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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

au bonheur des dames 543

d'oliveira, 15.11.22

Atenção meninos do jardim escola 

(E da escola primária (agora 1º ciclo) 

mcr, 15-11-22 

 

 

Ultrapassando o PPD/PSD não sei bem por que lado e dando uma abada ao PS trago ao conhecimento público um convite pra meninos e meninas dos acima citados sistemas de ensino.

Há empregos para vocês, petizada irreverente e farta da casa paterna. 

De facto poderão concorrer (ou ser meramente convidados desde que pertençam a uma Jota conveniente)  a um leque enorme de empregos públicos que vão desde mandaretes, mensageiros (conv\em neste caso ter uma trotineta ou uma bicicleta   mesmo com rodinhas adicionais). Para escalões progressivamente superiores fixam-se quatro patamares de idade mínima a saber 9  anos, 12 anos 15 e 16 (futura idade de voto proposta pelo PPD) para os restantes graus da função pública com excepção de Director Geral (obrigatório 20 anos) e de afjunto de Ministro (obrigatório 22 anos se possível com licenciatura tipo Bolonha.

Esclarece-se que para a Ministra da Presidência já não há o último lugar ocupado desde há dias por um idoso cavalheiro de 22 anos com farto currículo de jogo do pião, corridas de sacos, campeonatos regionais de matraquilhos, conhecimento da linguagem usada no smatt phones e conhecimento de vários tipos de sapatilhas, vulgo ténis. 

Não necessita de saber línguas (português incluído) mas é obrigatória saber mil palavras de inglês. Não importa a pronúncia. 

O problema que se visa resolver está no acentuado decréscimo da natalidade: há que recorrer cada vez mais a trabalho jovem já que a velharia (quarenta ou mais anos) já deu o que yinha a dar, tem demasiados vícios e nem sempre se verifica possuírem o acurado sentido político necessário para as funções que se exigem. 

À falta de currículo numa Jota bastará que o parente mais próximo tenha uma qualquer filiação partidária que, no caso, deve ser a mesma do empregador público. 

O facto de eventualmente ser arguido num processo escolar ou outro não é impedimento de candidatura. Os poderes públicos e os seus mais altos agentes entendem defender desse modo o direito de todos se poderem candidatar a todos os lugares exceptuando o de ministro o de juiz o de general e finalmente o de presidente da república. 

O teto salarial pode rondar os 4500 euros mais despesas de representação se devidas. 

Força meninada! O futuro espera-vos de braços abertos e de mãos coladas ao chão como está agora na moda. 

 

 

 

au bonheur des dames 542

d'oliveira, 14.11.22

Catar pulgas no Qatar ou

Vox clamantis in deserto

mcr, 14-11-22

 

Acabo de ler no Público uma intimação dirigida à Iniciativa Liberal assinada como de costume por uma inquisidora política que faz notar que o dito partido não disse nada sobre o Qatar.

Suponho que para a diligente criatura que, pelos vistos, é mulher para procurar cabelo em ovos frescos, torna-se imperioso vir condenar o Qatar. Eu, pouco dado a futebóis, ainda não me tinha pronunciado sobre esse surpreendente campeonato do mundo de futebol à sombra das palmeiras daquele deserto petrolífero.

Nunca percebi a escolha mas o cheiro do dinheiro parece ter propriedades afrodisíacas (e não só) para quem decide destas coisas.

O Qatar e a restante panóplia de pseudo Estados encostados à Arábia saudita (outro exemplo de democracia...) é uma (mais uma!...) originalidade  política: Uns escassos milhares (dezenas, quiçá centenas) nascidos em cima de gigantescos depósitos petrolíferos, dividem os lucros e abstêm-se de trabalhar. Para  o efeito há largos milhares de filipinos, indianos & similares que, por tuta e meia, fazem tudo desde a construção civil à limpeza urbana ou doméstica. E compram Rols-Royce, à pazada bem como aviões de combate e o que mais for necessário. Uma dúzia de emires bondosos e autocráticos governam autocraticamente os diferentes emiratos,  fizeram as pazes com Israel e vendem o petróleo ao resto do mundo. Agora, também dão uma mãozinha ao futebol e à FIFA, construindo estádios sumptuosos que, depois, ficarão sem préstimo.

Consta que a mão de obra usada mais parecia uma multidão de escravos mas isso não terá comovido o sr. Blatter & restante comandita. Menos ainda as federações nacionais, os países e as respectivas equipas, para já não falar nos media e tudo o resto. 

De todo o modo, pelos vistos, a iL é que é, entre todos, a culpada. Por omissão, certamente dolosa pois terá considerado o Qatar uma democracia liberal mesmo se tal não esteja escrito em parte alguma...

Leio, igualmente, que o facto dos dirigentes da IL entenderem que o aborto, a eutanásia e mais já não sei que questão fraturante não os desculpa nem sequer redime. Pelo menos aos olhos de dois catecúmenos que firmando-se liberais não aderem à IL e abominam estas oscilações fartamente anti-religiosas.

Ou seja, agora os partidos são também julgados por quaisquer silêncios que incomodem os inquisidores encartados sobretudo os de extrema esquerda que, por mero acaso, não distinguem entre agressor e agredido... 

Assim vai o mundo, o pequeno mundo, dos (e das) comunicantes nacionais.  

estes dias que passam 757

d'oliveira, 13.11.22

 

 

 

 

 

 

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“A história repete-se...”

ou “rei morto, rei posto!”

mcr, 13-11-22

 

 

Valerá ainda a pena refletir sobre a vida interna do PCP? Ou será que, à semelhança da Maçonaria, o PC faça parte do nosso quotidiano de mistérios mesmo se o “partido” se anuncie como tendo paredes de vidro. Se são de vidro esse há de ser fumado pois o que os cidadãos vão vendo é apenas a encenação ritual de uma missa cantada e com sermão de pregador de dentro, sempre igual, sempre previsível e sempre exaltando a comunidade interna e protestando contra as trevas exteriores. O “partido” apresenta-se sempre cercado de inimigos tremendos, de conspirações constantes que só a fé imperturbável dos fieis permite vencer ou, pelo menos, resistir a um cerco malévolo e insidioso que quer não só o extermínio dos militantes mas a morte da da democracia, a escravidão dos trabalhadores e do povo (como se os primeiros não fizessem parte do segundo ). 

Vejamos o quadro. Há meia dúzia de dias o público (e os militantes e simpatizantes) souberam que o Secretário Geral Jerónimo de Sousa deixava o cargo e que o seu sucessor, oum desconhecido sr.  Paulo Raimundo, membro do Comité Central, fora indicado para o substituir. Para o efeito convocava-se uma “conferencia nacional onde o “comité (ia a dizer comissão...) central  votaria o seu nome. Isto de votar tem, no caso  em apreço, um significado especial. O CC iria reafirmar solenemente o que já estava decidido!

Pelos vistos, e sempre segunda as parcas informações prestadas, esta movimentação andava a ser discutida há meses! Pelo menos há quatro meses! É obra! Durante quatro meses, cento e vinte dias nada transpirou cá para fora. Isto num país em que o segredo é manteiga em focinho de cão (como eventualmente Jerónimo de sousa poderia dizer). 

A política de segredo, herdada possivelmente dos longos anos de clandestinidade que, todavia, teriam terminado há uns bons 48 anos (tantos quantos os da “longa noite fascista” que, para o PC ainda não se extinguiram totalmente porquanto pelo menos do ponto de vista parlamentar e eleitoral subsistem incólumes todos os males, todas as perversões do fascismo e, sobretudo, do anti-comunismo... ) continua afinal a imperar. 

Não se vai agora voltar à extraordinária biografia proletária do sr. Raimundo. De resto não será a primeira vez que um funcionário do “partido” aparece aureolado com o exercício de profissões humildes. Já a sr.ª coordenadora de CGTP também ele, desde sempre nos quadros internos da central, sem nunca ter visto um patrão a sério, foi distinguida do mesmo modo e apontada como vinda do mesmo universo proletário ou, pelo menos, laboral. 

Assim se salva a famosa “regra de ouro”  outro chavão incontornável do discurso comunista. Como se esperava, o sr. Raimundo foi votado por unanimidade (não vale a pena contar com a sua abstenção) o que terá sido um progresso dado que na reunião que o propôs teria havido um par de abstenções. 

Como se esperava o discurso do recém eleito indica que o PC vai voltar à rua (onde aliás já anda desde que saiu da geringonça). Também era previsível que o amável, simpático e sorridente Jerónimo de sousa fizesse um discurso de despedida em voz forte e tom agressivo mesmo se nisso incluísse (e deque maneira!) o PS que apareceu nas suas palavras de mão dada com o Chega. 

Isto, este rosário de recriminações, veio exactamente do mesmo cavalheiro que numa já longínqua noite eleitoral veio passar a mão pelo pelo de um costa choroso e desanimado afirmando que nem tudo estava perdido, bem pelo contrário e que a sua derrota se transformaria em vitória graças ao meigo abraço do PC. 

Desta feita, Jerónimo que, de resto, nunca foi tido por “renovador” veio relembrar de que farinha é feito e tonitruou um agravamento impetuoso da renovada luta de classes. O PC “passa” à oposição (onde aliás já estava)  e prepara-se para a  “rua”, para as greves para o que for preciso  .Resta saber se tem dentes para tal tarefa mas isso é outro falar. 

O público que assistiu à entronização do seu sucessor (mesmo que se insista sempre no “colectivo”...) vibrou com os discursos e aplaudiu freneticamente durante longos minutos. A diferença para os rituais coreano e chinês tem  dois aspectos. Apesar de tudo as palmas duram mesmo tempo e os comunistas portugueses não usam uniformes nem se vestem todos de igual. Todavia, se tentarmos encontrar pontos de convergência com esses “camaradas” orientais e longínquos basta ouvir as condenações do costume, a exaltação do périplo de sacrifícios, a confiança no futuro de manhãs cantantes e a indiferença pelo mundo real que, queiram eles ou não, os cerca. 

E, já agora, a referência à guerra em que todos eles se escusam de indicar um agressor e um agredido. Pior: tudo indica que no caso Rússia Ucrânia o agressor chama-se NATO, EUA, Europa, Ocidente, o agredido Rússia sendo a Ucrânia cujas tropas acabam de libertar a única capital provincial tomada pelos russos, uma espécie de pião de brega  que não percebe os ventos da história .

De resto, os mesmos ventos que Jerónimo afirma serem os que sopram contra os comunistas e a que estes nunca viram as costas... Não sei se isto é meteorologia ou ideologia mas, no actual momento, a coisa é de somenos. 

(não vamos ao ponto de citar a máxima chinesa “o vento do oriente prevalece perante o do ocidente” pois, como se sabe o parido português nunca alinhou pela “heresia” maoísta. ) 

*na vinheta: Fujin o deus dos ventos japonês Em termos de vento oriental foi o que se arranjou...

 

estes dias que passam 756

d'oliveira, 11.11.22

Os pontos nos iis

mcr, 11-11-22

 

o sr Alves “arreou” e apresentou a inevitável demissão. Isto se a iniciativa partiu dele coisa que não parecia muito plausível mas a política tem mistérios que não sendo gozosos dão, de todo o modo, alguma satisfação aos paisanos.

A propósito da demissão (justificada pelo facto da criatura ter sido constituída arguida num par de processos, logo apareceu uma chusma da sábios a dizer que isto de ser arguido é apenas uma maneira de alguém se poder defender, que nada tem de vexatório ou de verificação de  malas artes.

Só faltou virem dizer que o alegado pedido de demissão era algo de louvável e de “sentido de Estado”. 

É verdade que o estatuto de arguido permite a uma pessoa defender-se. Também não é um atestado de culpa definitivo. 

Porém, a constituição de alguém como arguido não é uma bênção nem um especial sinal de cordialidade do Ministério Público. Uma coisa é o seu significado jurídico e outra é aquilo que chega ao público. Para este anónimo amontoado de gentes que seguem a política um arguido é sempre um culpado. E continuará a sê-lo mesmo se o processo der em nada. 

Haverá sempre quem entenda que a falta de provas é apenas um sinal da fraqueza da instituição que instrui o processo, uma incapacidade, um favor  ou um atestado de burrice aos magistrados.

“Não há fumo sem fogo” é um velho ditado português que se aplica como uma luva que manieta a mão  em vez de a aquecer.

O dito sr Alves bem que contribuiu para essa má impressão, tão atabalhoada e insensata que foi a sua defesa, o seu silêncio, a argumentação posterior . 

Não sai pela porta grande.

 

E já que aqui estamos, bom é lembrar que o Tribunal da Relação chumbou o insensato recurso do MP no caso que envolvia o presidente da Câmara do Porto.

Desde o princípio que toda aquela montagem jurídica cheirava a esturro e parecia mal fundamentada . sobretudo verificava-se que o caso Selminho não redundara em qualquer benefício da família Moreira ou do autarca. Que o público não acreditava na culpa do acusado  prova-se pelo simples facto de ele ter sido reeleito por forte margem de votos a raiar a maioria absoluta. A primeira instância já deitara abaixo a argumentação do MP com uma sentença devastadora. Inconformado o  MP recorreu e agora a Relação nega-lhe razão e iliba uma vez por todas  Rui Moreira.

Queirao MP ou não, perpassa a ideia, porventura falsa , de que aquele processo não só não tinha pés para andar mas sobretudo parecia encomendado. Claro que não terá sido isso mas uma coisa é o que se faz e outra a impressão do público que ainda por cima se vê mais que amparada pelas decisões judiciais. 

Todavia, o presidente da Câmara do Porto sai chamuscado, como já acima adiantei. Haverá sempre um quiddam que lembrará a acusação esquecendo as sentenças subsequentes. 

Não pretendo culpar o MP por levar a cabo a sua tarefa mas apenas recordar que a intenção de recorrer não é obrigatória e que deve ter sempre em consideração os factos e a sentença recorrida. 

No caso em apreço toda a gente esperava exactamente o que veio a suceder com a sentença da Relação.

E é bom lembrar que o MP tem no memento muito mais gatos que esfolar para se perder teimosamente a mostrar que é o melhor. Mas isso é com os senhores magistrados e não com um blogger que normalmente os defende mas não perde a cabeça com tufo o que ocorre nos domínios da Procuradoria. Esta derrota era evitável e deixa algumas feridas. Qua pelo menos daqui se tirem as necessárias ilações...

Não deixarei passar em claro a subita descoberto de um rapaz de 22 anos, recen formado e chamado a um gabinete ministerial . A coisa merece atenção tanto mais que fora a viliação partidária se desconhece qualquer (imposível) curricuo!... 

 

estes dias que passam 755

d'oliveira, 10.11.22

Só cá é que escasseiam novidades

mcr, 10-11-22

 

A horda russa  sai da margem direita do Dnipro e “abandona” Kherson depois de ter tentado esvazia-la de habitantes levado “de livre vontade” para paragens mais seguras...

Todavia, houve quem preferiu ficar  ou quem tenha sido obrigado a ficar como foi o caso do administrador russófilo da região que , coitado, morreu vítima de um “acidente” (!!!) de automóvel...Vê-se que a viatura estava feita com os inimigos de Putin e do oblast russificado depois de um livre referendo.

Com a população deportada, isto é saída de boa vontade sob a benévola protecção de soldados russos, foram todos os equipamentos da cidade, fábricas e dois hospitais. Ficaram as paredes nuas e, consta alguns civis que despiram as fardas e se instalaram prontos para a guerrilha. 

O Governo ucraniano desconfia do abandono da cidade visto ela continuar quase intacta e não destruída como todas as outras em que o invasor foi forçado a sair. 

 

Na América parece que, afinal, o destroço republicano foi apenas ligeiro. Como se sabe, as eleições no meio os mandatos presidenciais seguem uma regra curiosa: quem está no poder perde e por vezes perde muito. 

Pelos vistos as perdas foram muito limitadas o que quase quer dizer que sem ganhar os democratas (e a Democracia) safaram-sedo desastre anunciado pelas farroncas de Trump. Com uma pequena agravante para este: despontou na Florida um possível challenger republicano. Mai culto, menos parvo, mais educado e civilizad.

Pessoalmente, sinto-me aliviado e apenas espero que as eleições em curso para o Senado redundem em derrotas republicanas.  

 

E no torrãozinho de açúcar? Pois por c´, além de se discutir a selecção e os seus eleitos, assiste-se ao estertor do Secretário de Estado Adjunto e ex presidente de Câmara. Pelos vistos nenhum dos precedentes por ele apontados para a entrega de mão beijada de 300.000€ teve lugar. Um porque, antes da negociata caminhense já tinha sido anulado. Outro porque só ocorreu depois do negocio e mesmo assim também não prosperou. 

Com mais duas entrevistas este vitorioso boy que se arma em provincial quando apenas é provinciano cai redondo na fossa. 

Alguém, mais piedoso que eu, que o aconselhe a demitir-se o mais depressa possível já que quem de direito parece não se impressionar com estas aventuras desastradas. 

(nota: a culpa não é das maiorias absolutas mas tão só de quem não as sabe usar eticamente e legitimamente)

(2ª nota: as burrices e as tropelias de uma Câmara Municipal são em primeira instância sempre da responsabilidade do seu Presidente. O resto, a veração é quase e apenas paisagem)

estes dias que passam 754

d'oliveira, 07.11.22

 

 

 

 

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Mais outro operário sui generis

mcr, 7-11-22

 

convenhamos: a indicação do nome do futuro Secretário Geral do PCP apanhou toda a gente de surpresa, militantes comunistas incluídos. 

Queira-se ou não o sr. Paulo Raimundo é para o publico um perfeito desconhecido mesmo que se saiba (agora) que é uma personagem de peso no Comité Central do partido e que tenha desempenhado várias tarefas importantes sempre dentro do aparelho dirigente. 

Vejamos: militante da JCP aos 15/16 anos funcionário aos 20 tendo no intervalo sido padeiro, carpinteiro e “animador cultural”. Com 46 anos de vida, 26 são passados no serralho comunista e não, como alguns pretenderão, cá fora junto à vida normal, quotidiana dos portugueses, mesmo dos trabalhadores portugueses ou, até, dos filiados no partido. 

Não sei se alguma vez os meios de comunicação o referiram especialmente, o mesmo é dizer se o tornaram conhecido da gente que se esforça por discutir política. 

Claro que nada disto é formalmente grave. Primeiro porque é (ou seria) o partido que pode escolher quem o deve dirigir;

Depois porque o facto de as luzes da ribalta apontarem para meia dúzia de militantes muito conhecidos poe terem desempenhado cargos importantes no interior do partido, na Ar, no Parlamento Europeu, na CGTP, nas autarquias ou como candidatos a diferentes cargos electivos nacionais, regionais ou locais, não significa eventualmente que o seu nome seja sufragado num partido que tem tiques especiais (a famosa regra de ouro é um deles). O PCP não é um partido como os restantes com assento na AR (ou até fora dela) rege-se por estatutos próprios que nem sempre são percebidos como razoáveis pela opinião pública.

Isto de uma criatura ser escolhida no mais absoluto dos segredos por uma instância pequena e posteriormente eleito por outra (o comité Central)  que também não é enorme poderá parecer algo de esdrúxulo para a maioria dos portugueses mas está nas leis internas do partido desde sempre. O famigerado “centralismo democrático” tem destas consequências mas isso “é com eles” que o aceitam e defendem. 

Ver-se-á (se é que teremos esse privilégio...) como é que a votação decorre. No caso de ser por mão ao ar, arrisco-me a dizer que a votação do nome será esmagadora. É essa a prática dos partidos comunistas, pelo menos no pouco que se consegue ver (sirva de exemplo o recentíssimo congresso do partido chinês onde a única novidade no meio dos aplausos frenéticos e sempre prolongados só uma nota destoou: a retirada não demasiado pacífica do antigo Secretário Geral que saiu da sua cadeira acolitado por dois cavalheiros que mais pareciam polícias a levar um condenado recalcitrante do que dois amáveis enfermeiros a suster amorosamente nos seus braços um velhinho doente e incapaz

Para já, sabe-se que a escolha (Jerónimo dixit) não foi isenta de alguma oposição. Pequena, claro, certamente por distração dos que não aclamaram imediatamente o novo nome. 

Chegado a este ponto, algum leitor (ou muitos) já terá dito para os seus botões que o cronista é, como de costume, um anti-comunista primário, um inimigo do partido, um agente da reacção, um cão de guarda do imperialismo, um renegado e já agora (para retomar uma antiga acusação muita em voga nas Franças e araganças) uma “víbora lúbrica” (que pelos vistos era algo de horrível naqueles anos em que o PCF se passava na ribalta revolucionária. 

E já que será esse o juízo que sobre o cronista recai, vamos então à caracterização deste filho do proletariado, operário ele mesmo. A menos que, já no Portugal democrático Paulo Raimundo tenha sido vitima do trabalho infantil, a verdade é que, entrado na JCP rapidamente chegou ao escalão dirigente enquanto estuava e trabalhava. Deixemos de lado o “animador cultural” que não significa nenhum especial esforço de sinal progressista e fiquemos nos dois/três anos de profissões tão divergentes como as de padeiro e carpinteiro.  Olvidemos o tempo necessário de aprendizagem que não será assim tão curto  para mesmo assim ousar dizer que numa vida política de trinta anos esses dois ou três iniciais pouco ou nenhum peso tem face à vida de “funcionário” polítco. 

DE resto, a famosa regra de ouro, a insistência na condição proletária, morrem facilmente face à existência do secretário geral mítico Alvaro Cunhal o mesmo do seu efémero adjunto e sucessor Carlos Carvalhas. Isto para não referir o pai Lenine ou o ex-seminarista Stalin. E toda uma plêiade de dirigentes comunistas desde Fidel até Mao...

E não esqueçamos os dois profetas fundadores Marx e Engels cuja condição proletária por mais voltas que se lhe dê é absolutamente inexistente. 

O facto de alguém de origens humildes ter pouco a pouco tido sucesso seja em que profissão for apenas permite pensar que há, apesar de tudo, uma espécie de elevador social que movido pela perseverança, pela inteligência e pelo trabalho lhe permite vir a ocupar posições de relevo seja em que ramo for da actividade humana. O cidadão Paulo Raimundo chega (ou chegará) daqui a dias a um importante cargo político que, goste-se ou não, influenciará a vida de muitas outros portugueses, simpatizantes ou não das suas opções ideológicas. Vir com as referências a duas esporádicas actividades profissionais de há trinta anos não tem qualquer significado ou importância. 

A menos que se caia outra vez na mitificação do operário (e mesmo neste caso os ofícios de padeiro ou carpinteiro podem perfeitamente ser atribuíveis a trabalhadores patrões de si próprios ou de mais  um ou dois outros companheiros de profissão) criatura revolucionária por definição... 

Terá a partir dos próximos dias uma missão arriscada e dificílima: sair do poço eleitoral e político onde o partido que vai dirigir está metido!

O resto é um par de narizes de cera que só funcionam para ingénuos entusiastas, exactamente o contrário do que se espera de marxistas (leninistas, se é que isto ainda quer dizer alguma coisa). 

*a expressão víbora lúbrica deve-se o famoso "jurista" e procurador  Andrei Vichinsky e foi proferida num dos "processos de Moscovo"

**a vinheta mostra um "proletário de fato e gravata de seu nome vladimir Ilicht Ulianov a dirigir uma multidão revolucionária e proletária. A autoria da vinheta é soviética Vê-se que a ironia não era o forte do artista ou dos seus editores...

 

 

estes dias que passam 753

d'oliveira, 05.11.22

A novidade  de mais de setenta anos!

mcr, 5-11-22

 

Noticiaram as televisões e jornais de todo o mundo que as tropas russas dispõem de brigadas especais para caçar desertores. Em boa verdade não se disse qual o destino destes desgraçados apavorados pela guerra, pelo medo da morte e, sobretudo, absolutamente desmotivados no que diz respeito à libertação/massacre dos irmãos ucranianos.

Qualquer interessado nesta prática russa de disciplina militar e de motivação a toda a força poderá ler qualquer livro publicado em Portugal sobre o avanço das forças soviéticas na “frente oriental” durante a 2ª guerra mundial. Em tos os que conheço vem referida a mesma prática, dessa feita levada a cabo por unidades especiais da NKVD que se movimentavam na retaguarda dos exércitos que iam reconquistando terreno aos alemães e, depois, avançando em direcção ao Reich. Com uma eventual modificação: não faziam prisioneiro qualquer soldado longe da sua unidade, melhor dizendo na retaguarda dela.  

De facto os membros da famigerada NKVD abatiam quantos encontravam pois eram sempre suspeitos de deserção.

Os seus opositores nazis davam-se ao luxo de prender os seus desertores param depois de um julgamento sumário e de duvidosa legalidade os fuzilar ou enforcar. “Les beaux esprits se rencontraient...”

 

Há de resto histórias de repressão de desertores, insubordinados ou autores de crimes em todos os exércitos. Na 1ª guerra mundial foram fuzilados para exemplo numerosos recalcitrantes que se insurgiam contra o matadouro das trincheiras. 

Durante a invasão da Normandia o Exército americano enforcou algumas dezenas de soldados por crimes de violação de civis francesas e  prendeu muitos desertores que passaram longo tempo em prisões militares (pelo menos até ao fim das hostilidades)

Todavia nada que se comparasse com as práticas expeditivas dos soviéticos que, de resto, tinham multidões suficientes para substituir os que na prática duvidavam da grande guerra patriótica. Diferenças de estilo e de qualidade apesar de tudo. Não espanta ninguém que a antiga prática russa tenha sido retomada no todo ou em parte. Tropa que é enviada sem preparação para a frente de combate de uma “operação especial” que teoricamente não é guerra e, muito menos, exposta a uma ameaça à segurança tem diferentes reacções que ,aliás, se observam diariamente nas reportagens televisivas. Já se viram protestos de toda a espécie e há notícia de deserções e de rendições ao exército ucraniano.

Daí até às medidas mais fortes por parte das autoridades militares russa vai um passo que parece já ter sido dado.

Também é verdade que nada já nos pode espantar da parte desse exército   “libertador”...

au bonheur des dames 541

d'oliveira, 04.11.22

 

 

 

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Porque é que as mulheres não hão de ser reacionárias?

mcr,  4-10-22

 

Quando eu entrei para a faculdade rapidamente me meti na Associação Académica e nunca mais perdi uma assembleia que em Coimbra , e no nosso tempo, se chamava “magna”.

Devo, entretanto dizer que entrei no mesmo ano em que os “democratas” reconquistaram a associação que durante longos onze anos fora governada pelos “da situação”, ou seja pelos “fascistas” , pelos monárquicos e genericamente pelos conservadores onde se incluía uma forte maioria católica ligada ao CADC (Centro Académico da Democracia Cristã, se não erro, uma coisa onde militaram  Salazar, Cerejeira e contemporâneos ).

É óbvio que a nova direcção associativa teve pela frente a reacção conservadora e, naturalmente, os poderes públicos e religiosos. Neste último capítulo assumiam especial relevo os “lares” femininos que serviam de morada a centenas de raparigas universitárias (provavelmente uma maioria). Enquadradas pelas freiras, educadas quase todas em ambientes conservadores era natural que alinhassem  quase todas com os vencidos pela rapaziada da “Oposição”.

As “Magnas” sempre à noite, no gélido pátio dos Grilos , duravam horas  e, de certo modo, a nossa malta forçava a discussãoo de modo a que as votações importantes só ocorressem quando, vencidas pelo cansaço e em obediência às estritas regras dos lares a massa feminina, enquadrada por freirinhas estudantes, abandonava ordeiramente a local. Devo dizer, sem qualquer espécie de arrependimento, que foi assim que nos primeiros meses da nova Direcção Geral se obtiveram os primeiros votos favoráveis a uma profunda transformação da Academia e da prática associativa. Pouco a pouco a gens feminina foi-se libertando dos lares, das suas oblíquas regras e fortalecendo a nova situação académica. Muito se deve às primeiras dirigentes do “conselho Feminino” (e cito especialmente Eliana Gersão e Glória Padrão) bem como as raparigas que integraram sucessivamente as Direcções gerais da AAC e dos Organismos Autónomos. Enfrentaram tudo  bem mais do que nós rapazes, foram apontadas a dedo, alvo de acusações miseráveis e mesmo de expulsões da Universidade (e cito de novo duas minhas especiais amigas Fernanda Dias e Margarida Lucas esperando que me desculpem fazê-las representantes de muitas outras que só a economia do texto justifica.

Fiz muitas dezenas de amigas nesses anos de vinho e rosas, de medo e esperança, de perseguição e solidariedade. Isso permite-me comentar algo que me irrita sobremaneira e que, no fundo é o seguinte: Um homem é eleito para um cargo político e, mesmo que seja de uma cor política absolutamente nos antípodas da nossa achamos natural a sua opção. Se for uma mulher, por exemplo, a senhora Meloni, ai Jesus, Maria José! ,que ela é fascista.

Eu não simpatizo com a criatura mas relevo como uma vitória civilizacional de enorme alcance político, ético e social, o facto de pela primeira vez a Itália, país bem mais machista que Portugal e Espanha juntos,  o facto de ela ter ganho limpamente as eleições.

A criatura é claramente conservadora mas, a atentar nas suas declarações anteriores e posteriores à eleição rejeita a herança fascista e os tempos do presunçoso Mussolini (que por acaso começou como um furibundo redator de jornais socialistas!...).

E direi mesmo que, sendo o voto popular a única coisa atendível, esta eleição é um marco absoluto na “longa marcha” das mulheres italianas e europeias em direcção à igualdade cidadã e política.

É evidente que eu teria preferido ver as minhas amigas Luciana Castellina e Rossana Rossanda (entretanto morta) militantes do “Il Manifesto” serem eleitas como primeiras ministras. Todavia, a realidade é esta e “el horno no está para bollos” (desta feita cito uma madrilena, Maria del Coro, militante sem medo durante o tardo-franquismo que me apresentou a toda a “gauche divine” madrilena durante umas inesquecíveis semanas de Agosto-Setembro de 1975) .

Não chamo à baila os casos francês, alemão ou inglês onde mulheres de diferentes cores políticas já foram eleitas primeiras ministra. Cada uma delas, mesmo perdendo como Liz Truss, merece uma menção que tem muito a ver com a sua ousadia, empenho espírito lutador mais do que com o facto de serem progressistas ou reacccionárias.

Curiosamente, nesse momento, estou diante de uma televisão que mostra, mais uma vez, o recentíssimo congresso unanimista do partido comunista chinês. É preciso ter olho muito atento para discernir naquela multidão de congressistas todos iguais, todos frenéticos no aplauso, uma mulher. “Aparent rari nantes in gurgite vasto”, se é que me permitem citar Virgílio...

Tenho a certeza  de que veria algo muito semelhante se o amontoado de cortesãos comunistas fosse na Coreia do Norte.  Aqui, os aplausos são ainda mais exuberantes, vistosos, prolongados mas há uma razão para isso: o regime coreano é uma espécie de monarquia que não diz o nome e que já vai na terceira geração.

Eu confesso, muito à puridade,   que não sou exactamente um feminista. Nasci noutro tempo e portanto a minha especial atenção pelos direitos das mulheres deriva mais de um esforço para me educar política e eticamente do que algo de natural bebido com o leite materno ou encontrado nos jogos de futebol ma praia ou na aprendizagem difícil mas exaltante de lançar para a roda um pião.

Todavia, discordo tanto de um cavalheiro radical como da sua congénere feminil vá o seu radicalismo para onde for mas percebo que o eclodir de uma mulher na praça pública e política é dez vezes mais difícil e menos toleado do que o aparecimento de um homem na mesma ribalta.

Da mesma maneira que assisti à lenta mas segura, animosa e forte progressão do poder feminino na academia que me formou  a pontos de já ter por muitas vezes celebrado a extraordinária energia da minhas companheiras, amigas e colegas de Coimbra 69 a quem muito se deve na vitória da greve contra os poderes universitário e político. O pequeno grupo de 1960 cresceu e tornou-se na arma essencial da resistência estudantil em 69- Num texto que por aqui circula com o título “a dupla gravidez de Amélia B” falo dessas raparigas a quem muito devo. Procurem-no, caso queiram, e leiam-no. No essencial é a história de uma rusga da pide a minha casa e o modo como, nas barbas da polícia, meia dúzia de jovens mulheres conseguiu esconder umas dezenas de publicações clandestinas debaixo de uma delas que estando grávida se fingiu muito mal  e se deitou no sofá tapada com uma enorme manta.

 

Fique claro que não vou à missa da Sr.ª Meloni mas isso não me impede de considerar absolutamente histórica a sua eleição à frente de dois comparsas que não passam mesmo disso (os Srs. Salvini e Berlusconi ) e que, tudo o indica não farão farinha com a primeira ministra que já mostrou,  sem escarcéu nem timidez, que vinha ali para mandar.

Só isso já me dá um excelso gozo...

estes dias que passam 752

d'oliveira, 03.11.22

Bom senso ou noção de ter ido demasiado longe?

mcr, 3-11-22

 

 

A Federação Russa voltou atrás no que toca ao acordo de saída de cereais da Ucrânia suspenso após uma operação de retaliação ucraniana sobre os vasos de guerra da esquadra do Mar Negro. 

Sabe-se pouco, quase nada, dos estragos que o porto de Sebastopol realmente sofreu e do estado dos navios atingidos. A seu tempo conheceremos a verdade sobe um acto de guerra absolutamente legitimado por várias razões. A Ucrânia (cujas instalações de energia eléctrica e de fornecimento  de água tem sido alvejadas  danificadas o que eventualmente poderá ser considerado “crime de guerra”) ripostou a bombardeamentos vindos da Crimeia e de barcos estacionado entre o corredor dos cereais e a península da Crimeia.

A Rússia finalmente terá percebido que desta feita a sua atitude prejudicaria violentamente países africanos e asiáticos que até à data ainda não se manifestaram contra, abstendo-se nas votações mais cruciais.

De todo o modo, a absurda ameaça do autocrata do Kremlin está na lógica sequência de uma gigantesca série de acções e proclamações que denotam um avançado espírito de fuga à realidade. 

Ainda me recordo (vantagens, parcas vantagens da idade a que cheguei) que na Espanha do tardo-franquismo se falava no “bunker” tentando comparar essa situação com as últimas e enlouquecidas semanas de Hitler no seu esconderijo berlinense. 

E dizia-se (diziam-me amigos e resistentes anti-franquistas em Madrid onde fui muitas vezes ) que o ambiente do último reduto do Generalíssimo era semelhante à irrealidade nazi.

Ora, já nos estertores da URSS, se recorreu a semelhante imagem, a de alguém que já não consegui vislumbrar a realidade e menos ainda ripostar aos acontecimentos, aliás nem sequer os percebia bem. 

A famigerada operação militar especial  já foi resultado do autismo que a autocracia sempre provoca. Quando os ditadores criam à sua volta o deserto das opiniões, fácil é darem com os burrinhos na água. Um passeio de duas semanas, com o Pópulo “libertado” a uivar de alegria transformou-se numa guerra que no tereno está a ser perdida diariamente depois da surpresa inicial.

Se o Ocidente que (excepção feita dos americanos) nunca acreditou numa aventura militar, tivesse fornecido desde o primeiro dia as armas que agora vão chegando, nunca os russos teriam ocupado o sul e o corredor de M. ariupol. Isto, mesmo sem o gigantesco arsenal de mísseis e a aviação russa que, obviamente sempre foram uma vantagem para o agressor. É a infantaria que ocupa o território e aqui as diferenças entre agressor e agredido estão  clamorosamente à vista. O soldado russo não percebe o que está a fazer num sítio onde tudo lhe diz que não é benvindo. Sobretudo esse soldado maioritariamente proveniente das repúblicas pobres e não russas não se identifica com o sentimento pan-russo, com a igreja ortodoxa . Nada o motiva e sobretudo a morte espreita e os mortos amontoam-se em vagões frigoríficos que nenhuma autoridade russa aceita receber e levar para as famílias enterrarem os seus mortos e fazerem o seu luto. Por muita censura que afecte os meios informativos sempre funcionou o chamado “telefone árabe”. Com mais outro inconveniente para a nomemklatura de Moscovo: É que qualquer boato, sempre desfavorável, circula nesses meios como verdade indiscutível.

A “opinião ilustrada” russa mesmo a mais saudosa dos tempos do triste império soviético, começa a compreender o que se está a passar. E as centenas de milhares de auto-emigrados para as zonas vizinhas acentua esse sentimento. 

Por uma vez, alguém, no Kremlin terá conseguido chega à fala com Putin o que, com a intervenção da Turquia e de Recip  Erdogan, acabou com a perigosa ameaça de suspensão do transito de navios carregados de cereais que, de resto, ao que sabemos, nunca se deteve, num desafio  claro aos poderosos meios navais  russos. 

É claro que este súbito acesso de bom senso deveria e poderia ser continuado. É duvidoso que isso se verifique. O inverno que aí vem vai ser penoso, duro, terrível para os civis ucranianos mas as tropas russas também irão padecer. E ainda não se começou a pensar na hipótese da Ucrania retaliar a atingir instalações eléctricas no Donbass, em Lugansk ou na Crimeia  

E não devem faltar, no país agredido, vozes a pedir uma resposta olho por olho dente por dente...Aliás se isso ainda não ocorreu foi apenas porque o governo da Ucrânia querer manter a postura de país europeu e civilizado face ao bárbaro invasor. 

Esta guerra joga-se em muitos tabuleiros e no da opinião pública mundial (pesar da rapaziada russistas que por aí se manifesta) que é, cada vez mais, algo de importante ou até de decisivo. 

 

 

 

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