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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

Assis e Seguro (III)

José Carlos Pereira, 15.07.11

A reflexão sobre as duas candidaturas à liderança do PS focaliza-se hoje na forma como Francisco Assis e António José Seguro se propõem organizar o partido e fazer oposição ao novo Governo PSD/CDS.

Seguro diz que o PS tem de mudar muito no novo ciclo que pretende encetar, no que é um sinal de matizado distanciamento face à anterior direcção de José Sócrates. Diz apostar na mobilização das pessoas e no contributo dos militantes e simpatizantes. Promete que o PS consigo será uma oposição construtiva e positiva, não abdicando, no entanto, de um conjunto de direitos fundamentais com os quais o partido se identifica. A cultura do compromisso que quer afirmar não invalidará a ambição de construir uma alternativa política válida. Quer um partido aberto, com uma nova cultura de participação. Para isso promoverá um código de ética e apostará em reuniões partidárias descentralizadas. A promoção da igualdade levará a que haja serviço de baby-sitting nas principais reuniões partidárias! Seguro quer recuperar o gabinete de estudos – agora Laboratório de Ideias – e a Universidade de Verão. Naturalmente, a preocupação imediata centra-se na preparação das eleições regionais e das autárquicas de 2013.

Francisco Assis assume na plenitude (toda) a história do PS e enaltece a modernização alcançada nos últimos seis anos com o Governo de José Sócrates. Enfatiza, designadamente, a redução dos vários défices estruturais, a melhoria da qualidade de vida dos portugueses em variados aspectos, a importância do plano tecnológico e a requalificação da democracia e o reforço das políticas de igualdade, aproveitando para anunciar a sua oposição a qualquer revisão da despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez. Diz que a crise veio demonstrar a necessidade de mais debate e mobilização e de uma melhor comunicação. Diz que, consigo, o PS será oposição responsável.

Assis aposta na modernização e reorganização do PS numa maior proximidade dos órgãos aos militantes. Para conseguir uma maior abertura do partido à sociedade criará condições para atrair votantes e simpatizantes habituais para os processos de participação e decisão sobre a eleição para cargos externos, designadamente para as autarquias. Assis quer promover uma Convenção da Esquerda Democrática e reactivar o Gabinete de Estudos, mantendo uma grande atenção ao sindicalismo e aos movimentos sociais. Reconhece igualmente a enorme importância das próximas eleições regionais e autárquicas, comprometendo-se com metas claras.

 

(continua)