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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

Muito mais que umas eleições autárquicas

JSC, 18.09.13

 

Começou a campanha eleitoral para as autarquias locais. A pré-campanha foi preparada pelos partidos do governo com muito cuidado. A própria remodelação governamental obedeceu a esse preceito. Idem, para o atraso na elaboração do Orçamento do Estado para o próximo ano. Pelo caminho, apareceram novos figurantes para entreter com briefings e coisas afins, com maduros e rosalinos a fazerem de tropa de choque da troika governativa – Coelho, Portas & Cavaco. A própria libertação de Marco António do exercício de funções governativas, para se dedicar a tempo inteiro à campanha eleitoral, mostra a importância que Passos Coelho deu ao que ele anunciou “que se lixem as eleições”. Marco António é a pessoa certa para falar, falar, falar, para as rádios e Tvs, para fingir de vitima, para desculpabilizar o líder. Depois, só tem de esperar que RDPs, TSFs e TVs cumpram o seu papel de replicadores.

Mas a preparação da campanha eleitoral pelos partidos do Governo foi bem mais abrangente. Na pré-campanha até Durão Barroso apareceu com aquele discurso em que apresentou o caso de Portugal como bom exemplo da austeridade. As rádios e as Tvs lá passaram e repassaram a ideia e quase nos convenceram que somos mesmo um caso de sucesso.

O que não se esperava é que o Presidente da República também acabasse por entrar, mesmo em cima do início da campanha eleitoral. Mas entrou. Outrora, Cavaco Silva entendia que não havia mais lugar para novos sacrifícios. Agora, quando os sacrifícios se multiplicaram por N e todos os planos do governo falharam, Cavaco foi visitar os jovens "empreendedores que não se resignam". Em boa verdade, Cavaco Silva nunca abandona os seus. Os portugueses é que estão abandonados à sua sorte, abandonados pelo Governo, que olha para nós com a única preocupação de sacar dinheiro (legal ou ilegalmente); abandonados pelo Presidente que inventa realidades e faz apelos ao bom senso, quando deveria ser ele a usar o bom senso. Será neste quadro que os portugueses vão eleger os autarcas. Nunca numas eleições locais se justificou tanto que o voto de cada um seja decidido mais pelo que se passa no país e bem menos pelo que pode acontecer localmente.