Feliz Ano Novo
Que o próximo ano nos traga dias bons... como merecemos! Um excelente 2015 é o que desejo a todos os incursionistas
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Que o próximo ano nos traga dias bons... como merecemos! Um excelente 2015 é o que desejo a todos os incursionistas
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publicado às 23:39
Feliz Natal para todos os leitores e colaboradores do Incursões!
publicado às 11:00
António Costa viu consagrada a sua liderança no recente congresso do Partido Socialista, oportunidade que aproveitou para renovar profundamente os órgãos dirigentes do partido e ratificar a sua Agenda para a Década. Alguns observadores, perante o discurso de António Costa no congresso, apontaram-lhe o "delito" de ter guinado o PS para a esquerda. Outros comentadores concluíram que a moção estratégica de Costa apresentava escassos compromissos para o futuro. Curiosamente, quem exigia mais detalhe nas promessas socialistas eram precisamente aqueles que nunca votariam no Partido Socialista.
Nas semanas que se seguiram ao congresso, esses mesmos comentadores já referiam que António Costa ora dizia uma coisa ora dizia outra, piscando o olho à esquerda e à direita conforme as conveniências, como se não soubesse o caminho que pretende percorrer.
Na verdade, António Costa não pode antecipar as opções e o julgamento que os portugueses farão nas próximas eleições. O PS deve lutar pelo melhor resultado possível e o objectivo terá de ser conquistar a maioria absoluta. Isto, apesar de o responsável pela Eurosondagem ter dito recentemente que não voltaria a haver nas próximas décadas uma maioria de um único partido.
Em face dos resultados, logo se verá em que condições o partido mais votado poderá formar governo. Partindo do princípio que o PS vencerá as próximas eleições legislativas, conforme as sondagens antecipam, será fundamental ver o peso eleitoral que registam os partidos à direita e à esquerda do PS. Conjecturar maiorias de governo antes desse momento é manifestamente extemporâneo.
Quanto às orientações estratégicas e aos compromissos para o futuro, confesso que não percebo aqueles que exigem que António Costa apresente, com quase um ano de antecedência, medidas concretas do seu programa de governo. Com a velocidade vertiginosa em que hoje se vive, um ano é uma eternidade na área política e económica.
O líder do PS já deu sinais de privilegiar as matérias sociais e económicas, a valorização dos nossos recursos e do território. A austeridade desenfreada, como a que temos vivido, não será o seu guião. Costa terá, agora, de ser consequente e, em conjunto com os partidos congéneres do Sul da Europa, bater-se pela aplicação de políticas a nível europeu que invertam a depauperização a que temos assistido, recorrendo a instrumentos que fortaleçam o euro e (todas) as economias da União Europeia.
Como António Costa tem dito, os portugueses não perdoarão mais mentiras por parte daqueles que ganharem as próximas eleições. Por isso, Costa faz bem em ser prudente. Primeiro deve lutar por novas políticas europeias e depois, em face da realidade concreta, propor as medidas a seguir pelo executivo que liderar. Um passo de cada vez.
publicado às 00:10
O Presidente da República e o Governo alhearam-se por completo da morte de Vítor Crespo, destacado militar de Abril que integrou o primeiro Conselho de Estado e foi um dos subscritores do "Documento dos Nove", fundamental para conter, em 1975, a acção das forças armadas e permitir a transição para o regime democrático assente nos partidos políticos. Uma vergonha!
publicado às 21:50
É Natal os mortos espreitam
Leio de uma rajada o “testamento de Vasco Graça Moura”, aliás de vgm tudo em letra pequena e relembro o amigo com quem tantas vezes discuti asperamente, o “bom cavaquista” que me punha em fúria mas que, honra lhe seja, o foi sempre de cara lavada e inteiro.
O Vasco era um sacana: tudo lhe saía bem, versos, fados, mulheres... E filhos que os teve vário(a)s de vária mães, claro.
Morreu de botas calçadas, como no velho oeste ou mais loginquamente na época de Villon que ele tão bem tratou. Diz quem o viu nos últimos dias, que, mesmo com dois cancros às costas, ele queria e conseguia ir trabalhar aflito de dores e com a certeza da morte.
Relembro-o agora, tardiamente, talvez porque o Natal, e o seu cortejo de ausências, é já amanhã e ele será mais uma à mesa de filhos, mulheres, amigos e leitores.
E mesmo que, para tantos, pelo menos para os cristãos, o Natal –tanto quanto a Páscoa, ou mais ainda - seja uma festa da vida mais viva ainda por ocorrer num dos dias mais pequenos, ou numa das noites mais compridas, possa parecer de mau gosto esta chamada dos mortos, eu julgo que esta é a altura de relembrar os que já não são, as cadeiras vazias à volta da mesa do bacalhau da consoada e da pequenada que aguarda em ânsias a hora das prendas.
E já que estamos nesta maré vasante, hoje mesmo acordei com mais dois mortos de ontem: o António Montez e o Joe Cooker.
O primeiro, meu amigo desde que arribou a Coimbra, expulso da universidade de Lisboa em 1962, foi meu companheiro de mesa de café e, mais do que isso, iniciou-me a mim e mais um par de rapazolas nos segredos da função teatral pois já tinha algum ofício da arte e fora mesmo vago colaborador num filme. Para nós, provinciais de Coimbra, aquilo era muito mundo. Depois, nesses anos de vinho e rosas, rapidamente se meteu no CITAC e por lá mostrou o talento inato com que algum deus generoso o contemplara.
Era um actor e um profissional a sério. A vida separou-nos, cada um para o seu lado, mas ainda participei numa mesa redonda televisiva em que ele defendia (contra mim) as virtudes da dobragem cinematográfica. Os anos passaram, vinte ou mais, e felizmente os filmes ainda por aí passam legendados.
Agora que morreu, chovem encómios e boas palavras que nem sempre acompanharam a sua longa carreira. A vida é assim e a morte esconde amigos e inimigos no mesmo silêncio amargo.
De Joe Cooker não posso dizer que tenha sido amigo. Admirador, claro, fui e sou, mas amigo não. Vi-o pela primeira vez no filme sobre Woodstock e comoveu-me indelevelmente, definitivamente, a sua espantosa interpretação do “with a little help of my friends”. Atrevo-me a dizer que a interpretação dele é melhor do quee a dos Beatles e juro que estes (com muitos, imensos, outros) estão no meu panteão musical, nas estantes dos discos, no Ipod, na pen que trago no carro, em disco, em cd e em dvd. Diria até que ele, The Band, Credence Clearwater Revival, Richie Havens, Canned Heat, The Who e Jimmy Hendrix foram os momentos mais altos de um concerto absolutamente excepcional. Deixo de fora outros grandes músicos mas foram estes aqui citados os que mais me empolgaram. Porventura porque os conhecia pior do que a Joan Baez, a Janis Joplin ou os eternos Crosby, Steels, Nash and Young Deus os abençoe a todos!) ou por qualquer outra desrazoável razão. Mesmo se, a gravação do concerto não dá a melhor versão de qualquer uma das músicas apresentadas. Mesmo, disse, ponto e vírgula: o with a little help foi absolutamente estarrecedor. Glorioso! A história com letra grande ou pequena, tanto faz, passou por ali enquanto Cooker cantava.
Não sei se o Montez ( como o Vasco, aliás) que era da minha idade gostava do Joe Cooker. Se o vgm sentiu essa intensa comoção. Sei, todavia, que os três foram para mim a little help of friends e se há coisa que eu não sou é ingrato. Eu como diz um outro bom amigo sou cão que conhece dono. Leal, fiel, e reoconhecido. Com a ajuda deles tentei ser um pouco melhor, acho que fui um pouco melhor, espero que quando me for, e já não deve faltar muito, que os anos pesam, alguém me recorde da mesma maneira. Ou quase...
Leitoras e leitores que me lêem, obrigado por isso, pela vossa generosa paciência. Tenham um bom dia, um bom mês, um melhor ano que este foi para esquecer. Mas não esqueçam os amigos, estes amigos meus e seguramente vossos.
Boas festas, bom ano.
publicado às 21:12
Segundo o sempre bem informado Correio da Manhã, Paulo Portas vai, brevemente, “explicar” a “compra dos dois submersíveis”. A “explicação”, para que seja mais convincente e espontânea, virá em forma de vídeo.
Por ente votos de Boas Festas, Paulo Portas irá, certamente, dizer
que está “de consciência tranquila”,
que “o negócio dos submarinos é da responsabilidade do PS”,
que nada tem a ver com a escolha do banco que financiou a operação,
que nunca tinha ouvido falar dos 30 milhões € que os donos do BES, em reunião de família, afirmaram ter sido para pagar isto e aquilo.
Aguardemos. Até pode ser que Paulo Portas nos diga porque se dispôs a “explicar”, não antes mas logo agora que o processo foi arquivado.
publicado às 16:11
publicado às 10:30
Ainda ontem trazíamos aqui a questão dos submarinos, a propósito das declarações dos protagonistas BES. Não há dúvida sobre esta parte da participação no negócio. Quem foram os beneficiários e o montante distribuído.
Logo hoje que a TVI mostrou a conversa em que os membros do conselho Superior BES não só repartiram entre si os 5M€, como se referiram ao montante que terá sido distribuído por outros personagens envolvidos na marosca, logo hoje, é que vem a público que o Ministério Público decidiu não levar a julgamento nem deduzir acusações contra os arguidos do famoso Caso dos Submarinos, que investigou, durante oito anos, o negócio dos submergíveis comprados aos alemães. O despacho de arquivamento já é do conhecimento de Amadeu Guerra, diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal.
Oito aninhos a investigar e tudo leva a supor que nunca tiveram acesso àquelas gravações. Deve ser uma frustração do caraças.
A Visão deve ter as suas razões para abrir a sua notícia, em exclusivo, do arquivamento do processo dos submarinos com a dica: “Boas notícias para Paulo Portas”. Será que PP também achará que são mesmo boas notícias?
publicado às 00:12
A propósito do conflito laboral na TAP, que tem por base o processo em curso de privatização da Companhia, apesar do Governo estar em fim de mandato, apesar de muitos, incluindo figuras PSD, acharem que nesta altura a privatização da TAP não deveria prosseguir, tanto mais que o Governo acabou, mesmo assim o Secretário de Estado dos Transportes, que deve ter andado ausente do país, garante o processo de privatização é para prosseguir e que é uma matéria consensual no país. Consensual? É tão consensual que o conflito está aí para o ilustrar o imenso consenso que o Sr. Secretário de Estado consegue ver.
Neste jogo de distorcer a realidade o mesmo secretário de Estado dos Transportes afirmou que "os sindicatos não estão interessados em continuar a negociar", o que "o Governo lamenta profundamente".
A isto, um dirigente sindical da TAP bem podia retorquir: “o Governo não está interessado em negociar”, o que “os sindicatos lamentam profundamente”.
Nesta fase do processo surge o alerta da Associação de Agências de Viagens: “TAP tem 48 horas para evitar prejuízos”. Os dirigentes da Associação parece que se estão a esquecer das responsabilidades do Governo nesta matéria. Ou seja, a pressão não pode nem deve estar apenas sobre a TAP, leia-se sindicatos. Neste caso, faz todo o sentido que a pressão que a Associação pretende fazer se foque, também, sobre o Governo.
Porque será que os empresários têm tanta dificuldade em confrontar este Governo e apenas forçam para que a corda parta pelo lado mais fraco?
publicado às 12:44
De ora em diante a palavra “luvas” associada a negócios fraudulentos com o Estado, por exemplo, subornos na compra de submarinos, passa a chamar-se "retribuição especial única", que até pode ter direito a perdão especial em matéria fiscal.
Para que a história fique completa, só falta tornar público o nome daquele que terá sido o principal beneficiado com a equivalente "retribuição especial” sacada ao erário público.
Será por acaso que esbarramos sempre com o mesmo nome? Como se sabe na Alemanha já foram julgados e condenados os que pagaram, a portugueses, a dita retribuição especial.
Em Portugal, a Justiça parece que não conseguiu identificar os beneficiários da mesma retribuição especial. Ninguém foi indiciado. Será agora?
"Quem é a sexta pessoa que ganhou uma comissão pelos submarinos?”
publicado às 22:56