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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

estes dias que passam 285

d'oliveira, 25.09.12

 

Uma boa notícia?

Uma excelente notícia!

 

Finalmente, e graças à sociedade civil, no caso o Automóvel Clube de Portugal, de que sou sócio há muitos anos (tantos que nem me lembro...) dois ex- Ministros e um ex-Secretário de Estado estão a ser alvo de buscas domiciliárias ordenadas pelo Ministério Público.

É pouco? Sabe a pouco? Claro que é pouco, mas é um princípio.

Nem se percebe como é que, numa empresa, um gerente pode ser acusado de gestão danosa e no "Estado" (a que isto chegou...) a um ministro ou um outro responsável nada sucede. 

E, no caso em apreço, as "obras públicas", mormente as estradas, são apontados por todos como um imenso escândalo que, no caso de algumas PPP, foram mesmo, segundo uma auditoria independente, de um vergonhoso descaramento.

O compadrio desenfreado, a maneira como ministros  saem dos seus cargos e são empregados por empresas que, em muitos casos, dependeram ou tinham ligações aos ministérios que eles governaram, são conhecidos, gritantemente conhecidos, mas pelos vistos ninguém se comovia.

Deputados que, enquanto parlapeiam no Parlamento, estão na folha de pagamento de "Câmaras amigas" como assessores com tarefas que todos desconhecem sem se conseguir encontrar um traço escrito dos seus hipotéticos pareceres, dos seus "estudos" constando apenas para privadíssimo conhecimento a folha de pagamento. 

Os favores, a miopia das inspecções, no que toca a parentes, próximos ou nem tanto, que conseguem a satisfação mesmo fora de tempo  (como se escreveu e não foi sequer desmentido!...) de reivindicações salariais sem sentido nem base jurídica andam nas bocas do mundo. Verdadeiras ou falsas, infamam quem é beneficiário e quem, miséria das misérias!, nem se lembra que mesmo com razão, conviria não deixar que a suspeição alastre entre adversários políticos e conhecidos.

Há algo podre no reino da Dinamarca, mas aqui não há um poeta genial para daí tirar mais do que um folhetim de quarta categoria.

A democracia e a liberdade afogam-se neste mar da palha de uma política vil, de uma arrogância descarada frente aos paisanos que somos, aos votantes que nos sentimos ludibriados, ao povo que não vê senão a salvação num messiânico vulto saído do pior sono da razão, de um pesadelo que já ocorreu em 1926 e que, tudo o indica, cresce imparavelmente no meio do escândalo e da desvergonha.  

E da corrupção...

 

 

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