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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

Au Bonheur des Dames 179

d'oliveira, 31.03.09

Se isto não é azar não sei o que será…

 

Sou um leitor. Um leitor compulsivo, para não dizer guloso. E não digo guloso porque parece que a gula é um feio pecado. Ou era… mas para esses detalhes técnicos o melhor é perguntar ao meu camarada  Mocho Atento” que está muito ao par do catecismo da Igreja católica como já decerto repararam. Pelos vistos, o nosso público leitor é uma “terra de missão” e o meu colega lá vai dando o corpo ao manifesto.

Não partilhando as suas preocupações religiosas, aceito, porém que a palavra guloso talvez não descreva exactamente á minha pulsão livreira. Ou será livresca? O português é uma língua muito traiçoeira. É que agora chamamos livraria não a uma biblioteca, como era o seu primeiro sentido, mas a um local que vende livros. E que livros!

Ora, apostado como ando na recuperação de um português menos politicamente correcto, tenho por mim que salvar do esquecimento velhas palavras e expressões, combiná-las com o português vigoroso que vem de algum calão e da alguma linguagem popular pode ser útil quando se escreve num blog tão up to date como este. Por isso deixo ficar “livreira”. E vou recuperar a “gula”. Ao fim e ao cabo num mundo tão carregado de horrores, a gula até passa por um simpático hábito. Chamar-lhe pecado é quase desconhecer os actuais e mal identificados pecados que roem tudo desde as almas aos rendimentos, escassos rendimentos, dos pobres, dos que ganham o ordenado mínimo, dos que só têm, quando têm o subsídio de desemprego. 

Portanto, eis-vos diante de um guloso leitor, de um leitor insaciável que corre que nem uma lebre atrás de um livro desejado. E livros desejados são muitos. Demasiados até. Um martírio se nos pomos a ler jornais e revistas estrangeiras, carregados de novidades editoriais que fazem um santo vender a alma ao Demo se é que as almas ainda têm cotação no mercado.

Mas mesmo em tempos de globalização não é imperioso recorrer à estranja. Por cá também aparecem  ofertas escandalosas que põem em movimento uma multidão de alucinados leitores. Refiro-me a essa realidade paralela que dá pelo nome de alfarrabismo. A palavra não existe, claro, mas pode ser inventada. As palavras foram sendo inventadas á medida em que aparecia a necessidade delas, ou não?

Portanto como se não bastassem os meus antigos e estimados pecados apareceu-me esse há um par de anos. Poderia ser pior, por exemplo a próstata a dar sinais de si ou outra coisa igualmente patética que dizima os da minha idade.

Agora que, julgava eu, tinha mais tempo disponível, valeria a pena encontrar um par de livros e pôr em dia os conhecimentos sobre algumas coisas que sempre me fascinaram. Por exemplo o “esforço colonizador” português entre meados do século XIX e os anos vinte, trinta do século seguinte. Ou seja, a construção do “Império”. De facto, apesar de conhecer (e estimar) estudos de grande qualidade (por todos o Valentim Alexandre), apeteceu-me ler os autores da época, os soldados, os aventureiros, os políticos enfim todos quantos se chamavam entre si “os coloniais”. E digo-vos que é um fartote de surpresas. 

O problema é que sabe-se como começam estas aventuras mas nunca se tem seguro o fim delas. Nem as ramificações que ocorrem, nem os novos centros de interesse que a busca subitamente pode fazer–nos descobrir. No mundo dos livros as coisas encadeiam-se segundo percursos sinuosos (Ainda hoje me pergunto se teria descoberto o mundo fascinante das sagas islandesas se não tivesse lido Borges…). E o que começara por ser uma mera pesquisa sobre um momento da história portuguesa foi-se alargando a outros campos cada vez mais distantes e diferenciados. Como único ponto comum o facto de serem os alfarrabistas os únicos fornecedores deste género de publicações. O que me obrigou a começar a pedir os catálogos. Que por sua vez me chamavam a atenção para mais e maior variedade de livros.

E é aqui que entra a queixa de hoje. Em princípio as melhores casas alfarrabistas publicam catálogos com alguma regularidade. Convém estar atento e não demorar demasiadamente a encomendar porque, neste mundo relativamente opaco, o livro que aparece é apenas um. E há sempre coleccionadores à espreita. O segredo é chegar  em primeiro lugar, coisa que em tempos de internet tem as suas dificuldades.

Há em Lisboa, num local de acesso difícil, uma excelente livraria alfarrabista que apresenta nos seus catálogos livros definitivamente interessantes, definitivamente incomuns e, até á data, definitivamente for a do meu alcance. No mês de Fevereiro fui por meia dúzia de livros dos quais destaco dois curiosos dicionários sobre Moçambique de um AC Pereira Cabral. As edições são recentes (meados de 70) mas com óbice. Tratava-se de livros editados em Lourenço Marques pelo que se difundiram pouco e mal por cá.  Não era a primeira vez que os buscava mas nem pelo facto raro de aparecerem os dois juntos tive sorte. Os restantes livros pedidos no mesmo momento também já não estavam disponíveis. Paciência, disse para os meus botões, para a próxima será.

E a próxima foi há dias. Recebi o catálogo e meia hora depois já estava no éter um mail a pedir três livros dos quais o raríssimo “Os negros em Portugal” de Brásio e “A campanha contra os Namarraes” de Mousinho. No meu imponderado optimismo pensei que o preço e a rapidez da minha encomenda me garantiam os livrinhos.

Poupo os leitores à descrição do meu descoroçoamento (a porcaria do dicionário do computador não conhece esta palavra: a culpa desta vez não é da Ministra mas, pelo sim  pelo não, vou mandar-lhe um telegrama de protesto).

A melhor, ou pior…, história destes desencontros, tive-a há anos com “A ampola miraculosa”, um poema gráfico de Alexandre O’Neil de finais dos anos quarenta. Tive-o por tuta e meia, quando começava a meter-me no surrealismo mas mão “inimiga” (e sorrateira) tê-lo-á desviado da estante onde eu o guardava. Trinta anos depois dei com ele no catálogo de um leilão. Conhecendo-me como me conheço achei mais prudente confiar a um leiloeiro uma oferta assaz generosa para nã ocorrer o risco de me arruinar num despique. O profissional até me pediu a indicação de mais um ou dois livros pois achava que a minha oferta era irresistível. O livro saiu para a mãos de outro pelo dobro da minha oferta. Segundo leilão, de novo uma “Ampola…” e eu a triplicar a oferta anterior (que diabo, terei pensado, os malucos já acabaram no leilão anterior…). O livro saiu pelo dobro da minha proposta. Desisti. E em boa hora o fiz porquanto saiu uma edição fac-similada que me dá o mesmo gozo porque eu compro livros para ler e reler e não como investimento.

E para acabar num tom menos melancólico: apareceu por ocasião dos centenários, mais precisamente em 1940 um curioso livro de “poemas” exaltando a pátria com o título de “Grandezas de Portugal” da autoria de um esforçado militar muito chegado ás belas letras, o Capitão Joaquim António Pereira. Conheci-o por leitura graças ao António Alçada Baptista e ao Rui Feijó que sabiam dezenas de quadras de cor. Procuro esse livro há vinte anos. Estou disposto a pagar bem. Porque um livro assim já ninguém o faz. Deixo-vos a quadra LXXIX relativa à ínclita geração:

do rei, rainha e prole,

-conjunto maravilhoso,

saiu uma grande mole,

ou bloco betuminoso.”

Um livro destes merece bem uma inteira vida á procura dele. Quem me ajuda?

 

* a gravura é da série biblioteca procura espaço condigno 

Supremo arrasa acórdão

JSC, 31.03.09

“Supremo arrasa acórdão”, Lê-se no JN. O réu confessou 26 assaltos a bancos, jurou arrependimento, pediu desculpa. O Tribunal do Seixal deu-lhe uma oportunidade: condenou-o a três anos de cadeia e suspendeu a pena. Inconformado com a decisão judicial, o Ministério Público recorreu.

 
Há dias, o Supremo reformulou a decisão: nove anos de prisão. A resposta do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), num acórdão datado do passado dia 19, é contundente: o tribunal de primeira instância "fracassou rotundamente" na fixação da pena, especialmente num cenário de criminalidade violenta.
 
A notícia e melhor ainda o Acórdão do STJ explicam os fundamentos do fracasso do Tribunal de 1.ª Instância. O que a notícia não releva é o número de casos análogos, que o próprio JN ultimamente tem noticiado, de sentenças bondosas que depois são anuladas e agravadas, com críticas bem explicitas ao teor dos acórdãos anteriores.
 
Estas situações para além de poderem colocar em causa a confiança dos cidadãos nos Tribunais de 1.ª Instância, por parecerem demasiado brandos e complacentes, levantam um outro problema: o da valoração do sentimento de arrependimento do infractor ou de que levava a arma mas não ia disparar e qual o significado que hoje em dia tem uma condenação finalizada com “pena suspensa”.

Figurões em papel de figurantes

JSC, 30.03.09

 

Agora é o ex-administrador do BCP, Dr. Alípio Dias, também professor universitário, a assumir que desempenhou o papel de “ simples figurante” na administração do Banco. Anteriormente, outros administradores deste e de outros Bancos, também assumiram que nada ou pouco sabiam do que se passava na administração, porque as coisas corriam ao lado do Conselho de Administração.

 

Contudo, quando se lê os encargos com a Administração verifica-se que era muito e muito bem remunerada. Ora, só se pode aceitar que os senhores administradores auferissem milionárias remunerações anuais, por contrapartida das grandes responsabilidades que lhe estavam atribuídas.

 

É preciso ter muita ousadia e igual desfaçatez para, no momento em que deveriam assumir responsabilidades pelos actos praticados ou pelos que deixaram que outros praticassem com a sua cobertura formal, virem assumir que foram meros figurantes, que não se lembram, que nada decidiam.

 

A ser assim, que andavam lá a fazer? O que é que o vencimento que recebiam pagava? Provavelmente pagava apenas a sua validação “de cruz” dos papéis da manigância. Mas se era isso, então, devem ser tratados e julgados como administradores de pleno direito, que recebiam como tal, e se não sabiam o que se passava, que procurassem saber ou, em alternativa, que batessem com a porta.

Empresários Promissores

JSC, 30.03.09

Muitos vieram das “Jotas”, habituados aos subsídios associativos. Na Anje prosseguiram na mesma senda, candidaturas para aqui, candidaturas para ali, Pedips, Qrens, Fse.és, Federes, projectos especiais, apoios locais, muita iniciativa, tudo ou quase tudo pago com dinheiros públicos, para qualificar o empreendorismo dos jovens empresários.

 

Agora que os tempos estão complicados, como o dinheiro público não chega para todos e estão mal habituados, surge a proposta que faltava, subsídio de desemprego para os jovens empresários.

 

De facto, não restam dúvidas que o país está bem servido com a iniciativa destes jovens empresários. Mas, que grande destino auguram para o País!

 

o leitor (im)penitente 47

d'oliveira, 28.03.09

Relembrar o Eduardo

 Como os jornais noticiaram, decorreu  hoje em Famalicão a homenagem ao  Eduardo Prado Coelho. A organização  do encontro pertenceu à Biblioteca  Camilo Castelo Branco que guarda numa sala muito bem arranjada o espólio legado pela família a esta instituição. Terá sido pela mão do Lauro António, outro velho amigo e notável cineasta, que o Eduardo conheceu a biblioteca e as suas gentes. E tão bem impressionado terá ficado que terá manifestado o desejo de ver ali instalada a sua biblioteca, os livros que foi recolhendo pela vida fora, que o entusiasmaram, que o obrigaram a pensar (e que bem pensava ele) que suscitaram textos, notas e criticas. É comovente passar pelas estantes e ver livros que lemos há tantos e tantos anos, livros que deixaram alguma marca ou que simplesmente tinham o perfume de uma época, a da nossa juventude, a dos anos de formação.

Pena é que não estejam lá todos. De facto, uma boa parte da biblioteca de E P C estava á guarda de alguém, noutro local. Foram, ao que parece, dispersos, num leilão. A cor do dinheiro (ou a sua falta de cor e de cheiro) é uma tentação a que poucos escapam…

A homenagem  simples, como felizmente se augurava, e que se segue a já algumas outras também aqui no Norte (Póvoa e Matosinhos), permitiu-me reencontrar um par de velhos amigos, desde os coimbrinhas da leva de 69 (da crise de 69) Artur Sá da Costa, esforçado assessor cultural da CM de Famalicão, e José Manuel Mendes, generoso como sempre, presente como sempre, até ao Lauro já citado, ao Nuno Júdice e ao Fernando Pinto do Amaral.

A CMF pela voz do vereador do pelouro da Cultura já anunciou a criação de um prémio anual de ensaio, com o nome de Eduardo Prado Coelho cuja primeira edição se prevê para 2010. Ora aqui está uma bonita ideia, um excelente projecto e uma oportunidade para o ensaísmo português.

Relembrar o Eduardo é relembrar alguém que sempre se pôs em questão, que sempre se envolveu na vida cultural e na vida politica. Ou na vida, tout court. De facto, para ser mais preciso, o Eduardo lia como respirava, escrevia como comia, admirava como sorria que ele era, além de bem disposto, bastante generoso. Não que não tivesse, como todos, os seus pequenos momentos de dureza, que ele num exagero (irónico?) traduzia por ferocidade. Citando de memoria, ouvi-o (ou li em qualquer parte) “Eu sou muito mau” ou “eu sei ser mau”. Não é verdade. Ou não é de todo verdade. O Eduardo adorava uma boa discussão, não desdenhava de uma polémica forte mas jamais à antiga portuguesa. Traçava limites de boa educação e mesmo quando era duro não era cruel muito menos violento. De resto há por aí um testo dele sobre a violência que diz muito do seu modo de estar no mundo  e na vida cultural.

Eunice Cabral, Professora na Universidade de Évora, acentuou  na sua comunicação a audácia de EPC, a sua irrequietude, a sua constante busca de novidade e o modo como era capaz de mudar de opinião e de se questionar. Eu, que comecei por ser seu leitor e que só o conheci nos inícios de setenta (72 ou 73, no Festival de Cinema da Figueira da Foz) e que só de longe em longe conversava com ele  tenho por certo que o Eduardo pouco mudou no fundamental. É verdade que sentia a moda, as novidades, previa ou futurava algumas atitudes culturais e politicas, mas no essencial, sempre o vi como alguém dotado de uma insanável curiosidade, de uma alegria de viver (e isso pede muito jogo de cintura, como sabemos) tumultuária, de uma gula irresistível fosse por doces ou por livros e filmes. É evidente que uma pessoa assim, mudará com o tempo, com as circunstâncias, com  a idade e as experiências. Mas, citando  a contrapelo  o Príncipe Salina, o de “O Leopardo”, é preciso que algo mude para que tudo fique na mesma. Ou seja: no essencial, o Eduardo terá mudado muto menos do que parecia lendo-o. Era um intelectual, uma testemunha do seu tempo. Isso foi-lhe afinando o sentido critico, despojou-o de alguns eventuais falsos ídolos de juventude, mas o que aqui interessa sublinhar é a atitude, o estado de espírito perante o mundo à sua volta. E esses sentimentos manteve-os sempre vivos e alerta, mesmo quando isso (e a consciência disso) punham em causa certezas passadas. De resto, se o lermos com atenção (com mais atenção do que eu) veremos que para lá da espuma das palavras, para lá de alguns entusiasmos, de algumas polémicas, há, no que deixa por aí escrito, uma singular unidade.

Estou à vontade para escrever o que escrevi. Vezes sem conta, discordei dele. “Este gajo passou-se!”, “lá está ele!…”,  “este tipo cita demais…” etc… Discordava, como já disse. Irritava-me. Enfurecia-me, mas no dia seguinte, na semana seguinte, ou no livro seguinte, lá estava eu, leitor critico mas fiel, adversário momentâneo mas leal, a surpreender-me com uma frase, um conceito, uma ousadia. E até me comovia, de quando em quando. É que, de quando em quando, aquele diabo escrevia bem. Muito bem, até. Alguém deveria agarrar em meia dúzia de textos desses e editá-los numa pequena plaquette. Para os mais obstinados poderem ver que naquela honrada mina de níquel (metal excelente e bem cotado) aparecia muita e boa pepita de ouro. Como aparecia muita da melhor e mais certeira ironia escrita nestes últimos quarenta anos.

O Eduardo morreu há cerca de ano e meio, se as minhas contas estão certas. Morreu quando parecia que tinha vencido a doença pertinaz que o atormentara nos últimos anos. Morreu cheio de projectos, de serenidade, de esperança. Falámos bastante, enfim tivemos três ou quatro longuíssimas conversas nesse período onde pude perceber melhor algumas das suas qualidades. Rimo-nos a bom rir de nós, dele, de mim, da vida, das partidas que elas nos prega e de certas bem pensâncias  que assolam esta pátria madrasta. Prometi-lhe mesmo uma verdadeira peregrinação gastronómica aos segredos de um bom salpicão, a ele que, num almoço vigiado pela Maria Manuel, se via reduzido a um cozidinho insípido e desconsoladamente confessava uma antiga e secreta paixão por “chouriço” (ele dizia num falsete lutuoso: chóriço) que lhe estava proibido como tantas outras coisas. Prometi-lhe um salpicão dos verdadeiros logo que passasse aquela época de vacas magras. Tempos depois, quando parecia restabelecido, telefonei-lhe  e prometi que em breve esse salpicão lendário lhe apareceria em todo o seu esplendor. A morte chegou primeiro.

 

 

Agora, que ainda não nos habituámos à sua mudez, ao seu silencio violento nas páginas do Público, parece-me que é chegado o tempo de levantar o luto e de lembrar que, se ele viveu com alegria, será com alegria que o devemos recordar. 

 

*a fotografia foi rapinada do blog vává diando onde pontifica o Lauro. Boa leitura, manos, boa leitura..., gand'a Lauro

 

** parabéns Câmara de Famalicão: assim, sim!

 

*** por razões para mim misteriosas o texto saiu com variações de letra e de espaço! Desculpem a culpa é de certeza minha mas mais do que culpa aqui anda erro grosseiro, que vergonha!..

Apetência Pelo Numerário

JSC, 27.03.09

Enquanto Ferreira Torres viu a Justiça dar-lhe alento para novos voos, Isaltino Morais prossegue a sua saga de explicar a “multiplicação do dinheiro”. Terrenos oferecidos, projectos “abonecados”, Búzios (Brasil), Praia do Calhau (Cavo Verde), fisco, saldo das campanhas eleitorais, comparação com a BB na atracção de investimentos (e não só), sei lá, um sem número de coisas para explicar ao Juiz, o que o Ministério Público vê, a olho nu, como “apetência pelo numerário” de Isaltino.

 

Entretanto, como mandam as regras que presidem a estas coisas, Isaltino já meteu ao barulho Marcelo Rebelo de Sousa, que também terá recebido a oferta de um terreno, e pode vir a pedir o testemunho do ex-PR, Jorge Sampaio, por razões que o próprio Isaltino conhecerá.

 

A estratégia deve ser chamar para o mesmo lado personagens cuja notoriedade pública ajude a alisar os factos ou a baralhar as pessoas. É que para o comum dos cidadãos não interessará muito o que essas personagens vão levar ao processo, basta que lá tenham de ir para entrar no mesmo saco. É o princípio da chafurdice, quanto maior, melhor.

 

Gente Branca Com Olhos Azuis

O meu olhar, 27.03.09

 
“Gente branca com olhos azuis” foi a frase que Lula da Silva usou para identificar os culpados da crise financeira internacional, segundo notícia publicada no Público. “Não conheço nenhum banqueiro negro ou índio” afirmou e adiantou ainda uma imagem interessante “Não é possível uma sociedade em que você entra no shopping ou no aeroporto e é filmado, sempre vigiado, e o sistema financeiro não ser vigiado e não ter uma regulação.” Estas afirmações foram proferidas na presença do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, de visita a Brasília.

Proliferam por todo o mundo declarações de vários líderes mundiais relativas à questão da regulação do sistema financeiro, que é uma das pedras chave de todo esta crise. A intervenção forte nesta área é fundamental caso se pretenda que os que a provocaram sejam minimamente controlados de futuro. A ver vamos. Esperemos pelas conclusões da cimeira dos líderes das 20 principais economias do mundo que se vai realizar a 2 de Abril, em Londres.
 

Num Pátio a Sul

ex Kamikaze, 27.03.09

A campanha eleitoral para a Câmara Municipal de Faro no Pátio de Letras

 

Programação cultural de ABRIL

 

Sábado 28 de Março, às 17h

NELLE IMAGINE L'ANIMA - inauguração de exposição de ANTONIA POZZI

(é a primeira vez que esta intelectual milanesa, tão apreciada por poetas e escritores como Montale e Pasolini, se apresenta em Portugal.

 

Domingo 29 de Março, 17h

NO ANIVERSÁRIO DE CARLOS PORFÍRIO: O FUTURISMO EM FARO

 

 

NOTA: sem imagens porque não consigo registar-me no sapo para o efeito :(

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