estes dias que passam 802
É mais difícil um rico entrar no céu...
mcr, 4-6-23
Porventura lembrado do texto bíblico, o bondoso Governo português, entendeu salvar os portugueses de um magro enriquecimento e, pimba!, baixou a taxa dos certificados de aforro. De 3,5 para 2,5! (ora toma lá que já bebeste!).
Como talvez seja do conhecimento público, face ao nenhum lucro em pôr as magras economias nos bancos, a lusitanagem desandou a comprar certificados de aforro.
A banca entrou em pânico. As poupanças que tinham nos bancos voaram para um céu menos inclemente.
Tudo isto, no exacto momento em que o prestável dr. Costa e o não menos prestável dr. Medina juravam a pés juntos que estávamos no limiar de um futuro radioso.
O indigenato local, o mesmo que deu a maioria absoluta há pouco mais de um ano, maldoso e ingrato, não acreditou nas boas palavras governamentais e na impossibilidade de pôr os magros bns num banco ao sol tropical, emigrou para um produto financeiro aliás controldo pelo Governo.
Soaram todas as sirenes perante este cenário indecentemente capitalista! Então os ingratos não ligando à intrínseca bondade dos juros bancários, resolveram procurar quem lhes desse mais?
E os certificados caíram no poço dos 2,5% ao mesmo tempo que as condições oferecidas pela nterior série eram emagrecidas (cfr “Público” de hoje)
Por outro lado, sem a banca jamais o pedir (a Banca não pede, sugere! Não mendiga, manda! Não perde nunca, ganha sempre mesmo quando está prestes a soçobrar lá sabe que há sempre um contribuinte português que lhe entrega por Governo interposto, o cacau para tapar os buracos. O Governo TAPa tudo e os paisanos ficam a ver.
Claro que, segundo todos os habituais mentideros nem a Banca pediu fosse o que fosse nem o sr Medina (e o sr Costa) quiseram empobrecer os aforradores que se passavam em multidão para os certificados.
Eu sei que toda a gente, pobre, feia e porca, diz que houve um frete à Banca e que doravante todos os estabelecimentos bancários vão finalmente poder negociar os certificados degradados à vil condição de 2,5%-
Dizia-se, dantes, que a agricultura era o meio mais seguro, ainda que eventualmente lento de alguém empobrecer. Agora poderão acrescentar a corrida ao aforro, os sacrifícios de umas dezenas ou centenas de milhar de cidadãos que não podendo mandar o seu dinheiro para Suiças mais seguras acorria aos balcões dos CTT para tentar não perder o pouco que poupava.
Poupar em Portugal é um crime lesa constituição. O dever patriótico de todos e cada um é empobrecer e viver às custas da Europa. Percebe-se que deste modo o futuro radioso prometido pelo PS está menos longínquo.
Claro que, amanhã alguém vira afirmar que o barulho à volta desta golpada é suscitado pelo populismo, pela Direita, por Cavaco e, já agora pela extrema esquerda que como se sabe odeia a Banca, os banqueiros mas abraça carinhosamente os sindicatos bancários desde que eles se filiem na CGPT.
Como o título do folhetim indica, este Governo tenta seguir à letra os Evangelhos e sabendo que os pobres vão para o céu com muito maior facilidade do que os ricos que entrarão lá a conta gotas como o camelo pelo fundo da agulha. O país, juram, está bem e recomenda-se, as exportações (onde o Governo não mete a mão felizmente) crescem, o turismo avança impetuoso e lixa os nacionais que procuram casa e não AL nem hotéis, o desemprego (o oficial!...) está fraquinho, tudo corre pelo melhor doss mundos. Todavia, os ingratos saem para a ru, fazem greve, desistem do hospital público e do maravilhoso SNS e engrossam os que procuram o infame privado. Isto quando não vão às duas ou três da manhã para a bicha dos centros de saúde na vã esperança de serem atendidos...
Há uns tempos havia um DDT (dono disto tudo) agora caído ele, o género multiplicou-se e há muitos DSTs entre Banca, Governo, galambuzinos e outras espécies idênticas tudo a coberto de uma coisa chamada SIS que provavelmente quer dizer sistema imediato de soterramento da verdade e do resto (e da vergonha, mas isso é coisa que já ninguém tem)
Queem um conselho ? Joguem na raspadinha que essa , ao contrário do tabaco, ninguém a proíbe. É barato, não dá milhões mas durante uns segundos ilude o pobre que a compra e raspa, raspa e raspa ...