“Não martelem os dados” para atacar o Estado Social
Santana Castilho é um reconhecido especialista na área da educação, cujo prestígio está acima de qualquer suspeita, com tribuna assente no Público.
Há dois, três anos, quando Passos Coelho começava a fazer o caminho que o confrontou com a opção “ou há eleições do país ou há eleições no PSD”, por essa altura, Santana Castilho parecia aproximar-se dessa ala de pensamento, a ponto de aparecer na comunicação social uma colagem do PSD ao pensamento de Santana Castilho (e vice-versa).
Chegado Passos Coelho ao poder, depressa Santana Castilho descobriu com que gente se tinha metido e mais depressa ainda se afastou das políticas delineadas para a educação pelo governo PSD/PP-CDS.
No artigo publicado no Público, sob o sugestivo título “Não martelem os dados”, Santana Castilho desmonta, de algum modo, a estratégia que o governo está a utilizar para desmantelar o sistema de ensino público. O Governo não teve pejo em utilizar uma instituição prestigiada como o Tribunal de Contas, com o objetivo de poder apresentar números não validados, falsos, mas que a comunicação propala segundo a visão dos promotores e que articulistas, tipo JMF, fazem eco e replicam numa visão ultra liberal, de autentica obstinação contra o ensino público, de defesa dos muitos interesses instalados no ensino privado pago com dinheiros públicos.
O recente artigo de Santana Castilho bem merecia ser lido, debatido e ser objeto de reflexão por todos os agentes do ensino público e pelas associações de pais. O Governo vai deitar mão de todos os instrumentos para desmantelar a educação pública. Para a reduzir a um sistema que apenas sirva os pobres e os novos pobres.