A grande Mentira de Blair & C.ª
A Inglaterra está a obrigar o Sr. Blair a ter que justificar a participação dos britânicos na invasão do Iraque. Como já é comummente aceite a invasão assentou numa monstruosa mentira. E é isso que os ingleses querem ver esclarecido. Blair lá vai insistindo nas mesmas ideias e justifica-se dizendo que foi uma decisão política do governo e parlamento.
O problema é que os inquiridores não parecem muito convencidos e Blair ainda vai ter muito que explicar, até porque já há (ex- militares mandados para o Iraque e familiares de militares mortos no Iraque) quem exija o seu julgamento por crimes de guerra.
Blair não actuou sozinho. O nosso vizinho Aznar e o Durão Barroso também estiveram nesse filme, que ficcionou a grande mentira das armas de destruição maciça que Saddam possuiria e que, diziam-nos, estava em condições de usar.
A invasão do Iraque nada trouxe de bom para o resto do mundo e causou a maior desumanidade, gerou violência inimaginável e sem fim à vista, com uma imensidão de mortos e estropiados. Milhares de jovens que foram mandados para essa guerra também acabaram por sucumbir ou regressaram com ferimentos e sequelas de que não mais se livrarão.
É por isso que me parece muito justo o inquérito a que o Sr. Blair está a responder. Até pode não dar em nada, mas pelo menos, à luz da opinião pública, Blair já está em pleno julgamento.
Se Portugal e a Espanha fossem democracias autenticas, com a carga histórica e cultural da democracia britânica, acredito que também Aznar e Durão Barroso estariam a ter que justificar iguais decisões e, submetidos ao mesmo tipo de julgamento.