Instituto da Conservação da Natureza na penúria
Por todo o lado a ideia é de míngua, não se pagam indemnizações pelos danos provocados pelo lobo, os centros de recuperação de animais debatem-se com carências graves e até já se chega ao ponto de existirem equipamentos que implicaram um grande investimento e que não estão a funcionar porque o ICN não paga o que deve.
É o caso do sistema de televigilância da Área de Paisagem Protegida do Litoral de Esposende (APPLE) - um caso divulgado na terça-feira pelo PÚBLICO -, que está instalado há seis meses e que custou quase meio milhão de euros ao ICN. Não entra em funcionamento porque a EDP se recusa a fornecer energia eléctrica enquanto as dívidas não forem regularizadas."
O Parque Natural da Ria Formosa (PNRF) "bateu no fundo", por falta de dinheiro para a gestão e conservação da Natureza. O Centro de Recuperação de Aves (CRA), por exemplo, não tem sequer verbas para comprar medicamentos. Anteontem, a Câmara de Faro enviou um galeirão e dois patos, vítimas de intoxicação na Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) - casos que ocorrem com frequência, quando o calor aperta - e só foram tratados porque a farmácia deu crédito na compra dos antibióticos.
Desde há cerca de sete meses, os funcionários do PNRF não recebem ajudas de custo e o dinheiro não chega sequer para as despesas correntes. No início da semana, aproveitando o facto de estarem previstos dois dias de corte de energia - devido a trabalhos de manutenção no posto de transformação de electricidade -, alguns empregados pensaram organizar-se para fazer uma campanha de limpeza na Quinta do Marim. Quando foram pedir sacos de plástico para recolher os resíduos, obtiveram a já clássica resposta: não temos material, nem há dinheiro para comprar. Desistiram da ideia."
In O Público de ontem. Ler mais aqui e aqui
