Resido na zona da Asprela, perto de um dos principais pólos da Universidade do Porto, e sou por isso um observador atento dos projectos previstos para aquela área. A chegada do metro ao Hospital de S. João, um dos extremos da linha amarela, estava prevista para meados deste ano e tem estado envolvida em polémica, primeiro devido a uma providência cautelar do Instituto Politécnico do Porto e agora por causa de uma outra providência cautelar accionada pela Faculdade de Medicina. Alegadamente, a Empresa do Metro do Porto decidiu invadir terrenos dessas instituições sem acautelar os formalismos legais necessários, o que provocará por certo atrasos na execução da obra.
Para além da incerteza que parece existir sobre a solução a adoptar na zona frontal à entrada do Hospital de S. João, uma vez que a circulação do metro não pode colidir com o acesso às urgências e deve articular-se com o trânsito automóvel da Estrada da Circunvalação e das ruas envolventes, estamos perante mais um exemplo de promotores de uma obra pública que adoptam o princípio do “quero, posso e mando” no seu relacionamento com terceiros. Se isto se passa em relação a outros organismos do Estado, como terão sido tratados os particulares que foram alvo de expropriações?
Constata-se, por outro lado, que a “intelligentzia” da cidade, que anda preocupadíssima a discutir se o metro deve ou não circular na Avenida da Boavista, não dá qualquer atenção a um traçado que serve “apenas” um pólo académico, científico e hospitalar que movimenta diariamente dezenas de milhares de pessoas, ainda por cima situado numa das principais entradas da cidade.
Não, não estou a falar da ameaça de penhoras feitas pelo Ministro Felix às instituições do futebol por causa do alegado incumprimento das obrigações fiscais por parte de alguns clubes. Isso acabará por se resolver, de forma mais ou menos clara ou de forma mais ou menos obscura. O que causa apreensão é o ritmo elevado com que, no âmbito do "Apito Dourado", vão "caindo" árbitros atrás de árbitros. A questão que coloco é a seguinte: será que, com tal ritmo, haverá árbitros em condições de poderem apitar até ao fim dos campeonatos? Palpita-me que vai ser necessário arregimentar pessoal no estrangeiro para assegurar a realização dos jogos...
Nunca gostei muito de direito de família e passei a gostar ainda menos quando comecei a ser "cliente" do Tribunal de Família. Hoje tive de lá ir, como "cliente", para dar forma legal à situação de facto da regulação do poder paternal dos meus filhos. Uma forma desagradável de começar o dia, sobretudo quando não se dormiu.
Bem, para sermos totalmente claros, eu não fujo à regra do que é hábito entre juristas: de cada vez que temos que ir ao tribunal, despidos da veste de profissionais do sector, ainda que como simples testemunhas, não nos sentimos muito à vontade.
Valeu o facto de ter encontrado, logo que cheguei, um magistrado atento ao que vamos aqui escrevendo...
O que era verdadade ao princípio da noite, tornou-se mentira já a madrugada ia alta. Como não conseguia dormir e estava cansado de dar voltas e voltas na cama e já não tinha mais nada para ler, decidi levantar-me e ir ver televisão. Na SIC Notícias passava uma reposição do duelo entre Sócrates e Santana. Não apanhei a parte inicial que, pelo que li agora, foi a mais "brejeira". Mas do que vi - e com o espírito crítico de quem já foi jornalista de política - acho que Santana esteve melhor do Sócrates. Mas não ao ponto de inverter a tendência que dá vantagem ao PS.
Santana Lopes supreendeu-me pela boa preparação e pelo conhecimento dos problemas. Talvez tenha aprendido tarde de mais, mas aprendeu. E talvez não tenha aprendido mais cedo porque - recorde-se - teve o azar de ser primeiro-ministro sem nunca ter sido líder da oposição, onde muitas coisas se aprendem.
Não gostei de Sócrates. Esperava mais. Senti que vagueava sobre os assuntos e que muito do que dizia tinha sido colado a cuspo.
Também não gostei do formato do debate. Talvez seja mais eficaz para transmitir mensagens, mas não me apreceu que qualquer dos entrvistados tivesse muitas mensagens importantes para passar. O estilo de debate tradicional tem mais vivacidade.
Dito isto, confirmo que o que vi não bastou para que deixasse de ser um potencial abstencionista.
"Quem sente que perde (não estou a dizer que perde) investe nos telefonemas para estas falsas sondagens cujo único objectivo é a cadeia televisiva que os patrocina ganhar dinheiro. O estado de necessidade aguça o engenho".In: Abrupto
Apesar de ter recebido uma mensagem sms do PSD a recordar-me o debate entre Santana e Sócrates, resisti. Não vi. Pelos vistos, não perdi nada de especial...
Nenhum filósofo tributou tanto culto à Amizade como Epicuro. Preparou, inclusivamente, os seus discípulos para viverem em comunidade de amigos. Nos seus escritos líricos afirma: “Através do mundo vão bailando suas danças os coros da amizade, que a todos convida a levantar e a proclamá-la três vezes bem-aventurada.”
Em nome de Epicuro, levanto a minha taça para saudar a Amizade e desejar à comunidade incursionista e a todos os bloguistas as melhores felicidades e que se empenhem em contribuir para que os valores da amizade orientem as relações sociais, económicas e políticas nesta Comunidade Global a que pertencemos.
Este livro não poderia ter sido feito sem o empenhamento e dedicação do primeiro-ministro demissionário, Pedro Santana Lopes. Onde alguns poderão ver uma crítica à sua actuação política, esta colectânea de desenhos constitui, antes de mais, uma homenagem ao político que, no curtíssimo espaço de quatro meses, conseguiu produzir mais "episódios" do que qualquer outro primeiro-ministro ao longo de uma legislatura completa de quatro anos.
Os "episódios" sucederam-se a um ritmo tal que nos foi difícil acompanhar a sua produção, que atingiu mesmo contornos de uma concorrência desleal e que, a terminar a 20 de Fevereiro, irá deixar um vazio difícil de preencher e inconsoláveis todos os hunoristas deste País.
António e Cid
Esta é a transcrição do texto da folha de rosto do livro de cartoons de António e Cid, com o título O FENÓMENO, dedicado ao nosso primeiro-ministro, editado pela Assírio e Alvim.