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Incursões

Instância de Retemperação.

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Instância de Retemperação.

diário político 261

d'oliveira, 22.08.22

Reliquias, panteões, túmulos, homenagens  o que mais há

d'Oliveira fecit, em Agosto

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mausoleum_at_Halicarnassus_by_Ferdinand_Knab_(1886

relíquias laicas, religiosas, monumenos túmulos e restante parafernália

d’Oliveira fecit aos 22 de Agosto

 

Um recente texto sobre relíquias religiosas, aliás um par de dislates sobre o tema, merece que  se dedique ao tema um par de observações.

Várias religiões, seguidas por um incontável número de milhões de crentes, em todos os continentes, manifestam um respeito surpreendente por relíquias, sejam elas um dente de Buda ou um fragmento da Cruz.

As religiões sempre produziram monumentos, templos, recintos sagrados, cemitérios, túmulos ou panteões de toda a ordem e grandeza para honrar os deuses e um ou muitos antepassados reais ou míticos.

Os egipcios, embalsamavam os seus faraós e depunham-nos em pirâmides, mastabas ou hipogeus, cercados de uma imensa variedade de objectos familiares que lhes permitissem uma longa viajem pela eternidade. Como, nas mais das vezes, essa bagagem além túmulo era constituída  por materiais preciosos, uma das mais lucrativas mas arriscadas profissões da antiguidade até aos nossos dias foi a de violadores de túmulos. Fosse em que local fosse, os gatunos de mortos, prosperaram desde a Escandinávia ao Oriente, da península ibérica aos desertos egípcios.

Todavia, nada impediu povo após povo de levar a cabo cerimónias fúnebres sumptuosas, de levar a cabo edificações tidas por inexpugnáveis, para garantir um repouso eterno para os seus mortos mais ilustres.

Boa parte do que hoje chamamos património cultural da humanidade vem daí. E ressoa na memória colectiva a história das sete maravilhas do mundo  de que se mostra uma hipótese de desenho do túmulo de Halicarnasso (ou sepultura de Mausolo)

Do Cambodja a Itália, monumentos de todo o tipo mormente os religiosos assinalam o túmulo real ou mítico de um santo, de um rei, de um herói. O mesmo sucederá na Meso-América . E em zonas menos ricas ou mais pobres em materiais nobres(África sub-sahariana, por exemplo) consegue-se, mesmo assim, assinalar a última morada de um religioso, por vezes de um chefe.

Modernamente aparecem por todo o lado panteões que guardam com laica solenidade figuras públicas que os cidadãos entendem dever realçar como exemplos ou como pais da pátria, artistas de excepcional mérito, o que se queira. E não se julgue que isto afecta ou toca apenas a chamada civilização ocidental, o u o Ocidente laico, republicano e liberal, No muro do Kremlin lá está um horrendo sepulcro de Lenin, onde a criatura jaz para todo o sempre embalsamada, com direito a guarda de honra. As nossas catedrais estão pejadas de túmulos de reis, de guerreiros de bispos e mais personagens  ilustres. E nos altares mores ou das capelas guardam-se milhares de relíquias veras ou falsas que mobilizam milhões de fieis.

É conhecida a história do bispo ladrão de Santiago que veio a Braga oferecer um repasto gargantuesco ao bispo local e a todos os seus cónegos e serviçais. Depois de os embebedar com forte dose de vinho alvarinho, aproveitou-se do sono pesado e inocente dos locais para se escafeder  para os seus domínios além Minho, carregado de relíquias. Só escaparam as ossadas de S Torcato por estarem noutro sítio...

(para conforto dos leitores mais religiosos ou mais nacionalistas, todas essas relíquias foram sendo restituídas ao longo de muitos e penosos séculos de negociações ásperas e minuciosas.

As relíquias desempenharam sempre um especial papel  e ainda hoje o “caminho de Santiago” mais não é do que uma viajem também iniciática  ao eventual túmulo e relicário do apóstolo  Tiago milagrosamente desembarcada na ria de Areosa que hoje é famosa por outros desembarques menos nobres mas mais lucrativos pelo menos para a máfia galega.

E não se pense que só os fieis, os crentes, ganham com este transito de peregrinos pelos locais onde se recolhem relíquias. Algumas das melhores, mais originais e populares festas tradicionais  têm origem nas romarias. Eu meso, laico até ao tutano, sou devoto da Senhora da Encarnação e da festa de Santa Rita de Cassiaonde nunca me canso de ver umas dúzias de senhoras que, no fim da procissão desfilam amortalhadas em roxo (se é que não erro)   para publicamente denunciar a sua situação de mulheres maltratadas pelos maridos. A meu ver, valia-lhes mais uma denúncia por violência de género mas não deixo de reconhecer que sem chegar a tais extremos  (nem sempre recompensados por uma sentença justa e eficaz, valha verdade) sempre deixam sobre os cônjuges a sombra de uma acusação, o ferrete de uma crítica social.

Troçar destas práticas religiosas não é muito diferente de repudiar os costumes laicos e republicanos que atiram para os panteões os novos pais da pátria como, neste momento vai ser o caso do cadáver do senhor José Eduardo dos Santos, finalmente regressado a Luanda depois de um duelo judiciário de baixa intensidade entre as filhas mais velhas, a viúva, os filhos mais novos e as autoridades actuais de Angola. E não vejo especiais diferenças entre o fervor dos crentes e o inflamado respeito de laicos ultra laicos que enterram Lenin ou Mao como se fossem  o imperador Qin, o do exército de terracota. Ou os czares Romanov, o último dos quais uma mediocridade política e militar chamada Nicolau foi canonizado com o resto da família próxima pela Igreja Ortodoxa há uma vintena de anos. Cumpre lembrar que é esta mesma Igreja agora governada por um patriarca Ciril (ou Kiril)  a que abençoou a invasão infame da Ucrânia por uma horda de soldados que não recuaram perante nada, pilhando, matando e destruindo tudo à sua passagem perante a condenação de muitos e o recatado silêncio de algumas criaturas que veem em tudo a mão omnipresente da CIA, da NATO e do Ocidente em geral. Os mesmos que troçam das relíquias e pasmam respeitosamente perante o túmulo do embalsamado fundador da URSS. Critérios...

na imagem: Túmulo de Mausolo em Halicarnasso, reconstituição

estes dias que passam 725

d'oliveira, 22.08.22

As polémicas inúteis

mcr, 22-8-22

 

O coração do rei d Pedro IV, embarca hoje para o Brasil onde estará durante um par de meses como um dos momentos altos da comemoração do bicentenário do Brasil. A real víscera viajará num avião da Força Aérea Brasileira e será escoltada por Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, cidade a que o rei legou, por gratidão, o seu coração.

Os portuenses (e os restantes portugueses) dividiram-se quanto à oportunidade desta romaria. Uns (a maioria (tripeira) porque uma deslocação deste género porá o coração em risco.  

Outrs porque o Brasil é (des)governado por uma caricatura de presidente, um capitão que não se notabilizou por qualquer feito castrense, um deputtao absolutamente obscuro durante um longuíssimo mandato e um político ignorante, prepotente, acintoso e claramente autoritário.

“Se o Brasil fosse governado por um democrata...”,  atrevem-se alguns, ainda seria possível  o empréstimo da “relíquia”. Mas, pelos vistos, com alguém tão pouco frequentável como Bolsonaro, a coisa  parece quase um pecado. Capital!

Quando se pensava que esta troca estival de opiniões estivesse encerrada. Eis que uma senhora cronista no “Público” veio relançar a discussão. E usando o mesmo estafado argumento da intrínseca perversidade bolsonariana. De todo o modo, e na mesma despachada prosa dá boleia a um par de tabefes a Rui Moreira, o guardião da “relíquia” segundo ela e, pior, o benfeitor de Bolsonaro sobretudo pelo eventual aproveitamento político da estadia em Brasília do coração do ex-imperador do Brasil. 

Convenhamos. Bolsonaro é tudo o que dizem e, (por mim) ainda pior. Mas é o presidente eleito do país e, por isso, o representante do povo brasileiro (seja eleitores seus seja dos outros). Ocorre que o bicentenário é agora e não depois das eleições. Se os brasileiros, ou quem  (tão mal e tão tristemente) o representa querem ver o coração do seu primeiro magistrado supremo, que temos nós com isso? Preferem um democrata? Também eu! Mas essa responsabilidade cabe aos brasileiros e não a nós, felizmente bem longe, daquela situação. 

No meu caso, que nem portuense sou (apesar de habitar a cidade há mais de cinquenta anos) o coração ficaria sossegadinho na Igreja da Lapa. Não que eu o tome por uma “relíquia” sagrada ou civil. Mas apenas porque o coração simboliza muito do que a cidade é para todos os seus e para os que a habitam. Um momento de história num conflito que decidiu o destino do Portugal moderno. Sem os portuenses, sem o enorme sacrifício que o cerco representou, D Miguel continuaria a reinar. Portanto o lugar do coração é na Lapa, não para ser venerado ou para fornecer de quando em quando um milagre mas apenas porque merecemos este gesto do Rei grato.

Entretant, o Presidente da Câmara do Porto, legítimo representante da cidade e dos seus habitantes entendeu (e, parece, que com a concordância da grande maioria dos portuenses aceder ao pedido das legítimas autoridades brasileiras. Ponto, parágrafo! 

Eu percebo que a comentadora não goste de Bolsonaro tanto mais que seguramente eu ainda goste menos. Já percebo mal a sanha contra Rui Moreira que, de eleição em eleição soube merecer o apoio dos cidadãos do Porto. Parece que, a comentadora entende que Rui Moreira deveria fazer não sei em o quê –pelo menos ela não o diz – em prol da sua cidade.  Por mim, o saldo de Rui Moreira é significativamente positivo, votei nele sem qualquer escrúpulo tanto mais que ele era infinitamente superior aos adversários que se apresentaram. 

Percebo que haja quem não goste de um homem inteligente, capaz, culto e portista (do FCPorto) até ao sabugo. Todavia, tem feito um bom lugar, tem batido o pé, quando tal é preciso e é respeitado até pelos adversários. Que uma senhorita lisboeta não goste do homem por ser um liberal, um típico alto-burguês do Porto é com ela mas usar esta historieta da viajem do coração parece ou dalta de assunto por via das férias ou apenas fanatismo ideológico coisa que rende sempre sobretudo quando se esconde at´ra de outras coisas

Finalmente a comentadora recorda que Bolsonaro “destratou” Rebelo de Sousa. Isso até foi bom, pelo menos parao Presidente português que não precisou de ir apertar o bacalhau ao sinistro indivíduo que está em Brasília. 

De resto, Marcelo tem na sua mão uma troca de favores com  Bolsonaro. Basta-lhe não ir (se é que houve convite formal e sincero) comemorar a independência. Porque se for, terá de fingir que tudo está bem com o anfitrião e isso, apenas isso, ajudará este muito mais do que um coração embalsamado numa urna de vidro.

 

estes dias que passam 724

d'oliveira, 21.08.22

Era bom que alguém falasse disto

mcr, 21-8-22

 

O Governo ainda não legislou sobre o “casamento infantil”, melhor dizendo a prática de casar jovens abaixo dos 16/18 anos. Parece que há um par de normas comunitárias que ainda não foram transpostas para o direito português.

Costumava falar-se da comunidade cigana mas ´é bom lembrar que é aí que tal prática começa a estar em desuso. Todavia, existem outras comunidades imigrantes, instaladas em Portugal que também mantém práticas idênticas ou, pelo menos, semelhantes. Falo fundamentalmente de imigrantes asiáticos e africanos, sobretudo dos primeiros.  

Como a seguir se explicará há um estranho e embaraçoso silêncio quando alguém suscita um par de perguntas sobre algumas “tradições” que tai comunidades mesmo vivendo sob um regime jurídico muito diferente daquele a que estavam habituadas, não se conformam e, por isso, acabam por infringir a lei do país que as recebe.

Se, porventura, aparece alguém a questionar a prática X ou Y a primeira reacção dos chamados activistas é uivar contra o racismo!

O mesmo e mais grave se passa quando se evoca a mutilação genital das raparigas africanas que residem em Portugal e que muitas vezes já cá nasceram. Ao que um jornal de referencia terá apurado, só nos primeiros seis meses deste ano terá havido notícia de centena e meia de casos. Resta saber quantos mais ficaram por conhecer ou denunciar.

Não vale a pena escrever muito sobre o tema. Esta prática é repugnante, atentatória da condição feminina e a punição para quem a pratica tem de ser exemplar sob pena de se perpetuarem estas barbaridades. 

Isto que se advoga nada tem a ver com racismo mas tão só com elementares Direitos Humanos. É bom recordá-lo não vá aparecer alguma criatura a “condenar” o implícito racismo contra os africanos e afro-descendentes. 

E de pouco valem, aliás não valem de todo, as defesas tontas do multiculturalismo. 

E basta... 

 

 

estes dias que passam 723

d'oliveira, 20.08.22

Nem só de incêndios se faz este Verão

mcr. 20-8-22

 

A estação costuma escorrer sem especiais sobressaltos, mesmo se, de há muitos anos a esta parte, os incêndios flagelem as populações do interior, a floresta, os cultivos, tudo.

Todavia, o arder do país junta-se já de tal modo ao ardor dos dias que  o fogo já quase nem é notícia. Desta feita, a coisa ameaça complicar-se porque as chamas atacam uma e outra vez. Os mesmos locais como se não bastasse a primeira destruição, os medos que provocam os lumes, a impotência dramática das populações que veem perderem-se s escassos bens, as casas construídos com sacrifícios insanos. Os animais perdidos (incluindo os cãe que os donos acorrentam mas não se lembram de salvar.

Claro que o sr Ministro, as autoridades excelentíssimas, quase toda a gente fala em fogo posto. 

Obviamente não se exclui a mão matreira ecriminosa mas isso justifica uma pequena percentagem de fogos. O resto, mesmo se se deve ao tempo, à seca, às variações climáticas, seria bom não esquecer que de há muito se deveriam ter tomado medidas mais eficazes e preventivas. Outra maneira de captação de águas e de retenção da que se perde no Inverno. 

Éurgente criar legislaçãoo, se é que a não há, que permita ao Estado, aos Municípios e à freguesias substtuirem-se aos proprietários relapsos (e são a maioria, uma multidãoo) que não limpam os seus terrenos, seja por incúria ou, como é cada vez mais visível, por desconhecerem a sua condição de proprietários. Isto nõ vai lá só com a facilitação do cadastro mesmo se a medida seja de aplaudir. Quem, tendo terrenos e não os cuide tem de ser punido ou perde-los porquantoo que aconteceaté agora é que o abandono das terras prejudica o próprio e prejudica todos os outros que ainda se empenham em não abandonar o interior. 

A não haver medidas claras e fortes, o interior de Portugal queimar-se-á cada vez mais e cada vez pior. Até nada restar excepto o deserto humano e vegetal. 

Deixemos, porém, esta amarga previsão, e passemos a notícias mais interessantes. A onda de demissões atingiu aquela criatura que foi levada à presidência eo IEFP e se abarbatou com subsídios indevidos. Tudo nawpuela história cheirava a esturro. Então uma empresa despede a sua sócia maioritária? Então esta, coração argo e generoso colabora com a entidade que a despediu prestando-lhe pequenos ou grandes serviços gratuitos? Então uma criatura que vai presidir ao IEFP desconhece que o subsídio de  desemprego não pode ser pago nessas circunstâncias? Assim se vê que género de criaturas vão preencher altos cargos públicos, socorrendo-se o nomeador da “nomeação por substituição” que é uma maneira manhosa de contornar os organismos públicos encarregados de selecionar o pessoal dirigente. A coisa, desta vez não passou e dita senhora nomeada vai ter de desembolsar os subsídios ilegalmente recebidos e não será presidente do organismo. Haja Deus!

A segunda notícia vem também de tamanquinhas, silenciosamente. Afinal o regime de creches gratuitas vai ser alargado aos perigosíssimos  privados!!!

Wata polémica imbecil começou justamente quando, por ignorância, auto-suficiência e ideologia gasta mas persistente, se entendeu que a rede de creches “sociais” e do Estado dariam vazão a todas as crianças. Sabia-se perfeitamente qque não dava. Havia estudos, estatísticas, avisos, notícias que não dava- Mas persistiu-se. Porquê? 

Agora, envergonhadamente, sai a novidade: o sistema sç  vai estender-se aos “abutres” do privado.  São necessários. Imperiosamente necessários! Todavia, a medida foi atirada para Janeiro! Até lá quem quiser ter as crianças na segurança de uma creche e faltando (como desde sempre se soube) as sociais e as estatais lá terão os pais de continuar a desembolsar (os que podem) os custos integrais. 

Às vezes pergunto-me se é que os nossos políticos sabem que as famílias actuais são pequenas, nocleares (já nem falo das monoparentais...) e se sabem que normalmente as pessoas tem de trabalhar e não tem a quem deixar os bambinos...

Alguém me dirá que felizmente se vai reparar o erro. Respondo que esse erro estava mais que evidente. Que “não havia necessidade” se é que me é permitido citar o diácono Remédios. De todo o modo, ainda bem que alguém pensou um par de minutos elá du pela burrice. Antes tarde do que nunca.

A ex-ministra da Função pública veio agora dizer para os jornais que ela, coitada e cheia de boa vontade, sempre quis aumentar a Função Pública mas que o Governo a que pertencia nõ lhe deu ouvidos.  Pergunta-se, será que diz a verdade pi agora manda uma ferradela em quem sabemos, por mero despeito? 

Eu diria, socorrendo-me do rifoneiro nacional: “Zangam-se as comadres...” (os leitores concluirão ). 

E recordo que, na mesma entrevista, a mesmíssima senhora, vem defender o seu colega Pedro Nuno, desafiando o sr. Presidente do Ministério. (Portugal no seu melhor!...)

Mas não é só Portugal a mostrar os seus pequenos (e grandes) ridículos. A Srª Primeira Ministra da Finlândia  foi vista a dançar e a cantar numa festa privada onde um “cheira merda” entrou e filmou. A cantar e a dançar? Onde é que já se viu tal? Uma mulher de menos de quarenta anos, quase uma rapariga, pelo menos para mim, atreve-se a dançar e ainda por cima a cantar? 

(sabe-se apenas que nem a dança era a dos sete véus, nem a cantiga era lasciva, com duplo sentido ou usando palavrões. Bastou cantar e dançar!)

 O Verão, mesmo este violento e quente, endoidece as pessoas ou são elas que já padeciam antes de maluquice cretina e soez? 

Arre!

 

(um parêntesis para dizer da minha profunda admiração por essas mulheres corajosas que, no Afeganistão, continuam a manifestar-se pelo direito à educação das raparigas e pelos pequenos restantes direitos  que nos tempos horríveis da ocupação americana tinham sido conquistados.)

o leitor (im)penitente 243

d'oliveira, 19.08.22

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Uma livraria! E que livraria!...

mcr, 19-8-22

 

Quem me atura já conhece algumas das manias literárias ou, no caso, artístico-literárias.

Estão nessa categoria as máscaras africanas e as  gravuras (xilogravuras) japonesas. São manias, vícios, gostos antigos. Constituí, ao longo dos anos não só uma pequena colecção de máscaras e objectos africanos como também fui fortalecendo uma biblioteca sobre tais temas (gravuras japonesas são poucas por duas razões: dificuldade em encontra-las à venda e, claro!, o preço. )

Numa visita recente à “Galeria Africana”  agora “African Art Gallery# (R D João IV, Porto)descobri que na pequena estante de livros de arte africana existiam umas edições de tamanho mais pequeno que faziam parte de uma colecção editada pela Gallimard. Trata-se da “Visions d’Afrique 5 continents”(24,5 x 16,5) série de monografias sobre a arte e a cultura de uma etnia com muitas ilustrações. A mim o que me atraiu foi o carácter monotemático de cada livro, o que evita pesquisas demoradas e difíceis nos restantes livros.

Foi assim que acabei por saber que em Lisboa havia uma livraria que importava livros de várias partes e. Sobretudo, edições inencontáveis em todas as restante livrarias-

E hoje, pela manhã lá encontrei dois volumes da desejada colecção bem como um excelente volume dedicado à colecção de gravuras japonesas de Van Gogh! Um regalo!

Fiquei muito bem impressionado com a livraria e atrevo-me a dizer, sem receio de ser desmentido, que neste momento não há em Portugal (continental) livraria que lhe chegue aos calcanhares. Encontrei inclusivamente um lote razoável de livros em italiano que irei explorar devidamente quando tiver mais tempo. Isto sem falar de apesar de poucs me ter deparado com outro lote de edições da Pleiade.

Desde os tempos das finadas Leitura (Porto) e Buchholz (Lisboa que existe mas em versão muito mais moderada)que não tinha o prazer de encontrar lojas tão bem fornecidas (muitos e excelentes livros!).

Seguramente, não estou a dar grande novidade a leitores lisboetas e pertinazes mas dá-se o caso desta livraria, se dar ao trabalho de importar livros encomendados o que facilita e muito a vida a um leitor como eu. As livrarias tem circuitos melhores do que os fornecidos pela internet e muito menos complicados, situação que qualquer leitor (ou um leitor preguiçoso como eu) aprecia.

À cautela encomendei logo uma dúzia de títulos, ou seja quase todos os editados se é que a informação prestada pelo Gallimard está actualizada.

Nunca faço propaganda de lojas mas, desta feita, fiquei  com tão boa impressão pela gentileza e profissionalismo dos empregados com que contactei que entendi escrever este folhetim.

Em Lisboa, na rua da Escola Politécnica a dois passos do jardim do Príncipe Real está a Livraria da Travessa, pelos vistos filial, ou algo do mesmo género, de uma livraria de S Paulo (Brasil).

Efeitos das alterações climáticas

José Carlos Pereira, 18.08.22

As alterações climáticas são por demais evidentes e mesmo nós, em Portugal, já nos vamos acostumando (mal) às vagas de calor, às secas extremas, à subida abrupta da temperatura da água do mar, entre outras manifestações.

Mas não deixa de ser surpreendente ver lagoas e rios secos ou com escassa água. Este mês, deparei-me com esta imagem da Lagoa da Ribeira do Almargem, que desagua no mar a poente de Vale do Lobo, no Algarve. O que antes era água agora mais parecia um tapete de flores secas, aniquilando um ecossistema que atraía abundante número de aves aquáticas.

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estes dias que passam 722

d'oliveira, 18.08.22

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Os inocentinhos indignados

Ou

É preciso ser cara dura

mcr, 18-8-22

 

 

Os senhores Medina e Figueiredo vieram a terreiro jurar que se sentem profundamente injustiçados: então não é que, segundo o segundo comparsa desta história que não tem ponta por onde se lhe pegue, “ficou insuportável tanta agressividade, tamnha  afronta, tantos insultos e insinuações”

A criatura Figueiredo afirma que “não tolera ... moralistas sem vergonha e analistas sem memória”. E acrescenta  que se verga  “ aos assassinos de carácter, atingido pela manada em fúria”.

Para além do estilo pobre e pretensioso, sobra o insulto fácil e sobretudo a incapacidade total em perceber as reacções de muita gente, paranão dizer quase toda a gente, perante uma nomeação que não tinha justificação, não provava a sua necessidade nem, ainda por cima, afastava a dúvida mais que pertinente sobre o que, à luz  do que se conhece do passado recente, parecia ser uma moscambilha.

Aliás, basta recordar o embaraço silêncio da bancada do PS, as muitas vozes off críticas, a ausência completa de uma voz que defendesse aquele contrato.

Por outro lado o sr Medina também não percebeu (ou finge não perceber) a tolice que cometeu, a imprudência que demonstrou e, sobretudo, a impudência da sua atitude.

A conclusão que piedosamente tira é que aquelas duas criaturinhas são destituídas de quaisquer laivos de bem senso, de inteligência e de sentido de Estado.

Tudo cheirava, fedia, a tráfico de influências, mesmo que, sempre piedosamente, se admita que era  só ingenuidade.

Em política, a ingenuidade não tem direito de cidadania, não é  desculpa e, normalmente, tem péssimos resultados.

Em vez de prudente e avisadamente, darem a questão por terminada, eis que voltam à carga para mais uma vez provocarem reacções da “manada” (elegante epíteto que o sr Figueiredo usou para qualificar os adversários sem perceber que tal expressão, uma vez arremessada, o inclui  também. É com ele, arrastado pelo dilúvio verbal dele, vai Medina que, pelos vistos, não aprendeu nada com o pretérito escândalo do envio de informações sobre dissidentes para a embaixada russa.

E Costa, não se safa, apesar do seu pirotécnico salto sobre as responsabilidades dos seus ministros na composição dos respectivos gabinetes. Agosto é, sabíamos, mês de incêndios e de notícias patetas sobre o reduzido who’who nacional. Agora também lhe podemos juntar  o “chico-espertismo” lusitano.

Arre que é demais! Não merecíamos isto.  

 

 

 

 

estes dias que passam 721

d'oliveira, 14.08.22

 

 

 

 

 

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Estrutural, de  facto, só a ignorância!

(e a burrice. E o preconceito. E...)

mcr, 14-8-22

 

Normalmente, não partilho as opiniões seguramente sábias e ponderosas, do dr. Francisco Louça. A culpa é seguramente minha mas já é tarde para me penitenciar. Ou para fazer uma autocrítica  em boa e devida forma...

Todavia, um texto desse ilustre comentarista e político semi-retirado, (“Melanina estrutural” Expresso, 12 de Agosto, 2022) obriga-me a vir a terreiro. Não para defender o cavalheiro e diplomata que entendeu fazer ciência ao afirmar que a pele escura (com muita melanina, supõe-se) é mais apta para trabalhar nos locais quentes do planeta. Por exemplo no negregado futuro campeonato mundial  de futebol que como se sabe vai realizar-se num país com vasta tradição deste desporto como é o Quatar. Ou Catar, ou Qatar...

Neste maravilhoso país, encharcado de petróleo e de sheiks ricos como Creso, as obras para os estádios cabem a umas dezenas de milhares de imigrantes, vindos península indostânica, uns, de África outros.

Os cataris  (que são pouquíssimos) apesar de nascidos naquele areal quase infinito, não precisam de trabalhar  seja no que for. A classe política entretém os seus súbditos com as sobras dos milhões que recebe pela venda do “oiro negro”.

Portanto, cabe a estrangeiros sem eira nem beira nem ramo de figueira, fazer o trabalho todo, desde as obras já mencionadas, até a tudo o que é penoso e braçal ou exige esforço muscular.

A “pretalhada” existe justamente para esse tipo de tarefas embora aqui o termo se aplique também aos vindos do Industão.

Ou das Flipinas, embora neste caso, a coisa se restrinja mais a pessoal doméstico. Vê-se que ao ter uma cor diferente também terá capacidades diferentes.

“Chinocas” e “japonos” não há. Já são ricos, tem países fortes, ricos, industrializados compram o petróleo em dólares ao mesmo tempo que vendem tudo ou quase tudo aos locais que, pelos vistos não produzem nada ou quase nada.

Que um diplomata português tenha este género de desabafos a um jornal, não admira. A criatura há de ser “branquelas”, terá um curso qualquer que agora o que mais há é cursos analfabetos para preencher as vagas na “carreira”

E não sabe nada mesmo quando pensa (se pensa, coisa que dá muito trabalho...) que sabe. De África, terra de “pretos”, viemos todos. Não há noutros continentes evidência de antepassados do Homem com mais 30.000 ou 40.000 anos. Em África, basta dar um pontapé numa pedra, vá lá dois ou três, e, pimba!, aparece logo mais um fóssil de humano, humanoide, oque se quiser  que vem fazendo recuar a cadeia dos antepassados para centenas de milhares de anos, para milhões se isto continua assim com arqueólogo à compita a desbravar sertões esquecidos.

Será daí que vem o génio industrioso do homem branco, a habilidade para comerciar do amarelo, a mania de matar o próximo tão cara a certos americanos mesmo se neste caso seja duvidoso que os pistoleiros que massacram inocentes na rua ou nas escolas tenham alguma vez tido antepassados que cavalgavam livremente nas planícies e caçavam bisontes.

Prece que uma senhora Ministra afirmou que em Portugal o racismo não é estrutural. Fabricamos, por esse mundo fora, milhões de mulatos, assimilamos por cá mais de duzentos mil escravos cujos descendentes nem sabem da cor do avô, do bisavô ou de outro ainda mais antigo ascendente.

Seria, também bom lembrar que ainda não passaram cinquenta anos sobre o fim das guerras de África, sobre o sacrifício pedido a um milhão de homens portugueses, e a vários milhões de seus familiares, nem esquecer que de 75 a 78 o país recebeu um milhão de retornados que já ninguém, no espaço e uma geração!!!, sabe onde estão ou quem eram.

Isto para lembrar que 10% dos portugueses andaram na guerra, que outros tantos fugiram de África depois da guerra, a amaioria em condições tão deploráveis quanto infames enquanto muitos “progressistas” assobiavam para o lado, fingiam não ver ou, pura e simplesmente, acusavam esses desnorteados refugiados de tudo o que havia de pior

É, porém, evidente, que há neste torrãozinho de açúcar, um bom número de cretinos que juntam a falta de discernimento à ignorância e acreditam em tudo o que é balela suprematisma.

Depois, há uma história pregressa de colonização em África onde os nossos analfabetos e pobres emigrantes competiam com os negros locais por um trabalho que os tirasse da miséria. Bastava-lhes, aos primeiros, a língua mesmo mal falada, para com isso se poderem alcandorar a pequenos lugares na administração desses territórios onde havia que cobrar um magro imposto, vender mão de obra para o Brasil ou outros pontos das Américas e chacinar quando necessário o “gentio” revoltado. A fronteira da cor dava para tudo (também deu para uma forte miscigenação, fruto da falta de mulheres brancas. E mesmo quando estas existiam, o colono já instalado aproveitava para se relacionar  com a criadagem  ou outros “indígenas” inferiores.)

O Brasil, certos países  da América Latina tem percentagens gigantescas de populações mestiças mesmo se negros e mulatos ainda estejam arredados da alta administração e das restantes elites Vale a pena citar Cuba onde uma eventual maioria de população afro-descendente

Não é visível nos círculos do poder. Ou seja, nos países ditos socialistas ser preto não é privilégio nem garantia de igualdade política e social.

Todavia, a este “racismo” estrutural ou não ninguém liga ou ninguém o chama à colação.

É em Portugal, onde a burrice supina de uns milhares de pobres diabos lhes dá para inferiorizarem os de cor diferente que o racismo aparece em tons horríveis... É aqui que o estrutural aparece! Eu ainda não vi no Brasil um presidente (que lá exerce de facto de primeiro ministro) oriundo de uma comunidade colonizada e de outra cor. Sequer um ministro (mas aí não ponho a mão no fogo pois os ministros brasileiros são praticamente desconhecidos por cá.

A Europa, como de costume, aparece como a mãe de todos os vícios mas curiosamente, e só falo do Ocidente, é aí que se encontram mais responsáveis políticos de origem não europeia. Na Grã Bretanha então a coisa consegue ser quase “escandalosa”. Basta lembrar o “mayor” de Londres ou alguns dos actuais candidatos a primeiro ministro por parte dos Conservadores. Dos conservadores, notem bem.

No caso português, e não afirmo que isto seja um paraíso, longe disso, sequer um purgatório duro, o racismo estrutural do dr. Louça e amigos não escorraça a permanente vinda de africanos, asiáticos ou brasileiros, mesmo se no último caso agora se fale em queixas por tratamento racista que provavelmente são sobretudo devidas ao facto de esses imigrantes disputarem parcelas do mercado de trabalho onde ainda há candidatos nacionais.

Quem estiver de boa fé poderia dar-se ao inútil exercício de comparar por exemplo, a China, os Emiratos ou certos países do leste europeu com Portugal e verificar onde é que os imigrantes tem mais direitos e são mais bem recebidos.

Portanto, manifestações racistas haverá e por muito tempo. Claro que a estupidez das frases que dão o mote a este folhetim suscitam respostas mais emotivas que sensatas mesmo que seja difícil não dar largas à indignação. E a tropelia racista mesmo só de uma minorai dá alento a outra de sentido contrário que vai desde a “apropriação cultural” até ao completo desconhecimento do que é África. Não admira: os indignados que se reclamam do africanismo vieram todos para cá e não se dispõem a pôr lá os pés  para ajudar a desenvolver o seu mítico e irreal país.

 

 

o leitor (im)penitente 241

d'oliveira, 13.08.22

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Comprar uma pechincha

Mcr, 12-8-22

 

Ficha:

Florence et la Toscane

(paysages et monuments, moeurs

et souvnirs historiques)

Eugene Munz

Librairie Hachette & Cie, 1901

444 pp., douradas à cabeça, 30 x 21

profusamente ilustrado

encadernação  de editor em pele inteira

 

Como me vejo sempre aflito com o aniversário da CG, tento inventar modos de passar o dia. Há uns anos, agarrei na família e rumamos à Figueira. Tinha a ideia de ir comer ao restaurante da Rosa Amélia, uma mulher notável e seguramente a melhor garantia que Santana Lopes teve para ganhar as eleições municipais. Todavia, esta senhora, peixeira de profissão e dona de restaurante não deixa em qualquer dos casos os seus créditos por mãos alheias e comemos muito, mas muito, bem.

Entretanto, como chegámos cedo e havia uma feira de velharias ocupámos o final da manhã a mercar. Sou pouco de de feiras deste teor mas, subitamente, encontrei  o livro de que hoje falo. Melhor dizendo um livro idêntico como explicarei.

Eu, sobre as cidades de que gosto compro tudo (ou quase, melhor dizendo) pelo que nem hesitei perante a barata feia que me propunham, cinco euros por um belo livro que, trazia na capa, a dourado uma inscrição que referia que aquela obra era o prémio de melhor aluno no Colégio Militar  que aliás vinha referido.

Nem o abri pois quando o encontrei era já hora de marchar sobre um glorioso robalo assado e mais uns mariscos para entreter.

Quando, regressado a penates, abri o livro apanhei um susto: o miolo estava num estado infame, faltava papel mesmo se o texto não estivesse ferido.

Recorri à minha exemplar encadernadora, a D Fernanda Santos, uma mulher bonita, simpática, criativa. Ela ao ver o que lhe trazia apanhou um susto mas recompôs e garantiu-me que aquilo tinha remédio. Apenas precisava de tempo para estudar a operação de restauro.

À cautela, desconfiado, fui à internet e descobri o mesmíssimo livro, este, por um preço aceitável e encomendei-o.

Quando o livro voltou fiquei estupefacto: o restauro tinha sido melhor que bom, milagroso!

Como tenho um círculo de amigas e amigos por onde distribuo os repetidos, logo encontrei alguém que recebesse o primitivo e recuperado exemplar.

Das virtudes específicas da obra é ocioso falar. Acusa a idade mas é coisa cabal, capaz, inteligente e muito informativa. A iconografia é, mesmo em gravura e fotografia a preto e branco, sumptuosa. Mai tarde, vim a saber que outros exemplares da obra eram procurados pela encadernação!...

Sobre Florença há centenas, porventura milhares de livros. Este, porém, apesar da idade continua na primeira divisão.

Só um conselho a quem encontra pechinchas livreiras: abram primeiro o livro não vá encontrarem-se com um desastre gordo mas escondido pelas capas vistosas.

Espero não me esquecer desta precaução...

 

 

 

o leitor (im)penitente 240

d'oliveira, 12.08.22

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Felizmente perdi o leilão!

mcr, 12-8-22

 

ficha:

Viaje de Cosme de Medicis por España Y Portugal(1688-1689)

2 volumes (texto e volume de lâminas graadas)

350 pp  e 71 lâminas com 2 gravuras cada, estas com 66 x 50

introdução e notas  de Angel Sanchez Rivero e Ângela M de Sanchez Rivero

Junta para aAmpliación de Estúdios y Investigaciones Científicas

Centro de Estudios Históricos, s/d

 

Há um bom par de anos recebi, com0 de costume notícia de um leilão organizado pelo livreiro José Vicente. Dentre as espécies enumeradas vina a obra de que dou acima a ficha. Entusiasmado, mas desconfiado da minha ousada e imprevidente loucura aquisitiva, licitei pelo correio e perdi. A obra despertar o interesse e entusiasmo de vários outros maluquinhos dos livros, a batalha campal fora tremenda e o livro atingiu um belo preço.

Sou um bom perdedor o que não quer dizer que me fique assim às primeiras. Atirei-me para a Internet em busa do livro e, nem por milagre!, apareceu-me um vendedor com quem, aliás, cheguei tefonicamente à fala. Informou-me que a espiosa herdara um armazém de publicações pois o pai vendi livros e revistas. Falecido o senhor, puseram-se tranquilamente a vender as velharias existentes. Entre elas, mais de um exemplar  da “Viajem ...” O preço que me fizeram era bastante simpático e nem hesitei.

Não vale a pena recordar o interesse da descrição de uma viajem pela península nos finais do sec XVII sobretudo se na expedição como repórter pictórico contratado vinha um cavalheiro  com boa mão para aguarelas que realizou ta partir delas todas as gravuras, 142 para ser preciso.

É ele Pier Mria Baudi, pintor e arquitecto que terá falecido em data desconhecida. Na Biblioteca Lorenzana encontram-se dois volumes das suas aguarelas que continuam a ser muito apreciadas.

Cosme III reinou na Toscânia durante quase 50 anos, viajou muito e era extremamente religioso. Em Portugal há notícia dos seus encontros com o Padre António Vieira, de uma visita à Universidade de Coimbra . foi o penúltimo soberano da Toscânia.

A imagem reproduz uma “veduta “ de Coimbra