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Incursões

Instância de Retemperação.

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Estes dias que passam 221

d'oliveira, 28.11.10


Solidariedade(s)

 

Sei que, no dia da campanha do Banco Alimentar, é fácil falar de solidariedade. E, já agora, conviria lembrar a ideia de um “Direito à Alimentação” que dois cidadãos lançaram para aproveitar as sobras dos restaurantes. A ideia será criar uma rede que junte todas as boas vontades e a cidadania activa para conseguir eficácia, soluções que prevejam economias de escala que tornem fácil e atraente donativos e outras colaborações.

No passado ano, noticiei (com demasiada pressa, confesso) uma iniciativa que pensei duradoura: a emissão de vales que se compravam no supermercado e que se destinavam ao Banco Alimentar. A iniciativa repete-se este ano mas dura apenas alguns dias.

Ora, desculpem o atrevimento, não acham que seria possível, mediante acordo com as grandes superfícies, manter à venda, nas caixas, esses vales? Vales de 1, 2, 5 e 10 euros que as pessoas mais ou menos anonimamente iriam comprando? Poderiam até ter um canhoto destacável que o doador guardaria para eventualmente descontar nos impostos, se fosse caso disso. Uma organização com a seriedade e a vitalidade do BA poderia gerir isso, com ou sem ajudas exteriores.

Assim, alem deste momento especial de solidariedade, poderiam os mais interessados ou, mesmo muitos mais, fazer durante o ano pequenos (ou grandes) donativos. Eu, pela parte que me toca, poderia pagar a má consciência com que compro os meus patés, os queijos, algum que outro enchido comprando ao lado uns vales que, não resolvendo o problema de fundo, pelo menos aliviariam algum necessitado. Com a vantagem que assim cada um dá o que pode, ou aquilo a que está disposto, sem um olhar inquisidor, porventura critico e mordaz.

É que a solidariedade não pode ter dia certo, pois a necessidade é de todos os dias.

A sociedade civil, suporte único e último da democracia (e da liberdade), fortalece-se com este tipo de exercícios anónimos mas agradáveis.

Se porventura algum blogger me lê, pedir-lhe-ia que replicasse esta ideia no seu espaço. É que sozinhos valemos pouco, mas juntos atingimos seguramente muita gente. Pode até acontecer que a ideia possa ser melhorada ou possa servir para outras manifestações do mesmo teor.

Malta, se não formos nós a fazer, quem é que fará?

 

* gravura pilhada ao "figueira digital" (Boa iniciativa ó conterrâneos)

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