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Incursões

Instância de Retemperação.

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estes dias que passam 237

d'oliveira, 06.07.11

Onze!

 

Onze! Como se fora uma equipa de futebol. Uma equipa pobre, sem suplentes. Como uma equipa de meninos, na praia, com um par de sapatos ao alto a fazer de baliza, e um risco sinuoso ao meio para limitar os meios-campos.

 

Onze!

 

As leitoras gentis e os conspícuos cavalheiros que fazem o favor de me ler, recordarão, sem dificuldade, o que aqui fui escrevendo sobre os projectos faraónicos da anterior Administração. E, já agora, desse monstro de mil cabeças irresponsáveis, que se chama Comissão de Coordenação da Região Norte, a que se devem juntar os eixos Atlânticos e tutti quanti que, vivendo num mundo irreal, falam de uma Atlântida mítica a que chamam Noroeste Peninsular. Com uma cereja no bolo: a ideia peregrina de que seria o Porto, cidade com perda crescente de habitantes e de importância, que seria a capital, o centro, o umbigo dessa nova época de oiro.

 

Vai daí, no desparrame imaginativo de dar destino ao dinheiro que não há, entenderam os apóstolos de super região que era necessário um TGV Porto-Vigo!

 

Um TGV, ouviram bem! Um super foguete a ligar as duas cidades e a derramar pelo caminho oiro incenso e mirra!

 

Contra este cenário patriótico, justo, progressista, genial, fenomenal e regional, vem, contudo, esmagar-se uma comezinha realidade. Mais que comezinha: ridícula!

 

O actual comboio que faz a ligação Porto Vigo, e vice versa, supõe-se, transporta no seu bojo lento e antigo, onze passageiros por dia. Este comboio era, aliás, o único, o único, reparem bem!, entre Tui e Porrinho, uma cidade que fica a vinte quilómetros de Vigo e que, desde há vinte, trinta anos, é uma espécie de arrabalde industrial desta. Ou seja, era a CP e não a RENFE quem garantia aos habitantes de Tui transporte ferroviário até Vigo!

 

Relata o jornal de ontem que no percurso Tui Vigo nem um revisor aparecia, sinal evidente que, para os espanhóis, o lucro era tão irrisório que nem sequer havia um funcionário disponível para cobrar os bilhetes.

 

A CP, desta feita, lá entendeu que o que é demais, é demais, e decidiu prescindir do prejuízo. Só me espanta que tão tarde tenha acordado.

 

Entretanto, vai por aí um sururu: os não passageiros e os seus legítimos representantes acham que isto é um despautério. Que é o Estado liberal a mostrar as suas hediondas fauces (escrevi fauces e não faces, que no caso seria ate só face...) Que é Terreiro do Paço a esmagar a Praça da Liberdade, o bom povo do Norte, o Norte trabalhador e proletário, o Norte virtuoso e sofredor, o Minho verde, o Douro azul, o vira e o malhão! E a dobrada, o frango de cabidela, os rojões e o pudim do abade de Priscos!

 

É o Benfica (e o Sporting, já agora) a tentar vingar-se do senhor Pinto da Costa e do “glorioso”!

 

É a pedra no caminho. É o fim do Mundo! Não há direito!    

 

*imagem roubada a um simpático blog brasileiro 

 

 

 

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