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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

o leitor (im)penitente 70

d'oliveira, 22.02.12

 

 

A imortalidade possível

 

Pois é queridas paroquianas. Hoje começa mais uma edição das “correntes d’ escritas” na Póvoa do Varzim cujo programa não forneço por, por duas vezes, mo terem mandado deteriorado. A Manuela Ribeiro e o Francisco Guedes serão óptimos em tudo mas no que toca a computadores andam na mesma divisão que eu: a terceira distrital!

 

De todo o modo, aquilo é sempre interessante pelo que uma ida à Póvoa,  para aliviar deste carnaval merdoso a que se assistiu, vale sempre a pena.

 

Este ano sou cabeça de cartaz. No exacto sentido da palavrinha. Ora observem bem a figurinha que encima estas mal alinhavadas linhas e vejam quem lá está sob as letras vermelhuscas. Nada mais nada menos do que este cronista rindo-se como um  cabinda e segurando uma revista dedicada ao Eduardo Prado Coelho. Ao lado, mas menos visível, o Francisco Belard, flor dos bons críticos da praça e um dos cavalheiros que mais sabe (sabe mesmo mais do que eu!) de coisas inúteis e excessivas como as que se relacionam com a chamada cultura.

 

De que nos riríamos nós é mistério. De algum escriba pedante? De alguma piada atirada pelo Manuel Rui, criatura vinda dos velhos tempos coimbrinhas e que não falha uma única edição do “correntes...”? De algum participante menos feliz? 

 

Nada, não me lembro. Nem interessa. O que relevo aqui é que um dos temiveis fotógrafos da organização nos pilhou a mostrar o corta palhas escancarado e, pimba!, toma lá fotografia.

 

A Manuela Ribeiro telefonou há um par de semanas a pedir-me autorização para estampar a minha carantonha no cartaz. Bem que a avisei que aquilo não era a melhor recomendação para este excelente encontro de literatos que todos os anos alvoroça a cidade poveira. Mas ela firme e impretérita insistiu. Tentei pedir-lhe uns dinheirinhos pelo uso da imagem. Riu-se perdida e vexantemente.

Vencido, mas não convencido, acabei por permitir que o meu envelhecido rosto circulasse em cartaz efémero em vez de ser, com eu mereceria, em selo do correio ou nota de banco!

Não se pode ter tudo e, desde que no longínquo ano de 1962, o meu fácies foi fotografado de frente, de lado e a três quartos pela PIDE (um dia destes mostro-vos...) para figurar numa dúzia de processos, esta é a primeira vez em que alguém me pede a minha autorização.

Por junto a Manuela oferece-me alguns exemplares. Pelo menos esses salvar-se-ão da indignidade de serem rasgados, consumidos pela maresia poveira ou por futuras chuvas para já não falar de algum biltre que resolva escrever sabe-se lá que brejeirices atrevidas sobre a minha pobre cara. 

 

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