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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

vamos deixar as demissões para o senhor 1º ministro, tá bem?

Incursões, 13.12.04
Meu caro Lemos Costa:

Parece que fomos colegas em Coimbra e que teremos mesmo compartilhado a aventura da greve de 69. Nesse tempo, V. lembra-se de certeza, todos, ou quase todos poderíamos ter cedido às injunções do ministro, aos pedidos dos nossos pais, ao receio da prisão ou ao implacável destino que África (e a guerra) representavam. Se bem se recorda nada disso sucedeu: tínhamos razão e as nossoas convicções eram superiores a quaisquer outros ponderosos argumentos. Para abreviar, chumbámos um ano mas salvamos as nossas "almas".

V. interveio numa discussão com uma posição que o honra, que é leal, limpa e correcta. Foi bom, para um jurista retirado como eu, ver que há nos quadros dos juristas no activo, quem faça prevalecer os direitos humanos sobre as pequenas (mas temíveis...) tentações justiceiras. De há muito que venho dizendo que o poder de prender só se compreende se for usado com a maior das moderações e nunca para facilitar a investigação ou para mostrar urbi et orbe a força de quem tem por missão defender os cidadãos e a sociedade. A justiça (aqui como em França ou nos Estados Unidos) nada ganha quando mostra o argumento da força em vez da força dos argumentos.

Portanto, e para abreviar: V. fará o favor de não se demitir do blogue, sob pena de, com isso, dar razão à desrazão e ao desnorte. Trava-se neste momento, na nossa infantil e estouvada democracia (sempre melhor, claro, que o país do antigamente, dos senhores polícias, dos senhores que mandavam e da cohorte dos que obedeciam..., calados e demitidos de cidadãos), uma "duvidosa batalha" de mentalidades que repete outras passadas e perdidas.

Secundo por isso, e à pressa, um pedido de ajuda que me chegou ao correio enviado por Liliana Palhinha, cuja generosidade foi ao ponto de me ensinar como é que eu conseguia "postar" este recado, que vai como saiu de dois dedos dactilográficos, a ver vamos se levo a carta a Garcia. Seu, sempre Marcelo Correia Ribeiro

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