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Incursões

Instância de Retemperação.

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José Sócrates? Guilty!

José Carlos Pereira, 30.03.12

O santo e a senha para descodificar a razão de todos os problemas de Portugal tem um nome: José Sócrates. Tudo se esgota no nome do anterior primeiro-ministro, recolhido em Paris. Na comunicação social, Sócrates nunca deixou de ter os seus "amigos" de estimação e é ver como a ausência de novidades no julgamento em curso do caso "Freeport" se transforma em sucessivas manchetes que procuram "chegar" até ao ex-líder socialista. No Palácio de Belém também mora alguém que não resistiu a acertar contas passadas, num amplificado prefácio trazido à estampa. Entre os magistrados, a culpa, seja lá do que for, é de Sócrates e dos seus correligionários - o caso da investigação prioritária à utilização de cartões de crédito e telefones pelos ex-governantes fala por si. Nos encontros partidários de PSD e CDS basta pronunciar o nome de Sócrates para encontrar a razão de todos os problemas.

Miguel Sousa Tavares já opinara que esta obsessão corre o risco de desviar a atenção dos portugueses do que verdadeiramente interessa neste momento, servindo de escudo aos actuais governantes. Agora foi Francisco Assis que veio escrever no "Público" sobre este assunto, dizendo que um "fantasma paira sobre a vida pública portuguesa - chama-se José Sócrates. A imprensa tablóide persegue-o e calunia-o, o principal partido do Governo convoca-o e difama-o, o Presidente da República ataca-o com uma ausência de subtileza imprópria das funções que exerce, um grupo de ignotos juízes desprovido do mais... elementar sentido de Estado vitupera-o e o próprio PS revela algumas dificuldades em lidar com a sua memória política recente. Esta obsessão quase patológica com a figura do anterior primeiro-ministro prejudica a qualidade do debate em curso, obnubila a compreensão dos verdadeiros problemas com que o País se defronta, diminui a lucidez dos vários intervenientes na vida pública e, não raras vezes, apouca quer intelectual, quer moralmente um conjunto de personalidades que, por razões institucionais, deveria cultivar outra perspectiva da dignidade política."

Concordo inteiramente com o deputado socialista. Além do mais, o tempo é o grande julgador e vai digerindo os descontentamentos, por muito que isso custe a uns tantos. Esta semana, o director do "Expresso", Ricardo Costa, proclamou que Sócrates jamais voltará a ganhar uma eleição em Portugal. Mas em política não há lugar para fatalidades...

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