A propósito das eleições gregas
A Grécia foi a eleições. Anunciam-nos, agora, que se abriu uma “nova era” para a Grécia. É verdade que ganharam os do costume. Contudo, os analistas vêm nisso o começo de uma “nova era”. Os mesmos analistas (são outras as figuras mas o mesmo pensamento) dizem que os mercados ficaram mais tranquilos depois de conhecidos os vencedores na Grécia. Outros anunciam, ainda, que diminuiu o pessimismo dos investidores, razão para que o mercado, afiançam, abra uma janela de credibilidade para a Grécia.
É uma pena que estes analistas não consigam ver que o “mercado” de que falam não existe. Tal como não existem os “investidores” que, segundo eles, andavam amedrontados com o resultado das eleições gregas. Tal como não existirá nenhuma “nova era” para a Grécia.
O que verdadeiramente existe são os ESPECULADORES, que continuarão a fazer o seu caminho, a enriquecer à custa do empobrecimento generalizado dos países que atacam. Pior, continuarão a condicionar cada vez mais as escolhas eleitorais, a nomear governos, a impor programas a governos, que passam a administrar o país seguindo uma lista de tarefas, periodicamente controlada por supervisores externos.
Entretanto, os tais analistas lá continuarão a fingir que não sabem, a cumprir o seu papel de moldadores de opinião, a facilitar a vida aos especuladores (nacionais e estrangeiros), que, muitas vezes, até apresentam como benfeitores porque concedem “ajuda” financeira.
Na verdade, uma “ajuda” estranha uma vez que gera sempre lucros fabulosos a quem a concede, com a agravante de serem pagos por quem nada ou pouco beneficiou com as causas que forçaram a tal “ajuda”.