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Incursões

Instância de Retemperação.

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Instância de Retemperação.

Diário Político 87

mcr, 17.06.08

Perder tempo

Não se deve perder tempo. Sobretudo se for a gastar velas com ruim defunto. Porém, uma vez não são vezes e o caso merece um par de linhas. A drª Pires de Lima volta a atacar. A atacar, é como quem diz. Volta ao local do crime e diz mais um par de coisas que se não estivessem escarrapachadas no jornal, ninguém acreditaria.
Comecemos pela teimosa convicção da drª Pires de Lima: insiste em não perceber que um “centro de programação”, seja lá o que isso for, de uma cinemateca teria forçosamente que passar os filmes dessa cinemateca. Em que condições? Operados por quem? E onde?
A resposta ao último item é a Casa das Artes. Exactamente o edifício anexo à transferida Delegação Regional de Cultura do Norte. Que está devoluto por alguém ter entendido que o lugar desta delegação era numa cave manhosa em Vila Real...
Só que... só que a Casa das Artes está fechada. Para obras!!! Ou melhor para obras se...
Havia, diz a drª Pires de Lima, 200.000 euros para a reparar. Havia mas não houve! O dinheiro (no ministério que presumivelmente era gerido pela drª Pires de Lima) terá ido para parte incerta. Ou seja: não foi para a Casa das Artes, eventual sede de um pólo de programação. Às tantas foi o João Benard da Costa que assaltou os cofres e fugiu com o dinheiro...
Claro que se poderia sempre pensar que se a Casa das Artes está na mesma é porque não houve vontade política de usar os citados 200.000 euros na sua recuperação. A menos que o Ministério da Cultura fosse gerido não pela ministra mas, por exemplo, pelo contínuo das fotocopias.
Mas o mais risível vem em caixa. João Benard da Costa atingiu o limite de idade durante o penoso consulado da drª Pires de Lima. Foi ela quem assinou o despacho que o manteve no lugar de Director. Todavia a drª Pires de Lima, com enternecedora inocência, vem dizer que não o queria fazer. Mas fez! Fez porque a mandaram. Ou seja andou por ali, pelo ministério a fazer coisas que não queria (e são conhecidas as suas constantes derrotas, perdão: as suas constantes vitórias até á demissão final.). tudo pelo amor da pátria. E da cultura, claro.
E terminemos com uma pérola: a drª Pires de Lima “sabe que há limitações à passagem a digital de certos tipos de película mas também sabe que...há meios técnicos que possibilitam uma mais ampla e frequente divulgação”. Ficamos sem saber que limitações, que meios etc...
Tudo isto com a mesma cantiga: a necessidade de passar filmes anteriores a 1990. Se se tiver em linha de conta que no mercado existem milhares de cópias de filmes produzidos entre 1960 e 1990; que existem bastantes cópias de filmes produzidos entre 4o e 60; e que são raros para não dizer raríssimas as cópias das décadas anteriores e inexistentes, ou quase, as do mudo, pareceria lógico que se começasse justamente por estes. Por uma questão de história do cinema e de dificuldade na divulgação. Ou não? O resto, o que está mais próximo, anda por aí a preços de saldo.
Mas isto não deve fazer parte dos conhecimentos dos rapazes que mandam para a internet petições tontas. Nem de quem subitamente aparece como sua advogada.

o cavalheiro da fotografia chamava-se Murnau. Foi autor de uma vintena de filmes dentre os quais se cita sempre, e justamente, Nosferatu. Para o caso que nos interessa aqui convem dizer que também foi autor de Herr Tartueff (1926).

d'Oliveira

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