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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

Au Bonheur des Dames 367

d'oliveira, 29.08.14

 

 

 

 

Fernandes o vereador vero exemplo do neo-anticolonialismo em calão lisboeta

 

A maioria das pessoas desconhece, e com inteira justiça, o vereador Sá Fernandes, ínclito florão da municipalidade lisboeta onde ocupa a tormentosa pasta dos jardins e assimilados.

 

Eu próprio, de meu natural muito curioso, apenas de raspão o lembrava. De raspão, digo, mass com o dedo no nariz.

 

De facto, se não erro, a criatura começou por pertencer às hostes do Bloco de Esquerda. À falta de o considerarem idóneo para deputado, lá o terão mandado candidatar-se à Câmara Municipal tendo conseguido o lugar de vereador.

 

Uma vez instalado nessa prebenda, o senhor Fernandes “riscou-se” do partido através do qual fora eleito mas não da cadeirinha municipal. Em boa verdade, mandaria a elegância e, sobretudo a ética, que entregasse o cargo a quem o propulsou para tal. Como de costume, neste pais onde os maus costumes se apelidam de brandos, não o fez. E o BE ficou a chuchar no dedo.

 

Mais tarde, ou concomitantemente, já nem quero recordar, foi dele a iniciativa de questionar o “túnel do Marquês”, única obra de qualidade de Santana Lopes.  A obra lá se atrazou largo tempo e os seus custos lá se empolaram desmesuradamente, mesmo se a generalidade dos comentadores não conseguisse ver utilidade no argumentário fernandino.

 

Mais tarde ainda, surgiu a história estranhíssima de uma tentativa de corrupção. Uma firma bracarense teria tentado corromper o digno vereador, metendo ao barulho um irmão dele. Ao que sei a coisa deu em nada no foro próprio, o Tribunal.

 

E o vereador, já sem partido, lá foi continuando como edil. Corre publicamente a voz que assim é por ele ser de uma fidelidade a toda a prova ao Presidente da Câmara. Não tenho meios de creditar ou negar tal vox populi. Na dúvida, fiquemo-nos benfazejamente pela ideia que Fernandes é vereador por alto mérito próprio.

 

Todavia, na silly season que atravessamos, eis que o homem entendeu mostrar de que farinha é feito.

 

Acusado de menosprezar o jardim da praça do Império, deixando num estado semi-amazónico os canteiros de buxo onde campeavam desde a criação daquele espaço os brasões das colónias portuguesas, cruzes de Aviz e mais outros emblemas distritais, eis que do gabinete de tal sumidade surgiu uma resposta pelo menos curiosa.

 

“Não fazia sentido” afirma o talentoso politólogo e historiador Fernandes, “manter os símbolos” de uma fenecida “realidade colonial”. Tudo isto, pasme-se num jardim sito à Praça do Império, entre os Jerónimos e a Torre de Belém, não muito longe do “Jardim Colonial” e do que resta de uma prestigiosa agência (o Instituto de Investigação Cientifica e Tropical) sem falar no Museu de Etnologia, carregado de arte “africana” recolhida na infame época colonial.

 

O vereador Fernandes, demasiado jovem para poder ter provado o seu deslumbrante heroísmo na luta anti-colonial, veio, pois, num mais vale tarde do que nunca, lutar pela justiça e pela dignidade dos maltratados do ex-Império.

Eia! Avante! morte ao colonialismo e aos brasões em buxo das ex-colónias!

Fora com esse símbolo negregado de uma era desaparecida e maldita! Politica e botanicamente!

 

Claro que o senhor Vereador Fernandes pode ser acusado de tomar a núvem por Juno, ou duas árvores, na realidade meia dúzia de talhões de buxo, pela floresta.

 

Na cabecinha de sª Excelência não perpassou sequer a sombra de uma dúvida, a saber

 

1 Que aquele jardim foi assim feito (e só assim tem razão de ser)  por ocasião da Exposição do Mundo Português, como aliás vários edifícios e monumentos ainda de pé que, no sentir mais ou menos generalizado da época (e com alguma colaboração bem paga de muitos de muitos artistas opostos ao regime), representavam parte da nossa história com as suas grandezas e as suas misérias

 

2 Que Lisboa está recheada de monumentos e lembranças do mesmíssimo Império

 

3 Que dezenas de ruas ostentam na sua toponímia o mesmo orgulho imperial e colonial (até há ainda um “bairro das colónias”!)

 

4 Que apagar a história (mesmo na forma humilde e vegetal de uns brasões em buxo) é uma burrice imensa, um acto de incultura que não honra senão um tonto catatónico e fossilizado

 

5 Que esconder realidades de outros tempos, fingindo que nada aconteceu lembra as mais torpes historietas do camarada Stalin que mandava apagar das fotografias as imagens dos que caíam em desgraça ao mesmo tempo que cvensurava as enciclopédias de tudo quanto cheirasse a “inimigo do povo” na sua aliás inútil cruzada pela constituição do “homo sovieticus”

 

6 Que quando a história ou os seus símbolos, mesmo estes arranjos florais, é violentamente atirada porta fora , reentra mais tarde qual boomerang pela janela e com mais força, claro

 

7 Finalmente, mas a tempo, que este desserviço a António Costa (exemplo vivo aliás de um passado imperial ou não fosse ele mesmo descendente de goeses, fruto obvio de centenas de anos de turbulenta, difícil mas real coexistência política e racial) não ajuda nada quem quer liderar o partido e ser eventualmente primeiro ministro.

 

A presença de Fernandes no desmatamento do jardim  vem coroar esta série de tiros no pé: a que título a criatura apareceu no Jardim? Saberá manejar uma sachola, plantar uma flor, usar a tesoura de poda (já que a tesoura da ignorância e da tolice não lhe parece ser estranha)? Ou veio apenas, qual toureiro sem praça, mostrar a sua valentia e o seu orgulhoso (?) desprezo pelas vozes que aconselham calma e mais discernimento?

 

Eu, felizmente, não sou eleitor em Lisboa. Se o fosse, teria certamente votado Costa e estaria agora envergonhado e incomodado com as manobras de Fernandes o novo educador do povo analfabeto e colonialista.

 

Na certeza de que Costa não pode meter juízo na cabeça de Fernandes, sempre apelo para que o mudem de pelouro. Ficava-lhe bem os esgotos.

 

Lisboa, 29 de Agosto, com algum desgosto. A malta não merecia esta gentinha,porra!

Um brinde na Comporta

José Carlos Pereira, 25.08.14

 

As férias deste Verão coincidiram com o auge da crise no BES e no GES, pelo que o tema terá sido recorrente nos veraneantes habituados a escolherem a Comporta como destino de férias. Não sei se este ano circularam por lá, como é costume, muitos membros da família Espírito Santo, mas não faltavam clientes aos restaurantes locais mais conhecidos.

A esse propósito, não resisto a partilhar um testemunho impagável sobre um brinde efectuado à mesa de um desses restaurantes. O brinde não foi presenciado por mim, mas sim por alguém a quem ouvi o curioso relato.

Pois então, na hora de erguer copos e taças, uma respeitável senhora fez um brinde à saúde…e à liquidez!

Sem dúvida, um brinde adequado aos tempos que correm.

au Bonheur des Dames 366

d'oliveira, 22.08.14

Daqui fala o morto

 

Já passei por morto pelop menos uma vez, coisa aliás relatada aqui, não sei bem em que secção (demasidos textos, demasiado palavrório, muita treta e pouca letra, é o que é. Vou ter mesmo que organizar os meus folhetins para ver se não me repito).

Há algum tempo, o Arnaldo Saraiva trouxe-me do Brasil uma fotocópia de uma página de jornal onde se relatava a morte de um quidam chamado Marcelo Correia Ribeiro, às mãos de um assassino pistoleiro. Raio de sorte a do falecido! Passeava e terá sido tomado por outra pessoa. Ao que o jornal dizia, aquilo era uma encomenda e o  tratante um mero gangster a soldo que não devia ser muito competente, pois depois de ter esfriado o cavalheiro que tinha o meu nome, teve de ir à procura do verdadeiro alvo, resultando tudo numa perda de tempo, dinheiro (as munições estão caras) aumentando o risco de ser preso, enfim uma caipora danada, prova provada que mesmo com aquele progresso todo, com os “BRICS”, com a presidenta Dilma, com o petróleo a jorrar por todo o lado, subsiste, até no ramo crime!, muita da velha incompetência eventualmente herdada de nós. Aliás, o resultado infamíssimo do Campeonato do Mundo de Futebol, prova exactamente o que venho de dizer: lá como cá. A malta a encher a boca com “o melhor do mundo” (como se não houvesse todos os anos um “melhor do mundo!...) e os brasileiros a levarem aquela cabazada dos teutónicos.

Mas voltemos à vaca fria: o motivo deste sainete.

Há uns dias, na esplanada, estava eu a usar por qualquer razão de pouca ou nenhuma monta um computador (não este mais um mais recente e levezinho, um macbook air recente) quando num gesto desastrado, mas não desprovido de certa elegância,  reguei o maquinismo com um copo de água.

Intervim com energia, tentando secá-lo com guardanapos de papel e depois com um pano prontamente trazido pelo dono do café. Todavia, o computador recusou terminantemente responder às minhas carícias, aos pedidos e finalmente a um par de injúrias de calibre superior. Nada o demoveu. O ecrã estava preto ou pelo menos cinzento mais apagado que o dr. Seguro. Rien n’allait plus!

O cavalheiro que habitualmente me socorre nas aflições informáticas estava de férias pelo que decidi recorrer a uma empresa com estabelecimentos por todo o lado e que é avalizada pela “apple”.

Fui bem tratado pelos funcionários que me atenderam, enternecidos pelo meu ar envergonhado e pela pronta confissão de culpa. Disseram-me que ainda bem que se tratava de água e não de outro líquido qualquer. Aliás, falaram-me logo de coca-cola que, ao que parece é medonha para computadores de qualquer espécie. Assegurei-lhes que não bebia coca-cola há mais de quarenta anos mas eles insistiram “mas poderia ter bebido...”

E mais me disseram: que o diagnóstico dos resultados do inconveniente baptizado me custaria 38€ que poderiam ser descontados no preço da reparação caso eu a contratasse com eles. E que brevemente me informariam do que ocorria com o mabook. E assim foi: em pouco mais de 24 horas recebi a informação aterradora que o prejuízo era grande e que a reparação me custaria 770€!....

E que, dado o montante, me davam prazo para eu responder.

Fiquei sem fala: Um macbook air de 11 polegadas anda pelos 1000 euros. Valeria a pena? Pelo sim pelo não marchei para o Corte Inglês e verifiquei que por 949 €, não só comprava um exemplar do mesmo modelo mas muito mais modernizado, como, ainda por cima, por mais cem euros o poderia pagar ao longo de um inteiro ano. Nem hesitei.

No dia seguinte, fui buscar o cadáver e trouxe-o para casa para lhe prestar honras fúnebres adequadas. Ao fim e ao cabo, sou um pobre homem de Buarcos e nessa terra luminosa os mortos por afogamento são alvo de algum carinho.

Nesse mesmo dia, à tarde, apareceram lá por casa a minha enteada e o meu genro. Este, devorado pelo bichinho da curiosidade, pediu para ver o finado. Retorqui-lhe que o morto merecia um pouco de tranquilidade mas o Nuno não esmoreceu. Agarrou na máquina e, pimba!, tentou anima-la.

E não querem vocês lá ver que o o morto deu um pinote, abriu de par em par as luminárias (Deus as bendiga) todas do ecrã que dias antes era um negrume e mostrou urbi et orbe, que o baptismo não só não o afectara mas que, provavelmente o melhorara. Num ápice, tentámos a internet, o mail, a abertura dos mais desvairados documentos e aplicações e a tudo o ressuscitado respondia com  zelo, brio e diligência. Durante três dias mostrou as suas virtudes e penso que continua a mostrar (entretanto vim para Lisboa e deixei o computador nas mãos do meu genro para ele o levar ao nosso habitual auxiliador) desmentindo o diagnóstico temível da empresa. A pergunta que me faço é esta: são os funcionário dessa empresa incompetentes ou apenas me tentaram estorquir umas centenas de euros?

O mais extraordinário é que a citada empresa (cujo nome misericordiosamente estou a ocultar) me enviou um mail a perguntar se eu estava contente com o serviço prestado (que se resumiu ao diagnóstico escrito que vou guardar cuidadosamente). que é que lhes digo?

 

 

 

O salvífico Marinho Pinto

José Carlos Pereira, 21.08.14

Marinho Pinto foi um bastonário da Ordem dos Advogados (OA) que se tornou conhecido do grande público pela frontalidade, pelo verbo fácil e pela crítica áspera a certos poderes. O povo gosta disso e a maioria dos advogados também lhe reconheceu qualidades quando o elegeu por duas vezes. A bagagem jornalística fez com que o seu discurso passasse bem na comunicação social e Marinho Pinto soube tirar partido disso.

Esgotados os mandatos na OA, Marinho Pinto abalançou-se para a política e conseguiu um surpreendente resultado nas últimas eleições europeias, em que conquistou dois mandatos para o MPT, o partido barriga de aluguer que lhe permitiu ganhar um lugar em Bruxelas. Digo partido barriga de aluguer porque o próprio Marinho Pinto não se cansou de dizer que foi ele que escolheu o partido pelo qual concorreria, programas e princípios ideológicos à parte. Para ele, que tanto critica o sistema e os políticos, afinal parece que qualquer partido servia para alcançar o que queria.

Confesso que não contava com o resultado que Marinho Pinto obteve, mesmo reconhecendo que o seu discurso populista – sim, populista – granjeia simpatias. Bater nos políticos, nos partidos e nas instituições, “malhar” nos privilégios das classes dirigentes, clamar contra os corruptos, sem materializar qualquer denúncia concreta nos locais próprios, e pelo caminho adicionar alguns toques de marialvismo, é música para o ouvido de muitos. Conseguiu, assim, o que outras candidaturas ao Parlamento Europeu fora dos maiores partidos nunca tinham conseguido.

Chegado a Bruxelas, Marinho Pinto viu-se envolvido num rocambolesco processo para integração nos grupos parlamentares existentes e o MPT acabou excluído do grupo dos Verdes. O novel político percebeu certamente que não teria na Europa o palco que pretendia, ou então, como muitos defendem, esse foi apenas um passo preparatório para a sua entrada na política nacional. Marinho Pinto já veio dizer que concorrerá nas próximas legislativas e até, possivelmente, nas presidenciais. Claro. Se não for ele, quem mais restará ao povo para escolher? Quem trará a salvação?

Os partidos que o vão acolher ou apoiar pouco lhe importam, desde que se submetam à sua vontade pessoal. Nisso não anda longe do seu conterrâneo Avelino Ferreira Torres, ex-autarca, dirigente e senador (!) do CDS, que sempre disse que não precisava e não queria saber do partido para nada e que, sendo dirigente desse partido, chegou a concorrer como independente a eleições autárquicas porque pensava que faria disso uma vantagem.

Muitos consideram que a palavra de Marinho Pinto será útil no parlamento. Mas para quê? Com que programa político? Certamente, os portugueses não querem eleger um deputado que se limite a ser um amplificador das caixas de comentários da internet, onde se dispara em todas as direcções e nada se acrescenta ao debate. Será que Marinho Pinto almeja uma votação que faça do seu partido unipessoal o fiel da balança na próxima legislatura? Safa!

Uns meses antes das eleições europeias, ouvi um amigo advogado defender que o projecto pessoal de Marinho Pinto passava pela candidatura à Presidência da República e que a candidatura ao Parlamento Europeu era um primeiro passo nesse sentido. Achei isso improvável e não levei muito a sério a previsão. Hoje vejo que esse amigo, que conhece bem Marinho Pinto, estava certo. O agora eurodeputado deve pensar que tem um dom salvífico pelo qual os portugueses anseiam. Mas a democracia e o país precisam de tudo menos destes pretensos salvadores da pátria…

O nosso Agosto

José Carlos Pereira, 20.08.14

Uma silly season mais movimentada do que o habitual trouxe-nos motivos vários para adensar as nossas preocupações e os nossos debates:

BES

De repente, ficámos a saber que o BES, afinal, não estava imune ao contágio do GES, ao arrepio daquilo que nos foi sendo dito meses a fio por governantes, Presidente da República, governador do Banco de Portugal (BdP) e comentadores económicos. Viu-se o descalabro que atingiu o banco e as suas ramificações empresariais e comprovou-se que as (melhores) famílias não resistem a recorrer à especulação financeira para sustentar os seus negócios descapitalizados. Ainda falta muito para se perceber se a solução engendrada pelo BdP e pelo Governo foi adequada, assim como se desconhecem os encargos que vão recair sobre o bolso dos contribuintes. Entretanto, outros bancos estão a ser auditados e as notícias que vão chegando não prometem descanso…

Carlos Moedas

Passos Coelho tirou da manga o seu secretário de Estado adjunto e indicou-o para comissário europeu. Descontinuado o trabalho que tinha no executivo, após a saída da troika, Moedas tornar-se-á o comissário indicado por Portugal com pior curriculum. Curriculum político e profissional, pois a sua ligação à Goldman Sachs, nesta altura do campeonato, não é flor para usar na lapela. Quando a Europa e o próprio Juncker procuram dar uma guinada no sentido da competitividade, do crescimento, do emprego e da inovação, Portugal indica alguém que quis ser mais troikista que a troika e que acolheu a austeridade com um sorriso nos lábios. Um justo prémio!

PS

A campanha interna para as primárias do PS amoleceu um pouco, o que permitiu conter algum radicalismo extemporâneo. A vida partidária não se deve assemelhar a um clube de futebol, mas isso nem sempre é tido em conta pelos militantes mais aguerridos. António Costa percorre o país e ganha a simpatia dos portugueses. António José Seguro procura suster os seus apoios de sempre. O país não se basta com palavras bonitas e redondas e precisa de competência comprovada, experiência governativa em áreas-chave, capacidade de diálogo e de compromisso com outras forças políticas, liderança forte e constituição de equipas de trabalho muito qualificadas. Só António Costa responde a estes quesitos.

Turismo

Agosto é mês de turismo por excelência e sabe bem ver o país com tantos turistas, de várias proveniências. Quero acreditar que nos preparámos para esta nova realidade, nomeadamente na oferta, no serviço e no atendimento a quem nos visita. Mas o que pensarão esses turistas, caso entendam a nossa língua, quando vêem os primeiros nove minutos do Jornal da Noite de ontem, na SIC, exclusivamente ocupados com crimes e violência? Não é esse o país que eles sentem lá fora. Será esse o país que queremos vender-lhes?