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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

Até já, companheiros

Incursões, 02.03.05
Hoje sinto frio. Um frio que começa nos pés e que sobe. Mesmo assim, recuso-me a ligar o aquecimento, coisa que dispenso sempre, seja em casa seja no carro. No carro, aliás, o ar condicionado já está avariado há uns tempos e nem sequer me lembro de o mandar arranjar.

Provavelmente, a partir de amanhã vou arrepender-me de não providenciar o ar condicionado do carro. Vou atravessar Espanha pelos sítios mais frios de Espanha, de uma Espanha que, tanto quanto leio nas notícias, está gelada. Paciência! Mesmo quando sei que já não tenho o "sangue-na-guelra" de outros tempos, dos tempos em que desafiava a estrava, o frio, a neve e as noites escuras dos Pirinéus.

Tal como Rui do Carmo, gosto de estradas e de áreas de serviço. Procurarei nas áreas de serviço o calor que poderá faltar-me na longa caminhada. E, além disso, vou ter o tempo demasiado ocupado para ter tempo de sentir frio, tenho uma empreitada pela frente, uma empreitada que terei de cumprir o mais rapidamente possível. E o melhor possível.

Hoje sinto frio. Muito frio. Como só senti um dia em Paris e outro dia em Estrasburgo.

(Mesmo assim, eu, que sou avesso a coisas manuais, consegui ligar pela primeira vez o alarme de minha casa. Mas tive que ler, ler o manual de instruções, uma vez e outra vez...)

Daqui a uns dias eu volto. Devo voltar. Até lá, divirtam-se. Se eu apanhar um computador a jeito, talvez envie um olá...

(Ah! Espero que Rui do Carmo seja muito bem sucedido nas suas novas funções de jornalista especializado)

ARTADENTRO

ex Kamikaze, 01.03.05

Fernando Pinheiro
Parc de la Courneuve St. Denis, Paris 1993

A ARTADENTRO, uma Galeria de Arte Contemporânea, em Faro, Vila Adentro, tem vindo a desenvolver, desde a sua inauguração há pouco mais de um ano, um ininterrupto trabalho de divulgação de artistas plásticos contemporâneos, maioritariamente portugueses.
A Ana André e o Vasco Vidigal recusam determinar-se, na "gestão" da ARTADENTRO, por objectivos mercantilistas. Mais difícil se torna assim a aposta destes dois artistas plásticos, para mais numa região onde - apesar de haver população universitária - para além de uns poucos autóctones e outros tantos residentes estrangeiros, as gentes são pouco dadas a apelos culturais.
Já vi na ARTADENTRO exposições de que gostei bastante. E sei que uma das (ou a) que teve mais sucesso comercial foi, precisamente, a individual da minha prima Ana André.
Acresce que, nas inaugurações (e não só) o Vasco, a Ana e mais o mano Lino são exímios a receber e os cocktails são um requinte de cores e sabores :)
Ana e Vasco, embora nem sempre compreenda as vossas opções estéticas, admiro a vossa coragem e tenacidade e daqui mando uma forcinha, com a divulgação das próximas actividades.

"O Atelier"
Fernando Pinheiro, Tó Viegas e Viviane
De 5 a 12 de Março de 2005
Inauguração: sábado, 5 de Março de 2005 às 18h

A ARTADENTRO vai estrear um novo formato expositivo - uma evento de curta duração (uma semana) - cujo ponto alto ocorrerá durante a inauguração, com aquilo a que Fernando Pinheiro chama um "espectáculo multimédia". Trata-se de uma intervenção plástica e uma performance musical.
Neste evento, uma "experiência laboratorial" - tendo em vista o desenvolvimento da parceria com Tó Viegas e Viviane iniciada por ocasião duma exposição realizada na Galeria Restauração em Olhão em 2004 -
Fernando Pinheiro explora a ideia de atelier como espaço de trabalho, ocupado frequentemente por uma grande quantidade de objectos heterogéneos, onde as experiências passadas e presentes se vão materializando inexplicavelmente em obra plástica.
Sobre Fernando Pinheiro ler
este texto do celebrado Costa Pinheiro.
Seguidamente, a ARTADENTRO apresentará pela primeira vez no Algarve, uma exposição da obra de Ana Isabel Miranda Rodrigues.

ARTADENTRO : Rua Rasquinho, Faro, Vila Adentro
(logo na 1ª rua à esquerda depois de passar o Arco da Vila, que do jardim Joaquim Bívar, junto à ria, dá acesso à Sé)
De 3ª a Sáb. das 15h às 20h. (encerra Dom. e 2ª)

Supremo Tribunal de Justiça elege 35º presidente - Entrevista ao candidato Nunes da Cruz

Incursões, 01.03.05
No Correio da Manhã de 1-3-2005:

Não ignoro o diz-se, diz-se

Nunes da Cruz, candidato à presidência do Supremo, pretende acabar a obra interrompida com a morte de Aragão Seia. Diz que foi uma decisão de última hora, mas nem por isso parte derrotado. Quanto às suspeitas de favorecimento, recorda que é o Conselho Superior da Magistratura que gere o processo de promoção.

Correio da Manhã – Por que razão se candidata?

Nunes da Cruz – Foi uma decisão de última hora. Nunca fez parte da minha ambição pessoal poder ser presidente. A candidatura surgiu repentinamente, sobretudo, porque uma parte dos juízes-conselheiros me pediu insistentemente tal disponibilidade.

O facto de se jubilar dentro de ano e meio é negativo?

– Não me parece que seja, por duas razões. Por um lado, a idade limite para o exercício da magistratura tem determinado que muitos mandatos, ao longo do passado recente, sejam inferiores ao tempo previsto; por outro, o horizonte temporal que me resta repõe, sensivelmente, o tempo de que dispunha o conselheiro Aragão Seia. Além disso, creio que poderei fazer uma transição tranquila para outros projectos que venham a seguir.

Tem hipótese de ganhar?

– Não perco de vista que a vida se faz com vitórias e derrotas. Porém, apresentar-me como candidato implica acreditar numa votação maioritariamente favorável.

Vai ser uma luta renhida?

– Sim, se estivermos a falar da luta pelos apoios traduzidos em votos. Quanto ao resto, não luto contra o outro candidato, que é meu ilustre colega e que muito prezo.

Há quem diga que Noronha do Nascimento terá ajudado a colocar alguns conselheiros no Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e que terá esses votos garantidos.

– Não ignoro o diz-se, diz-se, mas é preciso que se saiba que a classificação dos juízes é feita e assumida pelo Conselho Superior da Magistratura.

O presidente do STJ é uma figura meramente protocolar?

– Nada disso. O presidente do STJ tem uma agenda de actos públicos que inclui uma intervenção pública intensa. E não só – o espaço de contactos privilegiados com os restantes órgãos de soberania também é muito amplo.

Onde reside a sua força? Na presidência do Conselho Superior da Magistratura?

– Naturalmente, o cargo de presidente do Conselho Superior da Magistratura tem importância e, embora exercido por inerência legal, é assumido plenamente. Mas a influência do presidente do STJ faz-se no quadro da agenda que já referi. Basta recordar que foi o Conselheiro Aragão Seia que logrou incluir a Justiça nas prioridades do poder político.

Esclarecimento: O outro candidato à presidência do Supremo Tribunal de Justiça, Noronha do Nascimento, não se mostrou disponível para ser entrevistado.
Sobre o mesmo tema, ainda no CM:

  • Segunda-feira, 28 Fevereiro 2005 - Denúncia de favorecimento mina processo de votação
    Os juízes no topo da carreira serão chamados na próxima quinta-feira a votar naquele que, entre todos, consideram ter melhores qualidades para administrar o Supremo Tribunal de Justiça e representar o poder judicial. Dos dois candidatos assumidos – Nunes da Cruz e Noronha do Nascimento – há um que está a ser acusado de favorecimento.
  • Domingo, 27 Fevereiro 2005 - Corrida a dois para o Supremo
    A campanha eleitoral faz-se nos bastidores e o voto conquista-se no dia-a-dia numa operação mista de poder, conhecimentos e charme. O universo eleitoral é reduzido e todos os votantes são potenciais candidatos. Assim se elege o presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), a quarta figura da hierarquia do Estado e o mais alto representante da Magistratura portuguesa.
  • Domingo, 27 Fevereiro 2005 - Há um bairrismo do Porto que já produziu resultados
    Fisher Sá Nogueira, juiz Conselheiro jubilado, considera que os dois candidatos têm potencialidade para assumir o cargo. Recorda, porém, que há factores que influenciam o voto.

Créditos bem parados

José Carlos Pereira, 01.03.05
Espero que as autoridades competentes – fiscais e reguladoras, nomeadamente – estejam atentas a esta notícia do “Público” de hoje sobre a forma como Carlos Cruz diz ter negociado os seus créditos sobre a TVI em 1998.
Cedência dos créditos a uma empresa do grupo Lusomundo e pagamento efectuado por parte de uma empresa norte-americana? Há alguém que nos explique?

SEMINARIO SOBRE DERECHOS HUMANOS DE LOS PRISIONEROS

mochoatento, 01.03.05
CIUDAD DEL VATICANO, 1 MAR 2005 (VIS).-Se ha inaugurado esta mañana en la sede del Pontificio Consejo "Justicia y Paz" un seminario sobre los derechos humanos de los prisioneros, organizado por ese dicasterio junto con la Comisión Internacional de la Pastoral Penitenciaria Católica (ICCPPC). El acto cuenta con la participación de alrededor de 80 expertos y capellanes procedentes de 20 países de los cinco continentes.

El cardenal Renato Martino, presidente de "Justicia y Paz", inauguró el seminario. Intervinieron a continuación Ugo Vetere, director del departamento Treaty Affairs de la Oficina de las Naciones Unidas sobre la Droga y el Crimen, que habló del tema "Respetar los derechos humanos de los detenidos: un desafío global". Más tarde se celebró una mesa redonda dedicada a la cuestión "¿Peligran los derechos humanos de los detenidos?", en la que tomaron parte, entre otros, el obispo Joan Entic Vives Sicilia, de Urgell (España); Silvia Casale, presidenta del Comité del Consejo de Europa para la prevención de la tortura y de los tratamientos o penas inhumanas o degradantes; Jean-Paul Laborde, director del sector Prevención del Terrorismo de las Naciones Unidas en Viena y ex inspector general de prisiones en Francia y la baronesa Vivien Stern, secretaria general de Penal Reform International.

Mañana, el cardenal Darío Castrillón Hoyos, prefecto de la Congregación para el Clero, abordará el tema: "Respetar la dignidad de todo ser humano. Descubrir el rostro de Cristo en todo ser humano", mientras el presidente de ICCPPC, Christian Kuhn, hablará sobre "Pastoral penitenciaria: la misión de la Iglesia". Seguirá una segunda mesa redonda en la que participarán agentes de la pastoral penitenciaria de cinco países. El seminario concluirá con una concelebración eucarística en la cárcel romana de Regina Coeli.

Gosto de andar na estrada

Incursões, 01.03.05
Gosto de andar na estrada, no exacto sentido em que o afirmam por exemplo os músicos. Também gosto de áreas de serviço das auto-estradas, de aeroportos, de hotéis de passagem. Mas essa é outra psicanálise.
Cheguei a Figueiró dos Vinhos, depois de atravessar um túnel de nevoeiro entre Condeixa e o Avelar até que já com sol estacionei o carro junto ao Casulo do Mestre Malhoa, do arquitecto Ernest Reynaud, onde o pintor viveu, e morreu em 1933, em frente do qual foi mais recentemente construído um mamarracho que dá pelo nome de Palácio da Justiça.
“Gritos Mudos” era o nome do encontro temático da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens. O auditório do Clube Figueiroense - Casa da Cultura cheio com os 200 participantes. Fiquei espantado! À espera, pois nada se inicia sem que chegue quem vem de Lisboa, e quem vem de Lisboa orienta-se mal quando tem de se aventurar pelo interior do lado direito da A1.
Lembro-me de aqui ter estado quando eu era miúdo e Figueiró dos Vinhos um dos vértices do triângulo da indústria de lanifícios, com os armazéns e as fábricas em Castanheira de Pêra e no Avelar. Hoje tem um dos dezasseis que já teve e uma fábrica de confecções timidamente reaberta.
Foi o fim de um ciclo, curto, de debates sobre a violência doméstica, do qual saí ainda mais esclarecido sobre a pobreza económica, social e cultural que embebe os alicerces do país. No fim do qual fiquei também a perceber ainda melhor o que Eduardo Lourenço queria dizer ao falar da “espécie de prótese, de tipo novo, uma espécie de novo riquismo” que, na falta de formação de base, constituirá o “famoso “choque tecnológico”; e o que Pacheco Pereira queria dizer ao falar da “memória da pobreza” que nos tolhe – na conversa a dois sobre Portugal que “A Capital” de 20 de Fevereiro publicou, e que vale a pena ler.
Depois do almoço, em que o lombo de porco foi acompanhado por vinhos do Ribatejo porque Figueiró já só os tem no nome, ainda desci, agora por um túnel amarelo vivo de acácias mimosas em flor, até à Foz do Alge, e dei uma espreitadela à desoladora barragem sequiosa do Cabril. Decidi que não era prudente aproximar-me demasiado de Castelo Branco e lá fiz de novo Avelar, Penela, Condeixa, Coimbra, 7 m2.
Foi no dia 24 de Fevereiro.
Lembrei-me de quando fazia Coimbra, Condeixa, Penela, Avelar, Alvaiázere, no final de 1987, e daquela senhora que me quis oferecer uns queijos do Rabaçal.
Conto depois!
Ah! Desta vez, contrariando recomendações que não posso dizer que não conheço, aceitei um pão-de-ló especialidade da terra. Desculpem-me, mas não quis parecer mal-educado.

Lixo eleitoral

José Carlos Pereira, 01.03.05
Mais de uma semana após as eleições legislativas, continuam as nossas cidades pejadas de propaganda eleitoral. São os out-doors, os pendões, os cartazes, que, um pouco por todo o lado, desfiguram o nosso espaço urbano. Não sei se a legislação prevê um prazo para a remoção desse material, mas também ninguém se preocupa com tal fiscalização.
Os partidos políticos deveriam assumir essa responsabilidade num prazo muito curto. Doutro modo, estão a dar um péssimo exemplo sobre a forma como tratam as cidades e prezam a qualidade de vida dos cidadãos.
A alternativa penalizadora poderia envolver as autarquias, que assimiriam o encargo dessa remoção, debitando a cada partido os custos respectivos. Talvez assim os aparelhos partidários aprendessem a lição.