O quarto de brinquedos
A propósito desse relatório, Maria José Nogueira Pinto referiu que Carmona Rodrigues utilizava a Câmara de Lisboa como “um quarto de brinquedos”. Gostei da expressão. Ao ouvi-la, veio-me de imediato à ideia a figura de Alberto João Jardim e a antecipação das eleições na Madeira. Vi esta região como um grande quarto de brinquedos e AJJ, de bibe, a atirar a nova Lei das Finanças para o chão, a dizer que com aquele brinquedo não brincava.
É, de facto isto parece tudo uma imensa brincadeira. E é por essas e por outras que muitos anseiam por um pai autoritário que ponha ordem na casa. Eu, por mim, prefiro-o democrata, mas também com autoridade e, já agora, com um aspirador na mão para limpar toda a sujidade da casa, incluindo a do quarto de brinquedos.
Parece não vir a propósito mas vem: gostei da entrevista do Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro. Esteve muito bem. Contido, assertivo, transmitindo uma imagem de sinceridade, segurança e responsabilidade. Tomara que seja verdade. Precisamos de pessoas no poder com estas características. Além disso, focou um aspecto que considero essencial: o de cada um dos participantes no sistema assumirem a sua quota parte de responsabilidade no estado actual da Justiça portuguesa.
O poeta dizia que era urgente o amor. Eu acrescento: é urgente uma limpeza profunda e a instalação da confiança e da responsabilização neste país.