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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

au Bonheur des Dames 340

d'oliveira, 26.01.13

Mais vale tarde do que nunca


Finalmente, com um largo mês de atrazo, aconteceu o jantar de inverno do Incursões. Razões várias levaram a que só hoje (ontem) se procedesse ao repasto. A senhora Merkel tinha deixado entender que não lhe parecia curial que os portugueses levassem a cabo jantaradas festivas, a troika replicou que o jantar era supérfluo e o actual governo que nos desgoverna acentuou a nota  sugerindo que se possível nos abstivéssemos de comer.

A troupe incursionista regougou tremendas imprecações, prometeu luta contínua às injunções anti populares e ameaçou um assentamento de rancho (que espera-se será o contrario de levantamento do dito). Numa palavra resolveu entrar em desobediência civil e jantar como Deus manda. Só que nestas esforçadas discussões se passou portuguesmente um inteiro mês!

De todo o modo a patriótica campanha anti fmi & comparsas continuou no jantar comemorativo a que já se fez referência. Mesmo se, como os tempos aconselham, se tenha escolhido um local menos pomposo e o camarada JCP se tenha abstido de brandir um dos seus famosos e gigantescos charutos cubanos. Também é verdade que chovia que Deus a dava e os charutos, sobretudo os da pátria castrista, dão-se mal com a água.

Um dos elementos do grupo levou a sua contrita fé nos sacrifícios e na austeridade que todos nós pecadores, filhos de Eva, devemos suportar, ao ponto de, em vez de comida, se ter contentado com essa tradução do francês e em calão do desinteressante croque monsieur que por aqui corre com o nome de francesinha. O tempora o mores!

Os restantes membros da comandita mandaram às malvas o dr. Gaspar e os seus diktats e avançaram sobre belas postas de bacalhau. Como se vê, o patriotismo não é visita assídua do blog. E chamaram vários nomes ao senhor Relvas, ao senhor Coelho e a mais um par de criaturas do mesmo triste teor e espessura. Ainda não é a revolução mas ouviu-se um sussurro sobre bombas, petróleo e vagas propostas sobre a urgente criação de uma carbonária. A ver vamos. Pela parte que me toca ainda penso que estas criaturas poderiam ser eliminadas a DDT em dose forte. Fortíssima, se necessário. Ou a Sheltox que era uma coisa horrenda que cheirava mal que se fartava. Aos vaporizadores, cidadãos!

Jantou-se, portanto. Com menos pompa e circunstância que das outras vezes. Valha a verdade que, desta vez, a polícia não me multou como no ano passado. É verdade que chovia e a PSP (ou a Municipal) deve achar que não é feita para arrostar com as inclemências atmosféricas. Coitados, têm de se poupar. E, depois, não devem gostar de água pelo menos na sua forma líquida porquanto na sólida e com dois dedos de whisky é um ar que lhe deu. Deixemos, porém, de lado, as bizarrias das forças de segurança e vamos ao que interessa. Austeridade nem a feijões. Nós tentaremos continuar a almoçar e jantar, queremos um pequeno almoço digno e não desdenhamos um lanche. De resto, como é que se reanima o comércio, a circulação da moeda, o investimento se não tentarmos revigorar o debilitado consumo interno?

De resto, e para não variar, discutiu-se forte e feio. Estamos, como sempre, de acordo no desacordo. Mesmo quando, eventualmente, se está de acordo (como no caso da camarilha que desgoverna) há pontos pouco consensuais. Não vou referir os adjectivos com que as criaturas foram mimoseadas mas sempre revelo que enquanto uns detestam outros desprezam. Eu faço parte desses últimos. Acho aquela gentinha horrenda feia má e ignorante. Haverá um par de excepções mas mesmo essas já estão poluídas pelos miasmas exalados pelos restantes. A título meramente pessoal, descreio muito dessa turva alternativa que agora pergunta por aí qual é a pressa. A pressa, senhor Seguro, é esta: convém arranjar para o lugar que ocupa, alguém que saiba o que dizer, como dizer e na altuira certa. Os portugueses podem ter merecido algum castigo (este governo por exemplo). Mas não merecem um clone de Coelho (tirado da cartola ...etc) como é abundantemente o seu caso. “Ejusdem farinae”!, se é que me percebe, coisa de que duvido muito.

Quanto ao actual cavalheiro que divaga por aí convencido de que é um estadista começo a achar verdadeira uma frase antiquíssima: coelho só à caçador. E apenas se não houver lebre, galinha, porco ou outro comestível menos sensaborão.

Falava de jantar e tropecei na política. Referi esta e voltei à comida. O problema é que, pelo andar na carruagem, há os que comem (os que comem tudo) e os outros. E, cada vez mais, há mais outros. E isso é que me traz a mostarda ao nariz. De todo o modo, a mostarda esconde o cheiro da flatulência iníqua com que nos pretendem convencer que estão a trabalhar por nós. Não estão. Não estão. Nem sabem. E não sabem que nem sabem. É o mal dos cursos por equivalência, da frequência de umas coisas a que chamam universidades privadas, da política aprendida nas jotas, do compadrio partidario  e outros medonhos disparates modernos. 

E a culpa nossa é aturá-los, votá-los e permitir que andem por aí sem serem enxotados. Como moscas, mosquitos e outras bichezas de mau ver ew pior fazer. Sheltox nessa praga. 

E mais não digo que a ocasião era de festa. 

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