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Incursões

Instância de Retemperação.

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o gato que pesca 2

d'oliveira, 04.12.07
Agora nós ou
também queremos cumprimentar o dr. José António Barreiros

Olá a todos. “O gato que pesca” volta a estas páginas pela mão do nosso secretário mcr. Como sabem os gatos não escrevem. Não por ignorância mas apenas porque não precisam. Os gatos têm memória e por isso não precisam de reduzir a escrito as suas recordações. Somos ágrafos como certos povos africanos porque temos os nossos próprios “griots”. De resto não fabricamos papel, canetas ou computadores pela simples razão de que não precisamos deles. Os humanos produzem-nos e nós utilizamo-los se acharmos necessário.
Mas reparo agora que ainda não nos apresentámos. Como é sabido o nosso antecessor, paz à sua alma lutadora, morreu devido a uma doença fulminante. Causando um grande desgosto nos nossos hospedeiros. O mcr ainda o levou ao veterinário mas já nada se podia fazer. Eu estava lá muito quieta ao pé de um caixote metálico. A veterinária disse-lhe que eu já tinha mais de dois meses e que precisava de uma casa. No dia seguinte uma CG chorosa foi visitar-me e adoptou-me. Depois, mas isso é outra história, arranjaram-me uma parceira para brincar e viemos as duas para esta casa.
Hoje sou eu quem dita a crónica e a assina. Chamo-me Kiki de Montparnasse (Correia Ribeiro). O mcr diz que essa Kiki deu muito que falar durante os loucos anos vinte, foi modelo e musa de tudo quanto era surrealista, cubista, dadaísta sei lá o que mais. E escreveu um livro. Prefaciado pelo Hemingway, se fazem favor! Está publicado pela “José Corti” a editora que funciona na rua de Medicis mesmo em frente ao Luxemburgo. O mcr jura que ainda há de viver nessa rua!!! É bom que se apresse porque não vai para novo.
A minha partner chama-se Ingrid Bergman de Andrade e ditará a próxima crónica. Previno-vos já que ela é loira... e muito nova. Deve ter mês e meio o que explicará algumas confusões.
Todavia hoje, as duas queremos mandar um abraço ao dr. José António Barreiros brilhantemente eleito para o Conselho Superior da Ordem dos Advogados. Às vezes os humanos, juristas incluídos, têm um ataque de bom senso.
O mesmo bom senso que faltou à direcção do “Público” que ontem se esbarrondou com aquela notícia da vitória do Chavez na Venezuela. As desculpas ainda foram piores do que a notícia apressada e em cima do joelho. Aqueles inocentinhos da direcção editorial vieram dizer que todas as sondagens davam vantagem ao golpe de Estado constitucional (?) o que é esquisito porque o nosso hospedeiro ouviu noticiários da TV5, da TVE, da RAI 1 e da CNN que diziam exactamente o contrario...
O mesmo bom senso que volta a faltar aos dos Ministério dos Negócios Estrangeiros que insistem em esquecer que a política sem ética pode ser “real” mas é boçal. Um deles (nem vale a pena citar-lhe o nome porque aquela gente é toda fungível) até acha o Mugabe um tipo detestável mas... E neste mas vai um rio de indigência política e ética. Isto para não falar na pobre ideia que têm da grandiosidade da conferência... em Portugal esperam-se sempre novos milagres de Ourique de todo e qualquer evento. Foi assim que alugaram barcos para acolher visitantes numa Exposição em Lisboa que foi um fracasso de público. Como o foi o Porto capital cultural, os estádios que estão ás moscas mas que todos (gatas incluídas) pagámos etc, etc...
Neste capítulo de pagamentos o Porto leva a palma. Fez-se um edifício transparente que nunca ninguém soube para que servia. Ao fim de anos sem uso, concessionaram aquilo a meia dúzia de lojas e empresas de “eventos” tudo muito pobrete, muito tristonho com uma transparência que rima com indecência e pouca paciência para ver o que se faz dos dinheiros públicos.
Quando os humanos são cegos precisam de uma gatinha para os fazer ver.

na gravura: a Rue du chat qui pêche em Paris (5).

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