Qual é a pressa?
Sabemos que a troika não inscreveu nas suas exigências este imposto extraordinário que dizem ser sobre o subsídio de Natal mas que, afinal, é bem mais gravoso que isso. “A medida que foi anunciada relativamente ao agravamento do IRS não se limita ao rendimento dos trabalhadores, engloba todo o rendimento que é coberto e sujeito a englobamento no IRS” disse o actual ministro das Finanças.
Ficamos a saber, no final de Junho, que no primeiro trimestre o valor do défice era de 7,7%. É sabido que o primeiro trimestre não é representativo, pelo que há que aguardar pela execução do primeiro semetre que... acabou ontem. Em quinze dias teriam informação mais actuallizada e representativa.
A 20 de Junho do corrente ano ficamos a saber que o défice público diminui quase 90 por cento nos primeiros cinco meses de 2011 relativamente a igual período do ano passado. De acordo com o relatório da execução orçamental, o saldo negativo da Administração Pública era no final de Maio de 285 milhões de euros contra 2600 milhões registados há um ano.
Com toda esta informação como se explica esta decisão, nesta altura, deste imposto extraordinário? Não seria normal que estas mentes brilhantes aguardassem e só recorressem a um imposto extraordinário depois de esgotadas todas as alternativas de consolidação orçamental pelo lado da despesa? Que, aliás, foi o que andaram a propagandear durante a campanha.
Vejo tudo a ser feito com muita pressa, sofregamente. Será que querem aproveitar a conjuntura política partidária e o período de férias para impor sacrifícios bem maiores que aqueles que estavam contidos no famoso PEC IV, que Passos Coelho se recusou a aprovar ?