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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

Eu (também) sou Grego

JSC, 02.11.11

A decisão do primeiro ministro grego em ouvir o povo antes de lhe aplicar o novo garrote, imposto pela Sr.º Merkel e pelo Sarkosy  é tida pela generalidade dos governantes europeus como uma atitude hostil à Europa.

 

Perante a gravidade que aqueles dois estão a dar ao caso, até é de temer que Papandreou ainda poderá vir a ser acusado e julgado por um tribunal supranacional, constituído para o efeito, que o condenará por um crime contra o superior interesse público do €.

 

Do mesmo modo que louvo a Sr.ª Merkel que antes de ir para os Conselhos Europeus ausculta o seu parlamento, também concordo com a decisão do primeiro ministro grego em ouvir o povo, sobre matéria tão importante para o seu futuro.

 

As troikas estrangeiras, todas as troikas, nada de bom trazem para os povos. Adaptando um pensamento expresso há mais de três séculos, antes viver pobres e livres, do que pobres e subjugados aos interesses dos mandantes da troika.

Duas visões para a competitividade

JSC, 02.11.11

Precisamente, no mesmo dia em que o Ministro da Economia anunciava a disponibilidade do governo para negociar o alargamento da semana de trabalho de 40 para 48 horas e a redução de dez dias de férias.


 Precisamente, no mesmo dia que o Ministro  da Economia nos comunicava que o aumento do horário diário de trabalho não remunerado é "uma lufada de ar fresco" para a competitividade da economia e das empresas.


Precisamente, nesse mesmo dia, o empresário RUI NABEIRO, provavelmente o único grande empresário português com uma visão do papel social das empresas, dizia, em entrevista ao DN, esta coisa espantosa: “A resposta à crise está no nosso trabalho. Não precisamos de trabalhar mais, precisamos sim de trabalhar melhor”.


Duas visões para a competitividade. A do Ministro que nos empobrece e a do empresário Rui Nabeiro, que produz riqueza.

“A Grécia é o futuro”

JSC, 01.11.11

A Confederação do Comércio e Serviços apareceu hoje a falar em “hectatombe” no sector das mobílias e dos electrodomésticos, a que se seguirá a área da restauração, caso a política fiscal do governo avance.


Todos os dias vão aparecendo notícias a dar conta da penhora de casas, carros e outros bens a famílias, como a que o DE publica hoje.


Os dados estão lançados e o empobrecimento generalizado, estabelecido como meta por Passos Coelho, não só está em marcha como tende a ser um movimento uniformemente acelerado.


A grande questão que se nos coloca, à qual Passos Coelho deveria ser obrigado a responder, consiste em saber como é que um povo, que se empobrece, paga as suas dívidas?

Como alguém disse há pouco, "a Grécia é o nosso futuro". E o Governo, muito mais esperto que a Troika, tem pressa em lá chegar.

Unesco, Palestina e a Ética

sociodialetica, 01.11.11

A Palestina foi admitida na UNESCO como membro de pleno direito. Teve, como as regras exigiam, dois terços dos votos favoráveis.

Os EUA votaram contra. Têm todo o direito.

Os EUA, perante uma posição maioritária diferente da sua, decidiu boicotar financeiramente essa importante estrutura da cultura mundial, parte da Organização das Nações Unidas. Declarou deixar de pagar a sua contribuição.

Estamos ou não estamos numa civilização democrática: as decisões são democráticas quando são iguais às que eu defendo.

Um mundo a preto e branco, sem cinzentos. Um mundo sem ética e dignidade.

Não há limite para o disparate!

JSC, 01.11.11

O Governo, fiel à grande bandeira da campanha eleitoral, esforçou-se por vender a ideia de que a redução na TSU era a solução ideal para dar competitividade às empresas e à economia. Depois, como ninguém comprou essa ideia de laboratório, o governo deixou-a cair, para grande sossego da comunidade.

 

Mas o governo tem um ministro obcecado em fazer passar a ideia de que quer dar competitividade à economia. Portanto, foi descobrir uma outra coisa. Obrigar o pessoal a trabalhar gratuitamente meia hora por dia. Esta passou a ser a nova ideia força para dar competitividade às empresas e à economia. Nada mais competitivo do que obrigar alguém a trabalhar de borla.

 

Os Sindicatos repudiam a medida proposta pelo Governo, que acusam de andar a brincar com a concertação social. Dizem que somando a meia hora diária de trabalho não remunerado com os cortes dos dias de feriado se está perante um roubo de um salário anual.

 

É obra. o ministro retorqui  dizendo que “o aumento do horário de trabalho em meia hora por dia é uma lufada de ar fresco para a competitividade das empresas, que vai criar mais emprego e mais exportações”. Que seja uma “Lufada de ar fresco” eu ainda percebo (!?!), agora obrigar o pessoal a trabalhar mais horas por dia (e de borla) e com isso contribuir para aumentar o emprego, só mesmo aquela professoral cabecinha de ministro pode entender e explicar, Como?

 

Os patrões, via CCP, aparecem a pedir mais, querem a meia hora diária de trabalho obrigatório não remunerado, a contar para um outro banco de horas gratuito, que os patrões utilizarão como e quando bem entenderem. Mas a CCP reclama ainda mais, pretende uma redução de DEZ DIAS DE FÉRIAS dos trabalhadores. Espantoso é que o Ministro experimentalista acolheu a ideia e já admite efectuar mudanças no número de dias de férias e até alargar a semana de trabalho para as 48 horas, sem qualquer acréscimo de remuneração, para não aumentar os custos com salários, em nome da competitividade.

 

 Enquanto tudo isto se passa os partidos da oposição andam entretidos com a dívida. Como se alguma destas medidas tivesse algo a ver com a dita ou com a Troika. Lamentável!

 

Estranho é que ninguém ouse questionar o Ministro (ex e futuro emigrante) acerca do impacto dos salários na competitividade. É que segundo um gráfico publicado no Público, no Sábado, do conjunto dos países da OCDE Portugal é o quarto a contar do fim em termos de salário médio. Ou seja, se a competitividade se medisse pelo custo do factor trabalho, que o governo quer diminuir, Portugal estaria nos primeiros lugares do ranking. Estou a pensar mal Sr. Ministro?

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