Almeida Santos
A morte de Almeida Santos retira do nosso convívio um dos fundadores da democracia constitucional portuguesa e uma das figuras maiores da história do PS, tendo sido candidato derrotado a primeiro-ministro em 1985, facto que os mais novos não recordarão. Este texto do ex-director do "Expresso" Henrique Monteiro é uma bela evocação do governante, legislador, parlamentar e advogado. Este outro texto de um dos netos dá-nos a dimensão mais pessoal de Almeida Santos.
Se a memória não me atraiçoa, creio que a única vez em que convivi de perto com Almeida Santos foi em 1983, era ele ministro de Estado do Governo do bloco central e foi a Marco de Canaveses a um comício da coligação PSD/PS, no extinto Cine-Teatro Alameda, em plena campanha eleitoral das autárquicas intercalares que se seguiram ao derrube do executivo minoritário liderado por Avelino Ferreira Torres (CDS). Para um jovem de 17 anos envolvidíssimo nessas autárquicas e apoiante do Governo do bloco central foi um privilégio privar com Almeida Santos nos bastidores desse comício. Aliás, vários outros ministros e dirigentes de PS e PSD viriam a Marco de Canaveses nessa campanha eleitoral, mas infelizmente isso não bastou para mudar o rumo que então já se adivinhava. Mesmo assim, Almeida Santos não deixou de dizer presente.