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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

Eleições de digestão difícil

José Carlos Pereira, 29.05.25

Na edição em papel do jornal A Verdadepublico hoje um artigo de opinião acerca da realidade saída das últimas eleições:

"As eleições de 18 de maio mudaram por completo o panorama político português. Mais do que a vitória da AD – Coligação PSD/CDS, foi o retumbante resultado do Chega que abanou os fundamentos do nosso sistema político.

Quando o jornal chegar à mão dos leitores, provavelmente já serão conhecidos os resultados dos círculos da emigração e deverá estar confirmado o Chega como segundo partido com mais votos e deputados. Pela primeira vez em democracia, os dois partidos mais votados não serão o PSD e o PS, que deixam também de assegurar, por si só, o consenso constitucional e os dois terços indispensáveis para certas reformas e nomeações.

Como chegámos aqui? As razões são múltiplas e merecem ser bem estudadas. Se olharmos para o mapa eleitoral saído das eleições, vemos que não há um padrão único. O Chega cresce em praticamente todo o país e ganha em 60 municípios, mas isso tanto sucede na industrial Marinha Grande como na piscatória Nazaré, em Sintra ou em Sesimbra, em Beja ou em Barrancos, em terras marcadas por turismo e imigração tão diversos como Odemira ou Loulé.

No Chega reúne-se, sem dúvida, a vontade de mudança, os receios com a imigração, o protesto pelas dificuldades da vida, pela ausência de soluções para os problemas sentidos no dia a dia, seja com as condições remuneratórias, a insuficiente resposta dos serviços públicos ou a falta de habitação a preços comportáveis. Mas o Chega também sabe tirar partido da sociedade digital em que vivemos, na qual deixou de ser prioritária a procura do conhecimento, a avaliação crítica e rigorosa, a comparação de fontes, a discussão fundamentada de propostas. Tudo isso deixou de ter espaço na torrente polarizada das redes sociais, com consequências para a forma como (não) avaliamos com discernimento, como muitas opções são determinadas por correntes e algoritmos, como só vemos aquilo que queremos ver, mesmo que seja mentira.

Estou convicto que se a maioria dos eleitores do Chega lesse com atenção as propostas do partido, designadamente no domínio dos direitos, liberdades e garantias, ou analisasse as promessas com impacto orçamental na despesa superior a 20 mil milhões de euros, tomaria consciência de que tinha depositado mal o seu voto. E já não falo dos atropelos e crimes praticados por muitos dos seus eleitos, coisa que aparentemente nem sequer penalizou o Chega. O que não sucederia se o mesmo tivesse ocorrido com outros partidos!

A AD cresceu de forma moderada – é evidente que o caso “Spinumviva” provocou estragos na imagem e na credibilidade de Luís Montenegro perante os portugueses – mas os resultados obtidos vão permitir-lhe governar com estabilidade durante um período razoável. O primeiro-ministro deve aproveitar para reforçar politicamente o governo nas pastas mais críticas e sabe antecipadamente que a moção de rejeição do programa do governo já anunciada pelo PCP não será aprovada. O país precisa que o próximo executivo se concentre nas tarefas que tem pela frente, num contexto internacional desafiante e com os fundos do PRR e do Portugal 2030 a exigirem foco e determinação.

O PS teve uma pesada derrota. Só Almeida Santos e Vítor Constâncio, em 1985 e 1987, tinham alcançado piores resultados. Pedro Nuno Santos avaliou mal a resposta a dar à moção de confiança apresentada pelo Governo. Teria sido mais apropriado aceitar o prazo da Comissão Parlamentar de Inquérito proposto pelo primeiro-ministro, abster-se na moção de confiança e aprofundar a investigação às várias ramificações da “Spinumviva”. Pelo contrário, o líder cessante do PS caiu no engodo das eleições, fez uma campanha centrada num núcleo reduzido de protagonistas e cedo se percebeu que não ia conseguir fazer valer as suas propostas.

Tudo indica que José Luís Carneiro será o próximo secretário-geral. É o nome mais bem colocado neste momento para relançar o PS, num momento difícil para os partidos socialistas e sociais-democratas – só em seis países europeus a direita não supera 50% dos votos!

José Luís Carneiro já anunciou que estará disponível para acolher todas as sensibilidades socialistas. Além de toda a experiência que traz consigo, tem a vantagem de ser oriundo de um meio pequeno e de conhecer as dificuldades próprias dos mais simples. Habituou-se a encontrar respostas para os que mais precisam.

Confirmando-se a sua eleição, Carneiro terá pela frente vários desafios: unir e mobilizar o PS para as próximas autárquicas, reflectir profundamente sobre as causas para o declínio socialista, captar a atenção das largas centenas de milhares de eleitores perdidos desde 2022 e lançar as bases que permitam atrair estratos demográficos e profissionais que se têm afastado do PS.

O próximo líder socialista deve também ser um factor de estabilidade e confiança para o país, disponibilizando-se para que matérias como a revisão constitucional, a política europeia, de defesa ou de segurança interna, por exemplo, possam continuar a ser alvo de consenso entre os partidos moderados do nosso sistema."

estes dias que passam 988

mcr, 27.05.25

São incorrigíveis.  Não  aprendem...

mcr, 27-5-2005

 

Amanhã, passam 99 anos da fatídica data que pôs fim ao  regime da 1ª República. Em boa verdade foi esse regime que se auto-suicidou. 16 anos, 51 governos, várias revoluções outros tantos golpes de Estado, um desastre que a entrada na guerra só agravou.

Também é verdade que o "ar dos tempos" parecia favorável ao autoritarismo  e aos regimes de partido único. A Itália e a Alemanha fixavam o fascismo puro e duro. A Roménia (Guarda de Ferro e Antonescu), a Hungria (Horty), a Grácia (Metaxas)ou a Polónia (Pilsusky) estavam a caminho da mais puro autocracia reaccionária. No Ocidente a França e a a Bélgica assistiam ao surgimento de forts movimentos de extrema direita (Croix de feu, rexistes) a Espanha ia lentamente agonizando  até ao triunfo de Franco. 

Salazar, entronizado em 1931 até podia passar por "moderado" (reparem nas aspas antes de me amaldiçoarem...) quando apenas enfrentava um país atrasado, rural, católico e pouco desenvolvido. 

Curiosamente,  e já no meu tempo, a crise académica de Coimbra atingiu o seu auge num 28 de Maio (1969) data que iniciou a mais forte e duradoura (e finalmente) vitoriosa greve académica. Ironias da História. 

 

E  é de ironias da história (desta vez com letra pequena, que  "eles" não merecem maiúscula...) que evnho até aqui. 

Comecemos pelo sr Pedro Nuno dos Santos evaporado secretário geral do PS.

Que se saiba a sua vida de adulto fpo toda ela passada nos corredores do poder, como deputado e, mais tarde, como membro do Governo. 

Não é caso único, bem pelo contrário, mas este desconhecimento da vida real dos eleitores que nele depositaram o voto e a confiança, foi-lhe fatal.

E tudo começou quando num arroubo de pura tontice declarou que Portugal poderia não pagar o que devia e que tal ameaça faria tremer as perninhas dos banqueiros alemães.

Eu não sei se PNS alguma vez viu um alemão, e menos ainda um banqueiro teutónico. Se visse e reparasse bem, aquela gente tem normalmente pernas altas e fortes e não treme com patacoadas de um portuguesinho armado em valente. 

Da sua actividade de deputado não const nada de sensacional, sequer de notório ou mesmo sofrível. A criatura jurava pela Esquerda mesmo se parece discutível que soubesse exactamente quer a história pregressa quer os problemas actuais do socialismo mais radical. O ar do tempo, este, a solução gerigoncial tudo lhe parecia dar  asas a uma imaginação desenfreada. Chegado ao Governo, não se conhece qualquer golpe de asa (menos anda de génio) ao mesmo tempo que ainda se recorda a sua irreflectida decisão sobre Alcochet, aproveitando uma ausência de Costa. 

quando este último o desautorizou desabridamente, ninguém lhe disse que, num caso daqueles, uma imdiata demissão era o melhor caminho para salvaguardar a honra. 

ficou, diminuído mas não convencido, num Governo  onde já ningúem lhe concedia qualquer crédito. quando finalmente resolveu sair desse incómodo e inseguro posto, voltou à AR e sentou-se na última fila.

adquiriu nessa altura a aura de mártir e de futuro genial secretário geral. E as entusiasmadas multidões do costume entregaram-lhe o partido.

E foi o que se viu. Um naufágio prolongado de um barco sem salva-vidas, encalhado num banco de areia .

Não era a História tragico marítima mas apenas uma caricatura dela. 

Agora sabe-se que quando decidiu votar contra a moção de confiança que Montenegro lhe estendeu como armadilha, não ouviu nenhum dos seus mais próximos adeptosque aconselhavam a abstenção. Derrubou o Governo como este, aliás, pretendia, e estatelou-se ao comprido numas eleições emque perdeu eleitores, deputados e, provavelmente, a posição de líder da oposição.

Atordoado lá se decidiu a sair para dar lugar a alguém mais capaz que reconstrua o esfacelado corpo político do PS. 

A sua divisa se ele soubesse francês poderia ser "aprés moi le déluge!"

Neste espaço sempre o achei presunçoso, ignorante, mal preparado política e ideologicamente. Teve a faca e o queijo na mão e cortou ingloriamente a mão. 

Agora, mesmo já sem qualquer responsabilidade política, não resistiu a voltar a morder a canela de Montenegro, a quem acusa de falta de idoneidade, mas, imitando outro cadáver político, Santana Lopes, ameaçou que iria "andar por aí"... Está tudo dito.

A segunda personagem deste romance de faca e alguidar é a senhora Mortágua.  

sofreu, mas admitiu-o, uma tremenda derrota eleitoral. Por pouco que desaparecia do parlamento. Porém, na noite eleitoral teve o descaramento de proclamar que a campanha eleitoral fora magnífica! Não vale a pena lembrar que nem sequer a chamada da terceira idade partidária à disputa eleitoral foi coroada de êxito. Os senhores Fazenda, Louça e Rosas passaram pela vergonha de obter, nos círculos para onde os designaram, percentagens inferiores à média do BE-

Agora, tardiamente e empurrada, a responsável do BE anuncia uma convenção lá para os idos de Novembro. Até lá ira tentar remendar uma imagem feita em cacos que poderá ainda pirar nas autárquicas. 

O mesmo sucede à senhora responsável do PAN que esteve ainda mais peto do fim que a senhora Mortágua. Ao ouvi-la ficámps a saber que "a luta continua", pelas mulheres, pela natureza, pelos animais e por mais três ou quatro coisas .  será que ela reparou que fora de Lisboa (que elege ima cabazada de deputados...) ninguém lhe liga patavina?

No meio desta barafunda, é bom que se diga, que o PC mesmo perdendo um deputado (o que é grave, demasiadamente grave, como indício d de um percurso de envelhecimento e de lenta perda de eleitores e de influência, este partido tem ainda duas âncoras, os sindicatos e as autarquias. No caso destas últimas, os resultados no Alentejo são pouco encorajadores, ou francamente preocupantes.

Desde ha muito que penso que um Alentejo rural e camponês a votar comunista era algo de surpreendente ou excepcional. As lições da hustória dizem-nos que o campo pode eventualmente ser anarquista (como ocorreu em Espanha) mas que são os camponeses e a sua milenar sede de terra os mais poderosos e radicais inimigos da "propriedade colectiva"  NA URSS nunca as organizações colectivas agrárias  convenceram os agricultores  apesar da violentíssimarepressão contra eles. Chegou-se mesmo ao ponto de ver que os pequenos quintais entegues aos trabalhadores rurais tinham em percentagem uma produtividade várias vezes superior à granja colectiva. O mesmo se passou na China. Em város países do bloco de Leste apareceram ou foram tolerados partidos agrários cuja missão era captar a gente do campo. O sucesso doi mitigado para não dizer medíocre. A famosa "reforma agrária  e as unidades colectivas dela saídas durou o tempo de um suspiro. Restaram, contudo, as câmaras municipais que terão sido geridas com particular cuidado e eficácia.E duraram até hoje mesmo se em número crescentemente reduzido. A esmagadora vitória do CHega nos distritos de Beja e Setúbal  (e mesmo no de Portalegre onde houve câmaras comunistas) pode indiciar uma forte derrota autarquica para o PC .Por outras palavras o partido de protesto que o PC representou nestas regiões é agora, queira-se ou não, o Chega.

no que toca aos sindicatos parece que ainda resistirão. A CGTP é a maior e mais forte confederação e os militantes do PC ocupam praticamente todos os cargos de direcção. A Esquerda radical contenta-se com pequenas sobras que ainda distam muito dos sindicatos de influência PS-

fialmente, o PC controla toda uma série de organizações populares (ou que se apresentam como tal mesmo se a sua representatividade é diminuta) que pretende representar mulheres, utentes de serviços públicos, pensionistas   mas que tem especial impacto na sociedade, como é  caso dos movimentos pela paz que não conseguem disfarçar a sua origem em correias de transmissão patentes quase sempre na escolha que fazem dos direitos que dizem defender.

De todo o modo a disciplina e o empenhamento dos militantes consegue ainda dar uma ideia de força que falha nos restantes partidos ou mesmo em todos os outros. 

Neste panorama, o Livre, aparece como ganhador. Pelos vistos já toda a gnt esqueceu aquela primeira deputada que logo que se apanhou eleita  mandou o partido dar uma volta ao bilhar grande. Desapareceu a dita critura  e pelos vistos há eleitores  que transferiram votos do BE e do PAN para este singular partido que se pretende federador da Esquerda. 

Outro partido que embora crescendo em votos e deputados, focou aquém das espectativas (suas e de certos comentadores e jornalistas),  a ILnão produziu especial entusiasmo. Provavelmente, tal se deve ao líder cujo carisma não ultrapassa o de um molusco. Também não é um grande orador   que complica ainda mais a sua projecção. Depois, a IL continua a embrulhar-se em estranhas disputas internas  que são pouco perceptíveis pelos portugueses em geral. Digamos que este resultado, mais do que uma vitória, é apenas um resultado que não ultrapassa o "benefício da dúvida"

Finalmente, o senhor Montenegro ganhou qualquer coisinha. Foi mais do que o "poucochinho" com que Costa ingratamente brindou Seguro  Desconheço se ele esperava uma maioria absoluta, inclino-me a pensar que não acalentaria uma ideia tão fora da realidade, mas  não ponho a mão, sequer a luva, na brasa. 

O maior ganhador da noite eleitoral será esperto, espertíssimo, mas como dizia o professor Carr a propósito de um excelente comentador político português, não tem inteligência suficiente para a esperteza que possui.

A criatura vai a todas com desenvoltura mas até ao momento por muito que queira ser um duce, um fuehrer ou um conducator falta-lhe qualquer coisa. Espero que isso se torne evidente o mais rapidamente possível. De todo o modo, é ainda, uma espécie de homem só, um faz tudo num partido onde até ao momento não avultam quadros  que traduzam no parlamento e em outras prováveis futuras instâncias, uma política que se perceba e ultrapasse o "contra tudo isto". Alguém, perante casos semelhantes, dizia "deixa-os pousar... "

PS e AD ainda podem, se é que percebem o risco que correm, travar esta algazarra de sargeta onde nem sequer faltou um gatuno de malas no aeroporto (que ainda não foi preso, sequer indiciado ou ouvido pelas autoridades. Raio de país!)

 

 

 

 

 

 

 

 

"Porque Falha o Estado"

José Carlos Pereira, 23.05.25

Sou insuspeito de simpatia por Paulo Portas, mas no podcast "Porque Falha o Estado", gravado poucos dias antes das eleições, o antigo vice-primeiro-ministro identificou boa parte das razões que nos trouxeram até aqui (ou que trouxeram o Chega à liderança da oposição): os algoritmos e as redes sociais, a "democracia digital", a polarização, as simplificações, o tribalismo, a "abreviação do conhecimento", a governação para coleccionar likes.

estes dias que passam 986

mcr, 19.05.25

Está tudo na mesma ?

-Não

foi o 2º terramoto de Lisboa? 

-Também não...

mcr,, 19-5-25

 

É segunda feira, comprei o jornal, tomo café, vi que não ganhei o euro-milhões e olho para o jardim enquanto ao sol passeiam 3 cães e respectivo trinador (que civilizadamente apanha o cocó dos bichos. É já uma janela sobre o progresso da pátria).

tinha um texto no forno chamado "os netos da pouco santa trindade (Stalin, Jdanov & Beria) mas foca para mais tarde pois hoje não se pode ignorar as eleições.

E sobretudo não se pode deixar passar sem apontamento as burrices ditas por vários comentadores e as parvoíces saídas da boca dos maus perdedores.

Alguém, proveniente da enlutada Esquerda veio afirmar que dados os resultados e a mão maioria aboluta da AD'IL, estava tudo na mesma.  A ideologia mal pensada acarreta vesguice e sonambulismo. Em primeiro lugar a Direitta e o Centro Direita alcançaram praticamente dois terços dos votos expressos.

A ideia de que este velho e anquilosado país era  de esquerda caiu. Isso , de resto, foi sublinhado por toda a comunicação social internacional.

Aliás, seria relembrar que os dois grandes partidos (PS e PPD) eram, na realidade ao centro político, cinxento ou não. Alvaro Cunhal sempre chamou tudo ao PS acusando-o de fazer o frete à Direita. Da Direita envergonhada sempre houve uma obscura acusação do PPD ser estatista, filo-socialista  e  elitista (Luis Filipe Meneses, foi o porta-voz deste último  anátema)

O aparecimento de pequenos mas ruidosos partidos radicais reforçou na rua esta impressão que, serenamente, não resiste à realidade .

 Neste momento, à "esquerda" do PS aparece uma dúzia de deputados (em 230...). E dessa magra fatia só um partido pode falar da rua e da força sindical ou até da autárquica. É o PC que, de todo o modo, está em perda desde há muito tempo. 

O Alentejo que seria vermelho é agora negro retinto podendo, sem qualquer receio, dizer-se que houve uma total, maciça transferência de votos do PC para o Chega. 

(de todo o modo, nem isso é uma novidade: o mesmo se passou em França e, de certo modo na Itália e em Espanha: transferências directas e, até agora, definitivas)

A derrocada do PS também merece ser ponderada. não foi a 1ª nem a 2ª vez que tal aconteceu. Basta lembrar os anos 80.

De todo o modo. é notável que o PS aia de uma  inesperada maioria absoluta que, aliás, desbaratou, para este empate com o Chega.  Foi ao PS que este partido radical, populista foi buscar mais deputados. 

É também admirável que um partido regionalista se veja alcandorado  a 9º partido com representação parlamentar. Com votos apenas obtidos na Madeira e com um programa que é também quase só adequado à realidade insular.

Convirá realçar que o BE foi esvaziado pelo Livre e que o recurso desesperado, insólito e infantilmente ingénuo ao pais fundadores  foi um flop. Até quase ao fim da contagem, o lugar solitário da senhora Mortágua esteve periclitante, podendo de resto dizer-se o mesmo sobre a senhora Sousa Rea.

Desde já muito que insisto em afirmar que o BE & similares vive noutro país, noutra realidade s só consegue chamar a atenção de uma pequena franja da burguesia letrada e sempre à procura de novidade. com menos gritaria, mais habilidade o Livre que arrebanha votos nos mesmos sectores  comem as papas e os bolos roubados aos tolos. 

De todo o modo, o fantasioso projecto de Rui Tavares, a federação da Esquerda indígena, pode parecer simpático mas a História ensina que sempre foi inviável. Cá ou em qualquer outro ponto do vasto mundo. 

Corre por aí a ideia de que uma certa direita populista ganha espaço. À custa de quem? 

Olhe-se para a Alemanha e tente-se perceber onde é que a AFD soma votos. No Leste, ex-comunista! 

Até ontem, havia quem enchesse a boca com um fantasma romeno, um tal Simeon. Hoje, verifica-se que esse fantasma foi vencido por o Cento europeísta e razoável. 

O mesmo é dizer que a Direita radical populista não ganha sempre  mesmo quando tudo parece indicar o contrário

A Esquerda, pelo menos aquela em que me eduquei, lutei, fui perseguido e preso, tem de enterrar, uma vez por todas, o insepulto Lenine e todo o mal que fez à Social Democracia.E quem diz Lenine, diz todos os seus seguidores, todos os inventores de um partido que se proclamou operário e sempre (ou quase)  foi dirigido por intelectuais vindos da pequena e média burguesia que recorriam à falácia(atribuída a Gramsci) de que há origem de classe, situação de classe e consciência de classe. E que bastava esta para virtuosamente fazer a revolução, eliminar qualquer clase que não fosse o proletariado (aliás também se eliminaria o lumpen-proletariado, essa chata excepção  ao conjunto dos verdadeiros trabalhadores) e acabar com o capitalismo, com os ricos (bem lembrava Olaf Palme que o dever da Esquerda era eliminar a pobreza). 

Este país sofrido tem várias revoluções para fazer. Ou várias reformas estruturais que uivam por se realizar, desde a Justiça à Saúde ,e à Educação.

E já agora acabar com o absurdo sistema eleitoral  que faz os eleitores votarem não num deputado a quem podem pedir responsabilidades mas em magotes de criaturas todas fungíveis, indicadas e controladas pelos aparelhos partidários. Só no Porto, são 40. Desafio quem quer que seja a jurar que no momento do voto conhece todos os candidatos que pretende enviar para o Parlamento.  Ou metade...

(é assim que se elegem ladrões de malas, mentirosos, e outros que tal...).

Uma palavra sobre a noite televisiva: raras vezes se ouvem tantos especialistas da treta, travestidos em comentadores idóneos e tantos jornalistas que também se querem dar ar de comentadores. 

quanto a certos, se não todos, líderes partidários verifico sem espanto que as campanhas foram óptimas, bem organizadas, inteligentes mas sem os resultados almejados. Dos perdedores só um se demite. Mas promete voltar, como Santana Lopes a criatura que prometia andar por aí.

como nota interessante, recorde-se a péssima prestação de Pedro Nuno Santos que depois de informar que telefonara a Montenegro viltou a dizer que este não tinha idoneidade para governar ...  no distrito onde ambos eram candidatos Montenego, personagem com que não simpatizo, deu-lhe uma abada de 7-4...

 

estes dias que passam 985

mcr, 17.05.25

"Ya se van los pastores...

mcr, 17-5-25

 

Vem-me à memória já débil uma cantiga espanola que aprendi com uma jovem profwssora primária de Madrid em Berlin no longínquo ano de 1970. A minha primeira mulher era ainda estudante /de Germânicas) e foi para o Goethe Institut de Berlin. Eu, recém formado, acompanhei-a e fui também aluno  (num grau menos elevado, claro)  do mesmo instituto.

Tínhamos um pequeno grupo, multinacional (2 americanos, d2 italianos, 1 francesa, 2 espanhóis) e posso garantir que aproveitamos Berlin até ao tutano. Foi a minha primeira "longa" estadia longe de casa e também a primeira vez que contactei com o "socialismo real" pois bastava atravessar o muro pelo checkpoint Charle  e brandir o passaporte. Tal travessia, evidentemente, era demorada graças aos "Vopos" (Volkspolizei) da autoproclamada República Democrática Alemã que de democrático nem o cheiro... mas valia a pena, porque um marco ocidental valia quatro orientais no mercado negro. Ou seja, comíamos por um preço ridículo (para os padrões ocidentais...) 

E se falo de Berlin é apenas porque por tal sítio havia eleições, mesmo se no lado de lá a coisa fosse apenas no partido único, o SED.

No ocidente, tudo parecia irreal, com uma gigantesca contestação jovem, continuas manifestações de grupos ultra-radicais, uma intensa oferta e actividade culturais. enfim o sonho para quem binha de um país cinzento e tristonho como Portugal. Com excepção da nossa amiga francesa, todos nós tinhamos já um passado de lutas estudantis pelo que nos entendíamos muito bem. A Martine era um espécie de operária qualificada e como boa parisiense tinha ou assumia-se como uma revolucionária na boa tradição das barricadas. 

 

Deixemos, porém, essa exaltante memória para outras eventuais crónicas e passemos em revista a semana (aliás, as semanas) de campanha.  Vivo longe da "baixa" , numazona calma pelo que da campanha apenas apanhei longas reportagens televisivas que qualquer editor sensato poderia resumir a uns simples dez minutos. ao fim de cinquenta anos de políticae de eleições nada mudou ou, melhor, só mudou para pior. Desfiles e arruadas pífios , entrevistas sem sumo que se visse, narizes de cera constantes e uma inacreditável falta de menção a toda uma série de problemas internacionais. 

Acresce que todos os partidos sem excepção entenderam propor toda uma série de medidas que, tomadas à letra, arrastariam para o vermelho absoluto  os escassos dinheiros públicos. O que espanta, ou talvez não, é o ar sisudo com que os candidatos propõem medidas que  sabem (espera-se) são incomportáveis  numa economia como a nossa. 

Não vou sequer referir os disparates da anunciada caça aos ricos que obviamente não ocorrerá mesmo ue o BE tivesse maioria absoluta porquanto, o dinheiro (e o punhado de ricos)  estaria fora do seu alcance antes mesmo, de tomarem posse. Tivemos já uma experiência desse tipo de procedimentos que rebentou com as poucas grandes empresas que existiam e com resultados medonhos como provavelmente já poucos se lembrarão. Depois, os ricos voltaram, menos ricos mas refizeram  parte do que tinham perdido e tudo voltou à mesma triste sina deixando, porém, um forte lastro de pobreza que não foi reabsorvida.

A mim, o que me espanta é a falta de sentido do ridículo em que todos (sem excepção)  dos líderes partidários caem. As "arruadas" são atrozes e de modo algum ultrapassam o punhado de fiéis que finge ser povo normal à espera de ser convencido. As romarias aos mercados e feiras  também não melhorm as coisas, mesmo se há sempre uma vendedora a beijocar o líder que a visita, Das incurões em onsituições de todo o tipo também não se vê grande mérito sequer fica a ideia de que o candidato visitante saia dali com mais alguma ideia nova na cabecinha. 

Se acreditássemos na vercidade destas passeatas, então p PC ganharia largamente as eleições pois põe na rua mais gente, mais empenhada , mais organizada (e não refiro a parte escondida como as greves da CP cujo principal responsável foi durante anos candidato da CDU. Este ano, não apareceu nas listas et pour cause...

O resto da semana também não melhora qualquer espectativa. A Ucrânia continua a ser atacada, Gaza continua a ser "genocidada" e Trump vende armas aos árabes e jura que terá de falar com Putin para acabar com uma guerra que, há pouco tempo, seria terminada em 24 horas. 

E as tarifas andam numa montanha russa. De todo o modo a resposta chinesa foi suficiente para o alucinado ocupante da Casa Branca voltar quase ao ponto zero!  

Digamos que, como na cantiga. 

Ya se van los pastores 

a la Extremadura; 

ya se queda la sierra 

triste y oscura. 

Ya se van los pastores, 

ya se van marchando; 

más de cuatro zagalas 

quedan llorando 

E chega.

 

 

estes dias que passam 984

mcr, 13.05.25

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Seis anos antes do  Dia da vitória

a 23 de Agosto de 1939...

mcr, 13-5-25

 

A Rússia comemorou com pompa e circunstância o dia da vitória sobre a Alemanha  do Reich milenário (na realidade um reich nº 3 que durou vinte e poucos anos...).

E comemorou-o um dia depois das comemorações ocidentais que consideram o dia 8 como o dia da vitória.

A Rússia, no seguimento da falecida URSS, apelida a 2ª Guerra mundial como a grande guerra patriótica  recordando aos seus cidadãos que a URSS foi invadida a 22 de Junho de 1941 pelos seus ex-aliados nazis .

Convirá esmiuçar um pouco estas datas porquanto anda por aí muita gente "esquecida" de um pequeno mas temível pormenor.

De facto a 23 de Agosto de 1939 foi o mundo surpreendido pela notícia da assinatura de um pacto germano soviético, também chamado  Molotov-Rbibentrop (nome dos ministros dos Negócios Estrangeiros de ambos os países.

Com esse tratado a URSS obrigava-se a fornecer aos nazis quantidades enormes de  produtos alimentares bem como de outros e mais volumosos produtos estratégicos, aço, petróleo etc...

O pacto resolvia um dos principais (ou o princ ipal) problemas alemães, a hipótese de uma guerra em  duas frentes. 

Foi quanto bastou para a Alemanha invadir pouco depois a Polónia (1 de Setembro e iniciar uma série de ocupações de países  (Bélgica, Luxemburg e Holanda, Maio de 1940, Noruega e Dinamarca , Abril do mesmo ano) culminando no ataque à França e rápida ocupação (Maio de 1940)e mais tarde a Grécia antecedida pela invasão da Jugoslavia.

Ou por outras palavras, graças a benévola neutralidade soviética o Ocidente (com excepção da Suiça, da Inglaterra, da Espanha e de Portugal) foi invadido e ocupado pela Alemanha, aliada da Itália.

Por sua vez, a URSS aproveitou a invasão alemã da Polónia para ocupar metade desse país, abrindo depois caminho para a ocupação e anexação dos países bálticos. Entretanto e ainda em 1939, a URSS desencadeou um ataque à Finlândia  (30 de Novembro de 1939) .

A 22 de Junho de 1941,as tropas nazis invadiram a URSS que, foi "apanhada com as calças na mão", num espectáculo deprimente de falta de preparação militar (aliás ajudada pela decapitação stalinista do comando do Exército Vermelho, pela desconfiança nas informações que chegavam ao Ktemlin de todos os lados incluindo dos seus próprios espiões. 

É por isso que escondendo a infame colaboração com o nazismo, a URSS e agora a Federação Russa sua herdeira espiritual, social e política, falam na grande guerra patriótica .

Valeria a pena recordar que nos primeiros e terríveis meses depois da invasão foram os ingleses e os americanos que ajudaram maciçamente a URSS. Foram mais de dez os comboios de armamento enviados pelos ameicanos, ao mesmo tempo que os ingleses conseguiam enviar pelo mar do note apoio semelhante embora, e naturalmente (estavam eles próprios em guerra)  em menor grau.

Aguerra "patriótica" foi originada pela "patriótica" aliança saída do pacto já mencionado.

Seria bom relembrar que nos anos 30, a URSS, através da  Internacional  levou a cabo uma política de luta contra o nazismo ao mesmo tempo que advogava (sobretudo na Alemanha e na França) uma intensa camapnha contra os socialistas que ficou conhecida pelo nome de "classe contra classe". Só quando os comunistas alemães foram enviados para os campos de concentração alemães  é que a mesma Internacional começou a apelar às frentes contra o nacional socialismo. De repente, socialistas e radicais deixaram de ser inimigos para serem aliados...

Por cá, arapaziada do costume, ignora ou finge ignorar estas verdades, como ignora ou finge ignorar que na Ucrânia a guerra é entre um agressor filo-autocrático, ultra-nacionalista  e saudoso do defunto império soviético  e um agredido  cuja existência estava alicerçada em tratados internacionais reconhecidos pela Federação russa. 

*na imagem: assinatura do pacto germano soviético. É Molotov que assina e por trás com uma fardeta estilo maoísta está Stalin. Existe meso uma fotografia onde este brinda com champanhe  mas nãoa encontrei porque sou desastrado.

estes dias que passam 983

mcr, 10.05.25

São os pobres que pagam a crise

ou que se lixem os trabalhadores 

mcr, 9-5-25

 

 

A CP é uma curiosa empresa que abriga nada mais nada menos do que 11 (ou serão 13?) sindicatos no seu seio

Pelos vistos as condições de trabalho são tão específicas que são necessários 15 sindicatos para dialogarem com a direcção e, de certo modo, com o Estado.

Desconheço como será a organização sindical em França ou na Alemanha onde de muito longe em muito longe há greves que paralisam boa parte, e a mais fraca, do país.

A ideia com que por cá se fica, mesmo se eventualmente  injusta é a de que basta um sindicato de cada vez fazer greve para estas serem constantes.

Aliás bastará tentar lembrar quantas já ocorreram este ano .

Outra ideia que ocorre aos penitentes viajantes da CP é que na cintura das duas maiores cidades há um longo calvário  percorrer diariamente, uma completa incerteza sobre o dia de amanhã e um permanente desejo de fugir às estranhas vicissitudes da vida sindical, optando por transporte automóvel que, por sua vez, além de caro entope as cidades e as zonas onde se concentram mais trabalhadores. 

Pelos vistos está em curso uma gigantesca compra de material ferroviário desde locomotivas a carruagens. Também há umplano de obras para alta velocidade que está já no terreno e que custará somas astronómicas. entretanto, e em sinal contrário, a renovação das linhas clássicas (p ex a da Beira Alta ou a do Oeste marcam passo e tornam inviável usar os percursos que durante cem anos serviram populações e mesmo comboios internacionais. 

Mesmo que esses percursos estivessem ao dispor dos viajantes temos que com o comboio de greves dos sindicatos da CP seria sempre imprevisível a deslocação normal de pessoas. 

A greve a que agora se assiste e que foi proclamada para vários dias cheira a campanha eleitoral que tresanda. Há o claro intuito de mostrar ao país que o actual governo (de gestão, sublinhe-se) não faz nada, prejudica teimosamente trabalhadores ferroviários e todos , a imensa maioria, dos que necessitam do comboio para ir trabalhar. 

O Governo (de gestão, insiste-se...) jura que não tem poderes para intervir numa negociação, como a exigida.  A instituição que regula os serviços mínimos assobiou para o lado e entende que nos dias úteis já perdidos  (!!!)  não era possível estabelecer os ditos serviços que, miraculosamente parecem agora, sábado, tornar-se possíveis. Alguém, honradamente e de boa fé, entende isto?

Oque parece (ou é ) estranho é que e ste tipo de greves só ocorrem no Estado ou nas empresas que ele controla como é o caso da CP.

Começa a perceber-se a razão porque tanta gente torce o nariz à ideia de haver operadores privados nos carris mais usuais e frequentados. Misteriosamente, ou talvez não, os malvado privados acorrentam os seus trabalhadores, não lhes permitem as mínimas (máximas) liberdades sindicais e por isso concorreriam com vantagem no transporte ferroviário de passageiros...

Já aqui o disse e repito. Estas greves afectam apenas, ou quase só, os trabalhadores. os pobres  os que necessitam de viajar entre as periferias onde malvivem.

Ouvir o responsável sindical alanzoar as percentagens da greve e condenar a emresa o governo e sei lá mais quem, é simplesmente obsceno e canalha. 

Nova experiência no associativismo empresarial

José Carlos Pereira, 09.05.25

Na sequência das eleições ocorridas no mês passado, fui esta semana empossado como vice-presidente da Direcção da Associação Empresarial de Vila Meã (AEVM).

Num território a que estou vinculado por laços familiares, aceitei o desafio de partilhar a experiência acumulada em quase 30 anos ao serviço da maior associação empresarial do país e de contribuir para a concretização de objectivos estratégicos da AEVM, designadamente a implementação de áreas de acolhimento empresarial há muito reclamadas e que podem tirar partido da localização privilegiada próximo do nó da A4/A11.

au bonheur des dames 624

mcr, 07.05.25

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Demasiadamente transparente

ou

 tanto que nem se percebe

mcr, 7-5-25

 

Durante as jornadas "Porto capital da cultura" lá pelos inícios do século soprou na cidade alegadamente invicta,  um par de brisas de loucura de que vinte anos depois ainda se está a pagar a factura.

Longe de mim vir tantos anos depois atacar os festejos, as realizações ou sequer as intenções. Todavia, a comissão responsável pela jornada andou às bolandas, houve substituições de equipa e, eventualmente, intromissão dos poderes políticos, leia-se Governo.

Na altura causou algum espanto a ideia de contratar um famoso arquitecto espanhol, provavelmente catalão, para projectar um edifício.

quando alguém mais ingénuo (eu por exemplo) se atreveu a perguntar qual o destino a dar à construcção, a resposta irritada e presunçosa  foi mais ou menos esta: Faz-se o edificio e depois vê-se..

E a coisa fez-se como uma espécie de prolongamento do parque da cidade, mesmo que entre este o edificado exista uma rua intensamente movimentada que une o litoral do Porto e o de Matosinhos, beirando a praia.

Até hoje,  insisto nos vinte anos passados,  ainda ninguém sabe para que serve a obra que terá custado um balúrdio. Aquilo está vagamente ocupado por um par de lojas e outros tantos restaurantes tudo concessionado por tuta e meia, tristonho, pouco frequentado.

ainda por cima há um qualquer plano ambiental da orla costeira que parece condenar o edifício à demolição, juntamente com mais dois ou três , um deles já no Porto (e também aqui tudo começou por um grandioso projecto, uma imperiosa necessidade que, entretanto, á apenas um vulgaríssimo restaurante de pizzas).

Agora, segundo o "Público" mais uma vez se discute o edifício dito transparente, a sua utilidade, a sua estridente (falta de ) necessidade pois a concessão acaba brevemente e ninguém sabe se a coisa vai abaixo ou não.

Em tempos com um par de amigos criámos uma associação para derrubar o imóvel à martelada, devendo cada preopinante que quisesse colaborar nessa higiénica empreitada pagar uma soma pequena mas ajustada à raiva cidadã de ver o escasso dinheiro público mal gasto

Há neste país, nesta cidade, a ideia de que nada como "deixar o nome na pedra" para se ganhar prestígio. Eu não sei se os responsáveis pelo "Porto 2001" tenham querido ganhar alguma espécie de imortalidade (de esto sempre temporária..., mas isso eles, coitados, ignoram).

A Câmara do Porto aguarda com pouca  evangélica (im)paciência que uma denominada Agência Portuguesa do Ambiente se pronuncie sobre as consultas há muito tempo feitas sobre o destino do prédio.

Já agora, conviria perguntar aos cidadãos se eles sabem para que é que aquilo serve  e como se justifica o dinheiro gasto e mais que perdido sem qualquer transparência.

 

 

 

 

estes dias que passam 982

mcr, 05.05.25

Breves da semana

mcr, 5-5-25

 

Parece que o sr Pedro Nuno dos Santos tem um porsche que já não será sequer recente.

Alguém no Ps terá entendido que um ministro dono de porsche é  contra a ética republica, socialista, marxista e da puta que o pariu. Vai daí PNS guarou a viatura numa garagem paterna.

Um semanário cheira-merda descobriu a coisa e publicou a tremenda notícia.

tudo isto é indecoroso e paspalhão. PNS até poderia ter um Rolls Royce que isso não afetaria as suas qualidades políticas (no caso de as ter). 

Só numa sociedade invejosa e hipócrit se critica alguém por ter algo mesmo se, no caso concreto, seja um carro desportivo que não é barato.

A única pergunta possível seria se o carro está pago, se foi pago se para o efeito foi o papá que ofereceu esse caro brinquedo ao seu querido abencerragem.

Nada disto tem a ver com a felicidade dos portugueses, a dignidade do parlamento ou a integridade de um responsável político.

Por im PNS até pode comprar o queen Mary para passear no Tejo. Desde que seja com o seu dinheiro ou com o da sua família. O resto é mera e estúpida treta. 

E mais não digo sobre outros políticos. apenas me espanto que um deles viva em 30 ou 60 m2. O homem terá dez livros? Umquadro? um maple confortável? 60 m2 não dá para grandes coisas sobretudo se se partilha a casa com uma mulher, legítima ou ilegítima, tanto faz...

 

2 uns apaniguados de Trump entenderam qualificar a Alemenha de ditadura creio que comunista. A razão é simples: há em curso um processo de inquérito para verificar se a AfD é ou nãi um partido fascista. A Constituição do país proibe a existência de tais agrupamentos. 

Os cachorros de guarda de Trump desconhecem tudo ou quase sobre as regras políticas da maioria dos países europeus, aiáticos, africanos ou americanos. Cada vez que opinam dão com os burrinhos na água. São ignorantes, incultos, intolerantese autocráticos

E não percebem que num país como a Alemanha haja regras democráticas e constitucionais e tribunais independente.

De que buraco surdiram estas criaturas?

3 uma menina de Gaza morreu de fome há dois iu três dias. Um país que viu centenhas de milhares de irmãos de religião perecerem nos campos de concentração à fome, não se lembra disso e prefere imitar os carrascos desses mortos. 

A europa e Portugal assistem a isso, ouvem um canalha avisar que vai intensificar a guerra na  zona e nada fazem. Nem um pio, quanto mais um protesto. 

Alguém se admira se começar a grassar por aí, por cá, um miserável relento de anti-semitismo?

4o sr Montenegro celebrou em S Bento a data 25 de Abril/1 de Maio. Para o efeito contratou o sr Carreira um cantor apimbado mas carregado de sucesso. Caiu-lhe toda a gente em cima acusando-o de mau gosto, de popularucho sei lá do que mais. Se Montenegro tivesse posto lá a Orquestra Sinfónica a interpretar Mozart, Beeethoven ou Brahms eram capazes de uivar que aquilo era de um insuportável elitismo. Ou então acusariam o melómao Montenegro de apreciador da música de um país que foi fautor de duas guerras mundiais.  E exterminador  incompleto de várias minorias etnicas, políticas, raciais ou sexuais. 

Montenegro é neste exacto momento o pião das nicas. Parece que isso até o beneficia e dá votos (não o me, seja desde já dito).

Eu poderia dizer que muitas das manifestações artísticas, políticas abrilistas tendem com o tempo e o folclore a tornarem-se pindéricas ou a parecê-lo. Todavia,, acredito, que essas pessoas tem a mesma exacta legitimidade daqueloutras que se extasiam com o senhor Carreira. Ponto final. 

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