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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

Segredo

O meu olhar, 29.06.09

                                                                                                            

Manuela Ferreira Leite está à espera que a direcção do Governo deste país lhe seja oferecida de bandeja. Nem se preocupa em apresentar projectos, propostas, orientações, ideias, seja o que for. Só diz o que não quer e, mesmo assim, duma forma atrapalhada, como já foi referido em post mais abaixo: “é muito provável que suspenda o TGV” podendo deixar prosseguir o Aeroporto de Alcochete porque “não me assusta tanto”.
Quanto ao que propõe ao nível da Segurança Social, Saúde, Educação, combate ao desemprego… nada. Silêncio absoluto.
 
Será segredo?

Reinventar a Democracia

JSC, 28.06.09

Em período pré-eleitoral, a SEDES vai realizar o seu congresso com o objectivo de debater “a qualidade da democracia”. Esta iniciativa terá sido o pretexto para o Público, de ontem (Sábado), ter entrevistado o Presidente da SEDES e ex-Ministro Luís Campos e Cunha.

 

Na entrevista, Campos e Cunha reflectiu sobre vários assuntos de política corrente. Quando o jornalista lhe pergunta: “Que percepção tem da evolução da nossa qualidade democrática?” Responde: “Temos tido aspectos positivos e negativos”. Entre os primeiros, considerou a Internet, as redes sociais, o Twitter. Entre os segundos, referiu que 99% da informação que circula nesses domínios é lixo, ataques pessoais mais ou menos anónimos, anotando, contudo, que “isso significa uma maior liberdade, na medida em que esses meios são incontroláveis”.

 

Certamente que o Presidente da SEDES não quis desvendar o que pensa sobre a qualidade da democracia, para não diminuir as expectativas do evento. 

 

Como contributo para a reflexão que a SEDES se propõe fazer, em redor da qualidade da democracia, bem poderiam os congressistas procurar responder à questão suscitada por José Saramago, que o Público umas páginas mais adiante cita: “O que chamamos democracia começa a assemelhar-se tristemente ao pano solene que cobre a urna onde já está apodrecendo o cadáver. Reinventemos, pois, a democracia antes que seja demasiado tarde”.

 

Au Bonheur des Dames 192

d'oliveira, 26.06.09

 Mistério com cerejas e computadores

Ele há dias em que o melhor é encomendarmo-nos a um santo muito milagreiro, se é que ainda os há. Ora vejam.

Estava posto em meu sossego como a famosa Inês de má memória quando subitamente o d’Oliveira surde vermelho como uma lagosta (uma lagosta suada à moda de Peniche, já agora) implorando ajuda informática. E este é o primeiro mistério da fé: como é que alguém me vem pedir ajuda neste capitulo aberrante é coisa que só um concílio poderá explicar. Mas o Oliveirinha é assim, treslê e, como uma vez o ensinei a procurar gravuras na internet, ele agora considera-me como um profeta (dos menores, reponta o desinfeliz inquieto pelo tom teológico que isto começa a levar. O d’Oliveira usa o nome ilustre de um dos nossos mais célebres expatriados que a Inquisição perseguiu com tanta perseverança como falta de êxito) da internet & similares.

Parece que o seu último diário politico aparecia todo em fundo branco e mortiço e por mais que tentasse não entrava no blog para consertar aquilo. Desformatei aquela pessegada, mcr, e agora estou à nora!

Calma no Brasil que Portugal ainda é nosso, retorqui com ilimitada confiança e babado pela fé da oliveiral figura. Aguenta aí os cavalos que eu vou ver o que se passa.

Fui ver e de facto num dos computadores do meu compadre a coisa parecia a retirada da Rússia: tudo em branco e as letrinhas para ali penduradas como alemães dizimados e mais frios (pudera!) que o Deus me livre.

Não vos vou maçar com as coisas que fiz ao raio do computador. Comecei por carícias, continuei com apalpões, entrei no murro puro e duro e acabei a insultar o Bill Gates (que não era para aqui chamado porque o computador em panne era um Mac). Nos restantes computadores da mesma gloriosa família Apple nada acontecia de semelhante.

Em desespero de causa recorri à almirante Guilhermina von Apfelstrudel que é assim que cá em casa tratamos a nossa querida “o meu olhar” (e Apfelstrudel porquê?, perguntará um ignorante. Ora  porque “ o meu olhar” é loura, olho claro e de muito boa vista. Isso basta para se brincar respeitosamente com a colega que ainda por cima já mostrou ser cozinheira de óptimas sobremesas, não é assim JCP e restante comandita gulosa?). A nossa companheira mostrou-se obviamente disposta a aturar a ignorância atrevida e o atrevimento ignorante destes dois relapsos informáticos.

Bom, será melhor não vos contar o resto da história. Ou melhor conta-se: saímos de lá com um pancadão de truques novos para aplicar: como “linkar”,como pôr uma fras no sítio das ditas cujas, como pôr música (ai que fartote que isto vai ser!…) mas sem o problema resolvido. Aliás, no computador da nossa amiga os dois desenhos do texto do Oliveira apareciam desirmanados enquanto nos nossos mac estavam impec um ao lado do outro como convinha. Mais outro mistério pouco gozoso.

Depois de horas a massacrar a nossa amável amiga e o Joaquim, outro companheiro desta pequena aventura bloguistica, retirámos convictos que teríamos de nos dirigir a instâncias superiores para corrigir aquela horrível mania do Imac do d’Oliveira.

Há minutos, telefona-me em alvoroço: mcr, já está!

Já está o quê?, rosnei irritado. Na verdade estava num mano a mano com a CG disputando uma malga de cerejas e nisso há que estar atento. A CG em vendo cerejas é pior do que a marabunta africana. Parece um tractor supersónico a aviar as frutinhas vermelhas com as duas mãos. Até suspeito que mete cerejas no nariz!…

Já não há problema com o computador.

Que é que fizeste?, perguntei entusiasmado enquanto via as cerejas sumirem-se naquele buraco negro que é a CG a dar conta delas.

Não fiz nada!

Nada?, uivei enraivecido ao ver o naufrágio das últimas cerejas.

Nada de nada, mcr. Nadinha!

Desisto, leitoras, de compreender os computadores, mesmo os mac. É ainda mais difícil do que as mulheres e Deus bem sabe, desde o longínquo Éden, quão estranhas elas podem ser. E eu sou apenas “um pobre homem” de Buarcos.

Vai esta para agradecer a paciência evangélica da Guilhermina amadora esclarecida de Vassili Kandinsky.

E vai com os “Blaue Pferde” de Franz Marc companheiro do anterior e membro de “Der Blaue Reiter” bem como companheiro das aventuras pictóricas de K. em Murnau, cidade onde passei três belos meses da minha vida. Danke sehr!

 

 

A vitória de Cavaco Silva

JSC, 26.06.09

O Primeiro Ministro acaba de anunciar que o Governo se oporá ao negócio da PT com a Prisa, de que resultaria uma participação da PT no capital da TVI.

 

Depois da intervenção do Presidente da República, na linha do que a oposição (leia-se PSD) vinha fustigando, parece que não restava grande alternativa ao Governo, a não ser que lhe desse uma de patriotismo, não actuasse em função da táctica eleitoral, para deixar que a estratégia de desenvolvimento da PT fizesse o seu caminho.

 

A PT não é uma empresa pública, logo não se entende como é que os políticos, a começar pelo Presidente da República, interferem na sua gestão. Também não se entende como é que a líder do PSD, que continua a pregar contra o aumento da intervenção do Estado em todos os sectores e, ela própria, interfere na gestão de negócios privados, que deveriam seguir as regras do mercado, com a supervisão da entidades reguladoras.

 

Ninguém sai bem nesta fotografia. Como sempre o grande prejudicado é o país e os portugueses. É que se a PT é impedida, por razões de luta partidária, de realizar, em Portugal, os negócios que concretizem o seu plano estratégico, é bem provável que os procure realizar noutras paragens.

 

Diário Político 116

mcr, 25.06.09


Isto não anda bom para os banqueiros….

Ou, pelo menos é o que parece: desta feita são cinco cavalheiros que para não ir descansar por algum tempo à nossa custa, terão de desembolsar entre todos mais de um milhão de contos dos antigos. Coitados…

 

Isto não anda bom para o Moniz

 

Ou, pelo menos, é o que parece: a PT oferece 150 milhões por uma fatia da Tvi que (diz-se) só vale 84! É preciso gostar muito de televisão. Mas muito, mesmo…

Digamos que o negócio, preparado no maior segredo (nem a administradora CGD sabia!!! Nem o detentor da golden share, por acaso o Estado, sabia!!!!) cai que nem uma cereja no bolo. A TVI andava a acusar o Governo e vem, subitamente, do espaço sideral um meteorito chamado PT (onde o Governo nada, mesmo nada, nadinha, raspas de nada, manda) e oferece por um lote de acções a bonita soma de trinta milhões de contos dos de antigamente! Ou seja o equivalente a 150 banqueiros prevaricadores.

Vozes invejosas, mal comportadas, dizem que o que a PT quer é a cabeça do senhor José Eduardo Moniz. Se assim for ele vale exactamente 76 (setenta e seis) milhões de euros. Por grosso 15 milhões de contos. Ou, por outras contas, 75 banqueiros igualmente cúpidos e prevaricadores…

 

Isto não anda bom para a Pátria

Portugal, soube-se hoje, é o segundo país mais pobre da União Europeia. O rendimento dos aborígenes equivale exactamente a 75% do rendimento médio dos cidadãos da UE. Atrás de nós só a Eslováquia. Quanto é que lá valerá a hipótese de um banqueiro de aguardar julgamento em liberdade?

 

Pelo caminho que as coisas levam, se o governo entender comprar as vozes discordantes a preços tão de antes da crise, não demorará um ano em sermos o pais mais pobre não da UE mas da ONU. É que esta dinheirama sai dos bolsos do pagode, valha-me Deus! Sai do meu, dos do JCP, do JSC, da “o meu olhar”, da Kami, do mcr e do evanescente Simas Santos para já não falar do nosso bem humorado Mocho Atento. Salva-se a Sílvia que é brasileira (e carioca ainda por cima e vive, coitada, naquela tristíssima cidade maçadora, praia, sol, caipirinha, praia, caruru, samba, praia, moqueca de siri e tudo o mais! Aquilo, manas e manos, não é vida. E ainda nem falei do martírio do carnaval!)

Isto poderia andar melhor para mim

Eu por exemplo, estou aberto a uma OPA sobre mim próprio. Com um par de milhões prometo exilar-me em Paris e não chatear mais. Fini  o monsieur d’Oliveira que promete reconverter-se em bouquiniste ali para o quai Malaquais (literatura latino americana, poesia japonesa e romances eróticos dos séculos XVIII e XIX). O incursões passa bem sem mim e os companheiros desta aventura estarão convidados para umas belas choucroutes no Lipp. Pago eu.

 

D’Oliveira fecit 

 

 

 

 

Não há pachorra para o Senhor Presidente!

José Carlos Pereira, 25.06.09

O Presidente da República anda numa fase astral muito complicada. Sorumbático, de mal com o mundo e com a vida, não compreende por que razão o país não conduz a sua amiga do peito Manuela Ferreira Leite até ao poder. Sim, porque esta, como se viu ontem na SIC, está mais do que preparada para governar este cantinho à beira mar plantado. Só não quer calhamaços eleitorais, nem comboiozinhos. Aviões, pode ser.

Pois bem, Cavaco Silva tem andado farto de atirar bolas fora. O discurso do 10 de Junho em que não chamou as coisas pelos nomes - como lá no fundo gostaria, mas sem ter coragem para tal - acompanhado pela envergonhada homenagem a Salgueiro Maia, foi seguida por uma viagem até à Escócia, onde comentou as "sondagens" sobre a preferência dos eleitores pela data das eleições. Percebe-se que Cavaco quer fazer o jeito a MFL e marcar as eleições para o mesmo dia e vai forçar até mais não poder, furtando-se mesmo ao diálogo com o Governo.

Mas a pérola suprema veio hoje com o seu comentário sobre a investida da PT na Media Capital. Já só faltava o Presidente andar a investigar as transacções em bolsa de empresas privadas. Logo Cavaco, cujas competências no mundo das acções só se revelaram na... SLN! Ao menos, podia ter esperado por ouvir o director-geral da TVI, José Eduardo Moniz!

BCP ou como um Case Study se torna num Caso de Polícia

JSC, 25.06.09

O Ministério Público acusa cinco antigos gestores do BCP: Jardim Gonçalves, Filipe Pinhal, Cristopher Beck, António Rodrigues e Castro Henriques, de manipulação de mercado, falsificação de contabilidade e burla qualificada.

 

No curto período de três anos, 1999/2001, os senhores BCP constituíram 17 offshores, com a finalidade de manipular as cotações do banco, empolando os resultados, o que permitiu receberem mais de 24 milhões de euros, que de outra forma nunca receberiam.

 

O caso de sucesso que foi o BCP está transformado, cada vez mais, num caso de polícia. É de acreditar que, como diz o povo, a procissão ainda vai no adro, porque, a fazer fé no bem documentado Joe Berardo, “o BCP continua a roubar ainda hoje”.

 

Joe Berardo costuma ter razão nestas coisas da alta finança, como bem provou com a retirada dos seus capitais do BPP, em 1998.

 

estes dias que passam 171

d'oliveira, 25.06.09

Olá, Nuno Barreto

 

Se não fora ter encontrado o João Dixo continuaria a imaginar-te em Macau pintando coisas que só de longe em longe víamos. Mas o Dixo, com aqueles óculos redondos e o eterno rosto de menino apareceu-me na esplanada e zás!: morreu o Nuno.

O Nuno, o Nuno Barreto?

Nem mais.

Raios partam o S João que afoga todas as notícias, mesmo as piores. Nem sequer me fui despedir, uns minutos no velório, no enterro, um abraço aos teus irmãos, sobretudo ao António, velho amigo desde 60. Nada. Quando a notícia me chegou já estavas a ser cremado.

Assim desaparece um pintor talentoso, um professor de Belas Artes, um senhor professor!, um guerrilheiro de uma ideia outra da pintura, um que não estava para aturar rodriguinhos nem receitas, nem prontos a vestir.

Fazes falta, já. Sempre fizeste falta, acho eu. Faz falta a tua ironia, o teu humor e a tua independência.

À pressa, agarro num catálogo de uma exposição de 91 e torpemente tento digitalizar um dos teus “nocturnos”. O nocturno IV (acrílico sobre tela. 100x125) datado de 91. Um daqueles nocturnos que tu querias sem lugar, sem fronteira, sem raízes. Vai miseravelmente digitalizado mas tu recordarás, desde as nossas conversas na Delegação do Porto da Secretaria de Estado da Cultura (que está fechada. A do Porto, a que lhe sucedeu lá para Vila Real – que está fechada mas não sabe!... - e a cultura, tout-court que sofre tratos de polé com o actual inquilino do Ministério da dita cuja. A tal cultura de que um presidente de ministério agora diz que esqueceu. Conviria dizer-lhe que as coisas só esquecem a quem as conhece e nunca a quem nem de perto, nem de longe as frequentou...) que eu sou pouco dado a estes truques modernos.

Não me habituo a isto nem à morte dos outros. À tua, por exemplo. Deveria dizer-te adeus mas não sei porquê só consigo um olá. Olá Nuno! Boa viagem!

 

As primeiras promessas

JSC, 25.06.09

Manuela Ferreira Leite prossegue na senda de não anunciar o programa com que se vai apresentar ao eleitorado. Contudo, já começou a deixar cair as primeiras linhas de intervenção

 

Em entrevista à SIC começou por desvendar as linhas da política fiscal, que pretende desenvolver: “Evidentemente não vou aumentar impostos”. Pelo contrário, diz, “baixarei os impostos assim que possível”.

 

Assim, em matéria de política fiscal já conhecemos as grandes linhas de orientação, caso MFL ganhe as eleições: Numa primeira fase, não haverá aumento de impostos. Na fase seguinte, pode até ocorrer uma baixa generalizada de impostos.

 

No domínio das obras públicas, se ainda não divulgou os projectos que tem em carteira, já foi adiantando as dúvidas em que se debate: “é muito provável que suspenda o TGV”, podendo deixar prosseguir o Aeroporto de Alcochete porque “não me assusta tanto”.

 

Como se lê, há aqui alguma confusão porque enquanto qualifica estes investimentos como “uma desgraça para o país”, no mesmo contexto, diz que é “provável que suspenda um (o TGV) e que deixe prosseguir o outro (aeroporto), porque não a “assusta tanto”.

 

Parece que a coisa começa a ficar complicada de entender. Ou será que MFL entende que a propagada “politica de verdade” convive bem com esta sinuosidade discursiva?

 

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