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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

estes dias que passam 1023

d'oliveira, 29.10.25

 

 

 

 

As presidenciais dão para tudo e ainda nem estão no adro

mcr, 29-10-25

 

Comecemos pela atrevidamente ignorante criatura que dá por Ventura.  

O homenzinho nasceu em 1983, mais de 15 anos após a morte do dr Salazar que ele agora, sempre destemido, invoca  triplamente.

Vê-se que o seu conhecimento da história pátria é, no mínimo , limitado. O velho ditador tinha, como é sabido, um largo par de pecados mas posso garantir que jamais permitiria a Ventura ser o desbocado que é. O fundador do Estado Novo ter-lheia aplicado o famoso “par de safanões dados a tempo” só pelo desbragamento da linguagem que Ventura e a sua gentinha usam. 

(recordo tão só o destino do sr Rolão Preto, fundador esparvoado dos "camisas azuis" que foi rapidamente mandado calar e acabou como - oh espanto!- um vago e inútil apoiante da oposição)

O ancião que governou o país até uma cadeira o ter atirado para os confins da consciência  usava um português cuidadoso, inteligente, e quase cerimoniodo. Não nascera em berço de ouro mas os anos de Faculdade de Direito, o estudo e a inteligência tinham-no ajudado a falar, escrever e pensar com prudência e decoro.  E detestava multifões ululantes . Nada disto, obviamente, o desculpa mas ver-se tão ridiculamente citado  por uma espécie de catvento político ignorante cavernívola e baulhento fa-lo-ia dar voltas na cova se as parolives venturescas chegassem lá. Felizmente para o pouco venerável ancião, este género de vozes não chega ao céu, nem ao inferno, menos ainda a uma cova antiga num cemitério longínquo.

 

O pecado da palavra deveria sr castigado . E o  da falta de bom senso mais ainda. 

Um senhor Pinto, deputado do LIVRE entendeu ser candidato à presidência da República.

 Não se percbe bem que razão o leva a dar tão fatal passo. O LIVRE por muito boa vontade que se tenha , jo ga na 2^ ou 3ª divisão  presidêncial. Não vai produzir nenhma vaga de fundo, sequer uma ondinha pacífica numa poça de água. da chuva

Poder-se-ia argumentar que o partido tenta aproveitar a comunicação social parra vir gravemente dizer quais os seus projectos para a pátria desvalida. Ou seja utilizar enviesadamente o espaço televisivo e jornalístico para dar a conhecer as ideias do partido do sr Tavares. 

Se esse é o objetvo também, neste ponto, se pode  afirmar  que os resultados ficarão aquém, muito aquém, das espectativas.

É que as pessoas, no caso os eleitores,  estarão mais interessados no que distingue as 3 ou 4 candidaturas principais do que numa eventual propaganda do LIVRE.

Todavia há mais. No Expresso da passada semana, o sr Pinto vem dizer que (cito) “não foi o LIVRE que dividiu a Esquerda!"

É verdade que até ao aparecimento deste partido já a Esquerda (ou a que se toma como tal), estava dividida No caso em apreço, aparecia o PC, o BE, o PAN e, se estes permitirem, o PS  .Logo o sr Pinto tem razão  o Livre não vrio dividir. Porém, é bm claro que não veio unir e o seu aparecimento aumentou a diviso já existente.

Relembrando a hsstória pregressa do Livre (ou do proto-livre) temos que Rui Tavares foi eleito para o parlamento europeu numa lista do Be. Às tantas zangou-se com o partido e, em vez de entregar o cargo entendeu continuar como independente.  Anos depois aparecia a fundar esta organização. 

Eu não quero  acusar ninguém mas sempre digo que quando alguém não se sene bem enquanto representante de outrem a hipótese mis digna é bater com a porta,   ésair e entegar a pasta.  Há, de resto, e no que toca ao Parlamento Europeu, o exemplo limpo e honrado do JZé  Barros Moura que eleito pelo PCP, partido onde militou desde estudante, saiu do Parlamento e entregou o seu lugar ao partido pelo qual fora eleito. Sem o BE nunca Tavares teria chegado a Bruxelas pelo que  a permanência como independente não o favorece e, menos ainda o exalta.

O Livre tem pretendido, ao longo da sua ainda curta vida, unificar as esquerdas coisa para que é manifestamente incapaz Piior: coisa que desde oos tempos agitados da 1ª Internacional nenhum partido de Esquerda conseguiu (um dia destes escreverei sobre este inglório esforço unificador  que todos apoiaram ao mesmíssimo tempo que o combatiam com igual fúria. 

Mesmo agora, quando vemos um progresso do Livre logo podemos verificar que é feito à custa dos outros partidos  irmãos e inimigos. Nada de novo sob a roda do Sol. 

Acrescentarei que as votações que o BE antes e agora o Livre obtiveram parecem sobretudo dever-se à vontade de alguns eleitores não quererem votar no PC ou no PS (não refiro o PN por insignificante e menos ainda o MRPP & similares por  já nada representarem) . 

Finalmente, o sr Pinto vem proclamar que “não percebe” a falta de vontade de António José Seguro se enquistar no que ele Pinto afirma ser a Esquerda.  Convnhamos que, além de se candidatar a um último ou penúltimo lugar, Pinto quer tirar a Seguro a frágil hipótese de vencer Marques Mendes ou Ventura...

 No mesmo sentido aparece a srà Leitão. Depois de nem sequer ter conseguido igualar a percentagem de votos do PS na anterior eleição autárquica, eis que veio também a público declarar que mesmo sendo militante socialista não sabe se apoiará AJ Seguro! 

Eu que não sou militante do PS já aqui disse que apoiaria Seguro, personagem que não conheço pessoalmente e que não me entusiasma especialmente mesmo se o considere uma pessoa digna, com passado político mais que decente, ganhador inclusivamente de uma eleiçãoo que um sr Costa veio miseravelmente dizer que “sabia a poucochinho”.

Este mesmo sr Costa pouco depois disputou uma eleição  que perdeu claramente mas foi salvo poe Jerónim de Sousa  que lhe deu uma mão para sair do atoleiro com que começava a sua carreira de líder de um partido. 

É bom tecordar que a srª Leitão foi escolhida pelo sr Pedro Nuno para esta aventura autárquica . Por outras palavras o sr Pedro Nuno, esforçado inimigo das “perninhas dos banqueiros alemães “ (sic) não contente em perder umas eleições legislativas e ser ultrapassado pelo execrável Ventira ainda deu mais uma mãozinha par a derrota  autaqutica em Lisboa .

Convenhamos: Seguro poderá sentir-se mais seguro sem Leitão do que com ela já que manifestamente a criatura repele votos e votantes. 

Pinto que se cuide, porquanto a dita senhora pode lembrar-se de o apoiar...

Alguns amigosmeus, vindos de uma outra época em  ser democrata já era perigoso,  já proclamam que estas presidenciais vão parecer--se com uma tourada à portuguesa. Eu, mesmo estando de acordo com eles, pergunto-me se, em vez de toureada, nos sai uma garraiada. E mesmo nesse caso se a dita garraida não se transforma em garraida infantil como nos meus tempos de menino ocorriam no Casino Peninsular da Figueira da Foz- Mas aí a miudagem ganhava pois o sr makor Tomé, no final da função dava a todos os os meninos sem excepção uma barra de chocolate.

Um luxo! Uma delícia... que não espero das eleições que se aproimam e onde Pinto não brilhará.

 

estes dias que passam 1022

d'oliveira, 26.10.25

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 burka que os pariu!

mcr,  26-10-23

 

 

Aquele ajuntamento  neo e triplamente salazarista (são elesque o reivindicam!) em vez de tratar de proibir os antolhos que usa entendeu ºropor a proinição da burka  mo nosso mal amanhado jardim à beira mar plantado.

Velho que sou já me habituei a ouvir de tudo mas esta proibição de algo que, segundo se diz, não é visto em Portugal, cheira-me a patetada pura mesmo que possa num futuro próximo haver alguém que ache que a deve usar.

Os partidos na AR não souberam denunciar a imecilidade mesmo que, sobretudo à Esquerda, haja o triste e funesto hábito de adoptar moda culturais estranhas .

Em boa verdade, a Esquerda, ou o que dela resta, ainda não perdeu o hábito de se babar à culta do multiculturalismo.  De cada vez que os (as) oiço da-me vomtade de os obrigar a viver um par de meses nesses países exóticos onde as birkas resplncecem. Ou noutros onde  excisõ do clítoris é praticada, ou ainda em terceiros que condenam à morte homossexuais. E por aí fora. 

A Direita não radical também ficou atrapaljada. Eles bem sabem que por cá ainda as emigrantes muçulmanas não se burkam mesmo que já se vando aqui e ali umas criaturas embiocadas numas vestes longas e horrendas a pretexto de religião.

(Usei a expressão “embiocadas” para lembrar o antigo bioco, uma vestimenta informe e pesada que tapava as nossas antepassadas ou algumas delas quase da cabeça os pés. A coisa foi perdendo sentido e , que me lembre, já não chegou  aos meus tempos de menino e moço) 

De todo o modo, e à cautela lá votaram a lei com o argumento de que ver a cara da cristura é uma salvaguarda para o público em geral.

A lei patetoide bão aquece nem arrefece ninguém. Ou melhor, aqueceu um grupo tresloucado de criaturas que, pelo menos no Porto, saiu à rua a guinchar pelo direito à liberdade de ser parvo e de se embuçar  (qem quiser saber o que isto significa só tem de ir à procura da palavra portuguesíssima “rebuço” (aqui para nós, duvido que o senhor Ventira ou os contestantes de há dias saibam o que isso quer dizer, ou sequer conheçam algumas velhas práticas de vestuário femnino. Já será b+grande feito conhecerem ofado do embuçado  que termina com um pouco higiénico beija mão real...

 

Há, julgo, uma espécie de lei que assegura que os contrários se atraem. Se efectivamente assim é, eis que  Ventura e os seus acólitos estão na boa companhia de um grupo absurdo de  pasionarias de pacotilha que se passearam pela rua a uivar pelo direito à burlka  ao nicab provavelmente à sharia, eventualmente à excisão , a lapidaçãoo das mulheres infiéis ou talvez a condenaçãoo das viúvas à fogueira onde arde o cadáver do marido defunto. 

Omeu velho amigo Y que de longe em longe se passeia pelo blog, telefonou-me dizendo que ele  Juju Cachimbinha tinham almoçado juntos e concluído que esteas criaturas femininas não passavam de “mal amadas”. Não foi esta a expressão exacta  proposta pela Juju mas suponho que qualquer leitor(a) me entenderá.

No meio disto tudo, a manifestaçãoo buekesa tamvém cisava a falta de casasm o SNS e mais um par de botas. Ou seja. Misturar alhos com bugalhos é a melhor maneira de afundar qualquer reivindicaçãoo séria e justa. Começa-se a pensar que não é só o Ventira que nos atira com burkas para nos distrair das coisas sérias.

*na vinheta  o bioco

estes dias que passam 1021

d'oliveira, 24.10.25

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E agora o Horta Pinto

mcr, 21-9-25

Conheci-o na “Brasileira”o único fafé em que, ao entrar, se sabia logo quem era quem politicamente.

À esquerda juntava-se a “oposicrática” e à direita (sempre de quem entrava)  os da  “situação”.

Com uma única excepção: a mesa junto da janela da direita, conhecida por  “o aquário” era o ponto de encontro de uma tertúlia intelectual e esquerdista que juntava Paulo Quintela, Luís de Albuquerque, Joaquin Namorado, Ivo Cortesão, os irmãos Viçaça e Rui Clímaco, entre outros. Era uma espécie de agencia da revista Vertice e ser aí admitido nem que fosse uma única vez era para muitos de nós um momento auspicioso de consagraçãoo literária e política.

Numa mesa discreta, à esquerda tinham poiso o Eduardo Maia Costa  e o António Horta Pinto, ambos estudantes de Direito, leitores ávidos,  que tmbém frequentavam o Mandarim (Kremlin) na praça da República (Praça Vermelha)

Também eu, quando descia à Baixa, me aquartelava por ali numa mesa  (à esquera, claro...) que partilhei com o Américo Caseiro  e o Cunha Pinto (verdadeiro nome do excelente  e pouco lido, Leonel Brim que alguém terá apelidado com algeum faro mas pouca justeza, “o Joyce “ português)  Anos mais tarde, o Fernando Assis Pacheco meteu-nos aos dois como personagens  (muito) secundárias no seu belo romamce “Trabalhos e paixões de Benito Prada”

(eu tenho esta sina de personagem secundária perpassando pela “Brasileira”. O advogado e meu primeiro patrono, Alberto Vilaça, afirma que, certa vez, com a PIDE  às canelas eu fugi do café pela porta dos fundos para não mais ser encontrãdo. E por isso me apelidou de “ o estagiário fantasma” num dos seus livros de memórias (“À mesa da Brasileira”, se não erro). A verdade verdadeira é outra : ao dar-me conta de que um conhecido pide  me espreitava da rua, acchei melhor subir ao andar dos bilhares onde escondi um exemplar de “bandeira Vermelha (seria esse o nome? Seria o n´1?.) recentíssimo jornal do MRPP. Ao descer as escadas encontrei-me com um trpoel de agentes da pide que me fizerab descer aé à porta dos fundos e atravessar meia “Baixinha” cercado pelos meus captores  (eram sete os desgraçados, sete!  coisa  que ainda hoje me espantaa pois para a inha perigosidade parecia-me que dois bastavm...) até me enfiarem num carro da pide estacionado à frente de Santa Cruz. E por uns meses andei desaparecido numa vilegiatura em Caxias num quartinho com vista para o rio  sob os cuidados atentos dos carcereiros . Foi por essa altura que um totcionário,   inspector Tinoco de seu nome,  me crismou de “revolucionário por conta própria”  no fim de uma maratona interrogatória de quase duas semanas de que saí teimoso mas ileso  e sem estragar a minha biografia)

Não recordo bem quando é que o discretíssimo "Hortainha"  resolveu exilar-se para  escpar à gueera. Sei apenas que demorou a regressar à pátria  já livre e democrática. Assentou praça na advocacia, num escritório em frente da Brasileira e aí l evou a cabo uma prática que todos reputam de digna, generosa  e competente. Foi presidente do Conselho deontológico e manteve um blog “ponte europa”  que merece ser lido. 

Voltei muito raramente a Coimbra, quase sempre numa corrida mas conseguia encontra-lo  e ter o prazer de novamente conversar um par de horas com ele . No modesto escritório esta pendurada uma gravura do Quixote que o Hortinha considerava como uma espécie de padroeiro . Tantos anos depois e continuava quixotesco!  Honram muita  honra, lhe seja.

Agora sai de cena com a discreção de sempre  apenas intrrompida por uma série comovidas homenagens de amigos, colegas clientes e conhecidos.  Junto-me a eles  confortado pela memória de uma cidadão probo e de um amigo que, comigo e com o Zé Quitério, entendeu escrever à Seara Nova recomendando atenção para uma notícia tonta e vinda de gente da situação estado-novista. A Pide, previdente, lá interceptou a carta, copiou-a e terá aberto mais um processo  que, como era da praxe, corria sob o nome dele. Essa historieta anda por este blog mas já não sei o título e a data pelo que nã a consigo transcrever. 

 

 

 

 

.....E o Laborinho

mcr, 23-10-25

 

somos (éramos, que ele já não é...) da mesma idade com cinco dias de diferença. Colheita de 41.

Fomos caloirtos no mesmo ano, na mesma faculdade ena mesma universidade. Entrámos em várias batalhas como foi signo e destino da nossa geração. O Laborinho, destacou-se cedo e graças a um encontro casual. Quando entendeu inscrever-se no CIRAC, um dos dois grupos de teatro universitário encontou alguém de um outro organismo autónimo, o GEFAC, dedicado à dança, à etnografia e ao folclore. Ter-lhe-ão perguntado qualquer coisa sobre o Vira da Nazaré. O Laborinho não só explicou mas ofereceu-se para ensinar os passos . Gostou do ambiente esqueceu o teatro, uma paixão que sempre o acompanhou, e tornou-se, de certo modo a alma do grupo. 

A malta amiga brincava com ele, ó Laborinho tu és demasiado alto para ser bailarino” mas ele, homem com humor e cultura ria-se e continuava. 

 de uma boa meia dúzia de livros de Dieito,Não vale a pena falar do jurista brilhante que ele foi, do professor de Direito, do juiz conselheiro do STJ e da burra incompreensãoo de alguns dos seus (e meus) conhecidos quando aceitou ser Ministro da Justiça, cargo que desempenhoucom grnde dignidade e sentido de Estado. Mais tarde,  durante a presidência de Jorge Sampaio foi Ministro da República nos Açores  onde terá deixado amigos e admiradores que, ainda hoje o recordam como um aloriano honorárário-

Foi o mais conhecido e apreciado director do Centro de Estudos Judiciários  insistindo na tecla cultural que ele considerava imprescindível para qualquer jurista. Depois de se jubilar começou a escrever ficção  e também nesse difícil campo se notabilizou. Obra enxuta, estilo livre  que alguém alguma vez tentou definir dizendo que ele se movia na prosa romanesca tão bem como no vira da Nazaré.

Este Outono (e o fim do Verão) tem sido terrível para a malta do meu tempo. Bem sei que somos todos octogenários ou quase mas na verdade é qur tem caído como tordos. Qem sobrevive, olha à sua volta e já só encontra fantasmas, sombras vazias, sussurros distantes de uma época que vivemos com intensidade. Destesto obituários mas trairia todas as minhas convicções (e não são muita, aliás...) se guardasse silêncio perante estes desaparecimentos. É que esta gente respirou liberdade,lutou afincadamente por ela e discreta mas eficazmente constriui a democracia.

Por essa razão o junto ao Hortinh,a outro do nosso tempo. Eram justos e deixaram uma pequena mas indelével e honrada pegada na história recente mesmo que nem sequer pensassem nisso. Fizeram o que tinham afazer e regressaam às suas casas, familias e amigos de sempre. 

E é assim que o mundo avança  

 

(Como acima afirmei, detesto obituários e estava à espera de uma altura adequada pra referir o HortaPinto. Agora entendi que era melhor descarregar estes dois defuntos antes que outros mais se juntem como seguramentevai acontecer)

 

 

 

 

A minha visão de Francisco Pinto Balsemão

José Carlos Pereira, 23.10.25

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No dia em que decorreram as cerimónias fúnebres de Francisco Pinto Balsemão, deixo testemunho da admiração que sempre tive pelo jornalista, empresário de comunicação social e político. Era ainda criança quando comecei a acompanhar o meu pai nos primeiros comícios e manifestações a seguir ao 25 de Abril. Admirador de Sá Carneiro e de Pinto Balsemão a partir das suas intervenções na Ala Liberal e do lançamento do "Expresso", foi com naturalidade que o meu pai se tornou apoiante e seguidor do PPD. Com onze ou doze anos, num período de grande agitação política, já eu lia o "Expresso", partilhando com o meu pai o gosto pela política e pelo jornalismo. O que não mudou até aos dias de hoje.

Impulsionado pela emoção da morte de Sá Carneiro, inscrevi-me como militante da JSD em Dezembro de 1980, ligação que durou até meados de 1987. Nos anos da liderança de Pinto Balsemão, fui sempre seu apoiante, numa altura em que foi vítima de campanhas dentro do seu próprio partido e do parceiro de coligação CDS, que muito contribuíram para a queda dos dois governos que liderou.

Balsemão era um convicto social-democrata e, apesar do curto período de tempo em que foi primeiro-ministro e líder do PSD, deixou marcas importantes no regime democrático, desde logo a revisão constitucional de 1982, que conduziu em conjunto com Mário Soares, e a preparação da adesão à então Comunidade Económica Europeia. A Norte, por exemplo, os seus governos tiveram acção determinante para assegurar a muito desejada navegabilidade do Douro, hoje tão importante para o desenvolvimento turístico e económico da região. 

Francisco Pinto Balsemão teria sido um excelente presidente da República, mas preferiu retirar-se do primeiro plano da política e criar o maior grupo de comunicação social em Portugal. Ao "Expresso", seguiu-se a SIC, primeira estação privada, a SIC Notícias, primeiro canal de notícias 24 horas, e outras sucessivas apostas em canais temáticos, no streaming, no digital, nos podcasts.

Como sempre tive um gosto particular pelo jornalismo e pela comunicação, reforcei a admiração que tinha por Francisco Pinto Balsemão ao acompanhar o investimento que foi fazendo nos media, a qualidade e a inovação que caracteriza o grupo Impresa e a liberdade e independência que sempre foram a imagem de marca dos diferentes órgãos de comunicação criados por Balsemão, como nestes dias todos sem excepção testemunharam, mesmo aqueles que foram saindo e hoje estão em órgãos concorrentes. Leitor de sempre do "Expresso", sou praticamente consumidor em exclusivo da informação SIC e SIC Notícias.

Como muitos disseram por estes dias, Balsemão foi acima de tudo um jornalista, independente e arrojado, deixando essa marca indelével no seu grupo de comunicação. Foi caso único em Portugal.

estes dias que passam 1020

d'oliveira, 22.10.25

 

Nascido para a liberdade, vivendo-a  e lutando sempre por ela

(Frncisco Pinto Balsemão)

mcr, 22-10-25

Com a morte de Francisco Pnto Balsemão  encerra-se definitivamente a geração dos fundadores da democracia portuguesa tal qual a conhecemos e tal qual a gozamos.

E ao falar de democracia não me refiro apenas ao período inaugurado no 25 de Abril com o golpr militar . Vou uns anos atrás, mais exactamente a 1969, dará em que houve uma tentativa de certo modo arriscada de modificar o status quo poitico. De facto,  a União Nacional entendeu manter o régie modificando-lhe alguns aspectos , renovando timdaente o seu pessoal político e ensaiando uma vaga modernizaçãoo que peservando o essencial, tornasse, no possível mais atraente ou menos repulsiva a situaçãoo gerada pelo Estado Novo que se mostrava francamente esgotado.

Não era só a guerra colonial  que, de todo o modo, embora não ganha aparentava não estar perdida. (peço que meditem na minha plavra “aparentava”). . Havia uma crescente preocupação com  os movimentos estudantis que desde 62 – ou até antes, luta contra o decreto 40900, finais de cinquenta; para além do esforço mitar que significava ter, no mínimo cem mil homens jovens em armas, o país assistia auma emigração galopante que nualment  mobilizava um igual número de portugueses, na maioria homens com o sem o serviço militar feito. Sáo tambºem estes os anos do começo do afluxo turisitico  que, quizessm as autoridades ou não, modificava hábitos e costumes. É igualmente a época da entrada maaciça  de mulheres na vida fabril , da fuga do campo e do interior. Por mais cautelas que se tomassem, a Europa entrava nas casas (mesmo poucas mas também nos cafés e locais de reunião, pela janela da televisãoo. Os emigrantes que vinham passar férias traziam também eles notícias de sociedades ricas felizes e em paz.

Não admira pois, que, a União Nacional, rebaptizada, Acção Nacional Popular, sentisse o vento e tentasse passar a mensagem de renovação mesmo que “na continuidade”. 

Em 1969, a crise de Coimbra , mesmo não mobilizando completamente as duas restantes cidades universitárias vinha provar que uma revolta juvenil podia ser bem sucedida  e um par de autoridades universitárias e um Ministro podiam ser derrotadod. 

Nas eleições de 1969, a Oposição, entendeu ir à luta até ao fim. Não se tratava de pensar num vitória mas esse esforço tinha dois objectivos, mostrar que o medo  poia ser vrnc e, paralelamente lançar as bases de uma oposição também la renovada e ambiciosa.

Sou testemunha disso por variadas razões, activista e dirigente estudantil, e membro igualmente activo da oposição política onde acabei porme tornar fiscal às urnas na freguesia dos Olivais Coimbra.

Na altura, não dei demasiada importância ao aparecimente de uma dúzia de candidatosdo regime que desde o primeiro dia destoaram do resto das forças representadas na Assembleia Nacional. 

Essa dúzia de vozes discordantes rapidamente se tornaram conhecidas. Não vou, agora, mentir e dizer que lhes dávamos grande importância mesmo se se reconhecesse que aquele fenómeno, ampliado pela gritaria do ´ultimo quadrado de fieis de Salazar  que uivava escandalizado e enfurecido peranye algumas tímidas críticas ao regime. A “ala liberal”,  de que Balsemão fazia parte, atrevia-se, repontava, quase acusava e a histeria dos defensores do culto salazarista crescia, transbordavs, aparecia (mesmo que censurada!) nos jornais  mais liberais (entre todos a Republica e o Diário de Lisboa)

Continuando este claro testemunho de uma juventude que desapareceu, a ala libral, não tinha o nosso apoio mas  permitia-nos falar de “contradições” dentro do regime, um pouco na esyeira do ue se passa em Espanha com a ala tecnocrata que ia penentrando no governo franquista. 

Usei a palavra “contradições” que, na época estava muito na moda sobretudo entre pequeno número de progressistas e marxistas.

Convenhamos que, a imprensa internacional, alertada pelas guerras de África, não perdia pitada  destas pequenas escaramças no seio do regime.

Obviamente, como nós, de resto, esperávamos, o abcesso  durou pouco tempo. Os liberais saíram pratiamente todos do parlamento e em 73 já não se falou em recrutar críticos de qualquer espécie  para tornar menos irrespirável o ar da Assembleia. 

E é justamente em 197 que surge nas bancas i “Expresso”, jornal que leio desde o primeiro número. E quando digo que o procurei e comprei não estou a significar que deixei o Diario de Lisbos, “O comercio do Funchal” onde colaborei . Apenas o untei ao “Le Monde”, ao “L’Express” |a excelente revista espanhola “Triunfo” e amais alguns títulos de índole jornalístico cultural mas sempre politicamente empenhados

E láestava o Balsemão como primeiro directoe e fundador de um jornal que, mais de cinquenta anos depois, faz parte da minharespiração informativa semanal.

Depois, cveio o 25 A e a criação do PPD. E láestam Sá Carneiro, Magalhães Mota e Balsemão. O PPD não foi, não é, da minhafamília política mas passados estes cinquenta anos não lhe retiro dignidade política. Tenho (mais correctamente: tinha) amigos, bastantes, naquelas fileiras como também os tenho ou tinha nas trincheiras comunistas. A discirdância política não apaga amizades antiquíssimas, lutas comuns, momentos de aflição e solirariedade  que foram muitos e por vezes muito duros e sofridos

E recordo como se fosse hoje, uma provável inventada anedota sobre Balsemão que punha em cena Sá Carneiro e Vasco Pulido Valente, duas pessoas que conheci mas que ninca foram amigos meus. A coisa passa-se durante a formsç~so de um governo em que Sá Carneiro  convidava Pulido Valente para o elenco governativo. Ao convite, VPV teria dito que sim desde que lhe fosse dado um lugar igual ao de Balsemão. Intrigado Sá Carneiro perguntou-lhe a que se referi e Vasco respondeu, “Mulher bonit, tio rico e Porsche à porta!”

Provavelmentem a historieta é falsa mas dá um certo toque aquilo que muitos (e invejosos) tinham contra Balsemão alguém “bem nascido. Simpático masbeneficiando à partida de vantagens para que não contribuira-

Antes esta historieta que talvez nem seja tão malévola quanto a pinto, e bem menos achincalhante do que o famoso “lélé da cuca” apodo injusto, ingrato, maldoso   e indigno  com que foi descrito um homem que assumia funções políticas no Governo. E que deixa, nesse cargo, o rato de uma revisão constitucional , democtrática, corajosa que definitivamente consagrou a democracia portuguesa libertando-a de uma ganga revolucionária  e tutelada por militares.  O político Balsemão usou da mesma liberdade e da mesma corgem que o membro da ala liberal e o jornalista em tempos difíceis souberam usar

Depois, e apesar de tentarem criar-lhe a fama de menino bm eis que Blsemão foi lents, cuidadosa e brilhantemente construindo um império de comunicação social  que não tm parlelo na história democrática portuguesa.   A SIC e as suas diferentes estções são hoje mesmo com defeitos  do melhor que se faz em Portugl. O Expresso é um jornal onde os jornalistas tem uma liberdade invejável  e sem muitos exemplos no resto da imprensa escrita.

Durante estes cinquenta e tal anos, fui assistindo a uma pequena série de milagres,  jornalsitcos e não só, atrvés dos quais sempre se vislumbrava a sombra amável e digna de um homem que  manteve até ao fim um absoluto respeito pela sua liberdade e sobretudo pela liberdade dos outros

Amanhã vai aenterrar alguém que, noutros temos, se chamaria um “homem bom”. 

E “homens bons deste calibre são raros , muito raros.

Cada vez mais raros... 

 

(nota: há muito anos publiquei num suplemento do “Expresso” uma meia dúzia de crónicas. Como já sucedera com a revista Vértice, nos anos dificieis, com “O Comércio do Funchal “ (idem)  e com  O Jornal” consideri que ao me darem aguarida me honraram mais do que eventualmente mereço. E isso foi suficiente  para mim.)

estes dias que passam 1019

d'oliveira, 13.10.25

Wohun gehen wir?

Immer nach House.

mcr, 12-10-25

 

As leitoras e os leitores perdoarão a alemmoque tutula o folhetim.

Em boa verdade para alguma coisa me havia de servir dois cursos no Gethe Institut mesmo se eu desconfie que aprendi mais sobre o mundo do que sobrealíngua de Hoethe, autor da frase que, de resto, e traduzida à letra diz tão somente: Para onde vamos nós? Smpre para casa.

Mesmo tendo tido um trisavô alemão, a verdade é que me não vem daí o pouco que ainda sei de alemão. Tudo começou quando, já casado, e já formado, fui com a minha primeira mulher para Berlin. Ela, alunoa de Germânicas ia melhorar o seu alemão. Eu aproveitava para finalmente tirar o pouco teutónico liceal e poder (era a minha secreta esperança...) ler Rilke no original- Convnhamos que para tanto não chegou o “Grundstuffe 1”  que fiz mas devo dizer que à vinda já conseguia manter ima conversa simples e ler a jornalada popular da época .

Por outro lao, dei de caras com o socialismo real  da RDA e como com qualquer pessoa normal e civilizada fiquei  vacinado. Atravessar o Checkpoint Charlie era mais do que penoso. Entrava-se num território guardado pel Volspolizei, com muro ameaçador e a revista que nos faziam era por vezes completamente absurda. Tive sempre a ideia que nos olhavam como invasores marcianos que só queriam a destruiçãoo de algo que, mesmo naquela época era mais grotesco, mais violento, mais grosseiro e mais tristonho do que Portugl no final dos anos quatenta ) á estávamos, é bom dizê-lo, em 1970...

Bem sei que nós vínhamos de Brlin Ocifental, uma montra no dixer da malta mais esquerdista e que abundava do lado de cá. Mas o Berlin do outro lado pretendia igualmente ser uma montra e aí é que se via quão baldado era o esforço. As pessoas olhavam para nós como gente que se passeia em prisão aberta e olha para turistas que vem ver como é viver entre paredes fechadas, vigiadas.

Se alguma coisa me surpreendeu em 1989, a quando da estrondosa queda do muro, do  governo e do regime, foi apenas o tempo que demorou. Claro que Berlin assistira ao 17 de Junh, uma revolta operária´ iniciada por trabalhadores da construção civil. Form necessários os tanues soviéticos para vencer a rebelião que de um di para o outro se propagou a tida a RDA. 60 mortos nas ruas, 30 fuzilamentos posteriores, dez a quinze mil prisões e longas penas a centenas de pessoas. 

Depois, as fugas em massa e o muro fizeram o resto, uma caricatura de Estado e de cidade, uma polícia política com 100.000 quadros e uma vigilância acrescida sobre os cidadãos e ovo da serpente que começou a ser  preparado. A AFD nasceu, cresceu e fortsleceu-se justamente nos territórios que alegadamente forsm comunistas durante mais de 40 anos.

De todo o modo, não era de Berlin que queria falar mas de algo também trágico mas recente. 

Desde ontem que centenas, provavelmente milhares de pessoas rumam a Gaza, terra onde viviam- Sabem que nada, ou muito pouco, resta das casas mas ei-las que se arrastam em filas impressionantes entre ruinas para a grande ruina onde viviam. Em boa verdade, regressam a casa, se é que que se pode chamar casa ao que resta entre escombros.

E daí todo o sentido `à frase de Goethe. Mesmo  que já não haja casa, teto, água, luz, mantimentos mas para onde é que hão de ir?

É possível que uma nova História começe agora mas tenho por certo que o crime de destruiçãoo absoluta que sofreu a cidade e o resto do território demorará muito a ser esquecido. Se Trum e, os dirigentes israelitas pensam que algo foi resolvido então são bem menos inteligentes do que se supõem. Sessenta ou setenta mil  mortos mão é um genocídio pese as afirmações da  rapaziada ignorante e radical . É tão só um crime contra a humanidade que se fosse julgado mandaria uns largos centos de políticos israelitas para a cadeia e por muito tempo . E só por que já n\ao hápena de morte.. O problema, como de costume, depois de enterrar os mortos, é  como cuidar fosvivos. Quantos anos serão necessários para construir alojamentos para mais de dois milhões de pessoas? Quem pagará? Como sobeviverão durante o inverno próximo, e os outros que se seguirão, estas vítimas de uma fatal dupla de criminosos, istaelitas e militantes do HAMAs e outros grupos semelhantes?

Amanhã, se tudo correr bem, serão libertados os vinte sobreviventes israelitas, entregues os corpos doe que entretanto morreram, enquanto do outro lado regressarão a casa 250 condenados à prisão perpétua e mil e quinhentos prisioneiros detidos e sem culpa formada. 

Depois, ver-se-á o resto que, não sendo tudo, é quase tudo. E se Gaza, parece, por enquanto, livre da radiosa riviera sonhada por alguns, ainda ha´uma Cisjordânia  onde uma guerra suja e lenta se mantém há anos. Quem deterá os colonos que se instalaram em busca de “espaço vital”, palavra sinistra de ressonâncias históricas infames que um Israel desmemoriado parece ter esquecido. 

Fiquemo-nos pelo Eclesisstes

 

há um tempo certo para cada propósito

debaixo do céu:  tempo de curar,

...................

8tempo de amar e tempo de odiar,

tempo de lutar e tempo de viver em paz.

.............................

tempo de derrubar e tempo de construir,

 

enfim: alemoando como no início

so  soll es sein, so wird es sein

 (Wolf Bierman)

isto é: assim seja, assim será

 

(ao terminar com uma citaçãoo de Wolf Biermann, relembro que mesmo um poeta que escolheu a RDA para viver, não conseguiu continuar la . Nem lá o queriam, claro. Finalmente, em 1976 foi forçado a exilar-se ). 

 

 

As autárquicas na rádio

José Carlos Pereira, 12.10.25

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As eleições autárquicas de hoje têm um impacto relevante no desenvolvimento dos territórios. É o caso, designadamente, de Marco de Canaveses e da sub-região do Tâmega e Sousa, o município que me viu nascer, onde tenho as minhas raízes familiares e fui autarca e o espaço regional a que tenho dedicado muito do meu tempo. Razões acrescidas que me levaram a aceitar o convite para estar hoje à noite na Rádio Marcoense FM a comentar os resultados eleitorais.

au bonheur des dames 595

d'oliveira, 11.10.25

melão maior do que uma abobora do enroncamento

mcr, 11-10-25 sábado dia de forçada abstinência política doméstica

 

Há muitos anos o Enroncamento era famoso pelo número inusitado de fenómenos que por ali ocorriam. 

As opiniões dividiam-se quanto à origem dos casos estraagantes, surpreendentes, berrantes que por  lá se sucediam. Havia quem sustentasse qu tudo se devia aos efeitos colaterais do transito ferroviário. Outros garantiam que era a câmara municipal que criava factos para chamar a atenção de eventuais turistas ou simplemente de curiosos.

Durante um breve período, mas já depois do Abril de74, havia gente qu crismava a um jpvrm criador de fctos político o entroncamentido.  De certo modo, a criatura fez carreira  como é sabido.

Todaia, não me quero meter em política em dia tão austero como o de hoje declarado momento de reflexão proibidas que estão as baiivérnias eleitorais que poderiam desviar cidaãos impolutos do seu natural sentido de voto. 

O caso é outro e prende-se com a política internacional e com o afocinanhço tremendo do homem da Casa Branca que andou por aí a reclamar o prémio Nobel da Paz como se o pequeno vomité norueguês fosse presionável. 

 

 

 

 

Pelos vistos não é. A escolha recaiu numa senhora corajosa e determinada que desde há´muito desafia uma ditadura de opereta mas sangrenta que transformou o mais rico país da América do Sul num desastre incomensurável.

O auto-oncorrente Trump ficou pelo caminho mesmo depois de. com recurso a ameaças, chantagemr aliciamentos vários,  ter pbrigado o seu subserviente homem de palha  em  Israel  a aceitar um princípio de acordo para uma paragem no massacre delibertação de reféns e de prisioneiros. 

É bom lembrar que Israel nos últimos meses dependeu absolutamente do fornecimento de armas dos EUA  e de acçõe armadas do mesmo (caso do bombardeamento das instalações nucleares do Irão). Por outro lado, na ONU, os EUA conseguram rebentar com todos os protestos e condenações que atingiam o Estdo istaelita e as suas principais autoridades. 

De todo o modo, com a proximidade da atribuição do Nobel, Trump usou a sua poderosa táctica de persuação parra acabar com a devastação de Gaza, com o morticínio diário de civis  para cair nas boas graças do comité Nobel, 

´Em boa verdade, o homenzinho gabava-se de terminr guerras à pazada, A União Indiana riu-se quando ele a meteu no rol. Parece mesmo, li hoje no Pacheco Pereira, que trump teria terminado uma guerra entre 

 

 

 

o Cambofja e a Arménia (!!!)  que me tinham passado despercebida e que me atormenta a mioleira, como é que estes dois contenores se combateram tão longe que estão um do outro? Mistério! Ou fenómeno do Entroncamento onde uma vez apareceu uma abóra com mais de cem quilos e dimensões gigantescas. Provavelmente menores do que as do actual melao de Trump  expurgado que foi do nobel 025. 

Ele que não desista e faça a paz na Ucrânia sem retalhar esta,  Se se apressar de certeza que os cavalheiros e damas do Nobel norueguês poderão pensar nele. Mas tem de ser rápido que em Janeiro do próximo ano já as csndidaturas estrão fechadas. 

Se levar Putin a um acordo estarei pronto a conceder-lhe o fim das guerras entre o Peru e o Quirguistão  ou outra ainda mais difícil entre o Nepal e andora. Os amantes de geografia que me perdoem mas para uma criatura que rebaptizou o golfo do México em golfo da América, tudo é possível e a geografia tem grandes possibilidades de flexibilidade.

 

(fica o agradecimento a um anónimo cavalheiro da minha idade que joje, na esplanada do costume disse a uma roda de fmiliares  “esse Trump deve estar com um melão que nem vos digo nem vos conto”. Recuei com ele vinte ou trinta anos para recordar esssa expressão que  significa que alguém viu as suas espectaytivas irem pelo buraco sem perceber como nem porquê. 

E viva Maria Corina Machado, "mujer de armas tomar"

   

 

 

 

diário Político 234

d'oliveira, 11.10.25

Isaltinofobia  exaltada!

d’Oliveira fecit

7 de Outubro

 

Um jornalista, ou alguém que prefere identificar-se como tal em vez deavançar com as uas preferências políticas  (mesmo que pareça pelo tom e pelo descabelamento, um adepto do sr Ventura) entendeu levar a cabo um ataque violento e virulento contra o sr Isaltino Morais presidente (ecandidato) de Oeiras.

Antes de mais, permita-se-me uma nota prévia: Coneço razoavelmente Oeiras mesmo nãosenso seu morador ou sequer eleitor. De facto e desde há 20 anos que todos os meses vou té lá para visitar uma velhíssima familiar. Demoro-me entre três ou quatro dias, converso com outros familiares e vizinhos da old lady  e é por isso que pouco a pouco fui conhecendo o que pensam do actual Presidente da Câmara.Como não sou cego e estou atento tenho verificado que enquanto I M for candidarro é imbatível. Neste ponto, também eu, coincidindo com o Secretário Geral do PCP tenho por certo que areeleição do actual autarca é, cito, “assunto arrumado”

Eu não conheço a criatura, é duvidoso que alguma vez a encontre, mas todas as conversas com numerosos amigos, que não são de modo algum simpatizantes políticos de I M levam-me a acreditar que o homem é competene e que os eleitores assim o entendem. 

Claro que, numa lógia batateira e ideológica em excesso, poderemos sempre admitir que a grande maioria dos eleitores de Oeiras são mais ignorantes e tontos do que é normal. É que os diabos das pessoas, votam e continuam a votar num autarca que o artigo descreve como incapaz, autocrático, ineficaz. Mafomo sobre o  chouriço não diria pior do que jornalista, aliás comentador aqui, diz. A maria dos meus familiares é socialista ou simpatizante do PS. Votam todos em Isaltino.  Tenhos-os, na generalidade, na conta depessoas cultas politicamente preparadas, algumas das quais com passado comprometido na luta contra o Estado Novo. E votam no homem! Terão endoiado? 

Na zonaem que vive a minha antiquíssima familiar, pude ver o cuidado com que a Camara trata as zonas de que é responsável ao mesmo tempo que, outras mais ou menos de uso público mas pertença de privados, aparecem marcadamente  mal tratadas, mal impas para não dizer sujas. É claro que isto não passa de um pormenor mas a política municipal está mais do nunca atenta aos pormenores. Oeiras é desde há muito um polo de atracção para empresas, universidades e todo o tipo de instituições e isso mesmo que eventualmente não tenha começado com Isaltino, reforçou-se extraordinariamenye com ele.

O comentaor (jornalista, como se ifrntifica)  acha iincrivel, péssimo, de mau gosto, reaccionário e sei o qu mais, o facto de à camapanha de I M  bastarem uns cartazes só com um nome “Isaltino”.  Eu, que não sou de Oeiras mas que lá vou com frequência, provavelmente muito mais vezes e mais atentamente, do que o indignao adversário de Isaltino, acho que esta simples menção chega e sobra. A votção próxima mostrará se sim ou não. O PC entende que o assunto oeirense está arrumado. A generalidade dos comentários televisivos e jornalísticos tendem para o mesmo. Apenasum tal Ventura veio ulular umas parvoadas  que desmentem veementemente a apregoada formação jurídica do homem do Chega. Est jornalista/comentador, à falta de conhecimentos jurídicos vem falar no Isaltinistão. Convenhamos que nem sequer esta menção ao antigo Cavaquistão  tem qualidade. De resto o apregoado Cavaquistão  não se limitava a uma autarquia mas a um significativo monte delas e foi o epicentro de várias maiorias absolutas legalmente conquistadas. Não participei nessa conquista mas, democraticamente, engoli a derrota das minhas cores e lá fui fazendo pela vida. Sobretudo não me dei ao trabalho de odiar Cavaco  mesmo se o homem me irritava (e irrita) sobremaneira. 

Às vezes pergunto-me se ao jornal onde ste articulado de má qualidade, mau jornalismo e acentuado cheiro má política não faltará algum senso editorial. É que permitir a menção inócua de jornalista  dá azo que as pessoas possam pensar que aquela treta é mais factual e não uma mera e pobre opinião. Fique claro que não proponho qualquer acto censório mas apenas uma qualquer qualificaçãoo que sem retirar a profissão do autor permita ao leitor mais distraído perceber exactamente o que está a ler.

Irei votar numa terra distante de Oeiras e onde há uma forte presença de candidatos. Nos seus cartazes há fotografias, slogans mas em nenhum aparece a menção simples de um só nome ou apelido. Valha a verdade que, genericamente, nenhum terá feito pela minha cidade aquilo que a voz publica generalizada atribui a Isaltino de Morais. Também é verdade que não há nenhum candidato incumbente  que pudesse ser tão simplesmete reconhecido. Se isso se passa em Oeiras, alguma razão existirá. E como se trata de um apelo ao voto, é natural que se deduza que a personagem é amplamente conhecida e apreciada. A menos, repito, que os eleitores de Oeirras tenham cristslizado no ortorrômbico, não ouçam mais nada nem ninguém e apreciem chicote nos lombos. 

(n\ao identifico o jornalista comentador ou vice versa. Não vá acontecer o mesmo que aohomenzinho radical de direita e anti ciganos e  que apenas solta as suas bojardas para er publicidade grátis. No caso em causa era fazer de um garnizé petulante um galo de combate... )

 

estes dias que passam 1018

d'oliveira, 06.10.25

“Adesso ch’é finita la vendemmia”...

mcr, 6-10-25

Aproveito o título de uma bel´ssima canção de Ana Identici, uma cantora italiana alguns anos mais nova do que eu, que abandonou uma carreira de enorme sucesso comercial para levar a cabo uma obra musical  “impegnata” e menos, muto menos, financeiramente lucrativa. Ser “revolucionário, ou mesmo claramente reformista,  pesa no orçamento pessoal e familiar.

Como também não era radical, ana Identici ficou prisioneira de um certo limbo artístico de alta qualidade mas suspeito aos  olhos e ouvidos de uns e de outros. 

Vem isto a propósito da aventura da flotilha e dos alegados súbitos heróis que nela participaram.

Longe de mim questionar as boas intenções da grande maioria, a convicção honesta de que aquela missão era fundamental e a ilusória ideia de que uma meia centena a nvegar pelo “mar cor de vinho” modificaria a política europeia. 

Nem sequer questiono a eventual ideia de que estavam a arriscar as suas vidas ou pelo menos a sua liberdade. Claro que qualquer pessoasensata percebe que Israel trataria do caso com pimças. Queira-se ou não, Trump está longe, muda de de opinião mais depressado que de gravata enquanto a Europa tem sido um amparo quase absoluto desde o futeboç à eurovisão, passando pelas trocas comerciais. Tudo tendo como pano de fundo o remorso gigantesco dos pogroms, das perseguições, dos ghettos, para não falar do Holocausto.

Por outro lado foi a Europa, ou melhor dizendo, a Grã Bretanha, o çlocal de nascimento de pátria nacional judaica. A Declaação Balfour, símbolo poderoso do imperialismo britânico oferecia generosamente um nationl homeland aos judeus perseguidos. Claro que, dscuidav o facto de a Palestina estar habitada por árabes muçulmanos desde háséculos..Por outro lado, a Grã Bretanha desconhecia ou fingia igborar que os sefarades wravam tranquilamente instalaosem todo o Magrebe, na Turquia e ninguém, nesses territórios os hostilizava como ocorria na Europa. A declaraçãoo Balfour foi destinada a um Rotschild, banqueiro e rico, “asquenaze” ou seja a um judeu europeu, que pouco tinha a ver com os seus irmãos de crença sefarades.

Todavia entre o momento em que a Palestina foi oferecida de bandeja e nosso século ocorreu a maior tragédia que atingiu os judeus, ertivessem ou mão integrados, fizessem ou não parte das elites europeias. 

É verdade que os campos de extermínio nazis e a pressurosa ajuda que muita gente deu aos nazis, não limitou as vítimas à comunidade judaica. Os ciganos foram igualmente perseguidos e liquidados nos mesmos campos, bem como cecentenas de milhares de outros cidadãos de todas as etnias. Para não ir mais longe os campos de concentraçãoo acolheram os mestiços alemães provenienre da Namíbia e do  Tanganika podendo mesmo dize-se que não restou um sequer para contar a história. (eram cerca de 30.000 e tinham optado por air de África, para se instalar no Vaterland.  Também foram assassinados  muitos comunistas socialistas e simples dcidadãos n~ão nazis bem como toda uma série de outros perseguidos mormente homossexuais.

  De todo o modo o número de judeus representa, pelo menos, oitenta por cento das vítimas  e, sobretudo, reveou exactamente aquilo que sem dúvida alguma se pode chamar genocídio (paravra agora que salta da boca de muito ignorante para qualificar o que , para já, não passa de crimes contra a humanidade, monstruosos sem qualquer dúvida mas não preenchendo exactamente o conceito de genocídio. De resto o simples facto de se tratar de crimes contra a humanidade já dá direito a fortíssimas penas  seja qual for a jurisdição a que se recorra).

Portanto, e para regressar ao tema principal, os participantes no processo flotilha tinham como certo (ou deveriam ter um par de garantias:  

Nunca chegariam a Gaza 

Nunca entregariam qualquer carga humanitária que transportassem

Seriam seguramente  detidos  posteriormente deportados.

É verdade que uma antiga ee anterior tentativa de flotilha terveum desfecho bem mais trágico, dz mortos se não erro, Todos turcos, aliás, povo que não tendo aos olhos de Israel a mesma infame conoyação desub-humanps que eles aplicam aos palestinos, também não lhes merece o cuidado que convém yrt com manifestantes europeus protegidos pela União Europeia e seus aliados. 

Queira-se ou não, esta é (foi) uma realidade claríssima desde o momento da intercepçãoo da flotilha cuja tripulação, de resto, teve o cudado de não oferecer qualquer tipo de resistência.

Por outro lado, ao preferirem a deportaçãoo imediata em vez de um moroso processo judicial, os membros da flotilha estavam perfeitamente conscientes de que as restrições à sua liberdade durariam um praxo muto curto. Aliás, Israel tinha exactamente esse propósito pois assim evitava maiores inconvenientes nas relações já tensas com a europa

É bm esclrecer que o objectivo de chamar a atenção para Gaza não tem qualquer razão de ser. Há dois anos que se assiste a uma guerra assim étrica, cruel, à morte pela televisãoo de civis, mulheres e rianças que parecem não ser de modo algum militantes ou apoiantes do HAMAS que mais não é do que uma quadrilha de radicais fanáticos que ainda não perceberam que a sua horrenda matança de civis israelitas traria exactamente as consequências que agora estõ à vista.

Na altura, escrevi aqui que o famoso princípio “olho por olho, dente por dente (Biblia, Exodo, 20, 24)  se traduziria em olhos (muitos)  por olho dentes (uma imensidãoo) por dente. Por isso, a acção homicida do HAMAS é puramente suicida e arrasta na coorte das vítimas o povo que esta organizaçãoo jurou defender.

Consta que foi Israel quem presidiu ao nascimento e formação do HAMAs para comodamente liuidar o Fatah.  Provavelmente , o Estado hebraico não mediu claramente as consequências de criar um Frankenstein em Gaza mas não há duvida que os primeiros objectivos desta hipotética criação foram atingidos. O Fatah foi expulso e durante anos o HAMAS ia cometendo o número de atentados que permitiam a Israel punir com dureza a organizaçãoo e quebrar a resistência de quem viva na região ou na Cisjirdânia A cada golpe a resposta era cada vez mais violente e os colonatos abançavam nacisjirdÇÇania a galope. E as restrições aos árabes palestinos em Israel aumentavam (Não falo da população árve de Isral que, coitada, é desde sempre, uma população de segunda vagamente tolerada e amplamente vigiada Não passa de um álibi )

Portanto, parece natural que haja quem pense que a flotilha navegando no excato momento em que mais uma vez de punha a questão de conversações de cessar fogo, estava a mais na paisagem política do Médio Oriente, da América trumpista, dos países árabes e muçul,amos vagamente empenhados no processo ou na Europa que, pela primeira vez, anunciava pela voza de Ursula Von der Leyen  um par de acções contra Israel

Nada disto aconteceu por acaso.

Segundo as autoridades israelitas e a imprensa desse país que, apesar de tudo, é razoavelmente livre e crítica, a flotilha não transportava a tal carga humanitária de que se falava. Não tenho meios para avaliar da á verdade verdade ou da falsidade da constatação mas espero, apesar de tudo, que aafirmaçãodo Estado de Israel não corresponda à realidade pois isso seria trágico e estúpido. 

Tambem corre pelas televisões que alguma ou algumas organizações patrocinantes da flotilha teriam ligações ao HAMAs ou a amigos do HAMAS  Conviria saber se isso é verdadeiro ou apenas mais uma das fake news que desde há muito envolvem este conflito. 

Uma terceira acusaçãoo aos flotilhistas é a que assevera que alguns ou muitos deles nunca se pronunciaram sobre as acções do HAMAS Por isso teriasido dada a orientaçãoo de atirar para o mar todos os telefones e computadores que seguiam a bordo. Devo dizer que, mesmo esta notícia,  ainda não desmentida ,  carece de mais e melhor prova. Em todo o caso, não se percebe porque é que as pessoas todas teráo resolvido privar-se desses instrumentos.  E tenho a firme convicçãoo que muitos dos expedicionários não teriam quaisquer ligações ao terrorismo. Todavia, na cesta das maças, basta que uma esteja podre para que as restantes rapidamente se deteriorem-

Um antigo líder do BE veio qualificar a senrora Mortágua com o epieto de valentia sem par. A referida senhora, mais lúcida que o idoso cavalheiro, já disse, e muito bem, que não é nhebuma heroína.

Insisto na ideia de qye a sua participação pr muito justa e corajosa foi um erro político dada a actual situação eleitoral. Porém, nçao sendo militante, apoiante ou simpatizante do BE  não me vou preocipar com o que fazem ou nãofazem os seus responsáveis e recordo que, par o BE esta campanha é praticamente irrelevante quanto a objectivos a atingir. Coligue-se o BE ou não com outras forças, o resultado nunca será desmesurado para a o fortalecimento da Esquerda ou sequer de algum bloco que exclua a criatura Ventura. 

Hoje, no meu jornal, havia dois ou três textos que afirmavam que o comentariado estava dividido entre os que odeiam Israel e os que odeiam a Palestina. E entre os democratas radicais ou não e os conservadores sempre maus como é hábito. Lamento ter de afirmar que tenho sobre a postura de Israel  uma opinião que vem do final dos anos sessenta e que é cada vez mais crítica. E que também desde essa época abomino o terrorismo seja qual for a sua geografia e os seu princípios e métodos.  Nesse capítulo sempre fui absolutamente intransigente  trate-se do Bader-Meihof, do Zengakuren, das diferentes Brigadas vermelhas ou revolucionárias italianas,, da Eta e seus aliados e concorrentes  hispânicos ou das misráveis e caricaturais organizações que floresceram entre nós depois do 25de Abril e que sem política, sem ideias, sem vergonha deixaram um rasto de mortes estúpidas de gente inocente e nem sequer houve uma clara punição dos seus principais responsáveis. Moreram todos ou quase todos na cama sem que alguém lhes pedisse contas. 

Há, dia-se, um ditado judeu que afirma que quem salva um homem salva o mubdo. Acrescento quem mata um homem quer matar o mundo. E quem pinta o mundo só de preto e branco, odeia o mundo, a vida , a liberdade, a diversidade e a democracia. Ponto, parágrafo. 

PQP!, como dizíamos em Caxias...

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