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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

Os do aparelho e os outros

Incursões, 26.02.05
(Não consigo colocar comentários - vai um postal)

José Carlos, meu caro José Carlos, não podes ser sempre tão radical! Refiro-me, obviamente, ao teu post sobre a sucessão no PSD.

Sobre a substância do assunto, já falei. Resta-me equacionar o seguinte: tu falas numa terceira via, para além de Mendes e Menezes. Não sei a que terceira via te referes. Manuela Ferreira Leite? Tenho consideração pela senhora, acho que é uma pessoa competente e honesta. Pode ser uma solução. Mas, que diabo, não sofrerá ela do mesmo mal de que sofrem as hipóteses na mesa? Não gostas de Marco António? Admito que não gostes e percebo-te. Mas gostas de António Preto, o homólogo lisboeta de Marco António, que parece estar na primeira linha do lançamento do nome da ex-ministra que, aliás, foi sua "madrinha" política? Conhecendo-te como conheço, sei que não gostas. Até porque, conforme se vai lendo aqui e ali, terá sido à custa do nome de Ferreira Leite que Preto, alegadamente, obteve algumas benesses que, aqui, não dá para caracterizar.
Como bem sabes, eu sou um desconfiado dos "aparelhos". Já o disse muitas vezes e já o demonstrei algumas.

Repara: quem é, afinal, Sócrates? Não foi ele próprio sempre um homem do aparelho? E Guterres, quem era antes ser líder do PS? E tantas outras figuras que vingaram à custa do aparelho, não se lhe conhecendo obra nenhuma na designada sociedade civil. Aliás, creio que não duvidas de que se não fosse o incontornável e supremo aparelhista Jorge Coelho - responsável pela campanha do PS - e Sócrates não teria chegado onde chegou. E repara ainda: mesmo Manuel Alegre ou João Soares - ex-adversários de Sócrates - que mais são, em política, do que produtos do aparelho?

Esta situação - que, aliás, é comum nos dois maiores partidos - é, de resto, uma realidade que me preocupa. Se bem te recordares, há anos que eu digo que aquilo que vale a pena em Portugal é ser-se ex-ministro. Tudo acontece ao contrário. Raramente se vê um bom quadro deixar a vida privada para rumar à política mas, em contrapartida, é comum ver um medíocre ex-ministro rumar a um lugar bem pago em empresas privadas. Não, obviamente, porque se tenham tornado bons quadros, mas porque se tornaram figuras úteis, capazes de gerir influências interessantes.
Por isso, meu amigo, mesmo que as candidaturas à liderança do PSD se resumam a Marques Mendes e Menezes, nada nos indica que um deles não venha a ser um bom líder, na acepção que tem feito escola em Portugal.

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