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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

linha de rumo 1

d'oliveira, 29.04.11

 

Comentando os comentários,

restabelecendo linhas de força,

explicando o explicável


O JCP produziu um texto aí em baixo. Discordei e ele respondeu. Alguns leitores que são sempre benvindos e que são a razão da nossa intervenção, entenderam discordar de JCP. A conversa azedou-se mas anda aqui algum mal-entendido. Ora vejamos.

Eu digo ao JCP o que penso, como ele diz o que pensa. Noutro tempo, um de nós estaria preso... Mas vivemos em democracia e a democracia é isto: trocar argumentos sem recorrer aos tiros.

Acho que JCP defende mal a sua dama, mas isso é com ele e com ela (o P.S. de Sócrates, e só dele, pelos vistos).

Pessoalmente, e citando Antero de Quental, o mítico fundador do PS (de um outro PS, claro) ao referir-se a Teófilo Braga, cito: “esse senhor do ponto de vista moral é um esgoto.”

Penso exactamente isso de Sócrates tão acarinhado por JCP. Pensei o mesmo de Enver Hodja quando, em tempos difíceis, andava não muito longe de um certo maoísmo europeu. E de Stalin já agora... E dos sacripantas do oligarcas do Kremlin quando este existia. E dos miseráveis ditadores da America do Sul quando estes, como tantos outros matavam, “desapareciam” gente, roubavam crianças. E dos partidários da supremacia branca na África do sul. E do Salazar mailo o Franco que desgraçaram esta península. Fui pelo Vietnam contra a intervenção imperialista, fui contra o Vietnam quando este criava “boat people” e invadia os vizinhos. Detesto ditaduras sejam elas de esquerda, de direita do alto ou de baixo. Sou pela liberdade e por isso, penso, seria capaz de morrer. Embora prefira viver. Estou disposto, estive sempre disposto a discutir interminavelmente para fazer o meu ponto de vista ter vencimento. Pela persuasão, evidentemente.

Fui, como disse, “compagnon de route”  de um certo “marxismo-leninismo” até ao momento (1969-1970) em que percebi que a “grande revolução cultural e proletária” era uma imensa monstruosidade anti-marxista, anti-humanista, anti-socialista e anti qualquer pessoa honrada.

Isso não me impediu de, com o risco que talvez calculem, passar maoístas pela fronteira. E de passar “revisionistas” que fugiam da polícia. E de passar anti-colonialistas mesmo se nem todos fossem ou sejam hoje o que eu generosamente pensava deles.

Não puxo pelos galões mas digo de onde venho, como fui e como penso que continuo a ser. De esquerda, independente, critico, capaz de me indignar e incapaz de bater palmas a chefes e chefinhos, puta que os pariu...

A política sem discussão é irreversivelmente atraída pelo vórtice da tirania.

Este blogue, no qual empenho o meu modestíssimo nome, é democrático: aqui cabem todas as vozes e todos os comentários desde que sinceros e plausivelmente democráticos. Aqui cabe a discussão franca sem arcas encoiradas.

 Se o comentário for duro não é de espantar que a resposta use a mesma dose de violência. Eu, mesmo, ainda há dias, ripostei com violência a uma comentadora que me acusava de simpatizante do Portas!!!!  Mas espero que ela tenha compreendido que a minha violência não se dirigia a ela mas à acusação absurda e sem provas que ela disparava sem discutir um único dos meus argumentos. Quero que essa leitora aqui continue. Não para ter muitos leitores mas apenas para poder dialogar com eles.

Portanto, estou aqui, tenho o direito de estar aqui, de discutir aqui e ver as minhas opiniões aclamadas ou criticadas. Aqui!  Quem escreve, escreve para isso mesmo.

JCP tem opiniões nas quais não me revejo. Fora isso defendeu a honra e a decência da sua terra contra um miserável cacique espingardeiro e terrorista. Lutou pela liberdade dos seus concidadãos e, por extensão, pela nossa.  E é um simpatiquíssimo colega, jovial, bom garfo e um horroroso portista (um “Andrade”!). A história, citando Fidel de Casto, outra aberração política, “tem-no absolvido”! E a Naval 1º de Maio (não há nome como este!, nem terra como Buarcos, ou Paris, ou Berlin, ou Roma...), mais antiga e bem melhor do que o FCP, lá no fundo! Estou habituado à injustiça...

Aqui, nesta barca cabemos todos sem nos acotovelarmos. E cabem todos os nossos leitores que são sempre benvindos. Cabem todas as suas opiniões desde que se pautem por esta simples regra: discutir sem recorrer ao trabuco ou a acusações infundadas. Ser de Direita é tão razoável como ser de Esquerda. Ou do Centro, se há disso. Podem gostar do Sócrates (deus lhe traga a cicuta!...) ou do Coelho (tirado da cartola, etc...). Ou do Jerónimo, exímio dançarino e insuportável saudoso do “sol da terra”. Podem gostar de Portas (que não é um fascista mas apenas um conservador rançoso post-moderno) ou de Louçã que pensa que é moderno e jovem e pelas minhas contas é mais antigo que o senhor Afonso Costa. E igualmente desfasado do país, das gentes, do tempo e da circunstância presente. Ou mais... (Deus nos livre!...)

Portanto, um ponto de ordem. O blog “incursoes” (sem til dado o raio das regras internéticas) é assim, a sua tripulação é assim, gente livre num país que se quer livre e os textos só têm graça por não terem homogeneidade social, cultural e política.

Arreiem como e quando quiserem mas não se esqueçam que isto, a liberdade e a democracia, são coisas frágeis que merecem bom senso, ponderação discussão civilizada e, se possível cordial. Não somos bonzos intangíveis nem pau para toda a obra. Somos exactamente como Vocês, rimos e choramos, enternecemo-nos e indignamo-nos, vivemos e sofremos e escrevemos como pensamos.

E continuem conosco.

Um forte abraço do

mcr que, noutra vida, assina como Marcelo Correia Ribeiro que está velhote, gordo, teimoso e não resiste a virar o olhar para uma mulher bonita que passe ao seu alcance... 

 

* Buarcos!!! assoem-se lá a este guardanapo! 

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