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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

estes dias que passam 971

mcr, 28.02.25

Navegar em águas turvas.. .

(como de costume...) 

mcr, 28-2-25

 

A sombra do almirante Gouveia  e Melo  estende-se implacável no comentariado e nos candidatos  (efectivos ou virtuais). 

Sempre que se lembram, eis que assestam baterias sobre  o marinheiro e disparando à queima roupa salvas de pólvora seca. 

Eu sou pouco dado a fardas sejam elas as de escuteiro, de tropa ou de porteiro de hotel de luxo.

Vivi alguns poucos anos  entre fardas militares e mesmo que genericamente só quase tenha encontrado gente simpática sempre pensei que aquele mundo não era para mim.

Sou, provavelmente, um civil notório, um paisano até ao sabugo, mas isso não significa que despreze a classe militar, que a julgue inútil  ou inepta.

Só que, desde cedo, sempre pensei que para cada De Gaulle ou cada Eisenhower apareciam 5 Franco, dez Pinocher ou vinte Videla...

Quando, nos idos de 58, tinha eu 17 ingénuos e ignorantes  aninhos! (oh que saudades!....), Portugal foi riscado pelo cometa Humberto Delgado preferi-lhe, de início, a frágil figura de Arlindo Vicente, um advogado  com menos carisma mas, apesar de tudo, um civil. 

Estava farto de militares, fossem eles a sombra de Carmona ou a inerte presença de Craveiro Lopes, caído em desgraça  perante Salazar, um civil  matreiro, rural , inteligente e capaz de tudo para se manter no poder.

(e convém recordar que mesmo depois de ser levado para S Bento por militares, nunca se deixou açaimar por eles e, com paciente sentido de acção, sempre fez o que lhe apeteceu, como e quando  lhe apeteceu...)

 

Claro que entre Delgado e o homem de mão de Salazar, um almirante  esparvoado mas perigoso, se pudesse votar teria preferido o primeiro.

O tempo, porém, revelou as fragilidades de Delgado, a sua   profunda incapacidade política, o seu alucinado arrojo (que o levou à morte  numa terreola de Espanha, miseravelmente enganado por um agente da pide  de quem muitos, senão todos, desconfiavam) .

Todavia, a minha falta de empatia com militares, não vai ao ponto de, a exemplo de uma jornalista tonta., chamar a Gouveia e Melo "o almirante das vacinas".

É verdade que chefiou com  inegável competência o grupo de trabalho que logrou criar condições mundialmente  (insisto: mundialmente) conhecidas e  reconhecidas como exemplares no combate à pandemia. Porém, antes disso, teve uma carreira pejada de sucesso a pontos de chegar onde chegou. e de adquirir o prestígio militar de que goza.

Aliás, é esse prestígio (anterior e posterior à sua passagem pelas "vacinas") que confunde e exaspera um bom número de criaturas espavoridas com as sondagens que o dão como vencedor em todos ou quase todos os cenários eleitorais,

Estamos, entretanto, muito longe da eleição, desconhecemos quantos e quais serão os candidatos no terreno, não está ainda confirmada a candatura de Gouveia e Melo, pelo que os avisos de um par de pseudo Cassandras são (como na "batalha naval" dos meus tempos de liceu) "tiros na água".

Repito, como "aviso à navegação",  que não serei votante do almirante  coisa que só aconteceria se a  2ª volta das eleições se travasse entre ele e o cavalheiro Ventura ou outro do amesmo teor e substância. No entanto, e fazendo figas para que tal não ocorra, é tempo de pedir que a caça ao marinheiro não se transforme numa montaria falsificada  e cobarde. 

O homem merece respeito e, já agora, algum reconhecimento pelo que fez. Açém disso, estão já anunciados ou pré anunciados alguns candidatos que poderão ter um vago passado político de via reduzida mas que tudo indica que são menos dignos da Presidência do que Gouveia e Melo que, como ele próprio afirma, não tem nenhuma capitis deminutio  política ou cidadã.

(a menção "aviso à navegação" é roubada de um título de Joaquim Namorado, poeta, resistente, homem sábio e meu amigo) 

estes dias que passam 970

mcr, 27.02.25

no "reino da estupidez"

mcr, 27-2-25

 

Permito-me roubar a Jorge de Sena parte do título de um dos seus livros, para me perguntar em que país estamos. 

A história não mereceria sequer um comentário não fosse dar-se ocaso de um dos intervenientes ser (ou ser considerado por três basbaques) um "influencer". Só isso já consistiria numa pataratice absurda mas, ao que a televisão (SIC) conta, a criatura leva-se a sério e afirma-se "influencer".

De ser influencer é ser alguém capaz de seduzir (pela inteligência, pelo humor , pela beleza ou pelos seus feitos desportivos ou até pela crueldade ou dalta de escrupulos) umas dezenas, centenas ou milhares de cidadãos  de baixo QI e pouca ou nenhuma auto-confiança ou auto-estima,  já me parece (mau)  sinal dos tempos.

Todavia, no caso em apreço, anda por aí à solta uma criatura que além de se achar influencer lá terá um séquito de pobres diabos a beber-lhe nas  redes sociais, as palavras as ideias  sem perceberem o ridículo de tal condição.

Ora, numa sessão de palermices  de baixo teor (a crer que a televisão não tentou distorcer o teor da fraca conversa e pior figura da referida criatura influencer por conta própria)  a personagem confessou entre gargalhadas esparvoadas e momices de circo pobre que teria atropelado uma cidadã. A confissão, pelos vistos, trazia uma tal cópia de pormenores que rapidamente se soube ou se deduziu sem margem a dúvidas  que corrspondia a factos reais, a uma vítima real e a um lugar igualmente reconhecível.

A polícia ou o MP entenderam que, pelo menos, havia que abrir um inquérito tantojmais que a pessoa atropelada sofrera ferimentos de gravidade cujas consequências parecem ainda não ter cessado de a incomodar e afligir.

Pelos vistos  com a lentidão que o pouco ou nenhum bom senso  (nem vale a pena falar aqui de inteligência aparentemente inexistente) eis que a criatura influencer caiu em si. 

E vá de pelos mesmos meios usados para o cacarejos apalermados que produz, vir em alta grita proclamar a sua inocência.

Afinal não suceera nada, não atropelara sequer uma barata bêbada e tudo o que afirmara na televisão era apenas uma prova da sua delirante imaginação, gargalhadas e esgares incluídos.

A televisão parece não ter acreditado  nesté patético e pateta volte-face, voltou à carga, entrevistou a vítima do atropelamento real, a polícia lá se mexeu e o MP também,

Hoje a influente criatura está em África longe da eventual masmorra  onde deveria estagiar  porque, vejam bem!, sentiu-se ameaçada. Ameaçada não se sabe bem por quem pois a vítima apenas quer justiça, a políca apenas o quer identificar e ouvir e o MP tem vontade de se mexer quanto mais não seja porque havia uma queixa antiga, um processo e, frto de chatear políticos, entendeu lançar a rede ao encapelado mar da multidão influencer (verdadeira ou presumida).

Convenhamos que tudo isto cheira que tresanda, que a criatura gabarola devia dar com os costados na cadeia não tanto (mas também) para pagar a malfeitoria, a cobardia da fuga sem socorrer a vítima  mas ainda para ver se uns dias de repouso numa cela lhe permitem recuperar se possível algum tino já que não parece usar algo semelhante à inteligência..

E, já agora, pelos vistos, nem com tantos dados na mão, houve da parte da polícia e do MP  o cuidado de vigiar telefonicamente o eventual suspeito de atropelamento e fuga. 

Por cá, não só se entre neste jardim à beira mar plantado como se penetra no moínho da Joana mas também, e este não é o primeiro, sequer o décimo caso de alguém se escafeder para parte incerta quando percebe que a Justiça lhe está no encalço.

Arre!

    

estes dias que passam 969

mcr, 25.02.25

55 anos depois...

... a mesma impressão

mcr 25-2-25

 

Há 55 anos cheguei a Berlin depois de uma tormentosa travessia de parte da RDA por uma auto-estrada que bão devia ver obras desde o tempo do IIIº Reich. 

Obviamente, o meu destino era Berlin ocidental, já cercada por um muro infame  que se aprisionava os alemães ali residentes, condenava ainda mais os de Leste que durante o tempo daquele pesadelo aí deixaram quase mil mortos numa desesperada tentativa de fuga do paraíso "democrático" e protegido pelo exército soviético. 

Uma das primeiras coisas que fiz foi ir ver o lado de lá e o que e me deparou foi uma versão pobre, antiquada da parte pobre e antiga da minha cidade natal. 

Berlin leste, a montra da Alemanha (que só um mal inspirado jornalista francês  chamou "a Dinamarca dos países socialistas". 

É verdade que o lado ocidental da cidade era uma montra das maravilhas do Ocidente  mas nem isso caricaturava o desastre oriental. 

Todavia, Berlin capital da RDA era mesmo assim bem melhor e menos miserável do que o resto da República  "Democrática"  Alemã.

Convenhamos que, para castigo dos que levaram Hitler ao poder aquilo era, quinze anos depois do fim da guerra, um impiedoso castigo.

Entretanto o mundo lá foi mudando, o muro abriu uma imensa  brecha numa noite miraculosa e, pouco depois, o império soviético implodiu  gangrenado por contradições internas.

A lemha de leste foi incorporada na República Federal, perdeu imediatamente mais umas largas centenas de milhares de habitantes e, pouco a pouco, graças a uma gigantesca mobilização de capitais ocidentais, lá se foi reanimando  mesmo que ainda não se possa falar no fim da reabilitação daqueles territórios.

Interessa agora sublinhar que, desde essa época até hoje, o que fora um utopico e impossível Estado "socialista" se transformou numa  região que depois de quarenta anos de poder de uma coisa que, anedóticamente, se chamava "partido socialista unificado", vota agora, e cada vez mais, numa repelente nova versão do radicalismo de Direita que ainda não é nazi mas que, com o tempo, poderá voltar a sê-lo.

Foi nesta região ponto por ponto idêntica  a finada RDA, que a Alternativa  venceu (e cresceu).  

À semelhança de outras regiões onde o "socialismo real" floresceu (sempre à sombra do exército soviético , da polícia política, da proibição de partidos democráticos  e da sistemática repressão das oposições) eis a herança da falência de um mito político e económico.

Que numas eleições gerais a "Alternativa para a Alemanha" conquiste um segundo lugar (20% dos votos) suplantando o velho SPD (Parido Socialista Alemão) eis algo com que nós europeus teremos de lidar.

Mais extraordinário ainda, num mundo que subitamente parece ter mudado, temos que quem dirige esse partido, machista, conservador, xenófobo e pró-russo  é uma mulher(!) lésbica  (!!) que vive com uma oriunda do Sri-Lanka (claramente uma imigrante!!!).

Convenhamos que num país onde a imaginação  não caracteriza especialmente a sua gente, a coisa merece um breve apontamento ou pelo menos alguma incredulidade.

Ou, não fora dar-se o caso de isto ser grave, talvez merecesse um sorriso.

Pelos vistos não bastava o tiranete russo, os seus amigos norte coreanos e iranianos, a indisfarçável protecção chinesa ou o delírio absoluto de Trump. Aí está agora, bem fora do armário, o espectro de um fantasma que, uma vez mais, ronda a Europa 

estes dias que passam 967

mcr, 21.02.25

"no  melhor pano..."

mcr, 21-2-25

 

Desde há anos o "Público" apresenta na última página  uma tira de bd chanada ""bartoon", O seu aut,or Luís Afonso, tem graça, é innteligente e normalmente consegue acertar no alvo.Quando digo "normlmente" quero significar que nem sempre  evita falhas que ou se atribuem a uma forte ignorância da História ou, e pior!... , a  um envesgamento ideológico onde aflora uma um certo apeço pela história da defunta URSS e dos  vagos princípios que aí s defendiam sob  nome de socialismo real, científico, puro e sem compromissos de qualquer aspecto com a "burguesia".

Desta feita o habitual barman e o  freguês comentam o facto de a Europa ter de vir a enfrentar quer os russos quer os americanos. A conclusão  dos dois últimos quadrinhos é extraordinária e prova de má fé absoluta ou ignorância gigantesca.

Eis as frases finais: "a ultima vez  que a Europa entrou numa grande guerra teve muitas dificuldades" E  "salvou-se com a ajuda dos americanos e dos russos"

Vejamos: 

A URSS ainda antes de começar a guerra celebrou um tratado com a Alemanha nazi  que permitiu a esta ficar descançada quanto a uma eventual frente lestte, ao mesmo tempo que dividia com o seu aliado a Polónia e lhe permitia a ocupação dos Estados bálticos e mais tarde uma guerra preventiva contra a Finlândia que levaria à conquista de boa parte da Carélia. 

Por seu lado, a URSS permitiu ao seu aliado alemão a ocupação da Noruega, Dinamarca, Holanda, Bélgica, Luxemburgo, França e pouco depois  dos Balcãs e da Grécia.

Quando os alemães dois anos depois invadiram a URSS logo ingleses e americanos se apressaram a fornecer quantidades gigantescas de armamento e material logístico

Deve-se, também, fazer referência ao facto da URSS ter sido completamente surpreendida com o ataque nazi. A isso, à impreparação das suas forças armadas (decapitadas por Stalin a exemplo do que acontecera com as estruturas políticas incluindo os comités centrais sucessivos do PCUS).

A URSS não veio salvar nenhuma Europa, mas tão só tentou, com escasso êxito inicial, salvar-se à custa do sacrifício de milhões de cidadãos que até (em Stalingrado, por exemplo) chegavam à frente de batalha desarmados esperando recuperar as armas dos soldados entretanto dizimados.

Nem vale a pena recordar que, finda a guerra, o império soviético ocupou meia Europa e conseguiu ficar com a Prússia Oriental, actual Kaliningrado.

Quanto aos Estados Unidos, é verdade que tiveram um papel muito importante na 2ª parte da guerra mas convirá lembrar que, só entraram na guerra depois do ataque a Pearl Harbour e, num primeiro tempo, apenas contra o Japão. Foi a demencial estupidez de Hitler que os empurrou definitivamente para a frente europeia quando sem especial exigência japonesa, entendeu declarar guerra aos EUA. É verdade que a América já fornecia enormes quantidades de material de guerra  à Grã Bretanha (que, de resto, os pagava...) mas Roosevelt teve,  anteriormente, bastante dificuldade em convencer os seus compatriotas a salvar a Europa e a Democracia.

Neste momento  uma tira como a que está a ser mencionada enferma de uma total falta de conhecimento dos factos actuais e dos que antes se referiram.

E, no caso em apreço, é bom lembrar qu a Rússia invadiu sem qualquer justificação plausível a Ucrânia; que Zelensky se mantém como Presidente da República por imperativo constitucional e que a Europa nãao só acolheu mais de três milhões de fugitivos como tem constantemente fornecido apoio militar e financeiro à Ucrânia. A miserável e torpe denúncia de Trump, um ignorante e um presunçoso, sobre a ditadura do presidente ucraniano é grotesca, falsa e apenas demonstra algo que sempre se soube: uma solidariedade vergonhosa com o autocrata do Kremlin que, vai continuando a suicidar os seus oponentes (desta vez foi um músico dissidente que caiu do 9º andar do prédio onde vivia...)

Sou um apreciador de Luís Afonso, a sua tira  é. de resto, a primeira coisa que leio quando diariamente compro o público mas uma que outra vez já verifiquei que nem sempre a verdade é o principal esteio do que desenha. ´É pena mas como de inicio  escrevi no melhor pano cai, de quando em quando, a nódoa.

estes dias que passam 966

mcr, 20.02.25

Aqui não há inocentes!

mcr, (17-10-24)    20-2-25

 

Antes que algum leitor indignado feche a página, gostaria de dizer que este título deve ser lido cum granu salis, aliás com um fartote de grãos de sal. 

De facto na situação da região  médio oriental há milhões de inocentes que são exactamente os sem voz, os que morrem os que sobrevivem em situação de miséria permanente. Inocentes são todas as crianças e não apenas  as que morrem mas as que enchem os hospitais, as que ficam órfãs, mal feridas enfim as vítimas do costume.

E aqui não há fronteiras possíveis, Um menino morto em Gaza ou em Israel, na Cisjordânia ou no Líbano  é sempre um morto a mais. 

agora que o recado está dado, resta saber por onde começar. Não vle a pena regressar a 1948, data em que as Nações Unidas por fortíssima maioria permitiram a fundação do Estado Judaico construído pelos sobreviventes da Shoa. E sobretudo pela má consciência mundial que, salvo raros casos, assistiu impotente e calada a uma longa teoria de massacres que vinha do fundo das idades. Ser judeus nunca foi algo de saudável  como nunca foi saudável pertencer a uma qualquer minoria social, racial ou religiosa. 

Também de pouco valeria debruçarmo-nos sobre as sucessivas guerras árabes de libertação que tiveram como alvo o novel Estado. Os invasores tinam pelo seu lado o número mas faltava às suas incultas tropas vontade de combater, razões para combater, chefias minimamente preparadas. Aquilo era carne para canhão e todas as tentativas de egípcios, jordanos, sírios, libaneses iraquianos e tustti quanti redundaram em tremendos fracassos, em novos refugiados, permitiram a Israel constituir fronteiras   mais seguras (e sempre mais território!...)  e tornaram a vida de milhões de camponeses ainda mais precária.

Não vale a pena aqui vir com o apoio das plutocracias que foi real mas que facilmente poderia ser contrabalançado pelos riquíssimas nações petrolíferas árabes.  Digamos que os regimes árabes da região se ilustravam pela tirania, pela ausência de escrúpulos, de direitos humanos de respeito pelas mulheres e pelas suas minorias sem falar no peso opressivo do que de mais reaccionário a Charia produzia. queira-se ou não, Israel era o único país moderno e democrático no meio de Estados constantemente sacudidos por golpes de Estado, revoluções,  perseguições e consequentes misérias humanas, sociais e económicas. 

Gaza foi durante decénios palco de ocupações diversas  que mantiveram a população em campos de refugiados (que já vão na quarta geração!...). O mesmo se passou no Líbano, n Jorfânia (é bom lembrar o massacre do Setembro negro, os massacres de Sabra e Shatila  em que gente ligada aos regimes em vigor tratou de matar quantos refugiados encontraram, Também não deixa de ser verdade que estes imensos ghettos de refugiados permitiram o aparecimento de grupos armados   e terroristas. convém também, neste capítulo, recordar que grupos terroristas não foram um exclusivo árabe (basta referir os grupos Stern ou o Irgun criados antes da independência no seio de comunidades judias residentes na Palestina. É verdade que dirigiam boa parte da sua actividade contra os ingleses que eram os detentores do mandato conferido pela sociedade das Nações após a derrota do Império Otomano . E, por seu turno alguns árabes chefiados pelo poderoso mufti de Jerusalém apoiaram entusiasticamente os fascismos europeus, nomeadamente  os nazis).

Em boa verdade, depois de Arafat e dos seus directos correspondentes israelitas, nunca mais houve dirigentes capazes de manter a ideia dos dois Estados e da paz. 

Convenhamos que a teoria dos Estados com uma Palestina dividida em dois territórios sem ligação pouco mais é do  que uma intenção piedosa. 

É , todavia, e para já, esta a ideia mais próxima de um qualquer acordo mas é bom que se atente na sua dificílima aplicação. O único exemplo histórico de um país dividido em duas regiões não contíguas foi o Paquistão post independência e está à vista o resultado. 

 

Se em Israel Netanyahu conseguiu alcandorar-se ao poder (através de eleições sobre as quais não recai suspeita) na Palestina o regime exangue da Fatah foi combatido com sucesso (em Gaza) pelo movimento radical Hamas que começou de facto a controlar a zona e a construir um dispositivo de ataque ao sionismo com vista a erradicá-lo violenta e totalmente da região. 

No Líbano, o Hezbolah instalou-se com base na comunidade chiita e com o apoio do Irão e da Síria transformando o governo do país nim mero pião das nicas, sem força, sem poder nem apoio. O proto-estado do Hezbolah tem exactamente o mesmo fito do correspondente Hamas

Digamo-lo sem receio: a ideia de um cerco a Israel e a sua extinção nunca morreu. É verdade que este último foi conseguindo reatar relações com os países árabes moderados e de maioria sunita. Não é impossível que o ataque de Outubro tenha sido levado a cabo para impedir o tratado de paz com a Arábia saudita. 

Tudo isto torna a vontade da guerra inextinguível .

Seria bom recordar que neste jogo de mau xadrez há a sombra do conflito sunita-chiita  ou até dos árabes com o Irão (que não é árabe... mas tão só muçulmano e com vocação imperial  e radical) .

também convém não esquecer que voluntária  ou involuntariamente (forçadamente, até...) a população gazaoui festejou delirantemente o massacre de Outubro. 

Pior : os habitantes de Gaza, forçados ou não, permitiram que o Hamas os transformasse em escudos humanos, não ignoraram o labirinto de túneis sob o seu escasso chão, sabiam da preparação das brigadas do Hamas  bem como das cumplicidades estabelecidas com todos os dirigentes civis e religiosos da comunidade.  Hospitais, escolas, edifícios públicos, mesmo os ligados à ONU estavam  sobre instalações militares e paramilitares. 

Também é verdade que o Hamas sabia pertinentemente que um seu ataque desencadearia uma reacção incomparavelmente violenta da parte de Israel-

Não é por acaso que a expressão olho por olho, dente por dente (mão por mão, pé por pé) está inscrita na Bíblia (Êxodo XXI-24). Terá sido o próprio Deus de Israel a fornecer esta regra a Moisés para ser consignada na lei fundamental. 

O  Hamas sabia (ou deveria saber .... ) que o Israel actual comandado pela direita religiosa e pelos conservadores retorquiria com muitos olhos por olho e muitos dentes por dente. Como se verifica.

O Hamas nem sequer se apercebeu que Gaza depende em tudo de Israel, deste a água à electricidade, dos bens alimentares ao trabalho (Gaza fornecia vários milhares de trabalhadores a Israel)

Por outro lado, o Hamas também sabe que no Egipto não tem amigos bem pelo contrário, e que nunca esta país abriria a fronteira a refugiados fossem eles idosos, mulheres ou crianças. O Hamas acredita, ou finge acreditar, na teoria dos "mártires" do Islão e da sua felicidade além morte.

Um dos dirigentes do grupo disse enfaticamente a um jornalista ocidental que "nós amamos a morte enquanto os judeus (e vocês)  amam a vida". Além de não ser verdade é delirante como argumento.

Portanto, e sem esquecer a desproporção da retaliação israelita num território com uma população inerme que apenas serve de escudo humano e descartável à milícia fanática, tudo isto era previsível, tudo isto foi longamente avisado antes de qualquer conflito. 

A menos que o ataque de Outubro fosse pensado para acender uma guerra regional que oporia p Irão e os seus aliados a Israel contando com algum apoio ou ,pelo menos, a neutralidade dos restantes países árabes ( e partindo do princípio de que o apoio ocidental não se manifestaria ou que estaria demasiado ocupado com a invasão russa da Ucrânia...) todos os cálculos da direcção do Hamas eram destituídos de fundamento, de razão, de oportunidade e nem sequer havia a percepção de que o regime de Netanyahu estava periclitante em Israel. Ou então pensaram que os protestos dos democratas se manteriam mesmo depois de um sangrento ataque o mais violento depois do Holocausto! 

 

Este texto escrito em meados de Outubro do ano passado ficou no tinteiro, sabe-se lá porque razões-

Decidi publicá-lo quatro meses depois porque fora o frágil acordo que tem permitido trocar reféns israelitas por prisioneiros árabes (um modo de Israel se livrar de uns ,ilhares de presos que lhe enchiam as cadeias...)  caem sobre a região outras ameaças, desta feita com autoria confirmada de Trump.

Obviamente, a criatura inculta e presunçosa que governa os EUA nunca estudou nada sobre o Médio Oriente  nem sequer ouviu os seus mais próximos aliados árabes. Também não percebe, ou então (e pior) finge desconhecer que deportar uma inteira população é um crime contra a humanidade. Claro que seria difícil ou impossível ir por Trump e julgá-lo  mas, apesar de tudo eu ainda acredito que na América haverá uma maioria de americanos sensatos que se oporão à concretização de tal infame rojecto. Aliás creio que, em Israel, também uma maioria de cidadãos dirá a Netanyahu que não deve apoiar tal solução.

E, neste capítulo, a Europa poderá tomar um par de medidas que, no que toca a Israel, o dissuada de tomar este perigoso e medonho caminho. Se a Europa ou a maioria dos países europeus  isolar Israel  não vejo  que este país possa ficar indiferente a tal ameaça. Sem a Europa, Israel fica tão só como Cuba sem a vantagem de ser uma ilha.,..

Entretanto, depois de uma ameaça mais estúpida que parva, o Hamas optou por recuar na disposição de não libertar reféns. Parece mesmo que aumentará o numero de entrega de vivos acrescido de alguns cadáveres (entre eles uma mãe jovem e dois filhos de tenta idade). Esperemos que os chorosos e radicais  defensores europeus de Gaza também critiquem estes três assassínios...)

 

 

estes dias que passam 965

mcr, 18.02.25

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As  gralhas, sempre elas

mcr, 18-2.25

 

O passariforme, aliás passaroco, que ornamenta o folhetim chama-se gralha e pouco ou nada tem a ver com o que se escreve mesmo quando toda a gente da arte maldiga as gralhas que lhe infecta os textos.

Mas não é apenas o leitor desprevenido que sofre na leitura, Normalmente,  o autor, no caso este escriba que aqui está de baraço ao pescoço, descalço e com a cabeça coberta de cinza, também é vítima. Para já vítima da sua imprevidência, do pouco cuidado com que atira o texto para o éter sem cuidar de verificar se não há erros ortográficos ou gralhas de toda a espécie.

Depois, a existência de um texto atacado por gralhas é uma desrespeito pelo leitor sofrido que se dá ao trabalho de tentar ler o escrito.  

Eu pecador me confesso. Volta e meia acabo o folhetim e faço imediatamente o possível por me escafeder para outras paragens, normalmente uma bicada num livro acabado de chegar  ou então, uma das múltiplas tarefas aque a minha incipiente cegueira me obriga; Reconverte fichas manuscritas ilegíveis, em letra miudinha, preparar etiquetas para certos sectores das estantes, pois além dos livros serem cada vez mais, é-me difícil ler os títulos mesmo a curta distância ou listar certas séries de livros  (por exemplo dicionários, atlas, certas colecções de livros de história ou de arte para não só sabero que há mas sobretudo para evitar compras em duplicado. Ainda hoje, numa compra, foi-me oferecido um grosso volume contendo os desenhos de William Blake relativos à "Divina Comédia". Esta edição é voluptuosa, bem apresentada e com um tamanho magnífico. Ora, ocorre que eu já tinha uma edição do mesmo editor (Taschen) mais pequena  e eventualmente menos cuidada de que não me lembrava. Não vou jurar que a compraria (mera questão de preço) masisso já me ocorreu, ou vai ocorrendo com alguma pequena frequência. 

Durante estas minhas actividades de re-ordenação e nova catalogação de livros já encontrei alguns exemplares repetidos, coisa que me enfurece pois, agora, resta-me oferecê-los a quem os queira. 

As minhas gralhas ocorrem por variados motivos. Por vezes teclo demasiado ligeiramente e a letra pura e simplesmente "fica no tinteiro". Outras teclo na letra seguinte ou na anterior (o caso mais repetido é trocar o M por vírgula, tecla seguinte). Isto para não referir algo de surpreendente e que em revisão posterior de posts já publicados me saltaram dolorosamente aos cansados e empobrecidos olhos: uma confusão de letras que mesmo para mim, autor, só depois de dolorosas e demoradas pesquizas,  consigo perceber... Finalmente, também aparecem letras piratas desnecessárias e inúteis penduradas no início ou no fim de uma palavra, Aqui o dedo terá pensado ser um dedão e, zás!, teclou duas letras ao mesmo tempo. 

Ou então, também acontece, falta-me a última letra da palavra, o que, de certo modo é a menor das gralhas possíveis.

Caros leitores que me lêem com extraordinária a simpática constância, eis-me, como já disse como o Gonçalo Mendes da Maia frente ao rei de Leão para se penitenciar  do facto de D Afonso Henriques ter faltado à palavra dade de que ele, o Lidador, era fiador. 

 

Em boa verdade, eu hoje queria falar da surpreendente reunião russo-americana sobre a Ucrânia, Pelos vistos a aberrante Trump   nem se lembra de que esta é parte interessada, além de vítima. Também não sabe, ou não quer saber, de que durante as conversações que levaram ào fim da URSS houve formais e fortíssimas (???) garantias internacionais sobre a validade dos tratados o que terá levado a Ucrânia a desfazer-se do arsenal nuclear que albergava no seu solo.

ainda há poucos minutos, o Presidente da Turquia avisava que as fronteiras da Ucrânia são de manter a todo o custo, repetindo com força algo que a UE tem vindo a dizer mesmo se, alguns dos parceiros europeus finjam não aceitar.

Ainda é cedo para saber exactamente o que esta reuni\ao trouxe de importante  pelo que manda a prudência  eo que que se sabe do errático Trump, esperar para ver.

Um ponto é seguro. Se a Ucrânia for eliminada ou amputada, os estado bálticos serão de novo ocupados como já anteriormente lhes sucedeu. Rússia ou URSS acaba por ser o mesmo ou ainda pior.  

estes dias que passam 964

mcr, 13.02.25

Estará falida a autoridade tributária?

mcr, 13-2-25

 

 

Fui pagar o Imposto automóvel dos carros cá de casa. No bairro fiscal que me cabe há s salas grandes para atendimento  do público. Uma está fechada há anos porque entre outras facécias de que esta "autoridade" faz uso, era ali que funcionava a tesouraria que, pelo que ouço, foi eliminada de todas as repartições, havendo apenas uma que funciona alternadamente  numa repartição à escolha mas cujo paradeiro é sempre escondido do público...

Um par de cadeiras veda a sala. Até ao ano passado, no corredor de acesso havia uma escrivaninha com um funcionário que dava um par de informações e, no caso do IA, rapidamente (enfim...) nos fornecia um papel com a indicação do imposto a pagar via multibanco.

Este ano brilhavam (funcionário e mesa) pela ausência. Há, agora, uma caixa de informações mas quem tenta pesquisar I A bem pode dar três voltas ao quarteirão. Pelos vistos a inteligência que gere a maquineta la terá entendido que bastava uma designação genérica ("património")quando antes escarrapachado num quadro aparecia o citado IA. É o progresso.

Na sala maior aberta ao público há dez balcões numerados e aparelhados para todas as emergências. Todavia onde sobram instalações faltam os respectivos ocupantes. Apenas dois, hoje,  13 de Fevereiro pelas 20,30 horas. em frente duas dúzias de postulantes diversos que resignadamente aguardavam uma hipotética vez para serem atendidos. 

A AT lá terá pensado que, para quem é bacalhau basta. Eles que esperem, que percam uma manhã ou uma tarde.

Isto, note-se, é para o pobre sujeito que ali vai poder pagar!... Imaginem se fosse para receber....

A AT e quem a gere, como uma valente fatia de serviços públicos trata os cidadãos como súbditos como se isto forre uma república bananeira ou uma autocracia estilo Bielorussia... 

Como os leitores eventualmente saberão, para o ano será em Fevereiro que se pagará o imposto seja qual for a data da matrícula do veículo. Isto foi anunciado há mais de um mês mas é só para vigorar no ano de 2026!... 

Vá lá que, desta vez pude pagar os dois IA mesmo com datas de matrícula diferentes! Foi um favor excelso da IA ou então estão muito necessitados de cacau. 

Como ninguém sabe  para que serve a sla vazia, sempre proporia que albergssem ali uma espécie de café para os desgraçados que penam horas até serem chamados poderem pelo menos beber uma água ou comer uma torrada. O Estado ainda conseguiria, desde que a exploração da cantina fosse entregue a um privado,  um pequeno lucro extra... 

Durante anos, e mesmo hoje ainda, um bando de exaltados, berrava que os ricos deviam pagar a crise. Claro que, como de costume, estavam enganados. Sã os pobres os que precisam de ir às finanças pelo próprio pé quem aguenta isto tudo, quem paga a crise, o desrespeito pelos cidadãos e a falta de funcionários. 

 Ou como dizia um banqueiro ao ouvir "o custo de vida aumenta e o povo não aguenta"":: : Aguenta, aguenta!... 

 

estes dias que passam 963

mcr, 12.02.25

Está que ferve!...

(o PS e as presidenciais)

mcr, 11-2-25

 

Ler os jornais (no caso, o "Público")  pode ser mais divertido do que instrutuvo.

Veja-se a disputa (se existe) Seguro-Vitorino, melhor dizendo, a confrontação entre proto-partidários de ambos.

No domingo a  jornalista agora opinante Ana Sá Lopes, num laborioso exercício jura que o PS vai apoiar António José Seguro.

Hoje, terça feira,  João Miguel Tavares diz exactamente o contrário e garante que no PS há um profundo ódio a Seguro alimentado por ex-socráticos puros e duros e ex-socráticos rapidamente reconvertidos em costitstas.  Segundo JM Tavares, os primeiros nunca perdoaram o silêncio acusador de Seguro, sentado na última bancada do hemiciclo enquanto Sócrates  reinou. Sabiam que aquele pundonoroso silêncio valia mil palavras e, sobretudo, não aceitava sequer qualquer diálogo com o 1º ministro.

Sócrates caiu, Seguro foi eleito e depressa  demoliu o que pode do poder socrático.  Ganhou quase de modo coreano as eleições internas (96% dos votos!) ganhou as eleições europeias mas costa, emboscado veio logo dizer que essa vitória sabia a "poucochinho".

Em boa verdade uma vitória é uma vitória e Costa depois de destronar Seguro conseguiu perder umas eleições frente à AD e só foi salvo por Jerónimo de Soisa que lhe ofereceu de mão beijada os votos do PC e (forçada) os votos do BE. 

E costa governou algo que justamente se chamou a "Geringonça" e logo que pode sacudiu o PC e o BE.

Durante o consulado de Costa, Seguro botou a remeter-se ao silêncio até que, findo o período costista numa legislatura que incrivelmente malbaratou uma maioria absoluta, reapareceu como comentador e começou a dar mostras de que concorreria às presidenciais.

Tudo indica que mesmo depois deste eclipse de oito longos (e quase perdidos) anos Seguro ainda manterá uma forte rede de contactos dentrodo PS. Se é ou não suficiente para vencer a coligação socrático-costista. É verdade que tem alguns inimigos poderosos, o mais visível dos quais terá sido Augusto Santos Silva que, de facto, disse o que Mafoma nunca se atreveu a dizer do chouriço.

Se Santos silva alguma vez sonhou com a Presidência da República, terá já desistido. ASS terá muitos e fortes defeitos mas é inteligente e cedo percebeu que as suas hipóteses de concorrer eram mínimas fosse em que cenário fosse.  Todavia, a temível acusação a Seguro foi, para além de desleal entre camaradas de partido, feia e falsa.  

De resto, a   magna reunião dos socialistas sobre a eventualidade presidencial foi um aborto absoluto. Seguro, ele mesmo, já tinha avisado que dentro da cozinha presidencial socialista, havia uma quase certeza de que lhe preferiam Vitorino.

Por seu turno, corre à boca cheia que Vitorino começa a perder vontade de se meter num vespeiro. Contra ele  também já se afiaram facas sendo a mais visível a acusação da drª Ana Gomes que com a sua habituale pesada elegância lhe chamou "lobista2 entre outros mimos igualmente rasteiros.

No meio desta completa e sensaborona barafunda o espectáculo da desorientação do PS e, nomeadamente, do sr Pedro Nuno, confrange qualquer cidadão, mesmo os que, como eu, nunca o tiveram como político interessante.

No meio disto tudo, a candidatura de Marques Mendes vai prosperando, preenchendo o vazio, lançando bases para eventuais alianças. Não deixa de ser curioso que o Presidente da Câmara de Fafe, militante socialista já tenha declarado que para as presidenciais apoiaria o seu conterrâneo

por  outro lado, quer o PC quer o BE irão apresentar candidatos pelo que alargar qualquer coisa à esquerda o PS só poderá eventualmente contar com o LIVRE e o PAN caso estes dois agrupamentos decidirem não aproveitar as oportunidades (mesmo se minguadas) que uma campanha presidencial oferece.

Não vou aqui introduzir a proto-candidatura de Gouveia e Melo  não só porque não é segura mas também porque também já começaram a ensaiar-se ataques e críticas  todos centrados na "falta de experiência política" e no facto de o eventual candidato ser um militar na reserva. Ou seja a condição de militar afinal é uma capitis deminutio política  num país que enche a boca com os "capitães de Abril. Ou por outras palavras: quase se diria que entre o almirante e aventureiro Ventura este último tem mais capacidade para o cargo! 

Ao que se chegou! 

 

 

estes dias que passam 963

d'oliveira, 06.02.25

Um disparate, uma ilegalidade  uma filha-da-putice 

mcr, 6-2-25

 

A ideia infame de deportar quase sois milhões de palestinianos de Gaza para fora do território onde sempre viveram e que é árabe há mais de mil anos,  não cabe na cabeça de ninguém, desde que seja vagamente civilizado.

Só umacabeça doente e um par de fanáticos judeus ultraortodoxos poderiam estar de acordo com um crime contra ahumanidade.

Os meus leitores sabem que detesto os HAMAs, a Jihad islâmica e os restantes terrorists, encapotados ou não, que tem sistematicamente destruído parte do Médio Oriente sem conseguir incomodar especialmente os habitantes de Israel ao mesmo tempo que submetem o seu povo (ou o povo de que se reclamam) a vexames, privações indizíveis, morte e desastre.

Quem me lê sabe que, desde o primeiro dia, condenei com a maior veemência o ataque a duas aldeias pacíficas, o júbilo canalha demonstrado por multidões de Gaza que, pelos vistos, nem perceberam que o céu lhes ia cair em cima,  a longuíssima cumplicidade dos cidadãos da zona que sabiam dos túneis, do rearmamento dos terroristas, das instalações debaixo de escolas, mesquitas e hospitais para já não falar  nas instalações da ONU, em muitos dos seus funcionários que fingiam desconhecer que aquele pedaço de terra se preparava via HAMAS para mais uma vez tentar um estúpido auto-suicídio.

Pelos vistos 50.000 mortos, destruição a 80 ou 90%  e agora esta imbecilidade criminosa e absoluta (e absurda!...) não incomodam nem árabes, nem judeus e muito menos uma maioria eventual de amrricanos que se revêm em Trump.

Eu poderia perceber que Trump não queira emigrantes ilegais nos EUA, mesmo se, como se provará, são eles o motor de uma economia não tão subterrânea que com a sua falta prejudicará a generalidade das classes média e baixa americanas. 

Poderia perceber, com imensa dificuldade, que o filho ou neto de emigrantes alemães seja incapaz de ver o seu país como um farol para os desesperados do mundo.

Pderia com esforço exagerado aceitar que os EUA se tornem, enquanto destino de emigrantes algo parecido com a Rússia, a China (que persegue a minoria uigur como já, antes, perseguiu tibetanos), quiçá a União Indiana (que desde há tempos tenta escorraçar largas dezenas de muçulmanos) ou mesmo essa cruel anedota que dá por Bielorússia que recebe emigrantes para os enviar clandestinamente para os países vizinhos.

De todo o modo, as colunas de desgraçados que continuam a percorrer a América central e o México rumo àos EUA, é uma prova mais da resiliência  dos que nada mais tem a perder.

Gaza, já aqui o disse, é uma frágil, quase impossível impossibilidade da teoria dos dois Estados. Todavia, ainda ninguém encontrou melhor. Todos sabemos, e desde 0s anos 50,  que a solidariedade árabe é uma figura de estilo e que nenhum Estado árabe ou muçulmano se dispõe a receber palestinianos. Mais, quando os recebe, cedo os maltrata  como ocorreu no Líbano ou na Jordânia (mesmo se em ambos os casos os refugiados tenham dado azo ao que depois lhes sucedeu).

No entanto, nunca ninguém foi tão longe como a mentalidade doentia e a infantilidade actual que vê em Gaza uma maravilhosa Riviera entre o Egipto e Israel. 

Notícias ouvidas na rádio enquanto me barbeava dava como destinos possíveis dos deportados, a Noruega, outros países europeus, como se alguém, com meio dedo de testa, julgasse isso possível. Conviria, de resto, que a Europa explicitasse já que num caso destes não aceitará nem um deportado. E conviria, entretanto, que os países europeus avisassem solenemente Israel que qualquer aceitação sua deste plano genocida poderá equivaler a fortes sanções ou até a interrupção de relações diplomáticas.

Para já, deixar de incluir Israel nas competições da Eurovisão, nas de futebol e outros desportos. É uma evidência geográfica o Médio Oriente é Asia e que Israel nem sequer, como a Turquia, tem um pé na Europa!

Do mesmo modo que não aceitamos fanáticos árabes também não podemos aceitar judeus tão fascistas como eles. São facilmente identificáveis como identificáveis são certas organizações pan-judaicas que inclusive já nos impingiram um tal Abramovitch, russo, oligarca e, pelos vistos, simpatizante e cumplice de Putin.

Espera-se sem especial angustia que o Governo português, o Parlamento, os partidos e a opinião pública condenem vigorosamente esta proposta tão aberrante quanto desumana e criminosa. 

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