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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

INVICTUS

O meu olhar, 04.02.10
Do fundo da noite que me envolve,
Escura como o inferno de ponta a ponta,
Agradeço a qualquer Deus que seja
Pela minha alma inconquistável.
Nas garras do destino
Eu não vacilei nem gritei.
Sob os golpes do acaso
Minha cabeça sangra, mas não se curva.

Além deste lugar tenebroso
Só se percebe o horror das trevas,
E ainda assim, o tempo
Encontra e há-de encontrar-me, destemido.

Não importa quão estreito o portão,
Nem quão pleno de castigos o pergaminho,
Eu sou o senhor do meu destino:
Eu sou o comandante da minha alma.

William E. Henley

Senhor do meu destino

O meu olhar, 03.02.10

                                 

 

Sou senhor do meu destino /Comandante da minha alma.
É com esta mensagem, parte de um poema de Mandela, que termina o filme Invictus, mais uma obra imperdível de Clint Eastwood. Tudo que este homem faz é perfeito. Recomendo vivamente este filme. É obra de um gigante á altura do homem que lhe serviu de base: Mandela. Se a sabedoria tivesse um rosto, Mandela seria uma das suas representações absolutas. Num ano em que se vai realizar o campeonato do Mundo de Futebol na África do Sul, este filme traz-nos o campeonato do Mundo de Rabgy e a forma como este funcionou, melhor, como Mandela conseguiu que funcionasse, como factor aglutinador de toda uma nação. Fabuloso.

A receita do costume

JSC, 03.02.10

“A receita do costume” é o título da crónica de Manuel António Pina, no JN de hoje. O espaço que MAP tem no JN é escasso. Se assim não fosse, admito que MAP desenvolvesse mais o seu artigo, acrescentando, por exemplo, que Vítor Constâncio o que gosta é de falar de economia, competitividade e outras coisas afins. Quanto ao que deveria ser o seu trabalho, como seja informar os portugueses do que o BP está a fazer em matéria de repatriamento dos milhares de milhões de euros que nos últimos anos saíram (e continuam a sair) do país para paraísos fiscais, quanto a isso, nada diz. Como também nada diz acerca do impacto que essa fuga de capitais tem sobre a vida das empresas e o emprego, para além dos efeitos directos que tem sobre a receita fiscal. Como nada diz acerca do resultado das medidas que disse que o BP iria aplicar, para obrigar o sistema bancário a informar as saídas de capital para off shores.

 

Não restam dúvidas que Vítor Constâncio há muito que se esgotou como governador do BP. Urge que o Princípio de Peter funcione e alguém o promova para outro cargo, ainda que tal se traduza numa perda (política) para o Ministro das Finanças que deixará de ter alguém (com a autoridade que o Governador tem) a sugerir medidas impopulares, permitindo ao Ministro fazer o papel de bonzinho, ao dizer que não aumenta impostos, ou assumir o papel de vítima, ao dizer que nada mais poderia fazer, porque, dirá, «até o Governador vem insistindo no aumento dos impostos».

 

A balança do poder... (Parte 1)

Castro, 02.02.10

Graphic of hourglass, colored in blue and grey; a circular map of the western hemisphere of the world drips from the top to bottom chamber of the hourglass.

 Muito se fala do poder das grandes corporações, governos e de todo e qualquer interesse instalado que se movimenta para lá das leis nacionais e internacionais para benefício próprio. Todos sabemos que isso é uma realidade, e muitas vezes pensamos que o único papel que nos resta é falar, falar e falar um pouco mais, pois sabemos que essas corporações têm imenso poder e conseguem dissimular quase tudo. Quando existe uma falha, e um desses esquemas vê a luz do dia, o sistema vê-se obrigado a actuar, o que resulta normalmente em anos de tribunais que resultam em... nada. Não sou um teórico de conspirações, bem pelo contrário, quando quero tomar uma posição gosto de ter factos, mas bem sabemos que em casos destes esses factos muitas vezes estão guardados a sete chaves.

  Alguns amigos meus, mais conservadores, atiram-me com o argumento que essas histórias são fruto de mentes anti-globalização fertéis de mais, e na verdade que mais posso dizer se não tenho factos para rebater?

 

Onde eu quero chegar com tudo isto é ao facto de, normalmente, quando um grande esquema é desvendado, acontece porque algum pobre desgraçado ganha coragem e denuncia. Normalmente acaba inundado em burocracia legal existente para proteger essas mesmas corporações ou governos. Isso mudou em 2006. Um grupo de activistas criou um sítio, wikileaks, em que a sua única função é receber e publicar documentos incriminatórios sobre governos e corporações. A única função do sítio é verificar a sua veracidade e colocá-los disponíveis para toda a gente ver. Porque é que isto é inovador? Dois motivos, primeiro permite ao delator uma barreira de protecção legal que de outra forma não teria, segundo está acima de qualquer lei nacional ou internacional de bloqueio de privacidade criada (também)  para proteger esses mesmos interesses. 

 

Não me quero prolongar em descrever o que é o wikileaks, pois tenho uma opinião muito pessoal, e quero reservar-me, para que vocês possam formar a vossa opinião sem qualquer tipo de influências de leituras pessoais. De referir, no entanto, que neste momento o sítio não está a divulgar documentos, apenas a recebê-los, por dificuldades financeiras. No entanto, aconselho-os a irem ao sítio, pois tem dois vídeos que explicam mais detalhadamente o que é o wikileaks. São em inglês e um bocado massudos mas aconselho vivamente a vê-los.

 

Assim que passar algum tempo, para poderem conhecer melhor este projecto, prometo uma segunda parte para explicar, traduzindo em casos reais, como este sítio já contribuiu para um pouco mais de transparência.

 

 Wikileaks has probably produced more scoops in its short life than the Washington Post has in the past 30 years 
—  The National, November 19. 2009

 

www.wikileaks.org

 

Aqui deixo dois vídeos que explicam o que é o wikileaks. O segundo vídeo tem sete partes, mas vale a pena ver pois é a apresentação pelos próprios fundadores.

 

 

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