Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

Num Pátio a Sul

ex Kamikaze, 27.03.09

A campanha eleitoral para a Câmara Municipal de Faro no Pátio de Letras

 

Programação cultural de ABRIL

 

Sábado 28 de Março, às 17h

NELLE IMAGINE L'ANIMA - inauguração de exposição de ANTONIA POZZI

(é a primeira vez que esta intelectual milanesa, tão apreciada por poetas e escritores como Montale e Pasolini, se apresenta em Portugal.

 

Domingo 29 de Março, 17h

NO ANIVERSÁRIO DE CARLOS PORFÍRIO: O FUTURISMO EM FARO

 

 

NOTA: sem imagens porque não consigo registar-me no sapo para o efeito :(

Dia Mundial da POESIA

ex Kamikaze, 21.03.09

Tenho andado ausente destas incursões, mas não podia deixar de enviar agora um Olá a todos os incursionistas - colaboradores e leitores fiéis - e sinceros parabéns  e um bem-hajam, a todos aqueles que, nem sequer tendo estado na equipa desde o início, acabaram  por manter vivo este espaço de opinião livre e partilha  e de lhe dar mesmo  um novo dinamismo, simblizado agora neste novo visual.

 

Muitos saberão que me afastei destas incursões por absoluta falta de tempo para acompanhar os muitos temas abordados (não gosto de opinar sem estar suficientemenrte informada) dado ter-me lançado - Kamikaze no seu melhor! - num projecto que exige a minha disponibilidade praticamente a 100%.

 

Nos últimos anos acumulei perdas sucessivas e muito duras a nível pessoal (morte da mãe, da futura neta aos 6 meses de gestação, de um cunhado querido e, agora, outra tão ou mais dolorosa, por todo o circunstancialismo que a envolveu). Como tenho de continuar a ser kamikaze no projecto que está à minha responsabilidade e em que não posso falhar, permitam-me pois, amigos do Incursões, que aqui, neste espaço, eu não precise de ser forte, que aqui eu não tenha de sorrir quando me apetecer chorar ou debater quando apenas me apetecer ler e pensar... sozinha. E trabalhar. Muito. Porque é mesmo preciso e para mais até é uma boa terapia :) Permitam-me, enfim, que use mesmo o novo nick, pois corresponde a um estado de espírito que também é, por ora, o meu. Pode ser Marcelo? :)

 

E por tudo o que escrevi, e sabem bem que não sou dada a escritas intimistas no blog - só o momento especial que o próprio Incursões vive, por um lado, e o momento igualmente especial que vivo, por outro, me permitiram este despudor - deixo-vos agora com as palavras minhas (a azul) e alheias (a preto) que coloquei aqui.

Voltarei, abortolina ou kamikaze, já que mo permitem e pedem... :).

 

POESIA

 

 

Alguém instituiu o dia de hoje com o o Dia da Poesia.

O Pedro, nosso colaborador, não simpatiza mesmo nada com este tipo de "instituições" ... Resolvi pregar-lhe uma partida: colocar aqui, hoje, o último poema que deixou
no seu blog, e de que gostei muito. Sei que ele não vai levar a mal :)

 

 

 

quanto tempo demorará um bicho
a esquecer a cerca que o detém?
deve ser rápido, não?

o fim da correria, da inconstância
todos os dias iguais
como uma chuva fotografada
de uma manhã de fim de inverno

quase que acredito que há uma célula
na cabeça de quase todos
os animais à espera
que se multiplica velocíssima
um mercúrio que se parte
no pensamento e ensina
a monotonia aos recônditos
cantos de fera

quantos dias enfrentará um bicho
a ilusão do frigorífico
dos frutos tropicais de inverno?
quanto tempo leva até que faça
efeito o soporífero geral
e se amoche o animal
no colchão estendido sobre a vida?

quanto tempo até que
se lhe apague o riso
não por falta de graça e abundância
mas só e apenas porque se foram
as cócegas do chão?

 

 

 

1 comentários

A pedra

ex Kamikaze, 15.02.09
É o nome do blog onde escreve o Pedro Afonso, que tenho a sorte de gostar de trabalhar no Pátio de Letras.
O Pedro saía do trabalho às 15h, mas ia voltar pelas 17h, não em serviço mas sim para assitir à sessão de poesia que integrava a apresentação do antologia Os Dias do Amor. Aliás, está representado na antologia e um dos seus poemas foi lido (e que bem lido!) na sessão pelo actor Álvaro Faria - tarefa difícil, que a poesia do Pedro, publicada neste livro, noutros antes e em revistas várias, raras vezes é assim como a que escreveu hoje (certamente de um só fôlego), "por causa" do tal intervalo...

February 14, 2009

não há nada como
aproveitar um intervalo
pequeno no trabalho
para dar a tal voltinha
descer a cidade até às muralhas
beber uma cerveja na tasquinha
e ir até à ponte
donde partem os barcos para a deserta
e cruza o combóio
apanhar um pouco de sol
e observar com todos os sentidos
os peixes nadarem na espuma branca
do esgoto que rebentou
por ter chovido
um bocadinho mais do que o normal
ver os caranguejos rebentarem
bolhas opacas de reflexos lindos
de detergentes óleos e químicos variados
misturados com a habitual gasolina

não há nada como esta
ambiência depressivo-decadente
pseudo-mediterrânica
e olhar a ilha ao fundo
através do bosque de mastros
e bandos de gaivotas
ver bófias passar de bicicleta
armados como na guerra
de pistola e belo capacete
enfiado na tola sedenta de acção

não se passa nada
continuem lá com a vossa gincana
e joguinhos de gang autorizado
enquanto eu volto a subir
a cidade de regresso ao trabalho

alguns miúdos enfeitaram o jardim
com fita magnética de VHS
bonito mais do que as palmeiras importadas


O trabalho no Pátio já quase não deixa tempos livres durante o período de serviço mas, quando assim não era, gostava de saboraer a surpresa de ver, no A Pedra, os poemas que o Pedro por vezes escrevia durante aqueles períodos mais calmos, e que agrupou AQUI. Ficava eu então a imaginar se e que frase estaria ele a escrever no momento em que, quiçá, o abordara para falar daquela ou daqueloutra minudência...


October 20, 2008

vou
sentado ao balcão
do lado de dentro
conduzo o nada pelo vazio
da tarde de sábado
enquanto
provavelmente
os clientes almoçam

tenho na frente uma paragem
a letras verdes
"próximo cliente"
e a parede branca ao fundo

conduzo o tempo
embatendo na suave ondulação
do som ambiente

vou aqui deixando
o meu estar


July 26, 2008

cumprindo o suposto
sem fugas surpreendentes
onde há paredes há chão
cobrindo o abismo constante

é nele que me diluo
sentindo o fresco que resta
da manhã que morre na luz
talvez quase que acorde
antes da absorção derradeira


Há mais poemas, escritos e opinião que vale a pena ler e ter em conta - podem ir lendo AQUI.

Agora que o MCR voltou...

ex Kamikaze, 15.02.09
--- das Correntes d' Escritas, onde já sabemos que reencontrou dezenas (quiçá mesmo centenas) de amigos e que acabo de ler este escrito num blog aqui do SUL, não resisto a deixar-vos o copy-paste. Quem queira aceder ao blog onde foi escrito pode fazê-lo clicando clicando no título abaixo.

Ondjaki, Correntes d'Escritas, Pátio de Letras, Os Dias do Amor, ontem, eu

Ontem: ontem comecei por ter a certeza que nunca seria convidado para as Correntes d'Escritas, pois segundo o Ondjaki esse é um espaço "de reencontro de amigos". Ora, eu, sem amigos na literatura (e ainda com uma pessoa que se arroga de ter uma inimizade comigo, apesar de não me conhecer) como posso esperar ser convidado?

Quando cheguei ao Pátio de Letras esqueci-me do choque da definição de Correntes d'Escritas do Ondjaki e desfrutei de boas leituras de poemas na apresentação da antologia de poesia Os Dias do Amor. Fiquei um pouco vaidoso por terem lido o meu poema "antologia", é verdade, mas também envergonhado quando os muitos presentes olharam para mim. No final, alguém que não conhecia, depois de me ter felicitado pelo poema, pediu-me para escrever algo na página onde ele se encontra. Então escrevi assim "para a Filipa, que a sua vida também seja uma antologia e, de preferência, com muitos poemas".

Fui para Tavira, logo de seguida para uma festa de família, e a declaração do Ondjaki reapareceu na minha cabeça: "As Correntes d'Escritas são um espaço para o reencontro de amigos". Como diria alguém: e esta, hein?

[tn]

Porque sim

ex Kamikaze, 13.02.09
Caros leitores, venho fazer prova de vida neste fórum, após prolongado silêncio, dando conta daquilo que os amigos incursionistas, companheiros queridos de incursões várias, sempre no meu coração, lembrança e recorrentes pensamentos (ainda que não na ponta dos dedos teclantes) bem sabem: estou em "prisão domiciliária", por conta da concretização de um sonho que espero não me arraste para o pesadelo do real :)

Teclo muito ao longo do dia e da noite mas só hoje, demasiado tempo depois da radical mudança de vida, escrevi o que se pode chamar "um post". E apeteceu-me vir dar conta disso aqui. Por muitas razões, uma das quais, provavelmente a mais importante, porque sim.

Com amizade e muitas saudades,

vossa Kami

Nítido Nulo

ex Kamikaze, 15.10.08
A obra de Virgílio Ferreira, goste-se mais ou menos dos seus escritos (ou de alguns dos seus escritos, que são muitos e de diversa natureza) constitui, inquestionavelmente, património cultural português a preservar e manter vivo - leia-se, disponível para leitura.

No entanto, das 32 obras editadas pela empresa que detém os direitos de publicação, uma das quais incluída no Plano Nacional de Leitura, estão esgotados ou indisponíveis ... 32 títulos!!! Ou pelo menos assim consta do site respectivo... pois afinal, segundo me acabam de informar telefonicamente, há alguns (poucos) títulos reeditados.

Como acabam de dar à estampa manuscritos do espólio do escritor, correspondentes a um diário que escreveu, com algumas interrupções, entre os 26 e os 32 anos , apetece glosar a célebre frase e gritar bem alto: PUBLIQUEM 33!!!

E se não publicam/reeditam, que haja alguma entidade responsável pela cultura neste país que - à falta de mecanismos legais de injunção neste particular - faça uma oferta irrecusável e adquira os direitos de publicação! Sairia certamente mais barato que uma só saison de Allgarve, pelo menos tendo em conta a regra do custo/benefício, sendo este extensível agora a todos os portugueses e não só aos allgarvios e certamente também mais perene, não se evanescendo num qualquer "sonho de uma noite de verão" ...

Crise? Qual crise? (1)

ex Kamikaze, 09.10.08

Uma prestigiada editora sediada no Porto, à qual pretendíamos fazer uma primeira encomenda, acaba de nos informar que apenas podemos encomendar livros no valor tortal de 250 €, pois é o plafond máximo estabelecido para vendas a crédito. Bem, para além de livros que queremos ter na Livraria, há pedidos de clientes que queremos satisfazer, pagaremos então a pronto! Ah, isso não pode ser, só vendemos a crédito com prazo de 60 dias. Como disse? Então só podemos encomendar 250 € de livros e temos de esperar 2 meses para pagar e assim podermos pedir reposições e novos livros? Bem, podem prestar uma garantia bancária no valor mínimo de 5.ooo €... Certo, mas para quê a garantia bancária se pagarmos a pronto?? Uhm, é que o nosso sistema só admite pagamentos a crédito.

E PRONTO!!!!!

Crise? Qual crise?(2)

Uma casa portuguesa

ex Kamikaze, 03.10.08

onde com certeza me podem (re)encontrar... e aos incursionistas actualmente mais militantes que são, hélas, os melhores amigos que se pode ter, e que eu, ingrata, não mereço. É só clicar aqui e seguir as pistas :)

post colocado " a pedido de várias famílias" e dedicado a o meu olhar, a quem prometo regressar em breve, diria mesmo já :)

As minhas incursões a Sul

ex Kamikaze, 07.07.08



Aos que não puderem estar nesse dia, um apelo para que venham noutro… em muitos outros! Estamos abertos de 2ª a Domingo, a partir das 10h00; encerramento: de 2ª a 3ª - 20h; 4ª, 5ª e Domingo - 21h00; 6ª e sábado - 23h00

LOCALIZAÇÃO e ACESSOS:


clicar no texto e mapa para aumentar