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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

Zandinga

JSC, 11.10.11


António Barreto,  sociólogo, politólogo e co-autor de variados estudos estatísticos, a relevar a visão miserabilista nacional, acaba de passar a assumir mais um papel na cena mediática, o de sucessor do Professor  Zandinga.

 

O sociólogo António Barreto admite que Portugal deixe de existir como estado independente dentro de algumas décadas e esteja integrado noutro modelo europeu.”

A vitória (apertada) de Jardim

José Carlos Pereira, 11.10.11

As eleições do passado Domingo na Madeira deram a vitória a Alberto João Jardim, que, pela primeira vez, teve a maioria dos mandatos sem alcançar a maioria dos votos expressos. Perdeu quase dezanove mil votos em relação a 2007 e terá agora de se preocupar com a passagem de testemunho, já que ficou evidente o final de um ciclo político ditado pelo “quero, posso e mando”. Jardim deixa, no entanto, uma pesada herança para o seu putativo sucessor, já que o caderno de encargos gerado pela monstruosa dívida será um fardo pesado para quem vier a seguir. E o processo de sucessão não será nada fácil, como sempre sucede com lideranças deste tipo.

A vitória de Jardim poderia ter sido ainda mais curta se a oposição de esquerda não tivesse “desaparecido” nestas eleições. O PS apresentou como cabeça de lista Maximiano Martins, ex-deputado na Assembleia da República e antigo gestor do Programa Operacional da Economia, e teve o pior resultado de sempre. Nada que surpreendesse quem conhecia Maximiano Martins, pese embora todas as suas qualidades pessoais. O PS nunca conseguiu encontrar ao longo dos anos um líder regional capaz de concentrar o voto daqueles que não se reviam no regime jardinista. As apostas foram-se sucedendo sem sucesso e o PS terá de se interpelar seriamente sobre o rumo a tomar. A CDU desceu a votação e viu esgotado o discurso do ex-padre Edgar Silva. O BE desapareceu do parlamento regional, desperdiçando a herança dos tempos áureos em que a UDP marcava a agenda da oposição na Madeira.

De parabéns está o CDS com o magnífico resultado alcançado, fruto de um trabalho continuado no terreno e bem supervisionado por Paulo Portas desde Lisboa. Contudo, a atitude de José Manuel Rodrigues, que preferiu manter o seu lugar na Assembleia da República em detrimento do parlamento regional, talvez venha a causar mossa no futuro. Os eleitores não costumam perdoar essas “traições”. Será que os madeirenses teriam votado da mesma forma se soubessem à partida que Rodrigues ficaria por Lisboa e não estaria na linha da frente da oposição a Jardim?

Sobra, por último, o reforço da oposição mais ou menos folclórica. José Manuel Coelho elegeu três deputados com a bandeira do Partido Trabalhista Português – metade dos do PS! – entre os quais a própria filha, pois então, mostrando que nesse aspecto não está longe da praxis dos partidos de poder. Também o PND, o Partido pelos Animais e pela Natureza e o MPT elegeram deputados na Madeira. Enfim, à falta de uma alternativa de poder verdadeiramente agregadora, valeu tudo para mostrar o descontentamento dos madeirenses com a governação de Alberto João Jardim e do PSD!