali penaram nas casamatas do reduto norte da cadeia de Caxias. 

Dessas forçadas férias, guardo com ternura e comoção um desenho do Mário oferecido "ao companheiro de cela Marcelo com um abraço do Mário silva, Caxias 29 de Maio de 62" Quiz digitalizá-lo mas a minha conhecida inépcia não soube aviar as linhas do desenho pelo que optei por uma fotografia do pintor.

A partir daí, tornámo-nos amigos e ao longo destes últimos cinquenta anos fomo-nos encontrando de longe em longe mas com alguma constância sobretudo quando eu regressava à Figueira da Foz, cidade que Mário Silva escolheu nos anos 80 para viver. Honra seja feita à minha cidade: há desde há vários ano, uma praia e um largo com o nome do pintor e um busto dele. 

O Mário nunca perdeu o seu ar de boémio bem humorado, mesmo se isso lhe tirava clientes ou lhe diminuía credibilidade como artista. Sempre que o via, irradiava entusiasmo,esquecia sacanices, tentava manter-se fiel à sua juventude e ao seu longínquo projecto artístico O Mário era, cum granu salis, uma réplica tardia mas limpa de uma certa maneira de estar no mundo que ia buscar atitudes e rebeldia à "escola de Paris", mesmo se ele nunca tivesse tentado ser um epígono: ele tinha imaginação, sensibilidade e cultura mais que suficientes para evitar ser um discípulo retardado.

Todavia, a alegria, a vitalidade e a honradez intrínseca do Mário deixarão um rasto nos amigos que restam (e já não somos assim tantos...).  Para mim, esta é uma semana negra dois amigos no mesmo dia é dose. Dois artistas plásticos é uma coincidência triste. Ficamos todos mais pobres e mais sós. 

Permita-se-me que neste adeus ao Mário, o junte a uma já extensa lista de desaparecidos no grupo dos presos de Caxias em Maio de 62 (apenas citarei os mortos de que tenho a certeza, podendo infelizmente haver mais)

Abilio Vieira, António Ferreira Guedes, Alfredo Soveral Martins, Alfredo Fernandes Martins, José Martins Baptista, Francisco Delgado, Jorge Manuel Bretão, João Quintela, Luís Bagulho. Curiosamente, ou talvez não, todos eles se distinguiram no combate cultural, na organização da democracia  e são, foram, exemplos de vida  e de ética. Orgulho-me deles, orgulho-me muito deles.Que falta me fazem. 

Au bonheur des dames 415

mcr, 10.09.16

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 Zé  Rodrigues  

(páginas de um catálogo)

 

1

Há séculos que a filha de Herodíade dança. Não por ela, muito menos por nós, mas tão somente para obter por prémio a cabeça daquele que a si próprio se chamou a voz que clama no deserto.

 

 

Véu a véu sela-se, fatal, a sorte do Baptista que fustiga pecados, anuncia a vinda de um outro a quem, é ele que o afirma, nem sequer merece apertar a correia da sandália.

 

Verão os seus olhos "como carbúnculos" a sorte funesta que a dança de Salomé lhe promete? Não é João, como dizem todos, do Tiberíades até ao Jordão, um profeta? Ou, por saber do futuro dos outros está-lhe negado conhecer o seu?

 

2

 

Poetas, músicos e pintores repetem, desde há séculos, esta história; encenam a morte de João, a cabeça decepada, a nudez perversa de Salomé, a cobardia do Tetrarca e a vingativa determinação da adúltera Herodiade.

 

Dir-se-ia que, graças à mestria deles, João ressuscita constantemente apenas par outra e outra vez, perder a cabeça e a vida.

 

A dança da virgem e a morte de João confundem-se a tal ponto que já não sabemos se esta não é mais do que a neccessária consequência da outra, como se a História apenas fosse um capricho de um Deus sarcástico e indiferente.

 

3

 

Da mão do Zé Rodrigues solta-se uma outra estória, porventura menos trágica mas singularmente mais próxima:

 

O olhar do Baptista continua penetrante mas, agora, há nele também o eco de um desejo, a misericórdia do perdão.

 

Salomé é apenas uma adolescente cuja sensualidade ingénua é temperada pela graça de um corpo humanamente imperfeito e a dança não pede a morte mas a vida, pede o corpo todo do visionário, oferece ao profeta, não o amor que ela ainda não conhece mas um momento de descanso, de refrigério para quem se consumiu em todos os desertos da Galileia.

 

4

 

Contra a dança da morte, a mão do escultor criou o toque da vida. Não é por acaso que ele vive e trabalha neste Porto em que o profeta é festejado numa noite imortal como protector de amores, de namorados, de vida vivida ou, pelo menos, sonhada.

 

 

 

Marcelo Correia Ribeiro

(Porto 3 de Novembro de 1977)

 

 

Em 1997, o José Rodrigues aceitou o meu convite para se expor nas instalações do Centro Regional de Segurança Social do Porto, na sequência de outros eventos do mesmo teor em anos anteriores e para os quais também contribuí com textos para os respectivos catálogos.

É o caso desta prosa acima republicada

Foi uma prova de generosidade e de amizade que vinha na sequência de outras e que marcava uma bela amizade de muitos anos.

Agora morre-nos, assim, no fim do Verão mesmo se o seu estado não augurasse nada de bom nestes últimos tempos.

Noutro país menos ignorante, noutra cidade menos esquecida, o Zé teria feito uma carreira internacional e hoje a sua morte viria em todos os noticiários. Por cá nem a televisão se incomodou...

 

* vai este folhetim para Alfredo Vieira e Manuel Sousa Pereira, dois amigos leais, fieis do Zé que estiveram com ele sempre, até hoje. Um abraço para ambos.

Proselitismo desportivo

José Carlos Pereira, 09.09.16

presidente do meu clube esteve esta semana em Marco de Canaveses na inauguração da Casa do FC Porto, que alguns amigos colocaram de pé e aos quais desejo o maior sucesso. Mas num momento muito crítico, após a renúncia de um administrador da SAD e vice-presidente do clube e na sequência de três anos marcados pelo insucesso desportivo no futebol, que agravaram a depauperada situação financeira, Jorge Nuno Pinto da Costa parece não ter mais para comunicar do que uns ataques a jornais e comentadores por notícias falsas e críticas despropositadas. Um discurso que já não prestigia o clube e que nada adianta para ganhar o futuro.

Enquanto os sócios e adeptos do FC Porto ficarem satisfeitos com esta forma de comunicar e não sentirem a necessidade de um escrutínio mais rigoroso, temo que se continue a perpetuar no meu clube um modelo de governação fechado em si próprio e ultrapassado.

Estes dias que passam 341

mcr, 08.09.16

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“... fogo que arde sem se ver...”

 

O Verão é mau conselheiro e a prova mais evidente disso é o conjunto de trapalhadas em que o governo se meteu. Não vale a pena falar dos três briosos Secretários de Estado que aproveitaram a boleia da GALP para ir ver a bola. Parece que não se demitem e, espantoso!, ninguém os manda dar uma volta ao bilhar grande. Vão continuar por aí, diminuídos na sua tarefa, olhados pelo público como gente que se vende por pouco, incapacitados de meter o bedelho desavergonhado nos problemas da GALP (e não só...), vistos com desconfiança por boa parte dos agentes económicos e apontados a dedo pela Direita que, desta vez tem três bombos da festa à disposição.

Mas parece que eles não percebem, o que diz muito da inteligência das criaturas e, mais ainda, da ética delas.

A Caixa Geral dos Depósitos então, é um sufoco. Um escândalo, um sinal de parvoíce daquele pobre Ministro das Finanças que, dia a dia, mostra eloquentemente a verdade do famoso “princípio de Peter”. Aquele pobre diabo era um técnico razoável e tinha, com mais uma dúzia de luminares,, fabricado uma espécie de plano financeiro para o P.S.. Depois, com os acordos da “geringonça” o projecto tantas voltas sofreu que mais parecia a túnica de S Sebastião mártir.

O homenzinho aguentou a desfeita e, deslumbrado pelo poder, seguiu em frente com a barriga recheada de sapos.

Não percebeu, não aprendeu (duvida-se que sequer aprenderá), e aí anda ele com todas as previsões a saírem-lhe furadas. Agora esta aventura da direcção da Caixa é o que é: a opinião pública, o Presidente da República e os parceiros da frente popular dão-lhe com os mimosos pés. Desconheço o que farão as personalidades imprudentemente convidadas e recusadas pelo BCE. Algumas optarão por fazer o mesmo que Leonor Beleza (que não precisava disto e que se dispunha a exercer o cargo de borla) e já avisou que não dá nada mais para o peditório.

Depois, mesmo que haja naquele banco mastodôntico e cheio de fífias, culpas de anteeriores Governos, a opinião geral virar-se-á sempre contra o actual. A CGD não é uma entidade simpática e, sobretudo, foi sempre algo de lento, perro, burocrático e tristonho. Eu que, como dezenas de milhares de aposentados da função pública, aturo a inércia da Caixa por mera preguiça descubro estupefacto que são precisos mais de cinco mil milhões para por aquele naufrágio à tona. Para já!

Claro que somos nós todos, os do costume, os que pagam impostos, os que não conseguem fugir às investidas do fisco, quem pagará esta brutalidade. Sem garantias de que, desta vez, fique tudo bem! Sem garantias de que não haverá despedimentos! Claro que vai haver! Sem garantias de que permanecerão os mesmos balcões. Claro que muitos encerrarão!

Tudo em nome do “banco público” que nunca procedeu como tal. A CGD estava no terreno tal qual os bancos privados, gorda à custa de ser o banco pagador de centenas de milhar de funcionários, gerida por criaturas escolhidas a dedo pela sua competência (veja-se Vara!!!) que deram aval a operações que se traduziram em prejuízos gigantescos e a este buraco negro que só o BE e o PC pintam alegremente de vermelho.

Deixemos, entretanto, estas miudezas e passemos aos fogos.

E comecemos pela imbecilidade maior. Alguns cavalheiros e, mormente, a rapaziada do Governo, não perceberam que a teoria do fogo posto (que obviamente existe) não justifica a teoria de que somos vítimas de uma conspiração de incendiários medonhos. Sobretudo o argumento cretino que que muitos fogos “começaram de noite”. Se essas criaturas tivessem um mínimo de testa poderiam dizer isso mas temperando a afirmação com estoutra: tais incêndios foram detectados de noite o que é um pouco diferente. O mato poderia já estar a arder brandamente mas só com a escuridão, o vento e a força crescente das chamas é que verdadeiramente se deu pelo incêndio. Como diz a epígrafe (mesmo se aplicada a outra circunstância) ele há fogo que arde sem se ver. Pelo menos quando começa.

A segunda desculpa é a de que as medidas propostas há cerca de dez anos são caras. Claro que são. Mas para quem não quer o pais ainda mais “litoralizado” é pela prevenção, é a juzante que se tem de começar, aliás, falar de custos aqui é algo de ignóbil. Mesmo poucos, os cidadãos do interior não podem constar de um deve haver burocrático que os reduz a uma enxurrada de campónios velhos, fracos, doente e feios.

Não há um cadasto sequer medíocre, dos proprietários florestais mesmo que se saiba que dezenas de milhares ou mais de um centena de milhares são desconhecidos e, porventura, como é o caso de um amigo meu que se descobriu herdeiro de umas bouças perdidas no interior profundo, ignorantes da sua parca, exígua riqueza.

O meu amigo referido, mesmo que quizesse visitar os seus domínios florestais, teria de encontrar quem o guiasse, quem reconhecesse marcos perdidos e pudesse (mesmo pagando) mostrar-lhe três pinheiros e muito mato à solta.

O cavalheiro (um ministro) que disse duas pacoviadas sobre este assunto nem percebeu que há milhares de proprietários rurais que não limpam os terrenos por as despesas serem sempre superiores ao valor das árvores que lá estão.

Todavia, a questão central permanece: sem cadastro não há solução. Ou há: confisquem-se todas as terras ardidas de que se desconhece dono e/ou responsável por medidas de prevenção. Parece que há cavalheiros que propõem esta solução deveras drástica.

Outra questão: porque é que não ardem, ou ardem raramente, as florestas propriedade das grandes empresas de papel? Será porque, ao contrario dos pequenos e médios proprietários (e muitas vezes do Estado ou das autarquias) pagam e mantém batalhões de sapadores e vigiam a todo o tempo as suas matas?

Outro ponto: há alguma política que preveja, proteja, incentive a plantação de floresta tradicional portuguesa, ou afinal só se protege o eucalipto (árvore que até se dá bem com o fogo) e o pinheiro? Ao que sei, mas posso estar mal informado, os carvalhos, os castanheiros, as faias ou os teixos ardem menos. Claro que investir nestas (e noutras) espécies tradicionais é investir a longo prazo, não dá lucro fácil, demora muito a ver as plantações crescidas.

A floresta, todos o sabem, arde. Cá ou na Califórnia, na Austrália ou na China. A floresta siberiana arde. Mas não arde com esta impetuosidade quase anual. Até há dias, metade da área ardida na União Europeia era portuguesa! Isto não espanta os tolinhos que tem responsabilidade no sector? Será que só cá é que há uma praga medonha de incendiários, a soldo sabe-se lá de quem, que tem por fito devastar o ridente campo português?

Fiquemo-nos por aqui neste descoroçoado rosário de queixas antigas. Ou melhor: faça-se uma referência à tragédia da Madeira. Ao que parece, apesar de tudo, e do Jardim, há um projecto para reflorestar as zonas invadidas por espécies exógenas e voltar à boa e vlha laurissilva e ao arvoredo indígena. Há, viu-se, uma actuação decidida e rápida para minorar a vida de quem perdeu tudo. Todavia, conviria recomendar ao senhor Presidente do Governo Regional mais cautela quando (esperemos que não se repita) houver outro incêndio. Sª Exª deverá ser menos, muito menos, assertivo. Bem sei que lhe cabia o ingrato papel de tranquilizador dos turistas que lá estam e dos que para lá irão. Foi porém imprudente quando anunciou ter a situação controlada. Foi impudente quando declarou que não precisava de auxílio exterior (parecia o seu antecessor). Precisou, obteve-o e vai precisar ainda de muita solidariedade nacional. Aos governantes não compete parlapiar tecnicamente. Isso é com quem sabe e Albuquerque não é metereologista nem bombeiro. É um político e apesar de tudo está a dissipar a imagem daquele Bokassa (cito o brilhante Jaime Gama que lapidarmente definiu o cidadão Alberto João) insular que o antecedeu.

Do mesmo modo, acho indecente, os ataques à Ministra da Administração Interna por não ter acorrido ao primeiro sinal. A ministra também não é bombeira e a sua presença no local só ia prejudicar a já dificl tarefa dos bombeiros. Dizer que a criatura foi para uma festa na hora em que estlou um incêndio é uma canalhada. À Senhora pede-se bom senso, direcção política e, já agora, que tenha a força suficinte para convencer o Governo a fazer o que há dez anos se propôs e foi esquecido. Se calhar está-se a pedir demais. Esperemos que no próximo ano de incêndios (e este inda vai no meio) alguma coisa esteja feita. Até, para quem é crente, só resta reza.

(este texto foi escrito ainda em Agosto mas o computador de Lisboa agora recusa-se a entrar no blog!  Manias de quem é velho e não vê quem o passe à reforma.)