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Incursões

Instância de Retemperação.

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O Congresso, Sócrates e os Jornalistas

JSC, 26.05.18

É natural que Sócrates  seja, ainda, notícia por razões que se prendem com o andamento do processo judicial e com a gestão que a Justiça faz do mesmo.

 

Contudo, os jornalistas não abandonam o Sócrates na política. Nos últimos dias Sócrates é tema central para os jornalistas. Os jornalistas, sem qualquer mandato, insistem em dizer queos portugueses querem saber”.

 

Mas, querem saber o quê? Segundo eles, agora queremos saber se Sócrates vai ser o “elefante no meio da sala do congresso”; queremos saber se Sócrates vai ser o ”grande tabú”, e coisas igualmente importantes para a cabeça dos jornalistas, mas que nada acrescentam ao interesse dos portugueses sobre o assunto.

 

Depois de ouvir a resposta de vários congressistas, questionados sobre a presença do “caso” Sócrates, só se pode concluir que Sócrates só é tema com interesse para os jornalistas. E quando todos responderam que “não há tabu”, que não há elefante”, que “a justiça dará a resposta”, mesmo assim, uma jornalista, no caso da RTP, conclui: o elefante está lá mesmo que muitos não o queiram ver. Ou seja, só a grande visão da jornalista vê o elefante onde todos dizem que não há elefante.

 

Sempre que ouvirmos os jornalistas, à falta de melhor argumento, dizerem “os portugueses querem saber”, só podemos concluir que eles estão a enviesar a conversa, a forçar o entrevistado a dizer o que eles querem que ele diga. E se o entrevistado não cai na esparrela, então, não têm pejo em transformar parcelas das respostas ou até das perguntas para forçarem o sentido do que disseram. E a Entidade Reguladora, qual o seu papel?

 

Os últimos Congressos do PS têm sido marcados por “casos”. Casos que aparecem aos trambolhões e, por coincidência, caiem na véspera do Congresso. O mais recente é o “caso” do Ministro Siza Vieira.

 

Compreende-se que seja noticia, que já tivesse sido noticia. O que já não me parece certo é que as noticias não digam que a tal empresa não teve nem tem qualquer actividade, não facturou. Os jornalistas tratam isto como se fosse a burla do século, negócio de milhões e com isso estão a “lavar”, a pôr no mesmo saco as fraudes, os crimes efectivos muitos dos quais passam pela Justiça e terminam com brandas condenações cobertas com o manto da “pena suspensa”.

 

Os jornalistas deveriam definir melhor os alvos. Dar relevo ao que merece ter relevo e não tratar por igual o que não é igual. Acima de tudo, os jornalistas deveriam cobrir acontecimentos, dar notícias e não quererem transmitir o que pensam dos acontecimentos, das noticias. Por sua vez, a Entidade Reguladora não pode ouvir, ler e calar como se nada se passasse.

 

Não precisamos da opinião do jornalista para formar opinião.

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