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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

Boas Notícias 1

O meu olhar, 13.02.11

 Carro Vs Bicicleta

 

A Câmara Municipal da Murtosa está de parabéns pela excelente aposta no projecto Murtosa Ciclável. No âmbito deste projecto implementou uma extensão considerável de ciclovias quer em zonas urbanas quer rurais, apostando, ao mesmo tempo na divulgação do seu património.

Além disso tem promovido acções nacionais e internacionais de divulgação do município com base neste projecto, como foi o caso da participação no final do ano passado no Congresso Ibérico A Bicicleta e a Cidade, realizado em Sevilha, cuja edição de 2012 vai ter lugar em Murtosa.

Qualquer boa iniciativa dinamiza-se pelo exemplo. Por isso, agrada-me sobretudo que o presidente da Câmara, António Santos Sousa, vá trabalhar de bicicleta e tenha disponibilizado este meio de transporte para os funcionários e membros do executivo  que queiram ter esta opção de mobilidade. Um excelente exemplo!

 

 

 

Au Bonheur des Dames 264

d'oliveira, 13.02.11

 

Os eternos rapazes

Deus nosso Senhor (em que não acredito) e a Senhora da Encarnação, santa milagreira de Buarcos ajudaram-me sempre. E uma das mais preciosas ajudas foi esta: acreditar pouco, duvidar muito e esperar a descida da maré cheia.

A experiência de muitos anos e a frequentação de muita e desvairada gente, nos anos já longínquos da minha mocidade fizeram-me desconfiar dos fanáticos, dos recém-convertidos, dos que subitamente viram a luz na duvidosa estrada de Damasco que a sua ingenuidade e a sua (oh que inveja!) juventude os fizeram trilhar. Dentre estas criaturinhas sobressaem, pelo estapafúrdio da sua génese, as do Bloco. Aliança contra-natura de trotskistas e maoístas, duas seitas do universo comunista radical-crítico que tiveram os seus momentos altos durante o Maio de 68, sempre se distinguiram pela agressividade contra os burocratas, os “revisionistas”, os social-traidores e outras objurgatórias que fizeram o seu curso nas missas negras do estalinismo. (É curioso observar que, neste universo glauco e fechado, as fórmulas são sempre as mesmas se bem que com diferentes destinatários. Há no rito comunista, fixado pelo Komintern, uma permanência acentuada das mesmas palavras que exigem um apurado faro e um sentido incomum para perceber a sua exótica deriva de significados).

Nada une estas duas pequenas seitas esotéricas a não ser a sua guerrilha constante e perdida contra o clássico establishment comunista. Todavia, daí até se unificarem (mesmo se precariamente) é milagre exclusivamente português. Trata-se de culturas diferentes, de discursos opostos que só a escassa (ou inexistente) preparação teórica dos nossos “revolucionários” permite perceber.

Fruto desta estranha parceria, o Bloco sempre foi uma organização incapaz de um programa politico positivo. O Bloco é “contra” e com isso se basta. É um albergue espanhol que vive do improviso, da desilusão perante os partidos tradicionais, cresce com o descontentamento, esvaziará com qualquer melhoria económica. É por isso que se dedica ás causas fracturantes. Normalmente causas marginais mas (bárbara palavra!) “apelativas”.  O Bloco consegue, ou a reacção escandalizada dos outros permite-o, dar-lhes uma premência e uma actualidade artificiais. Todavia, nenhum partido consegue viver desse pé de meia programático e, cedo ou tarde, a realidade nua e crua sai-lhe ao caminho.

É por esta mesquinha e pobre razão que o bloco é um molho de bróculos. Tem de inventar a cada momento um malabarismo para se manter á tona. Nisto, parece-se muito com o senhor Primeiro Ministro que vive só do espectáculo. Com uma vantagem para este último: o seu apurado sentido do funambulismo permitiu-lhe conquistar um PS desideologizado, uma máquina dócil e habituada a nadar entre duas águas. O PS, este PS, tem vivido das desgraças inomináveis que caíram sobre o PPD desde a orfandade post Cavaco até ao dueto tragicómico de Barroso e Santana Lopes. Enquanto o principal partido da oposição continuar a ser disputado pelos pequenos barões de segunda linha, o PS não precisa de nada. Basta-lhe estar e, como no filme RAN (quem se lembra?), esperar que os outros dêem o  primeiro falso passo.

Foi neste cenário de ilusões que o bloco prosperou. Fartos do “mais do mesmo” alguns milhares de portugueses entenderam dar-lhe uns votos. Não por convicção mas apenas por protesto. Poderiam ter votado na pantera cor de rosa ou, se existisse e tivesse um partido, no abominável Coelho da Madeira. Em não havendo, o Bloco dava jeito. E, sobretudo, desse voto (de protesto, repete-se) não vinha mal ao mundo. Fazia-se uma figa ao PC e davam-se uns piparotes nos narizes do centrão.

Infelizmente Louçã e os restantes colegas não perceberam isto. Aliás, nunca perceberiam. Eles acham que têm uma “missão”. E vai daí inventaram esta moção de censura que, agora, pasmemos!, é contra o PS e o PPD. Contra o Governo e a Oposição. Mesmo que Governo e Oposição fossem (não são) Dupond e Dupont a tarefa pareceria difícil. E de difícil compreensão pelos paisanos que assistem desolados a este circo.

Pessoalmente, se Sócrates cair não deitarei uma lágrima. Já deveria ter caído há muito. Há dois anos para ser mais preciso. Ter-nos-ia poupado alguns problemas e a crise porventura não teria chegado aos extremos que chegou, se é que não irá ainda mais longe. Agora, a moção é um descarado convite ao PPD que, aliás, parece desconfiar desta boleia. Quando a esmola é grande o pobre desconfia. Mas vejamos mais em pormenor. A moção, neste exacto momento, supondo que teria êxito e votos, resolve alguma coisa? Abre caminho a alguma solução qualitativamente diferente da do PS? Será que o senhor Passos Coelho tem ideias substancialmente diferentes das de Sócrates? Claro que alguém me retorquirá que Passos será ainda mais implacável que Sócrates, que chamará o FMI, que aproveitará para recortar o famoso “Estado Social” que anda já pelas vascas da agonia. Poderá Coelho fazer isso? Terá suficientes apoios políticos e, mais ainda, sociais?

Se assim fosse, qual o ganho do Bloco? Será que sonham com o agudizar das contradições para pôr as massas na rua e conquistar o palácio de inverno? Serão os bloquistas tão atrevidos (e tão ignorantes) que pensem contribuir para a Revolução com R grande? Para a grande noite vermelha? Pensarão os inocentinhos que uma campanha eleitoral agora lhes trará mais votos, mais um ou dois deputados? E que, trazendo-os, isso significa alguma coisa?

É claro que algum ganho têm no curto prazo: os media falam deles, as pessoas indignam-se virtuosamente ou nem isso e o PS esperneia por não saber ao certo o que é que Passos vai decidir. Mas a longo termo isto, esta súbita espertalhice terá algum proveito para alguém, descontada a hipótese relativamente remota de a moção prosperar?

O dr. Louçã afirma galhardamente que a moção dá voz a uma elevadíssima percentagem de portugueses, mais de 50%, vejam lá! Que Portugal está ainda pior do que o Egipto (e ainda por cima não temos pirâmides, múmias sequer a sombra esvoaçante e pecaminosa de Cleópatra...). O dr Louçã tomar-nos-á por tolinhos, por lorpas, por energúmenos catatónicos para dizer uma parvoíce deste tamanho? Será que Sócrates é Mubarak, que o país viva há uma trintena de anos em “estado de sítio” que as prisões politicas estejam a abarrotar, que dois milhões de portugueses ( 20%) vivam com menos de dois euros dia?

O autismo político  (e ideológico) estará na moda? Teremos de aturar isto, tanto mais que enquanto o dr. Louçã frequentar as paredes pouco recomendáveis de S Bento e avançar com propostas destas é o nosso dinheiro que o sustenta (ou será que ele é apenas um deputado benévola que recusa altaneiro e puro o ordenado mensal e as restantes benesses – incluindo a reforma por escassos anos de tribuna?) e aos da sua bancada?

Leitoras e leitores, desculpem-me este tom avinagrado, logo eu que sou de meu natural bem disposto e optimista, mas esta gente dá-me a volta aos humores biliosos, coléricos e os outros que já não recordo.

Tenham um resto de bom domingo se puderem.

* na gravura: os loucos guiando os cegos (Brueghel)

 

 

 

Boas Notícias, Más Notícias

O meu olhar, 13.02.11

 

Segundo um especialista português nos meios de comunicação nos últimos 20 anos as más notícias tiraram o lugar às boas notícias. No caso dos jornais editados as boas notícias passaram de 80 % há 20 anos para 20% actualmente. Ele referiu o exemplo de um jornal regional que se distinguia por privilegiar as boas notícias. Entretanto mudou de Director, passou de alguém já  com alguma  idade para uma pessoa mais jovem e as notícias mudaram de cor, passando a destacar o que de mais negativo tem a sociedade.

Isto é algo que me incomoda verdadeiramente. Esta tendência mundial de espalhar as más notícias e deixar cair as boas. Por isso, já há muito tempo que tenciono iniciar aqui, no Incursões, um espaço de Boas Notícias. Tenho adiado, não por falta de matéria, mas por evidente falta de tempo. Agora que estou aqui retida com gripe vou dar o pontapé de saída e lanço um objectivo para mim própria: apresentar uma boa notícia por dia. Lanço também um desafio aos nossos leitores  Incursionistas: escrevam sobre os acontecimentos positivos que conhecem , portugueses ou mundiais. Os bons exemplos deveriam merecer destaque em todo o lado.

 

Diário Político 159

mcr, 11.02.11

 

 

 

 

La Revolution, nous l’avons tant aimée


“Vai-te!  Para trás Sui demónio com cabeça de crocodilo! Fica sabendo que já não tens poder sobre mim pois existo...

( “A saída para a Luz” ou “O Livro dos Mortos dos antigos Egípcios” sec. XIV AD, XIXª dinastia (?), capítulo 23)

 

(para um velho amigo dos anos de Coimbra em paga de um belo almoço)


Estou diante da televisão. É uma emissão especial. Sobre o Egipto, claro. Como fundo a praça Tahrir onde se acotovelam duzentos mil manifestantes. Um porta-voz dos militares acaba de dizer que o Exército está ao lado do povo e que tenciona tomar as medidas necessárias para proteger a população. Espera-se a todo o momento que Mubarak fale ao país. Através da televisão egípcia que, sinal dos tempos?, transmite da praça, mostra os manifestantes, entrevista-os, exalta-os.

O momento é, convenhamos, histórico. Eu, graças à idade, já estou habituado a estas extraordinárias emissões. Foi o homem na lua, a televisão alemã a mostrar o muro a cair. E antes, os momentos extraordinários do putsch de Moscovo. E a revolta em Bucareste. E os ataques ás torres de Nova Iorque.  Não me lembro, ah memória traiçoeira..., se vi o homem diante do tanque na praça Tienanmen em directo. Creio que não, essa escapou, Mesmo se “la Cina é vicina” a coisa pareceria demasiado espectacular. Ver uma revolução em marcha é algo de fabuloso. Sobretudo se ela se vai tecendo da raiva comedida do povo, farto de trinta e tal anos de “estado de excepção”. Trinta e tal anos! Meia vida para mim, quase uma inteira vida para os miseráveis que se amontoam no Cairo, que inclusivamente dormem nos cemitérios por falta de teto e de dinheiro.

Eu sei que não é o momento de relembrar os velhos emblemas duma esquerda que por cá se quer moribunda, em vias de extinção, irrelevante e ainda atordoada pelas eleições presidenciais. Ainda ontem, em Coimbra, com um velho amigo, um velho resistente, um velho camarada relembrámos isso e olhando um para o outro, com a cumplicidade de uma amizade de quarenta e muitos anos, feitos de longas ausências, de não sabermos um do outro mas esperando, com a desesperada ilusão de que fala o poeta, que as coisas tivessem corrido bem e que nós, batidos pela vida, pelos anos, pela crua realidade alimentássemos ainda algum do fogo sagrado da nossa nem sempre fácil, nem sempre feliz juventude.

E algum milagre foi sucedendo mesmo se a barriga (a minha...) tenha uma proporção vasta e conservadora, se os cabelos do meu amigo tenham declarado greve geral e ilimitada, mesmo se os “trabalhos e os dias” tenham deixado sulcos fundos que nada apagará. Ou melhor que só a morte e, sobretudo, os anos que seguirão, farão desaparecer na elaborada democracia do ventre da mãe terra que nos reclamará as carnes e as cicatrizes.

De todo o modo, algo deixamos. Ele mais do que eu, graças a três filhos que, vi com comoção e alegria, o deixam vaidoso e com fortes razões. Mais do que isso, conseguimos expor as nossas divergências e aceitar o facto, como se, em vez de portugueses, nados na velha maternidade de Coimbra com um ano de intervalo, tivéssemos atrás de nós um ou dois séculos de democracia e de liberdade.

Tudo isto me vem ao pensamento enquanto aguardamos que Mubarak faça a declaração que todos esperam. Que se retire. Que deixe o poder. E o deixe incondicionalmente sem armadilhar a instituição presidencial com um vice presidente vindo directamente dos serviços secretos (E sabe-se o que significa serviços secretos neste género de países... ) mesmo se, como no caso, haja muita gente no país que o considere sério e incorruptível. Presidentes subitamente contestados que nomeiam, também subitamente, para um lugar vago desde as calendas gregas um vice presidente, podem estar a querer tentar alguma coisa. E quando o seu poder incontestado e “em estado de excepção” dura trinta anos convém desconfiar de todos quantos o ajudaram durante esse longo período de tempo.

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A agonia do regime “Mubarak” durou toda a noite de ontem (texto de cima), a manhã e a tarde de hoje. Até às seis horas da tarde, hora local. Depois de um milhão de pessoas na rua. Até ao momento em que o vice presidente aparece e, em nome de Allah o Misericordioso, anuncia a partida do ditador e a entrega de todo o poder ao Conselho Superior do Exército.

Parte Mubarak e estão em parte incerta os gigantescos milhões de dólares que o clã familiar detém na Suíça e noutras partes do mundo. Uma soma superior à fortuna de Bill Gates. Convenhamos que para o herói da Guerra do Kippur que “só queria morrer na sua terra” as economias amontoadas ao longo de uma vida de sacrifício e “estado de emergência” não são desprezíveis....

Não sou egípcio. Mesmo se, como é costume, possa haver quem diga que o é. Não é verdade. Nós somos testemunhas. Testemunhas felizes mas só isso. Quem arriscou a pele foram eles, os egípcios e, em primeiro lugar, os cairotas. Homens e mulheres que não desistiram, que venceram o medo, que enfrentaram perigos de que nós, por cá, não temos senão uma vaga, muito vaga ideia.

A ver se isto se repete por outras praças na vasta geografia de regimes monocolores, quase dinásticos (Síria), repressivos e anti-populares. Gostaria de pensar, como a canção antiga afirmava, que a revolução está na rua. A revolução impensável há três semanas venceu temores miseráveis e desculpas hipócritas tivessem elas como fundo o medo da Irmandade Muçulmana ou a anarquia.

De vez em quando é bom viver.

 

D’Oliveira fecit  11.02.2011 (oh que bela capicua)

 

*este texto foi escrito entre as 19.45 horas de ontem e as 19,15 de hoje

** o título é roubado a Daniel Cohn Bendit

Frases que Ficam

O meu olhar, 11.02.11

 "Sejam quais forem as divergências com este Governo, nenhuma justifica que seja um partido de esquerda a contribuir para um regresso de um Governo de direita".

Manuel Alegre, Fevereiro de 2011

 

 

 

Estes dias que passam 228

d'oliveira, 11.02.11

 

Agradecimento e despedida

 

Há um largo par de anos entendi oferecera um grupo de amigos , em guisa de prenda de Natal, uma colecção de textos meus. Edição caseira, caseiríssima, até: fotocópias juntas por uma dessas encadernações (?) de argolas!

Um dos contemplados achou que aquela tentativa merecia ser publicada a sério, desde que ao seu minguado número se juntassem mais outras tantas croniquetas. Confesso que fiquei como um cuco. E apressei-me a pedir a um terceiro amigo que me fizesse o favor de escolher, dentre a minha produção artesanal, os textos. O que foi feito com gosto e amabilidade.  E o projecto lá foi tomado por uma editora “séria”. Séria ao ponto de meses depois, já o livrinho ia em provas, morrer de morte macaca. E o livro permaneceu no limbo. Uma segunda editora, bem mais pequena e mais próxima, repegou no projecto e pediu-me o original. E os dias, depois os meses, foram passando. Quando fui por notícias, tinha havido zanga forte na pequena empresa e um dos sócios, justamente o que me convidara, saíra porta fora com o meu livro debaixo do braço. Ou seja, considerara que eu pertenceria ao seu lote de futuros autores e guardava-me para melhores tempos. Que não chegaram.

Sabedor destes dissabores, o nosso camarada de blog (camarada em parte incerta, acrescente-se) Simas Santos falou com gente ligada ao Centro Cultural do Alto Minho e, pela terceira vez, o projecto foi aceite. Por razões absolutamente alheias a mim, o então Governador Civil de Viana do Castelo achou que poderia patrocinar o livrinho. E assim o CCAM publicou sem despesa um livro que também sem despesa lhe chegara à mão.

Convém explicar que o Dr. Alberto Oliveira e Silva desconhecia o autor do livro cujo projecto depois de lido entendera patrocinar. Eu, por acaso, conhecia-o de nome. Alberto Oliveira e Silva era um dos históricos da Oposição ao Estado Novo, participara em todas as tentativas de eleições durante os anos negros, em todas as reuniões e fora mesmo um dos fundadores do P.S. Razões que não só me fizeram aceitar a mecenática ajuda mas até me orgulharam. Alberto Oliveira e Silva, percebi depois, era um amável leitor, um simpatiquíssimo leitor, e o seu imprimatur incondicional ajudava quem me queria ajudar.

Mais tarde, já de livro á lapela, lá fui conhecê-lo, cumprimentá-lo e agradecer. Foram horas de boa conversa, bem humorada e ainda recordo que Oliveira e Silva apenas me criticava o uso da palavra “parafernália” que ele entendia desadequada e pouco conforme ao português.

Encontrei-o mais duas vezes, por períodos bem mais curtos mas sempre memoráveis. Era um senhor, Alberto Oliveira e Silva, um grande senhor! Um homem de cultura (e não o digo pelo seu apoio ao meu livrinho, façam-me o favor de acreditar) e um homem de convicções. Um homem que se forjara na Resistência, na boa advocacia, na coragem e na dignidade.

Agora, é já uma saudade. E uma memória. E, espero-o bem, mesmo se são parcas as minhas expectativas, um exemplo para muitos desses socialistas de opereta que se pavoneiam pelos corredores e pelos obscuros subterrâneos do poder.

Permitam-me as leitoras e leitores que deixe aqui, à falta de uma bandeira, esta singela homenagem. E um profundo agradecimento.