Estudos pouco académicos
Algumas autarquias socialistas do Tâmega reagiram, pela voz de José Luís Carneiro, presidente da Câmara de Baião e da Federação Distrital do Porto do PS, face aos resultados de um estudo da Universidade da Beira Interior que colocava vários municípios da região entre os que apresentavam piores resultados no Indicador Concelhio de Desenvolvimento Económico e Social de Portugal. Segundo aquele autarca socialista, tal estudo baseou-se em dados desactualizados e também em dados sem confirmação, exemplificando mesmo com o caso do seu município em vertentes como as unidades turísticas existentes e os investimentos realizados na área ambiental.
O estudo da Universidade da Beira Interior veio a público na semana passada e colocava nove concelhos do Tâmega e Sousa entre os trinta piores classificados. Segundo José Luís Carneiro, as autarquias de Baião, Amarante e Lousada admitem mesmo avançar para outras instâncias caso a Universidade não se retrate publicamente.
Lamenta-se, de facto, que estes estudos académicos, que depois saltam naturalmente do âmbito universitário para as páginas dos jornais, com as consequentes ilacções públicas, não se rodeiem dos cuidados essenciais para que a realidade escrutinada não seja posta em causa. Os pressupostos de um estudo desta natureza devem graduar o impacto causado pela dimensão, características e localização dos diferentes municípios, como é evidente.
Ao verificar que Marvão e Constância são os 6º e 7º melhor classificados no índice e que Vimioso vem logo a seguir ao top ten, no 11º lugar, fica-se com a convicção de que os factores de ponderação usados para a construção deste índice deixam muito a desejar. Mas o que interessa é ocupar umas páginas de jornais...