Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

Au Bonheur des Dames 192

d'oliveira, 26.06.09

 Mistério com cerejas e computadores

Ele há dias em que o melhor é encomendarmo-nos a um santo muito milagreiro, se é que ainda os há. Ora vejam.

Estava posto em meu sossego como a famosa Inês de má memória quando subitamente o d’Oliveira surde vermelho como uma lagosta (uma lagosta suada à moda de Peniche, já agora) implorando ajuda informática. E este é o primeiro mistério da fé: como é que alguém me vem pedir ajuda neste capitulo aberrante é coisa que só um concílio poderá explicar. Mas o Oliveirinha é assim, treslê e, como uma vez o ensinei a procurar gravuras na internet, ele agora considera-me como um profeta (dos menores, reponta o desinfeliz inquieto pelo tom teológico que isto começa a levar. O d’Oliveira usa o nome ilustre de um dos nossos mais célebres expatriados que a Inquisição perseguiu com tanta perseverança como falta de êxito) da internet & similares.

Parece que o seu último diário politico aparecia todo em fundo branco e mortiço e por mais que tentasse não entrava no blog para consertar aquilo. Desformatei aquela pessegada, mcr, e agora estou à nora!

Calma no Brasil que Portugal ainda é nosso, retorqui com ilimitada confiança e babado pela fé da oliveiral figura. Aguenta aí os cavalos que eu vou ver o que se passa.

Fui ver e de facto num dos computadores do meu compadre a coisa parecia a retirada da Rússia: tudo em branco e as letrinhas para ali penduradas como alemães dizimados e mais frios (pudera!) que o Deus me livre.

Não vos vou maçar com as coisas que fiz ao raio do computador. Comecei por carícias, continuei com apalpões, entrei no murro puro e duro e acabei a insultar o Bill Gates (que não era para aqui chamado porque o computador em panne era um Mac). Nos restantes computadores da mesma gloriosa família Apple nada acontecia de semelhante.

Em desespero de causa recorri à almirante Guilhermina von Apfelstrudel que é assim que cá em casa tratamos a nossa querida “o meu olhar” (e Apfelstrudel porquê?, perguntará um ignorante. Ora  porque “ o meu olhar” é loura, olho claro e de muito boa vista. Isso basta para se brincar respeitosamente com a colega que ainda por cima já mostrou ser cozinheira de óptimas sobremesas, não é assim JCP e restante comandita gulosa?). A nossa companheira mostrou-se obviamente disposta a aturar a ignorância atrevida e o atrevimento ignorante destes dois relapsos informáticos.

Bom, será melhor não vos contar o resto da história. Ou melhor conta-se: saímos de lá com um pancadão de truques novos para aplicar: como “linkar”,como pôr uma fras no sítio das ditas cujas, como pôr música (ai que fartote que isto vai ser!…) mas sem o problema resolvido. Aliás, no computador da nossa amiga os dois desenhos do texto do Oliveira apareciam desirmanados enquanto nos nossos mac estavam impec um ao lado do outro como convinha. Mais outro mistério pouco gozoso.

Depois de horas a massacrar a nossa amável amiga e o Joaquim, outro companheiro desta pequena aventura bloguistica, retirámos convictos que teríamos de nos dirigir a instâncias superiores para corrigir aquela horrível mania do Imac do d’Oliveira.

Há minutos, telefona-me em alvoroço: mcr, já está!

Já está o quê?, rosnei irritado. Na verdade estava num mano a mano com a CG disputando uma malga de cerejas e nisso há que estar atento. A CG em vendo cerejas é pior do que a marabunta africana. Parece um tractor supersónico a aviar as frutinhas vermelhas com as duas mãos. Até suspeito que mete cerejas no nariz!…

Já não há problema com o computador.

Que é que fizeste?, perguntei entusiasmado enquanto via as cerejas sumirem-se naquele buraco negro que é a CG a dar conta delas.

Não fiz nada!

Nada?, uivei enraivecido ao ver o naufrágio das últimas cerejas.

Nada de nada, mcr. Nadinha!

Desisto, leitoras, de compreender os computadores, mesmo os mac. É ainda mais difícil do que as mulheres e Deus bem sabe, desde o longínquo Éden, quão estranhas elas podem ser. E eu sou apenas “um pobre homem” de Buarcos.

Vai esta para agradecer a paciência evangélica da Guilhermina amadora esclarecida de Vassili Kandinsky.

E vai com os “Blaue Pferde” de Franz Marc companheiro do anterior e membro de “Der Blaue Reiter” bem como companheiro das aventuras pictóricas de K. em Murnau, cidade onde passei três belos meses da minha vida. Danke sehr!

 

 

3 comentários

Comentar post