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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

Missanga a pataco 15

d'oliveira, 30.05.07

Feirar na Feira, 2º e fim

Hoje quarta fui com o António Carlos Sobral para a Feira. Íamos por livros, pelos catálogos de algumas editoras que na sexta ainda os não tinham e, no meu caso, ia buscar a uma certa barraquinha, 15 livros (QUINZE!) que encontrara no catálogo e que, claro, me faziam uma falta terrível...
Convenhamos: hoje havia mais gente do que na sexta à mesma hora, quatro da tarde. Calculei que fossem grevistas a aproveitar o resto do dia... O que não havia era os catálogos anteriormente em falta! E a feira já vai a meio.
Na Estampa, estampei-me: nem digo o número de livros comprados, nas secções de história. Muito menos o preço, uma blasfémia. Nem o peso. A história, mesmo antiga pesa que se farta.
Na outra barraca para que ia munido da lista, népia. Nem um dos requeridos livros lá estava. A menina, toda cheia de suficiência, achou por bem dizer-me que não podiam ter todos os livros do catálogo! Homessa! Então para que é que serve um catálogo? É para pôr debaixo de alguma mesa de pata manca? Eram 15 os livros pedidos, quinze foram as negas recebidas. Não tem mal segue carta para a editora. Com sorte, recebo-os de borla, coisa que justamente (acreditem ou não) eu queria evitar.
Os livros do dia? Gostava de dizer uma piada mas, de facto, não há piada que resista aquela margem sul de interesse. Disse margem sul? Nada disso: àquele deserto horrível.
Os leitores que porventura forem por um livro por mim recomendado: Berlin, o espírito de Berlin (ed francesa, inglesa ou alemã) que me desculpem. A simpática vendedora da distribuidora até se prontificou a telefonar para a central mas é provável que o livro ainda não tenha chegado. Todavia da Taschen há na feira muito e bom!
Como vêem eu também digo bem de alguma coisa.

a gravura é a minha homenagem à simpática margem sul. O que se vê é um sobreiro amigo do engenheiro "com diploma" Mário Lino. Uma pergunta inocente: a criatura não foi militante do PC? Daqueles para quem o Alentejo era uma espécie de terra de promissão? força, força companheiro Lino que nós somos a muralha de areia...


Serralves em Festa

José Carlos Pereira, 30.05.07
No próximo fim-de-semana, a cidade do Porto vai viver mais 40 horas de plena agitação com a quarta edição do Serralves em Festa. Entre as 8h de Sábado e as 24h de Domingo, o Parque, o Museu, o Auditório e a Casa de Serralves recebem mais de 70 actividades – exposições, música, dança, performance, cinema, teatro, marionetas, circo, oficinas em família, visitas orientadas e workshops. Na noite de Sábado para Domingo, os DJ’s dão música aos mais novos até de madrugada no prado de Serralves.

Haverá ainda um programa paralelo de animação na baixa do Porto, com música e animação de rua nos Aliados e na estação de metro da Trindade.

Aí está um bom pretexto para visitar Serralves e conhecer (para quem ainda não o fez) um dos melhores cartões de visita da cidade, capaz de atrair nestas iniciativas anuais, de acesso livre, várias dezenas de milhar de visitantes que assim desfrutam de um espaço único no país.

Corridas

O meu olhar, 29.05.07

Quem faz corridas de Karting sabe que não deve dar atenção aos que vêm atrás, aos que o perseguem. Deve centrar toda a sua atenção no caminho que tem pela frente rumo à meta e, obviamente, procurar chegar em primeiro lugar.

Se fizermos a analogia com a nossa vida profissional o que retiramos é que, se fizermos o nosso melhor e procurarmos andar sempre um passo em frente, não nos devemos preocupar com a concorrência.

Muitos preocupam-se com os que os rodeiam, com os que lhes podem fazer “frente”. Gastam com isso energias preciosas que, se canalizadas para a melhoria de desempenho, só lhes traria vantagens e proveito. A eles e às organizações onde trabalham.


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Sílvia, 29.05.07
maio de 2007 - Bob












Um blues a dois

Nós fingimos muito bem.
Tu enrugas tua face filosófica
e pareces questionar a existência do mundo.
E eu sorrio e converso contigo.

A tristeza não é um espetáculo público,
pertence à nossa intimidade
e nela nos entendemos.
Posso então falar-te à vontade
e choro e te preocupas. Eu sei,
mesmo que nada digas,
afora lamberes-me as mãos
e me olhares com o teu olhar canino
agudamente.

Ambos sabemos o que nos entristece,
o que te preocupas por mim.
Ambos sabemos da tristeza mútua
e nos olhamos com respeito,
Mesmo que eu às vezes insista :
- Diga algo!
E tu me olhes perplexo,
porque querias tanto fazê-lo.

E amas-me e sabes que te amo.
O que não sabemos é que é a nossa questão.
E nós pensamos muito.

A cidade amanhece e estamos insones.
Um blues ia bem,
um dia aprenderás.

Silvia Chueire

Rio in Lisboa

J.M. Coutinho Ribeiro, 29.05.07

Em postalagem abaixo, aborda MCR, a propósito de coisas várias, a possibilidade, que ainda não me ocorrera - francamente! -, de cedermos o nosso austero e severo Dr. Rui Rio para servir a causa pública na autarquia lisboeta. Está bem visto, sim, senhores. Rui Rio seria o melhor presidente que a Câmara de Lisboa poderia ter no momento que passa.
Já se viu que a Câmara de Lisboa não tem dinheiro para mandar tocar um cego, quanto mais para coisas tipo rock in rio que, como é sabido, custa rios de dinheiro, muito mais do que o Quim Barreiros em noite de ano novo ali nos Aliados. Dinheiro que Lisboa não tem. Poderá contra-argumentar-se que Lisboa, com Rio (este, que não o tejo) seria um absoluto marasmo. Talvez. Mas talvez o marasmo seja uma necessidade nas actuais condições, sendo certo, também, que a capital precisa de parar de vez em quando para saber o que custa a vida fora da Lux e outros sítios assim.
Com Rio em Lisboa sujeitam-se, claro, a ter uma corrida de calhambeques. Ou nem isso, que nem para isso há dinheiro. Mas, quem sabe?, uma corrida de carrinhos de rolamentos, que voltam a estar em voga, na Avenida da Liberdade talvez não fosse má ideia. Embora o declive não seja muito pronunciado, com um empurrãozito ou outro, é capaz de resultar.
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Homenagem da FLUP ao Prof. Eugénio dos Santos

José Carlos Pereira, 29.05.07
Decorre amanhã, dia 30 de Maio, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, um colóquio de homenagem ao Prof. Eugénio dos Santos, um dos ‘sobreviventes’ da primeira licenciatura em História da FLUP. Esse colóquio terá como tema “As biografias dos Reis de Portugal”, a propósito da recente colecção do Círculo de Leitores, na qual o Prof. Eugénio dos Santos colaborou com a obra sobre D. Pedro IV, e coincide com o dia do Departamento de História.

O programa é o seguinte:

10H00 – Sessão de abertura, com intervenções de Jorge Fernandes Alves e Amélia Polónia

10H15 – Apresentação do projecto “Biografias dos Reis de Portugal”, com a leitura de um texto de José Mattoso

10H45 – D. Dinis, por José Augusto Pizarro

11H15 – D. Duarte, por Luís Miguel Duarte

12H15 – D. Henrique, por Amélia Polónia

12H45 – Debate

14H30 – D. Maria I, por Luís Oliveira Ramos

15H15 – D. Pedro IV, por Eugénio dos Santos

16H00 – Debate

16H30 – I Encontro da Associação dos Antigos Alunos de História

18H00 – Cerimónia de atribuição da Medalha de Ouro da Universidade do Porto ao Prof. Eugénio dos Santos, e também a dois outros professores de História já jubilados: Francisco Ribeiro da Silva e Cândido dos Santos

É sem dúvida um dia de festa para a FLUP e sobretudo para o seu Departamento de História. Farei os possíveis para não perder a oportunidade de reencontrar professores e amigos que me marcaram na minha passagem pela universidade, com o pretexto de homenagear o Prof. Eugénio dos Santos, meu professor de História do Brasil e de História Cultural e das Mentalidades moderna.

Au Bonheur des Dames 67

d'oliveira, 29.05.07

emendar a mão

Palavra que não sei onde fui buscar as mijavelhas referidas ao Passeio das Virtudes. Estava disposto a jurar que fora o Manuel Matos Fernandes quem me dera a informação, mas o Manel era demasiado consciencioso e sabedor para me endrominar daquela maneira. E já cá não está para me defender ou explicar o erro. Mijavelhas foi regato, foi fonte, foi mesmo o lugar de uma gafaria mas não era nas Virtudes. Era no Campo 24 de Agosto, bem longe do aprazível restaurante onde mostrámos o que valíamos se nos puserem na mão faca e garfo e no prato comida que se veja. Fica feita a emenda e desfeito o erro maligno que o leitor MSP logo descobriu, diabos o levem, emendar-me a mim, assim por uma burrice geográfico-tripeira dói, olá se dói. Não que eu seja um perito em história do burgo, aliás não sou perito em nada e pelo andar da carruagem já não vou a tempo. Este Porto tão granítico como é costume dizer, está sentado em cima de inumeráveis regatos, ribeiros alguma ribeira manhosa, que se mexem com algum à-vontade no subsolo citadino, que o encanamento que se fez dessas águas está a dar de si.
Volta e meia lá se vai um pedaço de rua ao galheiro porque as águas subterrâneas chateiam-se da falta de luz e pimba, ei-las que passam uma rasteira à rua que as cobre e aí vai disto: buraco, buraco gordo que com o tempo e a diligencia camarária se vai paulatinamente transformando em cratera.
Houve um buraco que durou três alegres anos mesmo à porta do Centro Distrital de Segurança Social, chegou-se mesmo a pensar que era o princípio duma piscina para os funcionários mandriarem durante as horas de serviço. E fora delas, perguntará alguma leitora. Ora, fora delas, só se pagarem horas extraordinárias, cara Amiga, então V. pensa que a malta trabalha para aquecer?
Feita que está a emenda, detenhamo-nos por um breve instante na polifacética imagem do senhor presidente da câmara. Mas sem insultar, apoucar, gracejar que isso agora dá mau resultado. Não que o homem se chame Moreira mas apenas porque nisto de ofensas um presidente de câmara está logo abaixo de ministro (mas acima de secretário de Estado). Desdouro que se lhe faça e aí temos a polícia municipal a bater-nos à porta, acompanhada para o efeito do tal professor que foi delatar o das piadas anti-primeiro-ministeriais. Ou doutro, de igual jaez, que nisto, de borregar sobre o próximo a dificuldade está na escolha. Mas deixemos essa nova e tão sincera maneira de funcionar publicamente, e passemos ao autarca mor desta paróquia. Parece que vamos ter outra edição daquele famoso prémio de automobilismo que o mundo inteiro nos inveja. Já andam a construir umas barreiras no troço final da Boavista pelo que não será imprudente aventar que aí vem mais uma dose de carros meio antigos para ganhar não sei bem o quê, parece que a câmara está sem cheta, isto é moléstia que lhe foi pegada por Lisboa, só esses mouros é que seriam capazes disso, arre que são vingativos e não perdoam que o glorioso tenha mais uma vez ganhado o campeonato.
Felizmente que o aeroporto de Pedras Rubras está aqui a dois passos e não em Gaia, já viram o que era se um terrorista conhecido do dr. Almeida Santos, ancião profético e enfático (eu disse enfático e não asmático. Eu disse asmático e não asnático, eu quando falo em asnático não quero dizer asinino mas apenas um adjectivo que se refere a asna, peça triangular de madeira que se dispõe na parte superior das construções para sustentar o telhado. Claro que também se poderia aplicar asnático a quem sustenta a construção teórica de uma proposta de aeroporto mas não era isso que me referia, claro), se lembrava de pôr umas bombas nas pontes. Buum! Lá ia tudo pelo ar e os dromedários do dr. Meneses já não podiam aviar-se na baixa portuense. E antes que o dr. Meneses se zangue, quero deixar esclarecido que me refiro não aos munícipes, sequer ao staff da câmara mas apenas aos animais de uma bossa que povoam esse infértil território. Aliás, na baixa portuense, tal como uns arquitectos inteligentes a puseram, já ninguém se avia de coisa alguma. Aquilo sim, não parece, é um deserto. Um deserto empedrado e vazio, triste como uma corrida de automóveis antigos ou como o sorriso franco e gaiteiro do senhor presidente da Câmara que todo o mundo nos inveja.
Ó malta de Lisboa, vocês não querem para vosso autarca o dr. Rio? A malta cede-o com tristeza mas muita resignação. Ele tem um papel nacional a cumprir e Lisboa vale uma missa. Assim por transferência escusavam de andar por aí engalfinhados a discutir os méritos (que são imensos, claro) do dr António Costa ou do senhor, como é que ele se chama?, ai Jesus que não me lembro, enfim, do dr Negrão (ai que alivio, lembrei-me!). Com o dr. Rio até o Tejo corria para dentro, para Santarém, para a Espanha, se caso fosse. Aproveitem que uma proposta destas não se repete.

Estava eu a fazer horas para o leitinho, xixi e cama, a escrever esta crónica, e quando vou pelo blog, zás!, o Carteiro a limpar a testada... Pronto, pronto, eu retiro a pequena e deixo em seu lugar esta abstracção do Poliakoff, pintor de que gosto muito. Está melhor assim?

Assim se lançam as famas

J.M. Coutinho Ribeiro, 28.05.07

Vejam bem: é assim que se lança uma fama sobre um homem. Vem o Marcelo, e lança um postal de boas-vindas com uma boazona; vem o d'oliveira, e mais um postal com uma boazuda. A mim, carteiro ainda imberbe, como bem conta a minha fotografia no perfil. Acho que os dois persistem por maldade, porque me querem fazer mal, a mim, rapaz bem comportado como pode ser atestado pela quantidade de postais que distribuo nas horas em que se sustentam as famas. Por aqui e na minha loja. Ora, tenho eu lá tempo para fazer as coisas que sustentam as famas? E eu não lhes disse, aos dois, e também ao JCP e ao Mocho na noite do jantar, já na rua, onde desfilámos as nossas grandezas e misérias (da minha parte só misérias) sobre essa questão das famas, que era tudo mentira? Bem, para ser mais rigoroso, quase tudo.
A meu favor corre o facto de as senhoras deste blogue - a Kami, a Meu Olhar e a Sílvia, bem como as comentadoras que já me tenham visto- saberem que eu sou rapaz respeitador. Imagine-se o que não iriam pensar se não me conhecessem no meu ar de bom rapaz que, tal como o algodão, não engana, e, tal como o propagandista, não está aqui para enganar ninguém... Mas nem tudo se perde. Ter fama e não ter o correspectivo proveito, talvez acabe por ser melhor do que não ter uma coisa nem outra, afastada que está a hipótese de ter só o proveito, não só por razões que me ultrapassam, mas também porque o proveito é uma coisa que por vezes dá muito trabalho e eu, a bem dizer, ando muito preguiçoso. Pelo menos, em algumas coisas. Já não tenho paciência para correr atrás de paixões e muito menos para andar a fabricá-las. Já corri atrás de muitas, mas nunca fabriquei nenhuma. Sou mais daquele género que gosta de tropeçar nelas, sendo certo, porém, que, infelizmente, não tenho tropeçado grande coisa nos últimos tempos, a não ser na espuma dos dias, coisa que, como se sabe, não provoca grandes quedas.
A minha vida, a esse nível, está assim mais ou menos com a Margem Sul está para o ministro Mário Lino. E, aqui, o camelo sou eu.
your

carteiro

(com um abraço para todos, pelas boas-vindas, extensivo à Sónia e ao Gomez, que continuam fieis ao Incursões)

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telegrama

mcr, 28.05.07

Fazendo meus os votos do colega anterior e com um abraço ao Carteiro.

Carteiro, esteja descansado!

A menina aqui ao lado passa multas mas de estacionamento que neste estabelecimento pode-se fumar.

"seu"

d'Oliveira

missanga a pataco 14

d'oliveira, 28.05.07
Mais missanga mas da boa!
Vamos, vamos que estou com pressa e por isso o título vale quase toda a notícia. O Carteiro volta a fazer o seu giro pelo incursões. Verdade se diga que ele nunca esteve longe dos que aqui vão remando. Sabíamo-lo perto, a ler-nos e isso nos bastava sobretudo porque, por cá, íamos até ao Anónimo estar uns minutos com ele. Depois, o Carteiro é muito cá da casa, começou por aqui ou melhor pelos “Cordoeiros” antecessor deste blog. E cá na casa –como devem ter visto pela fotografia – ele esteve sempre presente, nos aniversários, durante a visita da Sílvia, a nossa agente em Ipanema (coitada, ter de aturar aquilo todos os dias, sol, praia, cidade bonita, um inferno!). Por isso escrever de propósito uma nota sobre o regresso do Carteiro é um solecismo. O homem esteve sempre cá, sempre perto, sempre pronto a dar uma mãozinha. Só volta quem partiu e eu julgo que o Carteiro nunca se foi de vez. Digamos que foi dar uma volta ao bilhar grande, como se dizia em tempos mais felizes.
As leitoras decerto que exultarão com esta novidade que já o não é porque aí mesmo no rés do chão ela se expõe inteira e risonha.
E nós? Ora a malta viu o Carteiro á entrada, com o eterno cigarro ao canto da boca e limitou-se a dizer: a cerveja fresca continua no frigorífico e o lugar à mesa (da alegria) já está posto.

na gravura: uma pin up de Aslan (homenagem dupla: ao Carteiro e ao José)