missanga a pataco 18
Ai, eu às vezes, dou razão a um jovem escritor que escreveu um livro com o título “As mulheres deviam vir com manual de instruções”. Confesso que não o li, não sei como é que ele resolve a questão, se questão há. Eu prefiro-as sem manual. Por duas razões. À uma o prazer da descoberta, enfim falo pelos outros que eu, já estou a cair da tripeça. Mas, com jeitinho... cala-te boca safada que já não tens dentes que cheguem... - Mas tenho memória. E experiência!... (Isto faz-me lembrar uma história que me contaram no encontro Literatura em Viajem em Matosinhos: parece que havia um gabiru, lisboeta, claro, que subia o Chiado, nos tempos em que o Chiado era dos verdadeiros, e murmurava, salafrário, ao ouvido das senhoras com que se cruzava: tenho vícios!). Em segundo lugar poderia alguma leitora perguntar porque é que os homens não viriam eles também com manual de instruções. Ora leitora, isso nem parece seu! Os homens não precisam de vir com manual de instruções. Isto, estas varonis carcaças, é do mais simples que há. Como se dizia: trigo limpo, farinha “Amparo”! Um manual de instruções seria uma perda de tempo, de dinheiro e uma inutilidade. E é essa a nossa vantagem. Somos de tal modo fáceis, intercambiáveis, fungíveis, que conquistámos o mundo. E convencemos as nossas mães que éramos (e se calhar somos) uns zeros à esquerda. Daí as senhoras educarem-nos daquela maneira protectora, machista que até agora tanto resultado tem dado ao homem mediterrânico. Não sabemos cozinhar! Não sabemos pontear umas meias nem deitar uns fundilhos novos a um par de calças velho! Temos uma falta de jeito notória para limpar o rabinho aos bebés. E se porventura nos prontificamos a varrer uma sala ou a lavar a louça, fazemo-lo de uma tal maneira que qualquer mulher se exaspera. Sobem-lhe os humores coléricos, dá-lhe o nervoso miudinho e, zás, tira-nos da mão a escova ou o esfregão da loiça e manda-nos para longe. E nós vamos. Para um bom sofá de preferência ver televisão, ler “A Bola” (leitura que nenhuma mulher consegue levar a cabo com um mínimo de concentração. Eu até já ouvi um marido dizer consternado “Ó rapariga olha que isto não é para ler como o Prust” – com u! E basta. Pois não pá! Elas não têm a noção da galinhola. Já sabem o que é um penalty mas nunca dominarão os mistérios do off-side!
Ah se eu tivesse tempo e disposição o que não diria mais. Mas não tenho. Nem sei. Até à próxima!
A ilustração persiste com Doisneau! A leitora Ni -que bom! mais uma leitora! gostou da fotografia anterior pelo que esta era-lhe devida. A propósito: o Doisneau está publicado em mil sítios mas também na Taschen. Deve haver na FNAC. Os íncolas do deserto (tomem lá esta ó sulistas!) terão de mandar um camelo ao Cairo pelo livrinho. E se não houver a culpa é dos magistrados que andam de mãos dadas com os autarcas no "gamanço". Força, JAB! que o ex-dirigente da linha negra do mrpp está a pedi-las!