As eleições no PS/Porto
Decorreram este fim-de-semana as eleições para as federações distritais do PS e, no Porto, o presidente da Câmara de Baião, José Luís Carneiro, derrotou por uma margem de cerca de 2.000 votos o autarca de Matosinhos, Guilherme Pinto. Uma grande vitória de Carneiro, que só não levou a melhor nas concelhias de Porto, Gaia, Santo Tirso e Paredes.
Conheço bem José Luís Carneiro e posso testemunhar as suas convicções no sentido da renovação do partido, da sua abertura à sociedade civil e ao contributo dos cidadãos sem filiação partidária. Na noite de ontem, Carneiro veio já defender causas fundamentais que têm motivado a região Norte, fez a defesa da escola pública e do Serviço Nacional de Saúde, mostrou-se empenhado na luta contra a pobreza e apelou ao Governo para avançar com um plano de emprego para a Área Metropolitana do Porto e para financiar a agenda para a empregabilidade no Vale do Sousa e Baixo Tâmega. José Luís Carneiro mostra que as suas prioridades vão de encontro aos temas que mais preocupam as pessoas neste momento e estou certo que o facto de ser oriundo do interior do distrito permitirá que o principal partido da oposição olhe de outra forma para esses municípios.
As eleições da Distrital do PS/Porto - sem líder há mais de um ano! - foram muito marcadas pelo suposta maior ou menor proximidade face à liderança de António José Seguro e ainda pelos resquícios dos alinhamentos nas anteriores eleições locais e nacionais. Assim se explica que alguns dos apoiantes de José Luís Carneiro nas eleições em que perdeu, há dois anos, a corrida à distrital para Renato Sampaio estivessem agora do lado de Guilherme Pinto, emboram todos saibam que as tricas pessoais sempre tiveram um exagerado destaque no PS/Porto.
Tive oportunidade de ouvir da boca de Guilherme Pinto algumas ideias interessantes - a necessidade de as principais instituições do Norte se unirem de modo a recuperar alguma da influência perdida e a criação de uma associação mutualista de apoio às empresas exportadoras, por exemplo - que podem ser retomadas pela liderança de José Luís Carneiro.
Ao autarca de Baião fica agora o desafio de ser capaz de constituir uma equipa forte e de reunir o contributo de personalidades que possam ajudar o PS/Porto a um ano das eleições autárquicas, nas quais se exige uma combatividade e uma mobilização extraordinárias. Nessa altura, recorde-se, o Governo PSD/CDS estará a meio do mandato e a renovação obrigatória de boa parte dos presidentes de Câmara abrirá janelas de oportunidade para a conquista de novas vitórias na Área Metropolitana do Porto e no interior do distrito.